sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Diversidade de árvores em áreas úmidas da Amazônia é três vezes maior do que o esperado



Compilação de dados de inventários florestais e coleções biológicas gerou lista com 3.615 espécies de árvores nas áreas úmidas da bacia amazônica (foto: Thiago Sanna Freire Silva)


Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Ao longo das planícies dos rios amazônicos existem florestas imensas que passam quase metade do ano alagadas. São vegetações como igapós, pântanos, campinas, mangues e várzeas que margeiam nascentes e depressões de terrenos que constituem as chamadas áreas úmidas amazônicas.

Segundo um novo estudo, esses hábitats reúnem 3.615 espécies de árvores conhecidas, número três vezes maior que o previsto e que configura a maior diversidade em áreas úmidas no mundo.

"... reúnem 3.615 espécies de árvores conhecidas, número três vezes maior que o previsto e que configura a maior diversidade em áreas úmidas no mundo".

O estudo, com apoio da FAPESP, foi realizado no âmbito do programa BIOTA. Resultados publicados na revista PLOS One constituem a mais abrangente listagem de espécies arbóreas presentes em áreas úmidas.

Os autores combinaram dados disponíveis em inventários florestais e coleções biológicas sobre os nove países em que a bacia amazônica se faz presente.

“A lista com o nome de todas as espécies é a grande contribuição desse trabalho, que tem acesso aberto. Com ela, será possível avançar em estudos futuros, pois há um vazio de conhecimento botânico sobre as áreas úmidas, principalmente nos afluentes dos rios Solimões e Amazonas. Se houvesse mais inventários o número de espécies poderia triplicar de novo rapidamente”, disse Bruno Garcia Luize, primeiro autor do artigo e doutorando no Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, com bolsa da FAPESP.

O número de espécies três vezes maior do que o estipulado em estudos anteriores é resultado da ampliação tanto da área de investigação como dos tipos de hábitats.

"O número de espécies três vezes maior do que o estipulado em estudos anteriores..."

“Estudos anteriores focavam apenas nas florestas alagáveis das várzeas dos rios de água branca e nas planícies de inundação. Incluímos dados de igapós, de campinas alagadas e de mangues, por exemplo. Conseguimos também acrescentar dados, além da calha do Solimões-Amazonas, de afluentes importantes a partir de raros inventários florestais nos rios Purus, Juruá, Madeira e vários outros”, disse Luize à Agência FAPESP.

Para os pesquisadores, a alta quantidade de espécies arbóreas é indicador de que as áreas úmidas têm papel importante no mecanismo de manutenção e geração de diversidade na Amazônia.

“Tradicionalmente, esse papel é atribuído aos Andes, com seu gradiente climático. Mas o fato de encontrarmos quase todas as famílias e gêneros bem distribuídos, com espécies capazes de colonizar áreas úmidas, sugere que esse ecossistema esteja envolvido no processo de diversificação há bastante tempo”, disse Thiago Sanna Freire Silva, professor no Departamento de Geografia da Unesp e coordenador do estudo. O trabalho integra o Projeto Temático "Estruturação e evolução da biota amazônica e seu ambiente: uma abordagem integrativa", coordenado pela professora Lúcia Garcez Lohmann.

Intercâmbio entre espécies

As florestas de áreas úmidas têm grande sazonalidade, com variações de períodos de seca e de alagamento, quando as árvores podem ter até oito metros de inundação. Com essa situação limite, as áreas úmidas podem ser consideradas filtros ambientais que selecionam indivíduos e espécies capazes de tolerar inundações e secas recorrentes durante sua vida útil.

“É um ambiente incrivelmente bonito. O igapó, por exemplo, é uma das imagens mais emblemáticas da Amazônia. Por quatro ou cinco meses, os embriões das árvores ficam submersos enquanto se desenvolvem. Isso ao mesmo tempo em que macacos passam pelas copas das árvores ou um boto-rosa se alimenta de peixes dentro da floresta”, disse Luize.

Mesmo com o difícil regime hidrológico imposto, o total de espécies das áreas úmidas amazônicas compreende 53% das 6.727 espécies confirmadas em estudo mais recente da flora arbórea de toda a Amazônia.

"... o total de espécies das áreas úmidas amazônicas compreende 53% das 6.727 espécies confirmadas em estudo mais recente da flora arbórea de toda a Amazônia".

Para os pesquisadores da Unesp, essa alta proporção de árvores – sendo que territorialmente as áreas úmidas compreendem 30% dos 7 milhões de km2 da Amazônia – é dada pelo intercâmbio entre as espécies. Dentro d’água as raízes ficam inundadas e algumas chegam a apodrecer, dificultando a troca de oxigênio.

“As áreas alagadas demandam um metabolismo diferente das árvores e algumas espécies de terra firme também conseguem tolerar as condições de inundação. Porém, estudos mostram que as populações nos diferentes ambientes não têm a mesma performance. Basicamente, isso quer dizer que se você plantar uma semente da mesma espécie de terra firme na área inundada, e vice-versa, elas provavelmente não vão vingar”, disse Luize.

Segundo ele, essa diferença leva a crer que ocorre um ajuste fisiológico ao longo da vida das árvores, ou que as populações que cresceram nas áreas úmidas já estão se adaptando para aquele ambiente.

“Com isso, chegamos ao extremo que são espécies exclusivas de ambientes de áreas úmidas ou que só ocorrem nos ambientes de terra firme”, disse.

Variação da variação

Nas áreas úmidas, existe uma variação grande na duração das inundações de um ano para o outro.

“Conforme a inundação fica mais curta, menos intensa, a composição das espécies de árvores tende a se aproximar da encontrada em terra firme. No entanto, uma vez que essas espécies desenvolvem tolerância ao período de cheia, mesmo que seja inicialmente uma tolerância baixa, isso abre caminho para que as espécies colonizem novos ambientes inundados. Isso eventualmente pode levar a uma especialização dos indivíduos de área úmida, que se tornam diferentes dos indivíduos de terra firme”, disse Freire Silva.

As árvores podem ficar cada vez mais tolerantes à inundação ou adquirir novas formas de dispersão de sementes pela água ou por peixes. “Ao longo de milhares de anos ocorre a maior diversidade de espécies, aumentando a variedade de nichos disponíveis para serem ocupados por elas”, disse.

A América do Sul é considerada a região com maior quantidade de áreas úmidas, ecossistema fundamental para o balanço de água doce no planeta. Os pesquisadores destacam que é preciso entender melhor a variação entre as características, sejam metabólicas ou fisiológicas, das espécies que vivem tanto em terra firme como em zona úmida.

“Esse é um ponto que precisamos estudar melhor, mas há estudos que indicam os efeitos de secas e cheias na produtividade da floresta, na tomada de carbono da atmosfera e da emissão de carbono para a atmosfera. A tolerância a esses extremos hídricos de seca e de inundação, que é uma característica das árvores alagáveis, é importante entender esses balanços, essas trocas em uma escala da bacia como um todo”, disse Luize.

O doutorado de Luize tem como tema principal a influência das áreas úmidas na geração da diversidade de espécies de árvores. Atualmente, o pesquisador está na University of Michigan, nos Estados Unidos, com Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior da FAPESP, estudando a filogenia de uma família específica de árvores da Amazônia (Lecythidaceae) – da qual se inclui a castanha-do-pará –, para entender como ocorre essa migração e adaptação de espécies de terra firme e áreas úmidas.

