sábado, 30 de abril de 2011

Emissões de carbono da China poderão atingir o auge entre 2025-2030


A fumaça sempre presente no céu da China. Passei vários dias em diferentes partes da China e sempre tínhamos esta névoa a encobrir o sol. Foto Axel Grael
China carbon emissions could peak by 2025-2030
By Chris Buckley
BEIJING
Fri Apr 29, 2011 5:31am EDT

BEIJING (Reuters) - China, the world's biggest emitter of greenhouse gases, could peak in emissions by 2030 or earlier, says a study from U.S. researchers who foresee Chinese demand for appliances, buildings and much industry reaching "saturation" around then.

The study by energy and emissions experts at the Lawrence Berkeley National Laboratory in California adds to a growing body of studies that say China could reach its maximum output of carbon dioxide (CO2) within two decades.

That matters for more than China. Its emissions path will be crucial to determining whether the world can restrict total greenhouse gas emissions to levels less likely to trigger dangerous climate change, such as more intense droughts, floods and storms that threaten crops and economic growth.

"Once nearly every household owns a refrigerator, a washing machine, air conditioners and other appliances, and once housing area per-capita has stabilized, per-household electricity growth will slow," said co-author Mark Levine in a statement.

China, with 1.34 billion people, already emits a quarter of the world's CO2. This is more than the United States, historically the world's top emitter of the main greenhouse gas from human activity fuelling climate change.

It overtook the United States several years ago. India is the third top carbon polluter.

How soon China's emissions peak and at what levels will depend on how vigorously the government pursues cleaner growth policies, especially moving energy from coal to nuclear, hydro-power and renewable energy, said the researchers.

China generates most of its electricity using coal, the dirtiest of the fossil fuels, but is already investing heavily in cleaner energy.

The researchers say China can achieve a peak earlier and lower than other studies have suggested, in part because by about 2030, the country's demand for many emissions-intensive goods and industries will reach a plateau, a factor they say those studies overlook. Such goods include steel and cement.

"It is a common belief that China's CO2 emissions will continue to grow throughout this century. We believe that this is not likely to be the case," says the study, published on the website of the Lawrence Berkeley Laboratory's China Energy Group (china.lbl.gov/publications).

SLOWING POPULATION GROWTH

Among other reasons, the study cites computer models that indicate "urbanization will approach peak after 2030 or 2035; exports of energy-intensive industry will decline; and low population growth".

Chinese census data released on Thursday showed population growth already slowing sharply in the decade to 2010.

China's high and fast-climbing output of CO2 from coal, oil and gas has put it in the center of negotiations seeking a new global pact to deal with global warming.

In 2009, China's emissions of carbon dioxide from fossil fuels reached 7.5 billion tonnes, a rise of 9 percent on the previous year, according to estimates from the BP oil group. The United States emitted 5.9 billion tonnes.

Under a "baseline" model that assumes China builds on current emissions-reduction policies "consistent with trends in market-based improvement", the nation's emissions are likely to plateau around 2030-35 at about 12 billion tonnes of CO2.

Under a more stringent set of green policies, emissions peak between 2025 and 2030 at about 9.7 billion tonnes of CO2.

Based on this scenario, there would be a dramatic reduction in coal's share of energy production, to as low as 30 percent by 2050, compared to 74 percent in 2005. Nuclear power would expand to 86 gigawatts by 2020 and as much as 550 gigawatts by mid-century.

Writing in the Financial Times, British climate change expert Nicholas Stern said China's plans to reduce emissions per unit of gross domestic product could take annual emissions to 12 billion tonnes in 2020 and 15 billion tonnes in 2030.

This assumed 7 percent economic growth and an unchanged emissions reduction target per unit of GDP.

"While this would be a major reduction, it would make it difficult for the world to achieve the target of avoiding warming of more than 2 degrees Celsius, as agreed at the UN summit in Cancún last December," Stern wrote.

"So it is vital for the safety of the world, and China, for China to find a way of increasing its ambitions for reducing emissions, with a view to peaking at 12 billion or 13 billion tonnes in the early 2020s, and returning to about 9 billion tonnes by 2030."

Recent Chinese reports have also suggested the country could reach an emissions peak around 2030-35, while falling short of what experts have said Beijing needs to do to help the world escape dangerous levels of global warming.

Beijing has resisted officially spelling out when its emissions could peak and also rejected any internationally binding cap on the greenhouse gas levels of China and other developing countries, saying they should be allowed to grow out of poverty while rich nations lead the way in cutting carbon.
(Editing by David Fogarty)

Fonte: Reuters

Planeta pode se recuperar de aquecimento em 40 mil anos


Por: Redação TN / Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil

Estudiosos da Universidade de Purdue, em Indiana, descobriram recentemente que a Terra pode se recuperar do aquecimento global em um espaço de tempo menor do que o calculado anteriormente. Mas isso pode não ser necessariamente uma boa notícia para a população atual, já que, segundo os pesquisadores, o período de recuperação estimado é de 40 mil anos.

O trabalho, liderado pelo professor de ciências terrestres e atmosféricas Gabriel Bowen e publicado na última edição da Nature Geoscience, analisou os níveis dos isótopos carbono-12 e carbono-13 em sedimentos de rocha depositados no solo há 46 milhões de anos, quando o planeta passou por um evento climático que aumentou a temperatura da Terra em cerca de 5°C.

“Durante esse evento pré-histórico bilhões de toneladas de carbono foram lançadas no oceano, na atmosfera e na biosfera, causando um aquecimento de aproximadamente 5°C”, garantiu o cientista. Ele afirma que o evento tem muitas características em comum com o atual aquecimento. “Isso é uma boa analogia com o carbono liberado atualmente a partir dos combustíveis fósseis”.

De acordo com o estudo, calcula-se que o aquecimento global ocorrido nesse período pré-histórico durou cerca de 170 mil anos. Na pesquisa, o professor e seus colaboradores defendem que enfrentando altos níveis de dióxido de carbono na atmosfera e a elevação da temperatura, o planeta de alguma forma aumentou sua capacidade de absorver o CO2 do ar.

Bowen assegurou que a recuperação foi mais rápida do que a que cientistas criam anteriormente. “Nós descobrimos que mais da metade do dióxido de carbono adicionado foi absorvido da atmosfera em um período de 30 mil a 40 mil anos, o que é um terço do tempo que se pensava antes”, observou.

Mas o cientista alerta que assim mesmo o período de tempo é muito longo, de “dezenas de milhares de anos”. Há 20 anos, pesquisadores já tinham conhecimento do evento pré-histórico, mas como o sistema se recuperou e como a atmosfera retornou ao normal ainda é um mistério. “Nós ainda não sabemos exatamente para onde este carbono foi, mas evidências sugerem que foi uma reação muito mais dinâmica do que os modelos tradicionais mostram”.

“Nós precisamos descobrir para onde o carbono foi há milhares de anos para saber aonde ele poderá ir no futuro”, acrescentou o professor. “Essas descobertas mostram que a reação da Terra é muito mais dinâmica do que nós pensávamos e ressalta a importância das retroações no ciclo de carbono”.

* Com informações de agências internacionais.

Fonte: TN Sustentável

Primeira escola verde da América Latina será inaugurada no Rio de Janeiro

Painéis solares, área para reciclagem e reaproveitamento de água da chuva são algumas - das muitas - características que compõe o projeto da primeira escola sustentável do país, desenvolvido pelos arquitetos da Arktos – Arquitetura Sustentável, Maria José De Mello Gerolimich e Rafael Tavares de Albuquerque.

Previsto para ser inaugurado no próximo dia 07, o Colégio Estadual Erich Walter, localizado em Santa Cruz na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, foi escolhido para ser o Piloto da Primeira Escola Padrão Verde da América Latina, (UEC Unidade de Ensino Catavento) o primeiro de outros 40 possíveis projetos de escolas verde no país. A obra de Santa Cruz é uma parceria bem sucedida entre a SEEDUC do Rio de Janeiro (Secretaria de Estado de Educação) e a empresa ThyssenKrup CSA.

Os arquitetos responsáveis pela Escola Padrão contam que desde 2004 vem lutando pela implantação do Projeto Educacional Sustentável. “Sempre focamos nosso trabalho em escolas, pois temos grande afinidade com o assunto e entendemos que não houve grandes investimentos, novidades e aprimoramento no campo da Educação nos últimos 30 anos”, disse a arquiteta e autora do projeto, Maria José.

Somente agora, em 2011, com incentivo da empresa ThyssenKrup CSA, foi possível promover uma estrutura escolar sustentável e inovadora. Tanto que o Colégio Erich Walter foi indicado pelo próprio Green Building Council Brasil, como estudo de caso, na Feicon 2011, por conta do pioneirismo em Escolas Sustentáveis no país. Esta é a primeira escola a conseguir certificação LEED Schools (sigla em inglês para liderança em energia e design ambiental), própria para escolas com projeto sustentável. Para ter uma ideia, apenas 120 escolas no mundo obtiveram essa certificação. Dessas, 118 ficam nos EUA, 1 na Noruega e outra em Bali.

“Com essa Certificação Internacional, todo o Mundo dá credibilidade e veracidade para as informações, ações, equipamentos, tecnologias e dados de eficiência a que foram propostos, pois fomos mensalmente monitorados por um consultor LEDD AP habilitado, devidamente documentado com fotos, dados técnicos e plantas e, após a conclusão da obra, ainda seremos monitorados para a avaliação dos resultados”, explicou a arquiteta.

