domingo, 3 de abril de 2016

MAIS CULTURA EM NITERÓI - Solar do Jambeiro passará por revitalização



Prédio construído em 1872 representa a arquitetura burguesa do século XIX e se tornou palco de uma série de atividades culturais da cidade
Júlio Silva


Intervenção no tradicional espaço do Ingá será executada com recursos de uma emenda parlamentar de R$ 1,4 milhão

Presente histórico construído em Niterói em 1872, o Solar do Jambeiro, localizado no Ingá, receberá obras de revitalização ainda no segundo semestre deste ano. O espaço também ganhará uma cafeteria na área externa, que será construída para atender a um pedido antigo de visitantes. O projeto será executado com recursos de uma emenda parlamentar do deputado federal Roberto Sales (PRB), de R$ 1,4 milhão, que deve ser liberada até o meio do ano, e ainda conta com restauro na parte elétrica e hidráulica.

Obra que representa a arquitetura burguesa do século XIX, evidenciando o luxo e riqueza da época, o Solar do Jambeiro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1947. Após anos fechado, o local passou por reformas em 2001 e aberto novamente ao público.

De acordo com o presidente da Fundação de Arte de Niterói (FAN), André Diniz, a revitalização do Solar atende ao aumento da demanda. Somente no ano passado, com as diversas atividades culturais, o espaço recebeu cerca de 30 mil visitantes, enquanto em 2014 o quantitativo era de 16 mil pessoas.


Obras estão previstas para começar no segundo semestre
Marcelo Feitosa


“Nos últimos quatro anos, transformamos o Solar do Jambeiro em um espaço cultural, com shows, recitais, peças, enfim, uma série de coisas. Ele passou por um desgaste natural diante do aumento de visitantes. Até mesmo a reforma da parte elétrica e hidráulica será feita para atender a esse aumento da capacidade”, ressaltou.

Segundo ele, a construção de uma cafeteria no parque do Solar pode criar mais um espaço de convivência para atender aos moradores da cidade, além de municípios vizinhos. A nova área foi desenhada pelo restaurador Cláudio Valério Teixeira, que comandou a última reforma do Solar há 15 anos.

O projeto inclui a reforma do casarão, que necessita de reparos detalhistas. A metodologia usada baseia-se na preservação da estética original do lugar. Com o aumento do uso do espaço cultural, algumas partes do piso estão quebradas, vitrais de janelas rachados, desgaste do forro de estuque de gesso e alguns dos azulejos portugueses característicos do Solar estão danificados. Por ser uma obra tombada como patrimônio histórico, a obra deverá cumprir uma série de exigências.

“Toda obra de bem tombado nós respeitamos todos os conselhos que o Iphan nos dá. Não há reforma se não respeitarmos isso.”

Na área externa, o orquidário será reaberto e um projeto de paisagismo também está previsto. A área arborizada é rica em espécies, como o próprio jambeiro que deu origem ao nome do lugar e forma o famoso tapete natural rosado em algumas épocas do ano. Será realizado um replantio no jardim, respeitando os tipos de plantas originalmente existentes.

De acordo com André, a expectativa é que a emenda seja liberada antes do meio do ano. Caso não saia nesse período, a verba só poderá ser liberada após as eleições, o que adiaria ainda mais o início das obras.

“O certo é que este ano a reforma seja iniciada. Vamos deixar esse espaço ainda mais bonito para a cidade com um espaço de convivência, mais shows e eventos. Estamos na expectativa para iniciar a revitalização, pois é mais um patrimônio que entregamos para o município”, disse André, que revelou que a reforma ainda está em um projeto básico para apresentação para a emenda parlamentar.

Segundo o presidente da FAN, após a liberação da emenda, que antes era de R$ 1,8 milhão e sofreu alguns cortes, será apresentado o projeto executivo para que o contrato seja assinado com o Ministério da Cultura. Esse projeto executivo definirá cada etapa a ser cumprida e o prazo total para o término da reforma.

O casarão do Solar do Jambeiro tem a fachada toda revestida de azulejo português e seus beirais são constituídos por telhões de louça pintados à mão, provenientes do Porto. O conjunto de azulejaria é um dos mais importantes do Brasil quando se refere às características do século XIX. A casa é dividida em dois pavimentos com elementos decorativos que se destacam em seu interior, como tetos ornamentados em estuque de gesso, uma ampla escada de madeira e pias de louça emolduradas por painéis entalhados em madeira.

Fonte: O Fluminense







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