O artigo The tree species pool of Amazonian wetland forests: Which species can assemble in periodically waterlogged habitats? (doi: 10.1371/journal.pone.0198130), de Bruno Garcia Luize, José Leonardo Lima Magalhães, Helder Queiroz, Maria Aparecida Lopes, Eduardo Martins Venticinque, Evlyn Márcia Leão de Moraes Novo, Thiago Sanna Freire Silva, pode ser lido em http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0198130.


Fonte: Agência FAPESP














quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Sistema cicloviário da Região Oceânica em fase de licitação





Anderson Carvalho

Até dezembro começam as obras do sistema cicloviário da Região Oceânica de Niterói, com mais de 50 quilômetros de ciclovias, sendo 28 quilômetros de novas pistas, 15 substituindo as ciclofaixas existentes e dois de ciclovia suspensa. O processo de licitação, iniciado no último dia 21, já tem prazo de cinco dias para interposição de recursos referente à fase de habilitação e conta com cinco empresas concorrentes: os consórcios PJJ Parallela, Ciclovia Oceânica, Coba-Logit, Oficina Engenheiros Consultores Associados Ltda, e Aquacon Consultoria e Projetos de Engenharia Ltda. O resultado da licitação será divulgado em breve.

A construção do sistema cicloviário integra o Programa Região Oceânica Sustentável (Pró Sustentável), que conta com orçamento de R$ 310 milhões obtidos junto à Cooperação Andina de Fomento (CAF), para intervenções na região. A empresa vencedora vai elaborar o projeto executivo de arquitetura, urbanismo e engenharia.

A malha cicloviária vai ligar Itaipu e Itacoatiara ao Túnel Charitas-Cafubá, percorrendo a orla das lagoas de Piratininga e Itaipu, inclusive com trechos suspensos. Estão previstos ainda 500 vagas de paraciclos, seis bicicletários, sendo cinco na Região Oceânica e um em Charitas. Haverá ainda uma Ciclovia Parque no entorno da Lagoa de Itaipu, cujo traçado está em estudo.


Fonte: A Tribuna












NITERÓI ECOSOCIAL: Prefeitura contratará 400 jovens em comunidades para atuar em reflorestamento de encostas





Niterói Jovem Ecosocial vai incentivar a sustentabilidade com plantio de mudas em comunidades e profissionalização de centenas de jovens!

Muito além das ações policiais, os projetos do Pacto Niterói Contra a Violência norteiam diversas iniciativas de prevenção e mapeamento de jovens em vulnerabilidade social. Um desses projetos é o Niterói Jovem Ecosocial, que formará, anualmente, 400 jovens entre 16 e 24 anos em situação de risco, na área ambiental, oferecendo oportunidades de renda, profissionalização e inclusão social. 

A formação ainda estará alinhada aos projetos de recuperação de ecossistemas, prevenção de erosão superficial e de ocupação de áreas de risco. O Pacto Niterói Contra a Violência é um plano municipal de segurança pública, que prevê uma série de investimentos no setor nos próximos dois anos. 

Saiba mais sobre o Pacto Niterói Contra a Violência em: https://bit.ly/2AQmLCd








Prefeitura de Niterói oferece programa para quem quer parar de fumar






Niterói dispõe do tratamento nas Policlínicas do Centro, Huap e no Instituto Ary Parreiras

O agente administrativo Wagner Valentim, de 36 anos, passou esse 29 de agosto, marcado como Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, longe dos cigarros. Após três tentativas malsucedidas de largar o vício, recentemente procurou ajuda do Programa de Controle de Tabagismo, da Fundação Municipal de Saúde de Niterói.

Wagner conta que fumava um maço de cigarros por dia. Quando as dependências químicas, físicas e psicológicas começaram a lhe roubar o sono, a tranquilidade e a concentração, ele decidiu parar de fumar. Depois que as crises de abstinência se tornaram insuportáveis, dificultando o convívio social, procurou ajuda do programa oferecido pelo município, na Policlínica do Fonseca. 




A abordagem do fumante tem como eixo central intervenções cognitivas e treinamento de habilidades comportamentais, com objetivo de a pessoa parar de fumar e para a prevenção de recaída. Em casos específicos, pode ser utilizado um apoio medicamentoso. Segundo a secretária municipal de Saúde Maria Célia Vasconcellos, o município é atuante na luta contra o tabagismo há anos.

O trabalho ocorre por meio de grupos de apoio, em que profissionais de saúde abordam temas relacionados ao tabagismo, orientando e motivando os participantes. Durante os encontros, também há troca de experiências e motivações entre as pessoas dos grupos. A abordagem é feita em quatro sessões estruturadas de 90 minutos, com intervalo semanal, seguidas de duas sessões com intervalo quinzenal. Os ex-fumantes são acompanhados em controles mensais, até completarem um ano de abstinência.

Niterói dispõe do tratamento para a população nas Policlínicas Regionais, Unidade Básica de Saúde do Centro, além do Hospital Universitário Antonio Pedro e o Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras.

Fonte: O Fluminense













NITERÓI: Forças unidas na segurança pública



Participaram da reunião de ontem representantes da PM, PF, Polícia Civil, MP, Corpo de Bombeiros e outros. Luciana Carneiro / Prefeitura de Niterói


Sistema Municipal de Gestão Integrada foi sancionado ontem pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, sancionou nesta quarta-feira (29) a lei aprovada pela Câmara Municipal que cria o Sistema Municipal de Gestão Integrada de Segurança Pública, que integra e regulamenta as ações de planejamento implementadas nas esferas municipal, estadual, e federal, no enfrentamento à violência e criminalidade na cidade.

A lei também é a base para reestruturação e adequação do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) que atua diretamente nas ações do Pacto Niterói contra a Violência, lançado pela Prefeitura neste mês, que terá investimento de R$ 304 milhões nos próximos dois anos.

A lei está integrada no âmbito do Sistema Público Federal e reforça o nível de atuação de cada integrante e agente para elaboração de estratégias e ações policiais e sociais que englobam o pacto contra a violência. A assinatura aconteceu no gabinete do prefeito, durante reunião com gerentes das diversas áreas envolvidas no planejamento e execução do pacto.

“Estamos colocando todas as ferramentas para que os agentes envolvidos nas áreas de Segurança, Educação, Saúde e Assistência Social, entre outras, possam atuar tanto no combate diário à violência quanto nas medidas preventivas. Não existe fórmula mágica. Vamos avançar, mobilizar a sociedade com medidas como o convênio com o Disque-Denúncia, reabertura de Cieps e realização de ações sociais e de policiamento”, afirmou Rodrigo Neves, destacando a importância do trabalho integrado entre o Executivo, Legislativo, Judiciário e as forças de segurança.

Integração – O Gabinete de Gestão Integrada Municipal é composto pelas secretarias de Ordem Pública, Executiva, Governo, Planejamento, Participação Social e Assistência Social, além da Defesa Civil municipal, NitTrans e pela Coordenação-Geral do Comitê Integrado de Prevenção.

Também participam o comando do 12º Batalhão de Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, comando do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Poder Judiciário, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense, Câmara de Vereadores e representantes da sociedade civil. 

Fonte: O Fluminense










quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Projeteee – Projetando Edificações Energeticamente Eficientes






A promoção da eficiência energética de edificações é uma estratégia de relevância cada vez maior para a mitigação da mudança global do clima, considerando o crescimento das emissões no setor energético e o fato de que o setor de edificações responde atualmente por mais de 40% do total da eletricidade consumida no Brasil.