Para obter a certificação LEED Schools, a escola precisa atender alguns requisitos, como a apresentação de um relatório ambiental da qualidade do solo, que comprove não haver perigo à saúde das crianças, e o tratamento acústico tanto nas salas de aula, como nos corredores e ambientes próximos.

O Projeto

O projeto foi desenvolvido com base nos aspectos da sustentabilidade, que de acordo com a autora promovem uma ação inovadora e educadora, já que o prédio passa a ser também educador e formador de cidadãos conscientes. “Para um país de terceiro mundo latino, e com a maior visibiladade no mundo pelo seus recursos naturais e potência, acredito que isso possa ser um marco em projetos inovadores, pois não se trata de prédio comercial, esportivo ou turístico”, afirmou Maria José.

A escola tem o formato de um catavento, que como o próprio nome sugere, "cata" o vento e promove através da exaustão do ar quente que sobe uma agradável sensação térmica interna, inclusive promovendo a iluminação natural durante todo o dia, que faz com que o consumo de energia de luz seja reduzido.

O projeto desenvolvido pela Arktos – Arquitetura Sustentável conta, ainda, com a instalação de bicicletários, vagas especiais para veículos de baixa emissão, aumento, manutenção e recuperação das áreas verdes originais encontradas no local, pavimentação permeável, telhado verde (com acesso à visitação), reaproveitamento das quadras existentes, redução de ilhas de calor, reaproveitamento de 100% do material de entulho que seria gerado na obra, área para reciclagem, uso de 70% da permeabilidade do terreno, ajudando a evitar as enchentes e ajudando na recuperação do lençol freático, reaproveitamento de água de chuva, em vasos sanitários, lavagem do pátio e irrigação de áreas verdes; uso de revestimento com baixos índices de compostos orgânicos voláteis, forros acústicos,válvulas de duplo acionamento, revestimentos com baixos índices de compostos orgânicos voláteis, forros acústicos, toda iluminação em lâmpadas LED, equipamentos de ar condicionado eficientes e painéis solares para aquecimento de água.

A escola é, também, totalmente adaptada para receber alunos com necessidades especiais. O projeto contempla desde a estrutura do prédio, onde as partes podem mudar de lugar facilitando a construção em qualquer tipo de terreno, até as características mais fundamentais como portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile.

Sobre a Arktos

Há 12 anos no mercado, a Arktos – Arquitetura Sustentável é um escritório formado por arquitetos associados que atua, principalmente, no Estado do Rio de Janeiro. Os projetos desenvolvidos têm como princípio básico unir sustentabilidade, qualidade, desempenho, ética, forma e funcionalidade. E é dessa maneira que a Arktos se destaca no mercado, com ações eficazes através de uma arquitetura eficiente.

Além de planejar e construir espaços inteligentes, o trabalho desses profissionais visa estimular e promover a auto-estima, a confiança, o bem estar e a qualidade de vida, bem como divulgar o uso consciente dos recursos naturais.

O diferencial da Arktos está na elaboração conjunta de todos os projetos envolvidos nas fases de uma construção, que vão desde a arquitetura propriamente dita, passando por todas as instalações prediais, inclusive, o projeto de cálculo estrutural.

Com foco no segmento educacional, a empresa preza por uma arquitetura educadora, já que através da própria construção é possível ensinar o uso consciente dos recursos naturais. Por meio da educação ambiental, tema que agrega valores imprescindíveis à formação das crianças e jovens, são formados cidadãos éticos e responsáveis.

Sempre em busca da qualidade e desempenho dos projetos, a Arktos propõe soluções financeiras viáveis aliadas à preservação das nossas riquezas naturais. Novas ideias, novas atitudes.

Fonte: TN Sustentável

Ao contrário do que pensam inimigos do Código Florestal, florestas podem ser uma oportunidade para o homem do campo

Assim como outros tipos de florestas brasileiras, a Caatinga pode ser manejada e gerar lucros para na propriedade rural. (Imagem obtida em TEAGRI

Manejo florestal reduz pobreza entre assentados na Caatinga

Agricultores familiares apoiados pelo Serviço Florestal conseguem renda de quase 2,5 salários mínimos por 30 dias de trabalho no ano quando inserem a atividade florestal no dia a dia.

O manejo florestal está ajudando assentados da reforma agrária em Pernambuco a melhorar as condições de vida. Agricultores familiares apoiados pelo Serviço Florestal Brasileiro têm obtido uma renda média de R$ 1.300 por família em 30 dias de trabalho por ano quando associam essa prática florestal às outras atividades econômicas.

"O uso sustentável dos recursos da Caatinga é uma fonte real de recursos para as famílias, ao mesmo tempo em que ajuda a conservar o único bioma exclusivamente brasileiro", afirma o chefe da Unidade Regional Nordeste do Serviço Florestal, Newton Barcellos.

Comunidades de 18 projetos de assentamentos do Incra e do Programa Nacional do Crédito Fundiário têm recebido assistência técnica para realizar todas as etapas do manejo. Isso inclui, por exemplo, planejar o uso da área destinada à atividade e saber selecionar as árvores e arbustos que serão utilizados para obter produtos florestais, principalmente a lenha.

O Serviço Florestal e a Associação Plantas do Nordeste, que realiza a assistência técnica, estão elaborando estudos detalhados comparativos da renda obtida com atividade agrícola, pecuária e florestal.

CONSERVAÇÃO - Em média, a área total para extração corresponde a 27% do assentamento, sendo o restante usado para agricultura, criação de pequenos animais e conservação da Caatinga.

A área separada pelas comunidades para o manejo é suficiente para viabilizar a realização do ciclo de corte de 15 anos e tornar o trabalho atrativo economicamente. Na atividade florestal sustentável no bioma Caatinga, somente 1/15 de todo o local voltado para o trabalho florestal, ou seja, em um talhão, pode ser usado a cada ano.

A principal vantagem para os assentados é a garantia de que, no ano seguinte, eles terão um outro talhão para trabalhar, e assim sucessivamente. Como a vegetação é extraída apenas de uma parte da área, quando o agricultor volta nela, as plantas já cresceram e se tornam fonte de renda novamente.

POTENCIAL - Já existem cerca de 5 mil hectares voltados ao manejo na Caatinga em Pernambuco, considerando a área manejada pelos agricultores dos 18 assentamentos apoiados pelo Serviço Florestal e de outros sete assistidos por outras instituições. Juntos, eles já respondem por 30% de toda área autorizada para o manejo no estado.

Existe potencial de expansão dessa atividade sustentável em assentamentos que têm cobertura florestal suficiente e onde a comunidade manifesta interesse. O Serviço Florestal trabalha para ampliar a assistência a agricultores familiares de mais um estado, o Piauí, e para incorporar mais projetos de assentamento, fortalecendo o manejo florestal comunitário e gerando renda.

Contato para a Imprensa
Divisão de Comunicação do Serviço Florestal Brasileiro
(61) 2028-7293/ 7277/ 7125
comunicacao@florestal.gov.br
Servico Florestal Brasileiro

Fontes: Serviço Florestal Brasileiro, Rema Atlântico e TEAGRI (imagem)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Jogos cooperativos: divulgando


ATENÇÃO: Para facilitar a leitura, basta clicar na figura.

Nova proposta de Aldo para o Código Florestal irrita o governo (e a todos nós!)


Votação da reforma da lei florestal deve ser na próxima semana.

O relator da reforma do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) deixou o governo irritado ao apresentar na Casa Civil, anteontem, sua proposta de texto de conciliação para a lei.

Segundo a Folha apurou, o novo texto não acata as sugestões feitas pelo Executivo e retrocede uma negociação que já era delicada. Tudo isso a cinco dias da data marcada para o início da votação no plenário da Câmara.

Uma fonte presente à reunião diz que o texto apresentado "retoma quase tudo o que o governo não aceitaria": a possibilidade de redução de 50% nas áreas de preservação permanente, a possibilidade de os Estados decidirem sobre onde é possível desmatar, a redução da proteção aos manguezais e a ampliação da anistia a crimes ambientais cometidos até julho de 2008.

O ministro Antônio Palocci (Casa Civil) pediu a Rebelo que refizesse a proposta. O PT, que quer adiar a votação, acusou quebra de acordo.

Os dois pontos mais sensíveis do substitutivo continuam sem resolução: a largura das APPs (áreas de preservação permanente) em margens de rio, ou ripárias, e a questão da reserva legal (área a ser deixada como mata nativa na propriedade) para imóveis de até quatro módulos fiscais.

O governo queria que as APPs ripárias fossem mantidas em 30 metros, podendo ser reduzidas para 15 metros para fins de recomposição.

Rebelo propôs reduzir a faixa de proteção a 7,5 metros para rios de até 5 metros de largura.

"A Confederação dos Trabalhadores na Agricultura me pediu essa especificidade. Há um problema social", disse o relator à Folha.

Para a reserva legal, ficou a proposta original de Rebelo de só obrigar sua reposição em imóveis de até quatro módulos fiscais ou na área de um imóvel qualquer que exceder quatro módulos.

"O acordo [com o governo] foi escrito, mas não havia sido vertido para a linguagem jurídica", justificou Rebelo. Ele diz que procura uma redação de consenso. "Vou em busca da unidade." Questionado sobre se iria refazer seu texto numa versão "2.0", porém, Rebelo declarou: "O automóvel é o mesmo".