Com a iniciativa de fomentar melhorias nas práticas de uso dos recursos energéticos junto à sociedade, o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), executa o projeto “Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil”, apelidado de Projeto 3E (Eficiência Energética em Edificações). O objetivo principal do projeto é influenciar e desenvolver o mercado de eficiência energética em edificações comerciais e públicas.

No âmbito do Projeto 3E, contratou-se o Projeteee – Projetando Edificações Energeticamente Eficientes, primeira plataforma nacional que agrupa soluções para um projeto de edifício eficiente, com intuito de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo PROCEL/Eletrobrás e a Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. O Projeteee é uma ferramenta pública com uma interface de fácil uso e possui mensalmente cerca de 20 mil acessos. Além de servir como suporte didático a alunos dos cursos de Arquitetura, a plataforma possibilita que os profissionais da construção civilintegrem a seus projetos a variável da eficiência energética especialmente através de elementos bioclimáticos,garantindo, além da redução da demanda energética, o conforto dos usuários no interior das edificações.

Para isso, o Projeteee apresenta dados de caracterização climática de mais de 400 cidades brasileiras, com indicação das estratégias de projeto mais apropriadas a cada região e detalhamentos da aplicação prática destas estratégias – que englobam aquecimento solar passivo; inércia térmica (para aquecimento e resfriamento); resfriamento evaporativo; sombreamento e ventilação natural. Através da plataforma, o usuário pode ter acesso ao programa Sol-Ar, desenvolvido pelo Laboratório de Eficiência Energética em Edificações- LabEEE/UFSC, que permite a manipulação da carta solar e da rosa dos ventos com dados de cidades selecionadas.

Além disso, o Projeteee contém dados das propriedades térmicas de uma variedade de componentes construtivos e disponibiliza uma ferramenta para o cálculo de transmitância térmica de componentes sugeridos pelo usuário. A pesquisa dos materiais mais utilizados na indústria da construção brasileira e suas propriedades, visa sensibilizar os profissionais projetistas acerca da importância da definição dos elementos da envoltória em edifícios.

Considerando ainda a importância dos equipamentos de condicionamento de ar, iluminação e de geração distribuída para a eficiência energética de edificações, a plataforma disponibiliza conteúdo didático sobre o funcionamento e aplicabilidade desses equipamentos.

Espera-se que a plataforma contribua de forma expressiva para a difusão do paradigma da eficiência energética. Boa navegação e muitas inspirações para projetos de arquitetura e engenharia mais eficientes e sustentáveis!

Para saber mais clique aqui.
Fonte: SMARHS












Sociólogo Boaventura de Souza Santos fará conferência em Niterói







O sociólogo português Boaventura aterriza em Niterói para um diálogo em torno dos principais desafios da gestão pública, em ambientes democráticos no século XXI.

O seminário “Democracia e Gestão Pública no Século XXI” promove um ambiente de diálogo em torno dos principais desafios da gestão pública em ambientes democráticos no século XXI. O evento será ministrado pelo sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, premiado na área de Ciências Humanas e Educação e professor da tradicional Universidade de Coimbra, em Portugal. A apresentação vai contar com diferentes visões sobre o desenvolvimento das instituições que constituem as administrações públicas em várias esferas e questões cotidianamente enfrentadas, como transparência e participação.

O seminário é uma parceria entre a Fundação de Artes de Niterói e o Instituto Novos Paradigmas e conta com o apoio da Escola de Governo e Gestão de Niterói. Anota na agenda: dia 31 de agosto no Teatro Popular Oscar Niemeyer e 1º de setembro no auditório do Caminho Niemeyer , com entrada gratuita! 

Produção orgânica está em expansão no país





Em 2017, o setor faturou R$ 3,5 bilhões no mercado nacional

Há várias gerações a agricultura orgânica está presente na rotina da família da paraibana Maria Alves, de 65 anos, uma das coordenadoras de um movimento de produção regional na Grande São Paulo. O exemplo veio da avó que viveu mais de 100 anos e dedicou-se à agricultura.

“Eu vivi sempre na agricultura. Com 7 anos, eu já ajudava meu pai. Em família de agricultores, os filhos já começam muito cedo a trabalhar. Minha avó viveu 101 anos, sempre na agricultura, foi uma mulher que enfrentou muitas coisas, mas ela criou os filhos dela e era uma mulher feliz”, disse Maria Alves.

No ano passado, o setor de orgânicos, incluindo alimentos – in natura e industrializados –, cosméticos e têxtil, faturou R$ 3,5 bilhões apenas no mercado nacional, de acordo com dados do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis). Em 2016, o faturamento foi R$ 3 bilhões. No primeiro ano do levantamento, em 2010, o setor havia faturado R$ 500 milhões.

Dados

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atualmente são 17.075 registros de entidades produtoras de orgânicos no país, das quais cerca de 70% dos produtores são de agricultura familiar.

Em 2013, eram apenas 6.700 registros. O último censo do setor, de 2006, mostra ainda que a agricultura familiar participava com 30% do valor bruto da produção agrícola e agropecuária no Brasil, o que representava em torno de R$ 12 bilhões, segundo dados do ministério.

Existem dois tipos de certificação para produtores orgânicos. O ministério tem, atualmente, oito certificadoras credenciadas que fazem a fiscalização das propriedades e assumem a responsabilidade pelo uso do selo brasileiro.

Acesse a publicação da pesquisa da Organis aqui.

Há também os Sistemas Participativos de Garantia (SPG), em que grupos formados por produtores, consumidores, técnicos e pesquisadores se certificam, ou seja, estabelecem procedimentos de verificação das normas de produção orgânica daqueles produtores que compõem o sistema. Tanto as certificadoras quanto os SPG precisam ser credenciados no Ministério da Agricultura.

Qualidade

Para a agricultora Maria Alves, a importância da produção orgânica está em preservar a terra, oferecer alimentação de qualidade à sociedade e cuidar da própria saúde ao não utilizar agrotóxicos e ainda produzir no modelo chamado agroecológico com respeito à biodiversidade e aos ciclos biológicos.

“Isso é segurança alimentar, mas ainda não temos soberania porque a pequena agricultura também precisa de incentivos, de ciência, de técnicas de apoio para podermos ampliar. É bom que todo mundo coma bem, por que não?”, reagiu.


Armazém do Campo vende produtos orgânicos, em Campos Elísios, região central de São Paulo - Rovena Rosa/Agência Brasil


Integrante de uma ação coletiva de produção regional com membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Maria Alves defende que o princípio econômico que rege a produção agrícola é o do “lucro ótimo” e, não do “lucro máximo”.

“A pequena agricultura [familiar] tem a diversidade, é normal você ter um pedacinho de terra e ali você ter um galinheiro, uma criação de pequenos animais, uma horta, um pomar, é diversidade. Você já ouviu falar que pequeno produtor ficou rico plantando? A ideia não é o lucro máximo, a gente tem que pensar no lucro ótimo: eu tiro meu sustento, eu consumo aquilo que eu planto com segurança e o excedente eu comercializo com segurança também porque você vem adquirindo consciência”, disse.

Preço

Maria Alves discorda da supervalorização dos produtos orgânicos em relação ao preço que é comercializado nos supermercados. “O certo não é ter um produto para ganhar muito dinheiro, esse produto vai para as mesas, vamos fazer um preço que as pessoas tenham acesso. Produzir com qualidade, talvez não com quantidade, porque quando você pensa em quantidade você vai explorar ou o homem ou a terra. Não pode ser um projeto de exploração e recursos", disse.

Edição: Carolina Pimentel

Fonte: Agência Brasil









Malha cicloviária das capitais cresce 133% em 4 anos e já passa de 3 mil quilômetros





São 3.291 km de vias destinadas aos ciclistas; em 2014, eram 1.414 km. Ainda assim, elas correspondem a apenas 3,1% da malha viária total das cidades.

Malha cicloviária das capitais ultrapassa os 3 mil quilômetros (Foto: Igor Estrella/G1)


As capitais do país já contam com 3.291 km de vias destinadas a bicicletas, o que representa um aumento de 133% em quatro anos. É o que mostra levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews junto às prefeituras das 26 cidades e ao governo do Distrito Federal. Os dados são referentes ao mês de julho.

Em 2014, eram 1.414 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Apesar de a malha cicloviária ter mais que dobrado de tamanho no período, ela ainda corresponde a apenas 3,1% da malha viária total dos municípios (107.144 km).

A equipe da GloboNews em Movimento testou as ciclovias de três capitais com a maior malha do país: São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.


Assista ao vídeo: http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/ciclovias-do-pais-mais-que-dobraram-nos-ultimos-quatro-anos/6979561/


Para especialistas, é preciso mais. E isso não se resume apenas a um número maior de vias, e sim a novas formas de integração com outros meios de transporte e a um planejamento adequado.

“É impressionante o número de brasileiros que não se locomovem por não ter ofertadas formas de se locomover. E a bicicleta é esse veículo tão inclusivo, tão importante, até como promoção de direitos humanos fundamentais”, diz Daniel Guth, consultor e coordenador de projetos da associação Aliança Bike.

Carlos Aranha, coordenador de Mobilidade Urbana da Rede Nossa São Paulo, afirma que é preciso pensar em soluções intermodais. “A gente tem experiências muito interessantes no exterior de integração de bicicleta com ônibus, com metrô e com trem. Você pode percorrer parte do trajeto de bicicleta e depois pode carregar a bicicleta junto com você. Em São Paulo, a gente tem um horário extremamente reduzido para trens e metrô. São pouquíssimos ônibus que aceitam a bicicleta. Na prática, é um serviço que você ainda não pode contar. Então, o poder público pode estimular o uso da bicicleta, e a integração com o transporte público, estendendo esses horários, criando espaço para bicicleta com ônibus, trens e metrô.”

Técnico do Departamento de Saúde Pública, Meio Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Thiago Herick de Sá propõe quatro ações para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades no futuro.

“Primeiro, temos que envolver a sociedade como um todo desde o princípio nos planejamentos de políticas públicas de mobilidade, em particular no apoio ao uso da bicicleta. Esse é um aspecto fundamental. O segundo aspecto é fazer uma avaliação muito criteriosa, do impacto dessas políticas na saúde, na economia, na redução dos gastos em saúde para a população como um todo. O terceiro é ter um trabalho intersetorial. Trazer o setor saúde, trazer o setor de transporte, de energia, de planejamento urbano. A gente precisa de todo mundo na mesma mesa para construir isso de uma forma sistêmica e de uma forma integrada. O quarto elemento é construir junto com a sociedade uma visão de futuro”, afirma.




Exemplos

A cidade de Rio Branco continua com a maior proporção de vias destinadas a bicicletas em relação à malha viária total (13,4%) e ao número de habitantes (3.570 por km de via), assim como no primeiro e no último levantamentos do G1.


Ciclovias e ciclofaixas representam 13% da malha total da cidade, maior índice do país (Foto: Caio Fulgêncio/G1)


Mas outras capitais também merecem destaque. No último ano, a malha cicloviária de Brasília, por exemplo, ultrapassou a do Rio de Janeiro. Hoje, ela fica atrás somente de São Paulo. Mas a meta do governo é ainda em 2018 alcançar o topo do ranking, com 600 km de pistas para bicicletas.

Para os próximos cinco anos, a capital do país tem um desafio ainda maior: quer se tornar a cidade com mais ciclovias e ciclofaixas da América Latina, chegando à marca de 1.200 km.

Fortaleza, que aparece na quarta posição com 229,6 km de vias destinadas às bikes, também tem um projeto ousado: chegar a 320 km até 2020.

Já Belo Horizonte, que tem apenas a 11ª malha cicloviária entre as capitais, com 89,9 km de vias, planeja mais que quadruplicar esse número. A intenção é que até o fim deste mandato a cidade conte com 400 km de ciclovias e ciclofaixas.

Para Victor Andrade, coordenador do Laboratório de Mobilidade Sustentável da UFRJ, a ampliação da malha cicloviária depende de força política. E essa política precisa ser permanente, diz. Ele afirma que muitas vezes após a expansão as cidades acabam sofrendo com a falta de manutenção.

“A ampliação da malha depende muito da pauta, do partido, do prefeito e de seus interesses. Mesmo os que investem, quando comparando com veículos motorizados, ainda é algo muito irrisório. É um investimento pouco representativo na política de transporte. No Rio de Janeiro e em São Paulo, houve ampliação da estrutura exclusiva para bicicleta, mas já é possível ver um desmonte dessa estrutura com a falta de manutenção. Há uma precarização. Já Fortaleza e Brasília estão com força total."


Brasil tem uma média de 15 mil habitantes para cada quilômetro de ciclovia (Foto: Igor Estrella/G1)



Na outra ponta

Três cidades figuram no topo de baixo da tabela quando o assunto é a implantação de ciclovias. São Luís tem o pior índice de malha cicloviária por habitante: são 60.659 pessoas para cada quilômetro. Manaus tem a pior proporção entre a malha cicloviária e a malha viária total da cidade: 0,85%. E Macapá tem o menor número de vias para bikes entre as capitais: 11,8 km.

Em Macapá, a Companhia de Trânsito e Transporte diz que há projetos executivos que deverão ser licitados ainda neste ano e que irão contemplar ciclofaixas e ciclovias, dentro do âmbito do PAC Mobilidade. A ideia é que a malha cicloviária corte a cidade de ponta a ponta, com uma extensão de 42 km.

Em São Luís, a Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento diz que está em andamento uma proposta de recurso com o Ministério das Cidades, para, entre outras ações de infraestrutura urbana, implantar mais ciclovias e ciclofaixas na capital.

Em Manaus, a atual gestão diz que “tem feito o possível para avançar no conceito de mobilidade urbana em todas as obras da Secretaria Municipal de Infraestrutura, contemplando, entre outras medidas, a criação de ciclovias e ciclofaixas em suas ações”.

“Alguns parques e praças da cidade já contam com espaço delimitado para os ciclistas. O Parque Ponte dos Bilhares, gerido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, é referência para os ciclistas da cidade. Os ciclistas contam, ainda, com duas bike station (estações de reparos para bicicletas, contendo ferramentas de utilidade)”, afirma a prefeitura.


Ciclofaixa no centro de Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1)


Com a inauguração do projeto Manôbike, além dos quilômetros criados, a administração municipal diz que, no futuro Parque Camapuã, que atenderá a Zona Leste, a projeção é ganhar mais 1.200 metros de ciclofaixa. “Além disso, outras vias deverão ser contempladas com área para ciclistas no novo conceito de bairro planejado em grandes proporções, aprovado recentemente pelo município e que será implantado numa área que interliga os bairros Planalto, Lírio do Vale e Tarumã. Outro trecho que também está em análise, para a viabilidade de 6 km de uma ciclofaixa, é o Corredor Viário do Mindu. Essa nova ciclofaixa será interligada ao trecho já existente do modal na avenida Natan Xavier, contemplando mais de 12 quilômetros, fazendo o trajeto entre as vias João Câmara e Autaz Mirim.”