(Folha de São Paulo)

Fonte: Jornal da Ciência

Chaminé solar: solução de baixo custo energético para a ventilação de edificações


Uso de chaminé solar para estimular a ventilação em ambientes pode reduzir a conta de luz, proporcionar conforto térmico e contribuir para a preservação do meio ambiente, indica pesquisa feita na UFSCar (divulgação)
 Ar-condicionado natural

Por Mônica Pileggi

Agência FAPESP – Morar em um país como o Brasil, onde cada região possui um clima diferente, pode ser bom para uns e ruim para outros. Um estudo realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sobre chaminés solares , no entanto, pode ajudar a refrescar quem vive em áreas mais quentes.

A chaminé solar desenvolvida pelo professor Maurício Roriz e seus orientandos Fernando Sá Cavalcante e Letícia de Oliveira Neves, do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia da UFSCar, adota o mesmo princípio de um aquecedor solar de água e pode ser instalada para estimular a ventilação natural em residências ou escritórios.

“A chaminé funciona como um coletor solar: os raios solares atravessam um vidro e aquecem uma placa metálica preta, situada abaixo dele. Aquecida, a placa emite calor, mas em frequência diferente da que vem do sol e para a qual o vidro é opaco. Assim, o calor entra, mas não consegue sair”, disse Roriz à Agência FAPESP.

Nos coletores solares convencionais a água se aquece ao circular em tubos que passam sob a placa quente. “Na chaminé solar, em vez de água passa o ar”, disse.

Esse ar-condicionado natural se baseia no chamado “efeito chaminé”: no interior da estrutura, o ar aquecido se torna mais leve e tende a subir, aspirando o ar dos ambientes e substituindo-o pelo ar exterior, mais puro e geralmente mais confortável, particularmente nos climas típicos do Brasil.

“Trata-se, portanto, de um processo de ventilação provocado por diferenças de temperatura e de pressão, sendo muito eficiente para promover o conforto térmico nas horas quentes, mesmo em áreas urbanas densamente ocupadas, onde os obstáculos impedem o aproveitamento da ação direta do vento”, comentou Roriz.

Arquitetura bioclimática

Por uma conjugação de diversos fatores, as cidades se tornam cada vez menos confortáveis, provocando as chamadas ilhas urbanas de calor. “Além dos obstáculos à ventilação natural, as áreas com pavimentação impermeável crescem, invadindo os espaços onde havia parques, bosques e jardins, cuja vegetação contribuiria significativamente para amenizar o clima”, disse o pesquisador.

De modo geral, os edifícios também não são projetados e construídos de modo a favorecer os processos naturais de promoção do conforto térmico. O uso indiscriminado do vidro, sem o devido sombreamento, transforma a edificação em verdadeiro coletor solar.

“Tentando se proteger, o usuário fecha cortinas, interrompendo a ventilação natural e escurecendo o ambiente. Então, acende lâmpadas, que também geram calor, assim como os outros equipamentos elétricos que usamos em nossos escritórios e residências. Desse círculo vicioso resultam desconforto e desperdício de energia”, disse Roriz.

Segundo ele, existem diversas técnicas e estratégias, denominadas bioclimáticas, que poderiam contribuir para elevar a qualidade dos edifícios, mas que ainda são pouco conhecidas e aplicadas no Brasil. Essas técnicas têm como objetivo contribuir com a preservação do meio ambiente e a eficiência energética do ambiente construído, obtidas por meio do uso racional dos recursos naturais, além de proporcionar o conforto térmico aos ocupantes das edificações.

A chaminé solar é uma das técnicas da arquitetura bioclimática, assim como as coberturas "verdes" (uso de vegetação sobre as coberturas das edificações), a refrigeração evaporativa (sistema natural de resfriamento baseado na evaporação da água) e a inércia térmica do solo e dos sistemas construtivos (que guarda o calor nas horas quentes para combater o frio das madrugadas, ou vice-versa).

De acordo com Roriz, é possível construir edifícios confortáveis sem condicionador de ar, aproveitando a ventilação natural. “Os condicionadores convencionais de ar ressecam o ambiente e prejudicam o sistema respiratório humano, além de impactarem negativamente o meio ambiente. A chaminé solar proporciona ventilação, sem consumir eletricidade e sem agredir a natureza”, afirmou.

Como um dos resultados da pesquisa, o professor desenvolveu um software, chamado Chaminé, que calcula a ventilação provocada por diferentes situações de uma chaminé solar, contém dados climáticos de mais de 300 cidades de todo o país e pode ser baixado gratuitamente no endereço www.roriz.eng.br/download_6.html .

Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Geração de lixo no Brasil cresce mais do que população e coleta seletiva

Destinação inadequada do lixo no Brasil segue preocupante/Foto: Arthur Rolim

O Brasil produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010, quantia 6,8% superior ao registrado em 2009 e seis vezes superior ao índice de crescimento populacional urbano apurado no mesmo período. Contudo, tanto a correta destinação desses resíduos quanto os programas de coleta seletiva não avançam na mesma proporção, segundo dados do estudo Panorama dos Resíduos Sólidos, divulgados na terça-feira, 26 de abril.

De acordo com o levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a média de lixo gerado por pessoa no país foi de 378 quilos (kg), montante 5,3% superior ao de 2009 (359 kg). Ao longo de 2010, o montante chegou a 60,8 milhões de toneladas de lixo. Dessas, 6,5 milhões de toneladas não foram coletadas e acabaram em rios, córregos e terrenos baldios. Do total de resíduos produzidos, 42,4%, ou 22,9 milhões de toneladas/ano, não receberam destinação adequada: foram para lixões ou aterros controlados (que não têm tratamento de gases e chorume).

Os programas de coleta seletiva também deixaram de avançar: dos 5.565 municípios brasileiros, 3.205 possuem alguma iniciativa de coleta seletiva. Em 2009, eram 3.152 - uma alta de apenas 1,6%, aquém do crescimento da geração de resíduos.

Mesmo com o aumento da geração de resíduos, o crescimento da coleta de lixo apresentou crescimento expressivo, superior à geração. Em 2010, das 60,8 milhões de toneladas geradas, 54,1 milhões de toneladas foram coletadas, quantidade 7,7% superior à de 2009.

O levantamento identifica ainda uma melhora na destinação final dos resíduos sólidos urbanos: 57,6% do total coletado tiveram destinação adequada, sendo encaminhados a aterros sanitários, ante um índice de 56,8% no ano de 2009.

Mesmo assim, a quantidade de resíduos encaminhados a lixões ainda permanece alta. “Quase 23 milhões de toneladas de resíduos seguiram para os lixões, em comparação a 21 milhões de toneladas em 2009”, afirmou o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Em relação à reciclagem, o estudo mostra tendência de crescimento, mas em ritmo menor ao da geração de lixo. Em 2010, 57,6% dos municípios brasileiros afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, ante 56,6% em 2009. “É importante considerar que, em muitos casos, as iniciativas resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária”, ressaltou o diretor.

Os dados mostram que o país está em uma trajetória ascendente na geração de resíduos, o que já havia sido verificado nos anos anteriores. No entanto, a destinação adequada não avança no mesmo ritmo, diz Carlos Silva Filho.

Centro-Oeste e São Paulo

A região Centro-Oeste foi a que mais descartou resíduos sólidos em lixões em 2010, segundo o levantamento. Das 13,9 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos coletados por dia, em 2010, no Centro-Oeste, 71,2% tiveram como destino final os lixões e aterros que não impedem a contaminação do meio ambiente. No Nordeste, onde foi produzida 38 mil toneladas diárias de resíduos, o porcentual de destinação foi 66%. No Norte, 65% das 10,6 mil toneladas de lixo diário recolhido não tiveram descarte adequado.

Nas regiões Sudeste e Sul o cenário é menos negativo. Das 92 mil toneladas de lixo coletadas diariamente em São Paulo, Minas Gerais, no Rio de Janeiro e Espírito Santo, 28,3% foram para lixões. Nos três estados do Sul, que juntos coletaram quase 19 mil toneladas por dia em 2010, o percentual de resíduos que tem destino inadequado é de 30,3%.

Em São Paulo, maior estado do país, a geração de resíduos por habitante subiu 9% em 2010. No mesmo período, a população paulista cresceu 1%. O número preocupa, segundo a Abrelpe, porque, caso continue a subir, não haverá infraestrutura adequada para acondicionar todos esses dejetos. De acordo com a pesquisa, cada paulista gerou 1,265 kg de lixo por dia em 2009, ante 1,382 kg no ano passado - como o estudo considera apenas números oficiais, o lixo clandestino, que fica nas ruas, praças ou terrenos baldios e não é coletado, deixa de ser contabilizado.

A boa notícia é que São Paulo foi o estado que mais avançou na gestão do lixo, ao destinar menos resíduos para lixões - 8,7%, ou 4.776 toneladas/dia. Desde 1997, o governo estadual vem implementa ações para interditar lixões e regularizar aterros, explicou ao Estadão Maria Heloisa de Assumpção, engenheira da Cetesb, a agência ambiental paulista. "Em 1997, 77,8% dos municípios paulistas dispunham o lixo de forma inadequada. Hoje, são apenas 3,7%", comparou.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

Regulamentada em dezembro de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que atualmente está em fase de estruturação, estabelece a extinção dos lixões até 2014, o que significa que os 61% dos municípios brasileiros que ainda destinam o lixo de forma inadequada têm pouco tempo para se adaptarem.

Para Silvano Silvério Costa, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, o prazo para adequação dos municípios é factível. "O Brasil precisa trabalhar para cumprir a lei [PL 1991/07]. Se depender do governo federal, a PNRS será feita no prazo estipulado."

Fonte: Ecodesenvolvimento

Especialista comenta cenário brasileiro de captação de recursos para ONGs

Rodrigo Alvarez
Segundo um estudo da consultoria McKinsey, o Brasil tem potencial para duplicar o volume de doações e mobilizar mais de R$ 15,8 bilhões anuais para financiar entidades beneficentes e projetos sociais. Mas, apesar de bater recorde de arrecadação, o país mal consegue canalizar R$ 7,9 bilhões (0,3% do PIB) para a filantropia, atrás da média mundial de 0,8% do PIB e da latino-americana, de 0,4%.

O resultado desse déficit de investimentos é que muitas organizações do terceiro setor encontram-se carentes de recursos para aplicar e expandir seus projetos; e poucas são as que conseguem fontes para desenvolver projetos relacionados a saúde, educação, cultura e assistência social, por exemplo.

Alguns especialistas defendem a criação de um novo marco regulatório para o terceiro setor, como chegou a ser discutido na época da eleição da presidente Dilma Rousseff. Mas além disso, como afirma o representante da Resource Alliance no Brasil, Rodrigo Alvarez, é possível que as próprias organizações captem fundos e desenvolvam seus projetos, seguindo planejamentos.

A organização para qual Alvarez trabalha é especializada na captação de recursos para ONGs e realiza programas em países da África, Europa, Ásia e América Latina. No Brasil, a Resource Alliance possui uma parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social e promoveu cursos no Festival Brasileiro de Captação de Recursos.

O portal EcoD conversou com Alvarez sobre a situação brasileira na área de investimentos e como é possível melhorar essa panorama nacional. Confira abaixo.

Portal EcoDesenvolvimento.org - Por que o Brasil está tão aquém da média mundial de investimentos em ações do terceiro setor?

Rodrigo Alvarez - Muitos falam de uma legislação mais favorável para as doações de indivíduos e empresas. Concordo em partes com isso. Realmente acho que os mecanismos de isenção fiscal poderiam ser mais fáceis e menos burocráticos para o investimento social no Brasil, mas não acho que este seja o principal motivo, já que mesmo a legislação existente favorável é pouco utilizada hoje. Por exemplo, pouca gente sabe que um indivíduo pode se beneficiar de isenção fiscal se doar para projetos aprovados na Lei Rouanet ou no Fundo da Criança e do Adolescente de sua cidade.


O ponto que mais se fala é sobre a falta de uma cultura de investimento social/doações no Brasil. Concordo com essa afirmativa também em partes. O que percebemos é que na verdade o brasileiro responde bem quando é solicitado a doar, como pudemos observar nas recentes tragédias de Santa Catarina e Rio de Janeiro. O que acontece, a meu ver, é que faltam pedidos e apelos de investimento mais convincentes e bem estruturados do lado de quem solicita recursos. As ONGs se ressentem da falta de recursos para implementar seus projetos, mas ainda precisam avançar muito em profissionalizar sua captação de recursos. Isto significa estruturar bem seu pedido, de maneira convincente e comprovando sua capacidade de implementação de projetos. Também significa dar mais transparência e prestar contas dos recursos investidos, fazendo com que o investidor sinta-se envolvido pelo resultado.

Essa falta de segurança em investir recursos em projetos sociais via ONGs está fazendo com que, em muitos casos, o investidor social brasileiro dê prioridade a desenvolver seus próprios projetos. Os associados do GIFE, por exemplo, investem somente 19% de todo volume de recursos para projetos sociais ou ambientais via ONGs. O restante é investido em projetos próprios. A meu ver, isto enfraquece a Sociedade Civil e não considera os investimentos já feitos no desenvolvimento de metodologias e integração com as populações que serão foco da ação, um capital social construído pelas ONGs nos últimos 30 anos.

Há mercado de voluntariados e doadores aqui no Brasil?

Certamente. Encontro muita gente dizendo que queria fazer alguma coisa, mas não sabe por onde começar. Os Centros de Voluntariado tem uma ação muito grande em algumas cidades do Brasil. E temos uma classe média crescente. Nos países onde a economia cresce e o país se desenvolve, a filantropia também tende a crescer.

Quais os projetos para arrecadação realizados nos outros países latino-americanos que servem de exemplo para que isso seja aplicado no Brasil?

Os melhores exemplos latinos que eu conheço são de ONGs internacionais, que também são fortes em captação de recursos no Brasil. O Greenpeace Argentina é um modelo internacional de mobilização de doadores individuais via Internet, por exemplo. Tem algumas ONGs locais na América Latina que se destacam pelo tamanho e importância que assumiram em seus países, como “Um teto para meu país”, que é a maior ONG do Chile. Ouvi dizer que por lá eles são mais conhecidos que o UNICEF, por exemplo.

Vocês, da Resource Alliance, capacitam ONGs a criarem ações para receberem esses recursos. As ONGs brasileiras têm investido nesse tipo de conhecimento? Há procura pelos projetos da Resource Alliance?

Sim, desenvolvemos cursos e projetos de consultoria personalizados para necessidades específicas de cada ONG. As ONGs normalmente não têm recursos disponíveis para investir nesse tipo de serviço, mas isto é uma questão de tempo e definição de prioridades.

Como é o trabalho realizado pela Resource Alliance? Quais são os países atendidos pelo projeto? O retorno é imediato?

A Resource Alliance apoia ONGs do mundo inteiro a estruturarem sua sustentabilidade financeira. Temos escritórios na Inglaterra, Índia, Uganda e Brasil, mas atuamos fortemente também no Leste Europeu e nos países do Sul da Ásia. Os serviços prestados pela Resource Alliance nesses países são:

•Conferências Internacionais e Regionais
•Cursos em Mobilização de Recursos e Comunicação, que vão desde treinamentos curtos a cursos de pós-graduação
•Consultoria a organizações sociais
•Prêmios para reconhecer boas práticas em mobilização de recursos
•Troca de conhecimento através de seu website e de boletins informativos
•Oficinas online
•Publicações

O mais importante evento realizado pela Resource Alliance é o IFC (International Fundraising Congress), que acontece na Holanda em outubro, anualmente.

Em cada país onde se estabelece, essa missão toma contornos próprios. No Brasil, a Resource Alliance é representada e opera em parceria com o IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, desde 2010. Por aqui, temos tido muita demanda por serviços de consultoria, mas queremos atuar principalmente no desenvolvimento de novos conhecimentos sobre mobilização de recursos e filantropia brasileira.

Quais outros projetos foram realizados pela Resource Alliance?

Também tivemos uma parceria com o SENAC São Paulo, com quem desenvolvemos um curso de 120 hs em captação de recursos e comunicação e que foi desenvolvido em 9 cidades do estado de SP e com a ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), com quem realizamos a 1ª. e 2ª. edições (em 2009 e 2010) do Festival Brasileiro de Captação de Recursos.

No Brasil, é possível identificar algum ramo de organização (como educação ou saúde) ou perfil (com esforços civis ou jurídicos) que possui certa preferência para receber doações por parte dos investidores ou todos possuem chances iguais?

Educação e Saúde são certamente as áreas que mais recebem recursos, o que não significa que uma organização que não atue nessas áreas não terá sucesso na captação de recursos. Seu sucesso em captação de recursos será maior quanto maior for sua capacidade de realizar um bom trabalho, para uma causa reconhecidamente importante. Além disso, a organização tem que ter a capacidade de comunicar eficazmente o que faz, como aplica seus recursos, compreendendo que cada público fala uma língua e adaptando seu discurso para cada audiência.

Fonte: Ecodesenvolvimento.org

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Canadá autoriza usina que sequestrará 1 milhão de toneladas/ano de CO2 da atmosfera

Concepção da unidade da SaskPower. Fonte: NewEnergyNews

O governo canadense acaba de dar sinal verde para a construção de uma planta industrial dedicada a retirar gases do efeito estufa da atmosfera, contribuindo para reverter o problema das mudanças climáticas. Será a maior unidade do mundo e terá a capacidade de capturar o equivalente a 1 milhão de toneladas anuais. O CO2 obtido será comercializado para empresas de petróleo, que utilizarão o produto em suas atividades de extração do óleo. O SO2 será transformado em ácido sulfúrico, sendo também comercializado.

A usina a ser implantada pela SaskPower, empresa estatal de energia, junto à Boundary Dam (uma barragem já em final de vida útil em Saskatchewan), custará 10 bilhões de dólares canadenses, estrará em operação em 2014 e gerará 6.000 empregos.

A iniciativa canadense é de grande relevância, pois desde que os problemas do efeito estufa passaram a ganhar importância na agenda mundial, muitas sugestões de soluções tecnológicas passaram a ser alardeadas, muitas delas de baixa ou nenhuma aplicabilidade.

Os projetos de CCS (Carbon Capture and Sequetration) são consideradas como uma das principais formas de reverter as mudanças climáticas causadas pelo excesso de gases do efeito estufa na atmosfera. A vantagem destas tecnologias é que permitem a reutilização dos gases como matéria prima ou outros produtos de valor econômico. Outra forma eficiente de retirar estes gases da atmosfera é através do plantio de florestas e outras formas de vegetação perenes. Desta vez, os benefícios mais importantes são para o equilíbrio ambiental, para a biodiversidade, para a produção de alimentos, para a saúde das bacias hidrográficas e para a sobrevivência de toda a humanidade.

Desenvolver mecanismos que incentivem as duas práticas é tão importante como as políticas para prevenir que mais quantidades de gases continuem a ser lançados na atmosfera.