Fonte: G1












Itália ganha a ciclovia mais espetacular da Europa



Primeira etapa da Garda by Bike foi inaugurada com 2 km de extensão (foto: reprodução)


Inaugurada a Garda by Bike, a ciclovia que já foi batizada de “a mais bela de toda a Europa”.

O Lago di Garda, no norte da Itália, sempre foi um dos locais mais desejados pelos turistas, mas a partir de agora promete atrair os amantes do pedal.

Localizada entre Brescia, Verona e Trento, a obra tem 2,5 metros de largura, uma superfície de madeira e uma estrutura metálica, que vai permitir a todos os visitantes passearem 50 metros acima do nível da água.


Garda by Bike (Foto: divulgação)

Para construir os primeiros dois quilômetros de pista, foi preciso usar guindastes, cabos e até helicópteros para poder montar a estrutura na encosta dos montes que ladeiam o lago.

Quando completada, terá 140 quilômetros de extensão, e terá iluminação noturna para poder ser utilizada a qualquer hora.

Também vai servir como eixo de ligação entre duas outras grandes ciclovias, a Ciclovia del Sole (que atravessa o país de norte a sul, num total de 2000 km, e também providencia uma ligação para a Sardenha), e a Ciclovia VenTo (cujos 680 km vão ser feitos em paralelo ao rio Pó, entre Veneza e Turim), que ainda está em construção.


Garda by Bike (Foto: divulgação)

A expectativa é que a obra da Garda by Bike seja totalmente concluída até 2021 e os custos para realizá-la foram estimados em cerca de 102 milhões de euros. Com o uso de bicicletas tradicionais ou elétricas, o projeto também espera reduzir a poluição em 19 cidades da região


Fonte: Italianismo




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Piovono sassi, chiusa (e poi riaperta) la "ciclabile dei sogni" a sbalzo sul Garda

I forti temporali che hanno flagellato la zona hanno costretto le autorità locali a chiudere un tratto di 100 metri: poi il "via libera" dei geologi




L'incubo smottamenti si allunga sulla "ciclabile dei sogni" che corre a strapiombo sul Garda. Gli ultimi 100 metri della ciclopedonale a sbalzo sul lago di Limone sono stati chiusi ieri sera dopo la pioggia di sassi piovuta a causa del temporale che ha flagellato Capo Reamol. Dalla falesia che sovrasta la ciclopedonale, sono caduti dei frammenti di roccia che sono rimbalzati sulla ciclopedonale senza colpire nessuno.

Un sasso in particolare ha perforato la rete di protezione scheggiando una balaustra. Sul posto sono intervenuti i Vigili del fuoco di Riva per effettuare un sopralluogo alla presenza del sindaco di Limone, Franceschino Risatti. Questa mattina, dopo i controlli dei tecnici, e' arrivato il via libera per la riapertura totale. Il geologo dopo il sopralluogo in elicottero non ha avuto dubbi nel concedere il nulla osta alla riapertura totale della passerella.




"Garda by Bike", il maxi anello ciclabile che consentirà di pedalare per 140 chilometri lungo le coste gardesane attraversando Lombardia, Trentino Alto Adige e Veneto, è stata inaugurata nel suo primo tratto lo scorso 14 luglio alla presenza del ministro delle Infrastrutture Danilo Toninelli. L'opera complessiva, che avrà un costo di circa 102 milioni di euro, dovrebbe essere ultimata entro il 2021: per ora, sono pronti i primi due chilometri ciclopedonali a sbalzo sul lago - da Capo Reamol di Limone sul Garda al confine con la provincia autonoma di Trento - costati poco più di sette milioni e mezzo di euro.

Fonte: Repubblica 



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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Experimento pioneiro nas Ilhas Cagarras é tema de mostra em Copacabana



Placa sinalizadora do projeto existente na Ilha Comprida - Fernando Moraes/Projeto Ilhas do Rio / Divulgação


Por Denise Roque

Projeto Ilhas do Rio promove palestra sobre descobertas de pesquisa da flora da Ilha Comprida

RIO — O Projeto Ilhas do Rio organiza neste sábado, no Centro de Visitantes da Colônia de Pescadores, ao lado do Forte de Copacabana, uma mostra gratuita que mostrará as descobertas da pesquisa de flora do Monumento Natural das Ilhas Cagarras (MoNa Cagarras). Na ocasião, o pesquisador do Jardim Botânico, Massimo Bovini, responsável pelo projeto, dará uma palestra sobre o assunto.

— O projeto Ilhas do Rio abrange o MoNa Cagarras, que é um arquipélago formado por quatro ilhas, sendo uma delas a Ilha Comprida, na qual desenvolvemos em 2014 um experimento piloto, com o objetivo da erradicar o capim-colonião (espécie invasora que mata outras plantas) e recuperar a floresta nativa — explica o coordenador da pesquisa.

O Ilhas do Rio faz o levantamento de toda a biodiversidade marinha e terrestre das ilhas. Apesar da proximidade com a cidade, o Monumento Natural das Ilhas Cagarras ainda preserva uma flora muito rica, com florestas densas e presença de espécies que pensavam estar em extinção na cidade. Curiosidades como esta serão apresentadas na palestra de Bovini, que falará, sobretudo, do experimento de retirada do capim-colonião e do replantio de mudas de espécies nativas das ilhas, devolvendo a elas sua diversidade original.

— O Capim-colonião é uma espécie de origem africana, não faz parte da biodiversidade das Ilhas. É devastadora, facilmente inflamável e invasora no sentido de destruir outras espécies existentes na flora, pois deixa o solo pobre em nutrientes — detalha Bovini. — Utilizamos o fogo controlado, que queimou todo o capim, e logo após métodos com lona, que sombrearam a área, já que o capim-colonião se desenvolve com auxílio da luz solar. Usamos também herbicida e a roçada manual. Por fim, houve o plantio de 300 mudas de espécies nativas.


O pesquisador Massimo Bovini segurando mudas de plantas nativas para plantio. - Fernando Moraes/Projeto Ilhas do Rio / Divulgação


A mostra contará com fotos de flores e plantas encontradas nas ilhas, vídeos com registros das saídas de campo da equipe do Projeto Ilhas do Rio, maquete do arquipélago, além de exemplares da flora dessecadas e prensadas, que hoje fazem parte do herbário do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico, cedidos especialmente para a exposição.

De acordo com o pesquisador, o resultado do experimento na Ilha Comprida está sendo satisfatório, pois das 300 mudas plantadas, cerca de 10% vingaram e isso estava dentro do esperado. Agora, a partir das mudas que vingaram, e que já estão com 1,80m, uma nova metodologia será empreendida, estimando resultados mais consistentes daqui a um ano e meio.

A mostra e a palestra são abertas ao público. Sábado, a partir das 10h. Mais informações pelo e-mail ea@ilhasdorio.org.br. A lotação máxima para a palestra é de 20 pessoas.