Axel Grael

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Canada greenlights world's largest CCS project

$1.24bn Boundary Dam facility should be capturing one million tonnes of CO2 each year from 2014
 
The world's largest commercial-scale carbon capture and storage (CCS) project has been given the go-ahead in Canada.

The $1.24bn project in Saskatchewan will see CCS technology constructed next to the ageing 824 MW Boundary Dam power station operated by state utility SaskPower. Construction on the project will begin immediately, and the plant should be capable of capturing around one million tonnes of CO2 every year when completed in 2014.

Canadian minister Rob Norris said the scheme is a major part of decarbonising the region's economy.

"By proceeding with the carbon capture project at Boundary Dam, while continuing to add wind power and investigating other renewable energy options such as biomass, SaskPower is helping to build a greener future for Saskatchewan," he said.

Construction firm SNC Lavalin will oversee the project while Hitachi will supply a steam turbine, the first in the world designed to fully integrate a coal-fired power plant with carbon capture technology.

Cansolv, a subsidiary of Shell, will supply the carbon capture technology, which will capture both carbon dioxide and sulphur dioxide emissions.

Captured carbon dioxide will be sold to oil companies for use in enhanced oil recovery operations, while sulphur dioxide will be used to produce sulphuric acid.

SaskPower president Robert Watson said the project will create about 6,000 person-years of employment and employ about 600 people at peak construction times.

"This will be one of the largest construction projects in the province's history, creating hundreds of jobs and substantial business for companies in the province," said Watson.

"In particular, the continued operation of the Boundary Dam and Shand power stations, as well as related businesses servicing the coal industry, will provide long-term benefits to the Estevan region."

SaskPower is spending $10bn on new power production, transmission facilities and distribution facilities over the next ten years.

FONTE: GreenBusiness & NewEnergyNews

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Estudo analisa a situação da pesca no Brasil


Atividade pesqueira. Fonte: Blog SOS Rios do Brasil.

O engenheiro de pesca do IBAMA, José Dias Neto, publicou um artigo na Revista CEPSUL, intitulado "Pesca no Brasil e seus aspectos institucionais - um registro para o futuro". Reproduzimos, a seguir, o resumo conforme registrado pelo autor no próprio trabalho:

Resumo. O trabalho apresenta uma rápida discussão sobre a situação de crise da pesca no Brasil e no mundo. Aborda três fases institucionais da pesca nacional e os seus reflexos sobre o uso de alguns recursos pesqueiros. São relatados aspectos políticos da criação do Ministério da Pesca e Aquicultura e do novo momento de euforia do setor. Por fim, são feitas ponderações sobre as dificuldades que serão enfrentadas pela gestão pesqueira nacional e sobre os riscos negativos para o meio ambiente e para a sustentabilidade do uso dos recursos que suportam as principais pescarias no país.

Para ler o artigo, acesse aqui.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Prêmio Fundação Bunge.

O Prêmio Fundação Bunge é oferecido anualmente a profissionais renomados e jovens talentos, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento de pesquisas de vanguarda em várias áreas do conhecimento, e contemplar profissionais indicados por instituições acadêmicas, entidades de pesquisa e organizações culturais.

Em sua 56ª edição, os dois temas escolhidos são: Oceanografia (área de Ciências Exatas e Tecnológicas) e Defesa Sanitária Animal e Vegetal (área das Ciências Agrárias). Como acontece todos os anos, para cada tema, serão premiados dois pesquisadores – um na categoria “Vida e Obra”, que premia obras já consolidadas de profissionais de renome, e um na categoria “Juventude”, que revela o trabalho de jovens de até 35 anos.

Além de diploma e medalha, os agraciados na categoria "Vida e Obra" receberão R$ 100 mil e os contemplados em "Juventude" serão premiados com R$ 40 mil.

Até 2010, foram contemplados 163 brasileiros, sendo 106 na categoria “Vida e Obra” e 57 na “Juventude”.

Em abril começaram as indicações de candidatos pelas universidades e entidades. Essa fase vai até o dia 30 de maio. O Prêmio será entregue no dia 13 de setembro.

Mais informações sobre o Prêmio Fundação Bunge:

http://www.fundacaobunge.org.br/projetos/premio-fundacao-bunge/

Conheça um pouco mais sobre os dois temas da premiação:

Oceanografia
http://www.fundacaobunge.org.br/projetos/premio-fundacao-bunge/premio-2011/oceanografia/

Defesa Sanitária Animal e Vegetal
http://www.fundacaobunge.org.br/projetos/premio-fundacao-bunge/premio-2011/defesa-sanitaria/

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Informação publicada por solicitação dos organizadores do Prêmio.

Pesquisa conclui: quem tem menos, doa mais!!!

PESQUISADORES DOS EUA E DO CANADÁ AFIRMAM QUE POBRES DOAM MAIS DO QUE OS RICOS.

Apesar dos anúncios cada vez mais frequentes de doações milionárias feitas por magnatas da informática, da internet, do mercado financeiro e de outros setores, para causas sociais, ambientais e filantropia, um estudo de autoria de pesquisadores da Universidade da California, em Berkeley, e da Universidade de Toronto, publicado no Journal of Personality and Social Psychology, chega a uma interessante e até surpreendente conclusão: os mais pobres doam muito mais do que os mais ricos.

Portanto, os cientistas sociais descobriram que as pessoas mais generosas, confiantes e colaboradoras não são as que possuem mais dinheiro, mas as que possuem menos!

A explicação seria:

"pessoas em classes sócio-econômicas menos favorecidas tendem a agir de forma socialmente mais responsável devido a um maior comprometimento com valores igualitários e sentimentos de compaixão mais elevados que outras".
A questão levantada pelos pesquisadores é instigante pois, além de contrariar a intuição, nos leva a perguntar o que fazer para melhorar o engajamento destes setores da sociedade menos motivados para ações altruistas.

É importante considerar também que os resultados da pesquisa espelham uma realidade norte-americana, justamente onde a tradição da filantropia e da doação é um valor tradicionalmente praticado e introjetado nas famílias e nas comunidades.

Como seria o rebatimento destas conclusões para a realidade brasileira? Que resultados teríamos se igual pesquisa fosse feita aqui?

Leia o estudo: Having less, giving more

Fonte: Social Edge

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Chuva leva muito lixo para a Baía de Guanabara




Na foto acima, embarcação do Projeto Águas Limpas, utilizado para retirar o lixo flutuante da Baía de Guanabara. A embarcação é operada pelo Projeto Grael, numa parceria com a empresa Águas de Niterói e com o Ministério Público do Estado do Rio deJaneiro.
Na segunda foto, equipe do Projeto Grael recolhe lixo acumulado a frente da sede da organização utilizando uma barreira artesanal feita com garrafas PET. O trabalho foi intenso e recolheu vários sacos de lixo. Foto Axel Grael.

As chuvas fortes que assolaram o Rio de Janeiro nas últimas horas causaram inundações em várias partes da cidade e grandes transtornos na sua rotina, causando um verdadeiro caos no trânsito.

Bem conhecidos dos velejadores e de todos que se relacionam com a Baía de Guanabara, outra consequência recorrente das chuvas é a grande quantidade de lixo que é levado pelas águas para a Baía de Guanabara.

No dia de hoje, a equipe do Projeto Grael teve muito trabalho. O projeto Águas Limpas (Projeto Grael, Águas de Niterói e MP-RJ), atraves do qual profissionais formados pelo Projeto Grael operam um barco especialmente desenhado para retirar o lixo flutuante da Baía, teve muito trabalho para tentar recolher as milhares de embalagens plásticas e garrafas PET que pareciam brotar por todos os lados.

Enquanto isso, outra equipe em terra se esforçava para retirar o lixo flutuante que se acumulava diante da sede do Projeto Grael, em Jurujuba, Niterói.

Infelizmente, navegadores e frequentadores das praias terão que conviver com muito lixo pelos próximos dias.

Que mais uma vez, o ecossistema da Baía de Guanabra resista!!!

ISA lança site novo de UCs da Amazônia Brasileira


No Ano Internacional das Florestas, o Programa Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA) coloca no ar um novo site dedicado inteiramente às Unidades de Conservação na Amazônia Brasileira, atualizado e dinâmico.

O portal sobre UCs na Amazônia brasileira traz informações básicas de cada unidade de conservação, federal e estadual, referentes à gestão, caracterização ambiental (bacia hidrográfica, fitofisionomia, patrimônio espeleológico, dentre outros), localização, sobreposição com Terras Indígenas e documentos legais, entre outros. Disponibiliza ao público para consulta, notícias veiculadas sobre o tema na mídia local e nacional, com o objetivo de enriquecer a compreensão do contexto político, das pressões e ameaças e das iniciativas e boas práticas referentes a cada UC.

O objetivo principal é produzir e divulgar informações que influenciem propositivamente as políticas públicas e ações do Estado e da sociedade civil voltadas para a defesa dos direitos coletivos, da proteção e conservação ambiental

O site conta ainda com informações espacializadas que podem ser visualizadas por meio da plataforma Google Maps. Temas importantes para aferir o grau de conservação ambiental das UCs estão disponíveis aos usuários, entre eles, desmatamento, mineração, focos de calor e grandes obras (como usinas hidrelétricas). A utilização de fontes de informações diversas e de naturezas diferentes, complementadas por artigos críticos e explicativos, redigidos por diversos parceiros, gestores de UCs e especialistas, como Maurício Mercadante, Juliana Santilli, e Sônia Wiedmann, dentre muitos outros, bem como a atualização constante dos dados qualificados, asseguram uma avaliação crítica da situação de cada unidade de conservação, bem como do status de implementação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) na Amazônia Legal.

Ricamente ilustrado, com fotos de diversos parceiros, gestores e fotógrafos profissionais como Roberto Linsker e Araquém Alcântara, ainda possibilita a colaboração dos usuários no envio de fotos identificadas.

Situação atual das UCs

Atualmente, as 306 UCs estaduais e federais existentes ocupam 24,73% da Amazônia Legal, o que significa uma extensão aproximada de 123.817.882 hectares. O novo portal conta ainda com uma sessão de 'números', na qual disponibilizamos dados atualizados, como os cômputos detalhados de UCs na Amazônia Legal, por categoria e esfera administrativa e em breve todos os demais dados que contribuem para analisar a implementação da gestão, como conselhos e instrumentos de gestão. Grande parte das informações é gerada pelo Programa de Monitoramento e pelo Laboratório de Geoprocessamento do ISA, que mantém atualizada sua própria base de dados espacializada.

As informações e dados disponibilizados são oriundos do Sistema de Áreas Protegidas do Programa Monitoramento de Áreas Protegidas do ISA, que há mais de 20 anos é a principal ferramenta de indexação e pesquisa das informações relacionadas. Parte delas já estava no site, disponível na 'Caracterização Socioambiental das Unidades de Conservação da AMZ Legal', produto lançado pelo ISA em 2007.

O site foi desenvolvido utilizando o Sistema Gerenciador de Conteúdo de código aberto Drupal e roda em plataforma LAMP (Linux, Apache, MySQL e PHP).

Acesse aqui.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.

domingo, 24 de abril de 2011

Depois do tri sul-americano, Lars Grael é tricampeão brasileiro de Star em Brasília

Tripulação campeã brasileira 2011, em atuação no contravento. Divulgação Iate Clube de Brasília.
Lars já no contravento, enquanto os seus adversários ainda disputam posições no vento em popa. Divulgação Iate Clube de Brasília.
Ao lado do proeiro Renato Moura, Lars Grael conquista seu quinto título nacional na classe olímpica mais tradicional da Vela mundial


Brasília (DF) - Terminou neste domingo, após seis regatas, o Campeonato Brasileiro da classe Star no Iate Clube de Brasília. No lago Paranoá, 16 tripulações se enfrentaram neste feriadão em busca do título nacional da classe de barcos a vela considerada a mais técnica entre os monotipos olímpicos: o Star. Lars Grael e Renato "Tinha" Moura (Light) venceram quatro das cinco regatas que correram e junto a um segundo lugar, na regata vencida pelos vice-campeões em Brasília Gastão Brun e Gustavo Kunze, somaram apenas seis pontos perdidos e garantiram o título sem precisar correr a última prova do dia, já que o torneio previa um descarte do pior resultado.

Com esta conquista, Lars, que depois do acidente de 1998 deixou de lado a classe Tornado e se dedicou à também olímpica classe Star, soma 16 títulos nacionais em classes olímpicas (sendo 11 no Tornado, três Brasileiros de Star e dois 7º Distrito, o evento mais importante do calendário nacional na classe Star).

"O campeonato, como sempre, foi muito bem organizado pelo Iate Clube de Brasília e a Comissão de Regatas esteve impecável. Para mim é sempre um prazer voltar a Brasília e velejar no Paranoá. Para mim e para o Tinha, foi um reencontro feliz, já que não velejámos juntos há algum tempo. Com este, são 18 campeonatos nacionais em monotipos, 16 em classes olímpicas e dois de Snipe, que é classe pan-americana. Fico muito feliz em poder continuar velejando, me divertindo e eventualmente conquistando novos títulos", declarou o tricampeão brasileiro que há poucas semanas foi também tricampeão sul-americano da classe Star em Mar del Plata, na Argentina.

Resultado final (após 6 regatas e um descarte):

1- Lars Grael e Renato ‘Tinha’ Moura
2- Gastão Brun e Gustavo Kunze
3- André Mirsky e Maurício Bueno
4- Dino Pascolato e Henry ‘Maguila’ Boening
5- Guilherme Raulino e Henrique ‘ Luana’ Moura

Mais informações:
Velassessoria
Murillo Novaes (21) 8123-4661

Fonte: Velassessoria

Matéria da Folha de São Paulo expõe a triste situação que ameaça a vela no Brasil.

Vento contra

Sob intervenção desde 2007, vela vê rarear investimento na base, e, sem apoio, novos talentos deixam o esporte.

Por RODRIGO MATTOS (Folha de SP – 24/4/2011)

Segundo velejadores e cartolas, esse abandono do período de formação dos jovens se acentuou nos últimos quatro anos, desde que a Confederação de Vela a Motor está sob intervenção do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). A interferência se deu em 2007, quando a confederação ficou sem comando e falida – com mais de R$ 100 milhões em dívidas fiscais. A partir daí, um interventor indicado pelo comitê passou a gerir a confederação, e é o COB quem distribui as verbas. A base é ignorada. “Só se consegue tirar dinheiro do COB para as classes olímpicas”, diz Adélvio Leão, presidente da Associação Brasileira da Optimist, classe voltada a iniciantes. “Até 2016 [Olimpíada do Rio], ou antes disso, já vai se sentir esse efeito”, completa.

Às categorias de base, o COB só paga viagens internacionais de porte -crescem as barreiras aos ascendentes. “É difícil para quem está começando. Vejo pela parte jovem da equipe, que tem muita dificuldade para competir”, conta o bicampeão olímpico Torben Grael. Na optimist, há ainda um número alto de atletas, pois os custos são mais baixos. Depois, em geral, os jovens escolhem entre a laser radial (individual) ou a 420 (em dupla). Entre os homens, essas são versões menores dos barcos das classes laser e 470, que são olímpicas. Aí as despesas sobem. Importado, um barco de laser radial custa R$ 20 mil. A vela sai por R$ 1.800. Ainda há pagamento a técnicos e viagens. “Basicamente, o pai é quem banca”, afirma Ricardo Paranhos, 17, campeão brasileiro da classe 420. Ele mora em Brasília e viaja para São Paulo para fazer treinos com o seu parceiro. Para a competição deste final de semana, por exemplo, a casa de Elstrodt transformou-se em uma república.

Olímpicos também penam sem receber ajuda da confederação

Se afeta de forma mais dura a base, a paralisação da confederação de vela também prejudica os olímpicos. O bicampeão Torben Grael, por exemplo, está sem patrocínio pessoal para treinar e competir. Ele banca viagens com recursos próprios e ajuda de custo da entidade, que é insuficiente. Concorre com Robert Scheidt por vaga na star na Olimpíada-12. “Lógico que afeta [a paralisação da confederação]. Você ter uma boa administração vai ajudar todos os atletas do esporte. Você ter um pessoal encastelado no poder e manipulando tudo não é legal”, reclama Torben. Seu irmão Lars fechou patrocínio próprio por meio da lei de incentivo. Com isso, banca a maior parte de suas despesas na star. Seu custo chega a R$ 270 mil por ano. “Mas não faço uma campanha profissional. Não consigo ir a todos os eventos.” O COB também usou a lei de incentivo para levantar até agora R$ 900 mil para a vela. O valor do projeto é de R$ 4,2 milhões para preparação para Londres-12.

Interventor diz que já queria ter passado cargo.

Responsável pela intervenção do COB na confederação de vela, Carlos Luiz Martins diz que gostaria de já ter repassado a gestão da entidade a um eleito. Mas ressalta que não houve candidatos.
“Dou parcialmente atenção à confederação. Até porque a atividade é muito mais de assessoramento técnico e de preparação técnica da equipe. E eu não estou vislumbrando solução”, admite ele, que é um dos diretores do Comitê Organizador da Olimpíada Rio-2016.

O cartola disse ter tentado fazer eleição no final de 2010, mas não houve interesse de candidatos.
A confederação tem dívidas fiscais anteriores à gestão do COB. A Receita Federal entende que não foram pagos impostos relativos à parceria feita com o Bingo Augusta. Estima-se que os valores ultrapassem R$ 100 milhões, já cobrados na Justiça Federal. A Folha identificou duas execuções judiciais que somam R$ 26,6 milhões.

Para Martins, os débitos são fruto de interpretação jurídica equivocada da Receita. Diz ter tentado acabar com eles, sem sucesso. O dirigente admite prejuízo para o esporte. Já houve patrocinadores interessados na confederação, mas não puderam investir por causa do bloqueio de bens e rendas. As despesas são pagas pelo COB, sem passar pelos cofres da entidade. “A intervenção foi fundamental, mas tivemos perda muito grande”, conta Lars Grael, ex-presidente da confederação, que renunciou em 2007. Há planos de dirigentes para retomar a CBVM. Ainda não há nomes.

Fonte: Coluna do Murillo

"Cap and Trade": sistema de redução das emissões de Carbono da Califórnia ameaçado por incertezas

Que bons ventos cheguem da Califórnia!!!

O sistema conhecido por "Cap and Trade" em fase de implantação na Califórnia, tem atraído a atenção de formuladores de políticas públicas, ambientalistas, diplomatas e outros envolvidos nos debates climáticos em todo o mundo. Não é uma novidade. Já existem experiências ativas em países europeus, embora algumas destas experiências tenham se tornado mais conhecidas por escândalos de fraudes do que por seus resultados.