*Estagiária sob supervisão de Ana Beatriz Marin


Fonte: O Globo










ENSEADA LIMPA: Secretaria Executiva apresenta trabalho em Congresso Brasileiro de Geologia






27/08/2018 - Entre os dias 20 e 24 de agosto a Secretaria Executiva da Prefeitura de Niterói esteve presente no Congresso Brasileiro de Geologia, no Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro. Na ocasião foi apresentado o trabalho intitulado “O PAPEL DO MAPEAMENTO DE RISCO A ESCORREGAMENTOS INTEGRADO À GESTÃO MUNICIPAL: O CASO DE JURUJUBA, NITERÓI (RJ)”, resultado de uma parceria gerada entre a coordenação do Programa Enseada Limpa e o Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos do Serviço Geológico do Rio de Janeiro (NADE/DRM-RJ). Este teve como objetivo reunir informações básicas a respeito de um projeto em andamento, que busca aplicar soluções de saneamento na comunidade de Salinas, em Jurujuba e teve por autoras Aline Freitas (geóloga e diretora do NADE/DRM-RJ), Joana Ramalho (geóloga do NADE/DRM-RJ) Valéria Braga (coordenadora do Escritório de Gestão de Projetos da Secretaria Executiva - EGP-Nit e coordenadora geral do Programa Enseada Limpa) e Luize Mello (assessora técnica da Secretaria Executiva).

O diferencial da apresentação foi o de levar aos participantes do evento - o qual reuniu representantes da comunidade acadêmica e científica de universidades, empresas privadas e demais órgãos representativos das diversas linhas de atuação dentro da Geologia - informações acerca dos encaminhamentos que a Prefeitura Municipal de Niterói têm dado como desdobramento da setorização de risco à escorregamentos realizada, priorizando intervenções mais simples e de baixo custo que sejam efetivas. Após as referidas obras, espera-se que a localidade obtenha maiores condições de estabilidade e que um maior número de casas possa receber as intervenções de saneamento.

Diverso parceiros tiveram envolvimento no desenvolvimento do projeto, gerando uma postura integrada, colaborativa e representativa. A coordenadora do EGP, Valéria Braga, atentou sobre a importância da integração de setores:

“O trabalho nasceu da inclusão da vertente de avaliação de risco geológico para o desenvolvimento de estudos e tomadas de decisão na região. O mapeamento, efetuado pelo DRM e apoiado por diversos setores da Prefeitura e Associação de Moradores, mostrou o quão válida é a integração de todos os setores envolvidos.”

Além da autoria na apresentação, a equipe do Enseada Limpa teve coautoria em outros dois trabalhos apresentados no Congresso: 

  • APRESENTAÇÃO DO MÉTODO UTILIZADO PELA DEFESA CIVIL DE NITERÓI/RJ NO MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO DE MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA NO MUNICÍPIO e 
  • CARTA DE RISCO E MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE MASSA EM JURUJUBA, NITERÓI (RJ) – PEIXE GALO E SALINAS

Ambos os trabalhos foram desenvolvidos pela equipe da Defesa Civil de Niterói.


Fonte: Secretaria Executiva












segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Plataforma que incentiva ações de voluntariado leva prêmio do HackNit




Os projetos vencedores foram considerados pelos jurados como os mais viáveis e mais próximos das metas de políticas públicas previstas pela gestão municipal. Foto: Bruno Eduardo Alves / Prefeitura de Niterói


No evento, 14 equipes participaram de uma maratona de 36 horas de troca de ideias

O incentivo ao voluntariado foi o grande vencedor do HackNit – primeira maratona de tecnologia promovida pela Prefeitura de Niterói. No fim da tarde de domingo (26), depois de 36 horas de troca de ideias, integração e muita conectividade, os 14 grupos apresentaram seus projetos e três deles foram selecionados pelos jurados como as melhores soluções digitais para a cidade de Niterói. Durante a premiação foi anunciado que ano que vem será realizada uma nova edição do evento.

Além da área de Voluntariado, a Saúde e a Educação também foram contempladas. O segundo lugar foi para o aplicativo SOS Educação, que visa incentivar a maior participação dos responsáveis na vida escolar dos filhos. Já o terceiro, ficou com a equipe que desenvolveu o aplicativo Vacina Ação – uma solução para aperfeiçoar o programa de vacinação do município e a comunicação entre os postos de Saúde e os usuários, com informações on-line sobre o calendário de vacinação.


Maratona: foram 36 horas de muito trabalho e criatividade. Foto Axel Grael

Mediando uma das mesas com especialistas em cidades inteligentes.

Escolas visitam o HackNit. Foto Axel Grael


Os projetos foram considerados pelos jurados como os mais viáveis e mais próximos das metas de políticas públicas previstas pela gestão municipal. O primeiro colocado levou R$ 20 mil, o segundo, R$ 10 mil e o terceiro, R$ 5 mil.

De acordo com a secretária de Planejamento, Modernização da Gestão e Orçamento, Giovanna Victer, a meta é aproveitar ao máximo as propostas apresentadas pelas equipes nesta primeira edição do evento.

"Não estamos encerrando esse projeto aqui. Vamos dar continuidade e criar a comunidade HackNit para pensar e estruturar a hackathon de 2019 e além das propostas premiadas que ficarão em Niterói, vamos encaminhar as soluções e os contatos dos participantes para outras cidades. Queremos ver essas soluções funcionando", disse.

A equipe campeã desenvolveu uma plataforma denominada de Hago, que incentiva o voluntariado. Segundo os integrantes da equipe, hago significa homem em ação e com a plataforma eles querem ajudar os niteroienses a buscarem ações de solidariedade, participarem delas e acompanhar os resultados esperados.

Morador do bairro Santa Bárbara e integrante da equipe campeã, Artur Oliveira Guedes, de 25 anos, disse estar duplamente feliz: primeiro pelo prêmio, segundo por contribuir com a cidade onde vive:

“A ficha demora a cair. Foi a primeira vez que participei de um hackathon. Não conhecia ninguém da minha equipe. Nos conhecemos aqui e rolou essa sintonia que acabou em vitória. Como morador de Niterói fico feliz em poder ajudar a Prefeitura a oferecer serviços ainda melhores para a população”.

Além do prêmio em dinheiro, a equipe da Hago vai poder, a partir de novembro, entrar em uma etapa avançada da HackBrazil, a chamada “fase Maker”, sem passar pelo processo inicial de seleção e receber mentoria da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ambos dos Estados Unidos, para aperfeiçoar seus projetos.


Fonte: O Fluminense









Programa Bicicleta Brasil é aprovado em comissão do Senado





Projeto de incentivo à bicicleta na mobilidade foi aprovado hoje (7) na Comissão de Serviços de Infraestrutura, e segue agora à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

Após passar pela Câmara, o projeto de lei que cria o Programa Bicicleta Brasil (PLC 83/2017), de incentivo ao uso da bicicleta na melhoria da mobilidade urbana, obteve nesta terça-feira (7 de agosto) relatório favorável e foi aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. A proposta é do deputado Jaime Martins (PSD-MG), e segue agora para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Legislativo Federal.

O Programa Bicicleta Brasil (PBB) visa promover a integração das bicicletas ao sistema de transporte público coletivo; apoiar estados e municípios na instalação de bicicletários públicos e na construção de ciclovias e ciclofaixas; e promover campanhas de divulgação dos benefícios do uso desse meio de transporte.