O sistema da Califórnia foi criado em 2006 por determinação de uma lei pioneira proposta pelo então governador Arnold Schwarzernegger, será o mais ambicioso já implantado e tem potencial para movimentar montantes "multibilionários" de recursos. Curiosamente, Schwarzenegger é do Partido Republicano, que abriga os furiosos adversários dos ambientalistas nos EUA. Para ser aprovada, os defensores da lei precisaram vencer uma forte resistência do lobby antiambientalista, quase todo abrigado no partido do governador, mas o espírito e a tradição inovadora da Califórnia prevaleceram. De acordo com a lei, o sistema entrará em funcionamento daqui a seis meses.

Se o sistema californiano tiver sucesso, influenciará o resto do mundo e empurrará para frente a agenda climática mundial. Se fracassar, será um grande obstáculo aos avanços no setor.

O sistema "Cap and Trade" (tradução: estabelece um teto e negocia) resume-se a fixar um limite máximo a ser permitido para as emissões de gases do efeito estufa em uma determinada região (bacia aérea) e um cronograma de metas para que o limite se reduza gradativamente ainda mais ao longo do tempo.

Cada indústria responsável por altos índices de emissão assume metas próprias, estabelecidas de acordo com o nível de avanço tecnológico reconhecido para as suas instalações. Quanto mais defasado, mais potencial de emissões teria uma determinada indústria e, consequentemente, mais compromissos de investimentos para abater as suas emissões deverá assumir.

De acordo com o princípio do "Cap and Trade", o emissor que antecipar ou for além das suas metas obrigatórias, passa a contar com créditos proporcionais que podem ser comercializados em "mercados de carbono", que funciona como uma Bolsa de Valores específica para esta finalidade.

O sistema é interessante, atraente para as indústrias e poderá ser muito eficaz para o meio ambiente, caso seja devidamente implantado e corrigido ao longo do percurso em suas eventuais falhas.

Alguns setores criticam o mecanismo argumentando que este seria apenas um ajuste capitalista, que não alteraria o "business as usual" e que reconheceria o "direito a poluir". Não há dúvida que ainda há muito a se debater, seja pelo aspecto prático, tecnológico e econômico, assim como pela dimensão ética e ideológica. A crítica é válida e poderá ajudar na busca de um sistema mais adequado no futuro mas, o fato é que, não há como deixar de se reconhecer que trata-se de um mecanismo promissor e exequível dentro da conjuntura atual e que aprender com o desenrolar da experiência californiana é indispensável.

Conforme a matéria abaixo, o Brasil é um dos países que pretende implantar o mesmo modelo. Eu sou a favor do modelo e já o defendia quando fui presdente da FEEMA, de 2007 a 2008, para solucionar o problema das saturadas bacias aéreas do Rio de Janeiro, em particular a Bacia Aérea I (Sepetiba: onde localiza-se a CSA) e Bacia Aérea III (Baixada Fluminense: onde localiza-se a REDUC e outras indústrias de grande porte). Em breve, com a implantação do COMPERJ, o problema será grave também na Bacia Aérea IV.

Que a Califórnia ajude a tirar o mundo do quase marasmo climático que nos encontramos no momento, causado pelo impasse diplomático que emperra os acordos internacionais que deveriam prevenir as mudanças climáticas.

Axel Grael

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California's carbon market: Will cap-and-trade work?




Nine months before California is set to finalize a trading system aimed at curbing greenhouse gas emissions, participants have the jitters.

Litigation threatens to delay the start of the multibillion-dollar program, and industry executives worry that its regulations will fall short of guaranteeing a smoothly operating market. Fear is growing that it could be susceptible to the fraud that has plagued a similar European system.

“It feels as though the sun has risen in the West,” Henry Derwent, head of the Geneva-based International Emissions Trading Assn., told traders, bankers, entrepreneurs and oil and utility executives in Los Angeles last week.

“But however tempting it may be … to celebrate getting out ahead of the rest of the United States,” he cautioned, California’s trading system must show “real momentum.... If the program goes poorly, if the regulations don’t allow for a functioning market, there may be little market for California to lead,” Derwent said.

Scientists say that carbon dioxide and other gases, mainly from fossil-fuel burning, are trapping heat in Earth’s atmosphere. leading to dangerous climate change, including rising sea levels, longer droughts, floods and melting glaciers.

In 2006, California passed the nation’s most comprehensive climate law, mandating a cut in carbon pollution to 1990 levels by 2020 — about 10% below today’s emissions. Although Congress balked at similar legislation in 2009, California has moved forward. Its plan to cap greenhouse gases at 600 industrial plants and allow companies to buy and sell emissions permits is modeled on Europe’s 6-year-old cap-and-trade system.

The 700 executives who signed up for the Navigating the American Carbon World conference last week included officials from Alcoa, Chevron, General Electric, Shell, Southern California Edison and other major companies. They were joined by financiers from Merrill Lynch, Deutsche Bank, Morgan Stanley, Barclay’s Capital and other large Wall Street firms.

Engineers and entrepreneurs manned booths and handed out shiny brochures to promote companies that verify carbon emissions, manage greenhouse gas data, broker credits and develop offset projects such as systems to control methane from farm manure or increase forest carbon sequestration.

The European system, which covers 12,000 companies in 30 nations, traded $123 billion in carbon allowances last year and is on target to slash emissions by 21% below 1990 levels over the next decade. But the market has been jolted by an estimated $6 billion in tax fraud schemes along with the recent cyber-theft of $50 million in carbon credits stored in the Czech Republic registry.

Today, “the eyes of the world rest upon this [California] market,” said Tom Lewis, chief executive of Green Exchange, a consortium of Goldman Sachs, Credit Suisse and other banks and brokers. Noting the “fraud and violations” in Europe, he added that California could be an example for the U.S., but “the criticism … will be abundant if we get it wrong.”

Carbon-intensive industries are also concerned that California might not provide enough ways for them to offset their emissions by purchasing credits. Although air officials have adopted rules for crediting U.S. forestry and livestock and the destruction of ozone-depleting chemicals projects, they have yet to approve rules for projects such as cutting methane from coal mines or rice farms.

California’s program would be North America’s biggest carbon market, three times larger than a utility-only system in 10 Northeastern states. By 2016, about $10 billion in carbon allowances are expected to be traded through the California market.

A court decision last month temporarily halted California’s cap-and-trade program after local environmental groups contended the California Air Resources Board failed to analyze alternatives to trading. The decision is expected to be appealed, but any delay in the January start date could throw a wrench into the financial planning of hundreds of companies.

“There’s some uncertainty around when this program is going to start and maybe if it will ever start,” said Graeme Martin, a Shell Energy official.

Air Resources Board Chairwoman Mary D. Nichols told the conference that “our ability to move forward is threatened as a result of litigation. We don’t know how it will turn out.... Some segments of the community, who define themselves as environmental justice groups, just hate cap-and-trade” because they believe it would not cut pollution in their communities.

“We have to be open to the possibility there could be other approaches and that we could achieve [carbon] reductions in a different way,” Nichols said. She added that Democratic Gov. Jerry Brown, who met with European Climate Commissioner Connie Hedegaard last week, “has the opportunity to put his mark on it.”

The trading program, seen as a way for industry to cut costs, was incorporated into the 2006 law by former Republican Gov. Arnold Schwarzenegger. Six other U.S. states that had joined with California in the Western Climate Initiative in recent years have declined to participate in its trading program. Three Canadian provinces have indicated they will join.

“The way forward lies in individual regional, national and state systems over the world reaching out to each other over time,” Derwent said, given the failure of the United Nations to negotiate a new global climate treaty.

California’s success, he added, will determine the eventual fate of carbon trading in Congress: “Washington needs to have evidence from California that the solution being applied here works.”

China, Australia, Brazil and several other nations are considering cap-and-trade systems. And Chinese initiatives in particular were the talk of last week’s conference.

Veronique Bugnion, chief of analytics at Point Carbon, a research firm, noted that China, which has surpassed the U.S. as the world’s largest carbon emitter, plans to launch a trading market in six regions by 2013, with a goal of adopting a national program by 2015.

A cap-and-trade market, which sets a price on carbon emissions, is seen as an economic incentive to replace fossil fuel-powered plants with solar, wind and other renewable energy facilities. “The race for a cleaner and more energy-efficient future is on,” Bugnion said. But unless California regulations “put a smart price on emissions, a price people can use to plan for new facilities, a price companies can rely on to innovate … China will eat California’s innovation lunch.”

Fonte: Los Angeles Times

sábado, 23 de abril de 2011

CIDADES SOLARES: Cidades avançam no incentivo às energias alternativas

Iniciativa Cidades Solares tem engajamento de Curitiba e Belo Horizonte

Durante o Seminário Cidades Solares, realizado em Belo Horizonte (MG), no dia 19 de setembro, o vereador Silvinho Rezende (PV), presidente da Câmara Municipal, anunciou dois projetos de lei de incentivo ao uso de aquecedores solares na cidade: um dos projetos acaba com o cômputo dos aquecedores solares como item de luxo para calculo do IPTU, o que na prática aumentava o imposto para o contribuinte que instalasse aquecedores solares. O segundo projeto obriga os construtores a instalar tubulação de distribuição de água quente nas novas edificações, o que permitirá ao futuro habitante optar pelo uso de aquecedores solares, opção praticamente impossível para o morador de edifício de apartamentos que não contam com essa tubulação. Curitiba deverá também ter em breve programa de incentivos fiscais ao uso de energia solar. A proposta consta em projeto dos vereadores João Cláudio Derosso (PSDB) e Aladim Luciano (PV), apresentado na Câmara de Vereadores durante o Seminário Cidades Solares, realizado no dia 14 de setembro.