Conforme o projeto, o PBB vai integrar a Política Nacional da Mobilidade Urbana (Lei 12.587, de 2012), será financiado por 15% do total arrecadado com multas de trânsito e coordenado pelo Ministério das Cidades. As ações poderão ser financiadas também com recursos da Cide-Combustíveis, por meio de alteração na lei que fixa os critérios desse tributo (Lei 10.636, de 2002) e no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 1997).

O relator, senador Rodrigues Palma (PR-MT), disse concordar com a criação de um programa de estímulo ao transporte sobre duas rodas. Segundo ele, "a arrecadação com multas de trânsito é da ordem de R$ 9 bilhões anuais, o que significaria que, aprovada fração de 15% para a infraestrutura cicloviária, investiríamos nesse segmento da mobilidade urbana mais de R$ 1 bilhão anuais", afirmou o senador.


Fonte: Mobilize





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Qual a participação da bicicleta na economia do país?





Foi divulgado hoje (28) o estudo inédito "A Economia da Bicicleta no Brasil", realizado pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) e Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABMOB/UFRJ). O objetivo foi mapear e monetizar o complexo econômico da bicicleta no Brasil.

Pouco mais de um ano durou este trabalho, cuja conclusão agora revela com maior clareza e atualidade dados sobre a participação da bicicleta na economia nacional. As perguntas colocadas pelos pesquisadores foram as seguintes: quantos empregos o setor gera, quantas bicicletas, partes e peças são produzidas e importadas? Quantas bicicletarias existem no Brasil e qual o impacto do uso desse meio de transporte ativo no orçamento familiar? Quanto é investido em estrutura cicloviária, no país, ao longo de um ano?

O estudo foi estruturado a partir de uma divisão em cinco dimensões, ou abordagens: Cadeia Produtiva, Políticas Públicas, Transportes, Atividades Afins e Benefícios. Para cada uma, foram colocadas 22 temáticas. Ao final, o estudo obteve números inéditos sobre questões como: geração de empregos, exportações, ciclologística, cicloturismo, investimentos em produção científica, cicloativismo, entre outros.




Os dados mostraram, por exemplo, que em 2015 mais de cinco milhões de bicicletas e quase 70 milhões de peças e acessórios foram produzidas e importadas no país, gerando cerca de 25 mil empregos na fabricação, distribuição e comercialização de peças e serviços. A soma dos salários pagos em 2016 para todo setor de bicicleta alcançou R$ 384 milhões/ano.

A pesquisa também apresentou um panorama abrangente da malha cicloviária nas capitais, e o quanto essa estrutura representou em termos de investimentos públicos.

Nesse ponto, São Paulo e Rio de Janeiro foram as cidades que concentraram os maiores investimentos em infraestrutura - R$ 286 milhões e R$ 253 milhões, pela ordem - e também o maior número de ciclovias e ciclofaixas: 498,40 km (São Paulo) e 441,10 km (Rio).

Mas o estudo revelou também dados curiosos. Exemplos: Vitória (ES) é a capital que mais tem se destacado na implantação da malha cicloviária, se levarmos em conta a dimensão de seu território (R$ 287 mil/km2 de extensão terrestre contra R$ 211 mil/km2 do Rio de Janeiro). E Rio Branco (AC) é a cidade que mais investiu em estrutura cicloviária por habitante (R$ 111,42 per capita contra R$ 25,47 per capita em São Paulo).

Outra temática importante abordada pelo estudo é como a bicicleta pode ser utilizada na esfera doméstica. Cinco famílias de classes socioeconômicas diferentes, que usam a bicicleta como meio principal de transporte, alternativo ou apenas para lazer foram acompanhadas por uma equipe de pesquisadores. Fazendo comparativos com relação a carros particulares, táxis e transporte público, foi possível notar uma economia significativa ao final da análise: em uma das famílias entrevistadas, a economia pode chegar a R$ 13.824,00 (anuais) com a troca de ônibus pela bicicleta, por exemplo.

Estes e outros dados podem ser acessados no site do estudo. Ou pela seção Estudos do Mobilize, clicando aqui.

Fonte: Mobilize













Niterói mantém 1º lugar em ranking de limpeza urbana



Clin recolhe, por mês, mais de 11 mil toneladas de resíduos de coleta domiciliar e cerca de 2.400 toneladas de varrição. Foto: Divulgação / Alexandre Vieira / Prefeitura de Niterói


Além da liderança no Estado, na escala nacional, município ocupa a segunda posição

Pelo segundo ano consecutivo, Niterói conquistou o primeiro lugar no Estado do Rio e a segunda melhor posição no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (Islu), desenvolvido pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb). Nesta 3ª edição foram avaliados 3.374 municípios de todo o País, incluindo as capitais, e Niterói obteve nota 0,742, ficando atrás apenas da cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, no quadro de cidades com mais de 250 mil habitantes.

Assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, o Islu varia entre 0 (zero – baixo desenvolvimento) e 1 (um - alto desenvolvimento), analisando os dados oficiais mais recentes disponibilizados pelos próprios municípios no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O objetivo é medir a aderência das cidades em relação ao cumprimento das metas e diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, conhecida como PNRS.

O presidente da Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin), Luiz Carlos Fróes, comemorou mais esta conquista. “Mais uma vez, Niterói desponta no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana. Ainda temos muitos desafios pela frente, mas este resultado confirma que estamos no caminho certo”, afirma Fróes.

A Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin) recolhe, por mês, mais de 11 mil toneladas de resíduos de coleta domiciliar e cerca de 2.400 toneladas de varrição. Outros resíduos como galhos, lodo e entulhos chegam a acumular 1.800 toneladas. Quanto aos recicláveis são recolhidos aproximadamente 180 toneladas mensalmente na cidade.

“A Clin trabalha com o sistema de recolhimento seletivo porta a porta, que é realizado em toda a cidade de forma setorizada, de acordo com os bairros e a demanda de resíduos. Temos ainda nove Ecopontos, onde o contribuinte pode descartar seus recicláveis e obter desconto na conta de luz”, explica Fróes, ressaltando que além dos recicláveis comuns (papel, plástico, vidro e metal), a companhia conta com projetos para o reaproveitamento de diversos materiais, como óleo de cozinha usado, pilhas e pneus.

De acordo com o Código de Limpeza de Niterói, a Clin dá destino final adequado a todo resíduo da cidade. O município continua desenvolvendo projetos para, cada vez mais, aderir às diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Atualmente, o material coletado é destinado ao transbordo do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) no Morro do Céu, onde, após serem pesados são transportados ao CTR de Alcântara, em São Gonçalo. Os resíduos de serviço de saúde são destinados ao CTR de Itaboraí. Já a coleta de materiais recicláveis recebe várias destinações como as cooperativas de catadores e projetos educacionais desenvolvidos no galpão de reciclagem da Clin.

“O Islu deixa claro que as cidades que conseguiram tratar a coleta e o manejo de resíduos como uma ‘utility’, adotando uma das premissas da legislação, que é garantir a sustentabilidade econômico-financeira para a realização das atividades, conseguem melhorar os seus resultados em praticamente todos os indicadores. Niterói é prova disso”, afirma Carlos Rossin, engenheiro especialista em sustentabilidade e um dos responsáveis pelo estudo.

Fonte: O Fluminense













VANDALISMO: Gastos com depredação do patrimônio público dariam para custear seis UPAs por um ano



Ônibus incendiado na Linha Amarela, após operação no Alemão: 94 sofreram perda total em 2017 - Márcia Foletto / Agência O Globo


por Renan Rodrigues

O custo desse crime ao município do Rio foi de, pelo menos, R$ 75 milhões

RIO - Só tampas de bueiro, foram furtadas mais de dez por dia em 2017. E quem paga por esses atos de depredação do patrimônio público — crime com pena de até três anos de detenção — é a população. Ano passado, o vandalismo e o roubo desses bens custaram, pelo menos, R$ 75 milhões ao Rio, segundo levantamento feito pelo GLOBO. Com esse valor, daria para garantir o funcionamento de seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por 12 meses, considerando que, segundo a Secretaria estadual de Saúde, cada uma delas consome cerca de R$ 1 milhão ao mês.

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A fatura final, no entanto, pode ser ainda mais alta, já que várias empresas e órgãos públicos não identificam em seus orçamentos os gastos específicos com equipamentos danificados. Nessa conta, o setor de transportes é um dos mais afetados. No último ano, 94 ônibus tiveram perda total após serem incendiados, contabiliza a Fetranspor. Um prejuízo de R$ 42,3 milhões, e a capital está no topo desse ranking, com 50 veículos destruídos. E mais: a quantia sequer inclui vidros e estofamento de bancos danificados.

— O vandalismo é absurdo, a ponto de eu não conseguir calcular se o vidro foi quebrado por alguém que jogou uma pedra ou porque bateu num galho de árvore. Para cada 200 ônibus, preciso ter dez para-brisas no estoque para trocar todos os dias — afirma Cláudio Callak, presidente do Rio Ônibus, que reúne as empresas do setor no município.

O sistema de ônibus articulados também pesa nesse rombo. Mensalmente, o consórcio BRT gasta R$ 1,4 milhão com reparos nas estações, ou seja, R$ 16,8 milhões em um ano. Todos os meses, o BRT tem mais de três mil ordens de serviços para o conserto de portas, vidros, catracas e outros equipamentos. O resultado são veículos circulando em más condições e uma pressão cada vez maior sobre o valor da tarifa. E, apesar de ser um serviço oferecido por empresas privadas, o setor é uma concessão pública.

— O ônibus vem lotado, e as pessoas forçam a porta até quebrar — diz a passageira Joice Vicente.


Um bueiro sem tampa na Avenida Presidente Vargas: em média, dez peças foram furtadas por dia na cidade ano passado - Barbara Lopes / Agência O Globo



PLACAS E ATÉ PAPELEIRAS

Já nos trens, a SuperVia desembolsou R$ 10 milhões devido ao vandalismo e a furtos em 2017 (em média, 380 casos por mês, 85% diretamente contra composições). Se os ataques continuarem com essa frequência, a concessionária estima que, este ano, o custo da depredação será 30% maior que no ano passado.

Professor de Direito Penal da Fundação Getulio Vargas, Thiago Bottino destaca que, para coibir o crime, é preciso um esforço maior para identificar e punir os responsáveis:

— A dissuasão só terá efeito se o culpado tiver alta probabilidade de ser pego. Sem isso, nem a ameaça de mil anos de prisão surtirá efeito. Não se pode ter um policial em cada esquina. Mas a prefeitura tem câmeras na cidade inteira e as concessionárias também. Basta usar as imagens, identificar e punir.

Na administração municipal, somente a CET-Rio precisa substituir ou restaurar 850 placas por mês. A companhia ainda tem que trocar sinais de trânsito danificados, pelos quais desembolsa R$ 3,1 milhões num ano. Nem mesmo a limpeza urbana escapa. Na Comlurb, R$ 742 mil vão pelo ralo para substituir papeleiras e limpar pichações. Em média, cinco mil lixeiras são perdidas por ano (cada uma custa R$ 70). E, em 2017, a companhia removeu seis mil pichações.

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A Secretaria municipal de Conservação gastou R$ 1,3 milhão em 2017 com a reposição de 3.856 tampas de bueiro. Custo que será ainda maior neste ano: segundo a pasta, muitas peças foram repostas com parte do estoque que sobrou de 2016, comprado para a Olimpíada. De janeiro a julho, já foram gastos R$ 900 mil com a reposição de 1.357 peças. Os números da secretaria, contudo, não incluem o custo com o vandalismo em monumentos. Esse valor não foi informado.


Em junho, estação do BRT de Olaria foi fechada após roubo de cabos de energia - Pablo Jacob / Agência O Globo


O gasto com reparo e reposição de telefone público também não entrou na conta feita pelo GLOBO. Mas, de acordo com a Oi, cerca de 8.700 orelhões são danificados por mês, o equivalente a 13% dos 69 mil instalados no estado. Já a Light registrou 288 ocorrências de vandalismo: 200 apenas para trocar transformadores, um prejuízo de R$ 1,6 milhão.

DESALENTO DA POPULAÇÃO DIANTE DO PROBLEMA

Apesar de provocar um prejuízo milionário, a depredação do patrimônio público parece que não tem mobilizado a população, a ponto de as pessoas se manifestarem. O número de casos relatados ao Disque-Denúncia (pelo telefone 2253-1177 ou pelo aplicativo), por exemplo, diminuíram. Em 2017, já tinha registrado 7% menos reclamações sobre o tema, em relação ao ano anterior: 217 casos, contra 233 em 2016. E a tendência deve se acentuar em 2018. No primeiro semestre, foram 93 registros, frente aos 122 no mesmo período do ano passado — uma queda de 23,7%.

Para o coordenador da plataforma, Zeca Borges, a população tem se sentido abandonada pelos governos, o que explica esse desinteresse por denunciar:

— As pessoas não têm mais para quem levar o problema. Ninguém faz nada. As pessoas ficam abandonadas, com uma percepção de desalento.

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Ainda segundo Borges, além do prejuízo financeiro, esses atos incentivam novos episódios de depredação:

— Se alguma coisa está abandonada, você reforça esse descuido. Se um prédio está pichado, ele ficará ainda pior, porque aquilo simplesmente parece ser uma oportunidade para outros atos de vandalismo. Nos poderes públicos, há dificuldades para agir. O estado brasileiro não tem condições de reprimir certas atividades em função da falta de instrumentos legais. O problema de segurança relativiza as coisas, você começa a fazer escolhas entre tratar uma unha encravada ou fazer uma operação de coração.

‘O estado brasileiro não tem condições de reprimir certas atividades em função da falta de instrumentos legais’. Zeca Borges, Coordenador do Disque-Denúncia

PENSAR NOS OUTROS

Estudioso do povo brasileiro, o antropólogo Roberto DaMatta concorda com Zeca Borges. Segundo ele, no entanto, há diferentes tipos de vandalismo. Ele destaca a crença de muitos brasileiros de que o patrimônio público não pertence a ninguém:

— Todo mundo já urinou na rua, e quem ainda não fez isso vai fazer também. O vandalismo não existe em si. É consequência de uma sociedade desigual, brutalmente aristocrática, cuja preocupação com os outros é muito pequena.

A saída, indica o antropólogo, é a transformação social por meio da educação. Na opinião dele, a ética e a moralidade são conceitos que só são praticados com membros da família e amigos. Ele destaca, contudo, que isso precisa mudar, pois a cidade é caracterizada pelo anonimato:

— Você não aprende na escola primária essa gramática fundamental dos deveres. Quais são as minhas obrigações? Mas não apenas aquelas para com a minha família. O que eu divido com meus vizinhos? Como treinar para pensar nos outros? A gente fala muito em direitos. Quando você está falando em vandalismo, precisamos falar nos deveres dos cidadãos.


Fonte: O Globo