"Esses projetos são muito valiosos para a construção da sustentabilidade para Belo Horizonte e Curitiba", afirma Délcio Rodrigues, pesquisador associado ao Instituto Vitae Civilis e coordenador da Iniciativa Cidades Solares.

Duas barreiras - "Os projetos de Belo Horizonte atacam duas das barreiras mais importantes ao uso dos aquecedores solares, impostas por uma legislação de construção arcaica, que privilegia sistemas de aquecimento insustentáveis como o chuveiro elétrico e por uma tributação absolutamente equivocada como esta que toma os aquecedores solares como item de luxo em vez de privilegiá-los como uma alternativa de futuro ambientalmente sustentável", acrescenta Rodrigues.

Belo Horizonte e Curitiba se somam a Porto Alegre no grupo de cidades que estão discutindo projetos de incentivo ao uso de aquecedores solares motivados pela Iniciativa Cidades Solares, proposta pelo Instituto Vitae Civilis e a Diretoria Solar da Abrava, associação de fabricantes, instaladores e projetistas do setor.

"A prefeitura de São Paulo está também construindo projeto que vai obrigar o uso de aquecedores solares em novas edificações e deve enviá-lo à Câmara Municipal em breve, tornando-se assim a 4ª cidade brasileira a apresentar projetos de incentivo à energia solar no ano de 2006", ressalta o coordenador da Iniciativa e pesquisador associado ao Vitae Civilis.

Além dessas cidades, Birigui, no interior paulista, tornou-se o primeiro município brasileiro a aprovar uma lei municipal que obriga a instalação de sistemas de aquecimento solar em conjuntos habitacionais destinados à população de baixa renda.

Chuveiros: velho problema - O Brasil utiliza mais de 6% de toda eletricidade que gera para aquecer água no setor residencial. Os chuveiros, utilizados pela maioria da população brasileira, são os maiores responsáveis por esse consumo e representam um enorme problema econômico e ambiental: para cada chuveiro instalado pela população com um investimento de aproximadamente R$ 30, o setor elétrico brasileiro tem que investir entre R$ 2 e 3 mil reais para fornecer a nova energia demandada.

Com quase 3 milhões de metros quadrados de aquecedores solares já instalados por todo seu território, atendendo a mais de 600 mil residências, o Brasil já deslocou do horário de ponta o equivalente a uma usina de mais de 400 MW, economizando quase 1 bilhão de reais em investimentos na geração , conforme estudo apresentado pelo também coordenador da iniciativa Cidades Solares, Carlos Faria, diretor do Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA.

"Inserindo oficialmente o aquecimento solar no planejamento energético federal, estadual e municipal, temos condições de economizar investimentos da ordem de 40 bilhões de reais até 2030, valores estes que poderiam ser utilizados em outras áreas prioritárias como a própria habitação e educação, por exemplo", comenta Faria. O problema seria ainda maior se computarmos os custos sociais e ambientais da geração de eletricidade, gerados pelo alagamento de terras férteis, pelo deslocamento de populações dessas áreas e pelos impactos ambientais gerados.

Melhor que Bolsa Família - A energia solar terá um papel importantíssimo no futuro próximo na garantia de fornecimento de energia para as necessidades humanas com qualidade ambiental. E o Brasil tem todas as condições de ser um líder no setor, pela insolação recebida e por dominar a tecnologia de aquecimento solar. Porém, ainda existe uma série de barreiras para a difusão em escala do uso de aquecedores solares no país e uma delas é colocada pelos códigos de obra municipais, que incentivam e até obrigam o uso de chuveiros e aquecedores a gás, dificultando a entrada da tecnologia solar.

"Os projetos de lei de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e de São Paulo atacam essa questão e abrem um grande caminho para o crescimento do uso da tecnologia solar no Brasil", afirmou Rodrigues. "Para as famílias de baixa renda, o uso de aquecedores solares pode ajudar mais que ao programa Bolsa Família do governo federal, já que permite economia de mais de R$ 50 por mês durante pelo menos 20 anos, e por isto deveriam ser utilizados por todos os níveis de governo como medida de distribuição de renda", analisa Rodrigues.

Os eventos de Curitiba e Belo Horizonte fazem parte da série de 40 seminários que a Iniciativa Cidades Solares pretende organizar neste e nos próximos anos nas capitais e principais cidades brasileiras. O objetivo da Iniciativa é criar legislações municipais de incentivo ao uso de aquecedores solares em substituição a chuveiros ou aquecedores elétricos ou a gás. Com isso, a iniciativa pretende criar condições para que a sociedade brasileira tome partido das vantagens sociais e ambientais da tecnologia solar.

As apresentações feitas nos seminários realizados até agora e as leis e projetos de lei em discussão estão disponíveis nos endereços eletrônicos http://www.cidadessolares.org.br/ e http://www.vitaecivilis.org.br/

Conferência Kyoto-plus na Alemanha discute futuro do Protocolo de Kyoto e da Convenção de Clima

O pesquisador associado do Vitae Civilis Mark Lutes participou da Conferência Kyoto Plus " Escapando da Armadilha Climática, realizada em Berlin, Alemanha, nos dias 28 a 29 de setembro. O evento discutiu os esforços que vêm sendo realizados naquele país, na Europa e em outras regiões para a redução significativa das emissões de gases de efeito estufa, bem como para o fortalecimento do regime mundial de mudança de clima no período pós-2012, quando se encerra o primeiro período de metas e compromissos do Protocolo de Kyoto.

Vários conferencistas descreveram os impactos de mudança de clima que já estão acontecendo na Alemanha e no mundo em função do aquecimento global, salientando que se esperam impactos mais severos no futuro.

Fenômenos observados - Georg Sperber, da Bavaria, sul da Alemanha, um especialista em gestão de florestas, relatou as profundas mudanças nos processos ecológicos e climáticos que já se observam naquela região. Há menos chuvas na época de crescimento das plantas, exatamente quando é mais necessário; devido ao menor crescimento das plantas, estas absorvem menos água, causando saturação dos solos e erosão.

Insetos que estavam ausentes ou praticamente extintos há 15 anos agora proliferam em razão do aumento das temperaturas, ameaçando carvalhos e outras espécies de árvores. Com a morte de muitas delas, algumas áreas de florestas podem transformar-se em savanas ou campos. Para justificar porque Sperber está falando sobre mudanças de clima, ele disse que seus filhos e netos perguntaram onde ele estava em 1930, quando os nazistas tomaram o poder na Alemanha, e agora eles lhe perguntam o que ele está fazendo sobre a mudança de clima, uma vez que os problemas estão cada vez mais claros.

Califórnia na frente - Participantes expressaram a preocupação de que a União Européia está perdendo liderança para iniciativas municipais e estaduais dos EUA, especialmente com a adoção pela Califórnia de uma meta ambiciosa de reduzir as emissões naquele estado norte-americano em 25% até 2020. Renate Künast, uma líder do Partido Verde da Alemanha recomendou que seu país adote uma meta de redução de 40% dos gases de efeito estufa ate 2020 como parte da estratégia da União Européia de reduzir 30% ate 2030.

Entretanto, participantes também relataram firmes resistências na Alemanha para a implementação de tais metas, sobretudo nas indústrias automobilística e de exploração e uso energético de carvão. Esse segmento espera a aprovação de várias usinas termoelétricas a base de carvão na Westphalia, sem o uso de tecnologias para capturar e seqüestrar o gás carbônico emitido.

A União Européia está trabalhando em um acordo com a China para construir uma usina termoelétrica a carvão com emissão zero, porém a indústria de carvão na Europa não está interessada no uso de tal tecnologia, alegando seu alto custo. Ambientalistas também estão frustrados com a indústria automobilística alemã, cujos lucros estão vinculados à produção de carros luxuosos para circulação em alta velocidade nas estradas expressas do pais. Tal indústria está bloqueando todas as medidas da Comissão Européia para definir limites de emissões e de eficiência de combustíveis por veículos.

Incentivo às renováveis - Por outro lado, há também casos de sucesso, tais como legislação que demanda empresas de distribuição de energia elétrica a comprar eletricidade gerada a partir de fontes renováveis, mesmo que a preço mais elevado que outras fontes. A Fundação Heinrich Böll, que apoiou a Conferência e a participação do pesquisador do Vitae Civilis, organizou também visita dos participantes a uma usina eólica, com 5 turbinas para geração de energia elétrica, cada uma delas com mais de 100m de altura.

Tais usinas eólicas recebem cerca de "0.09 , ou seja, 9 centavos de euro (pouco menos de 28 centavos de reais) por kWh para vender energia elétrica ao sistema interligado de distribuição. Quase 8% do suprimento de eletricidade da Alemanha originam-se em usinas eólicas.

Os participantes também visitaram um projeto de produção de eletricidade a partir de biogás, com remuneração de "0.16 por kWh. O projeto utiliza uma mistura de esterco, silagem e grãos, colocados em biodigestor para produzir o gás que movimenta uma turbina. A fazenda vende eletricidade ao sistema integrado a um preço mais elevado, mas consome alguma eletricidade, paga a um preço mais baixo que os demais consumidores. Todos os consumidores de eletricidade na Alemanha recebem em suas contas o demonstrativo que inclui o acréscimo pago como subsidio para tais iniciativas.

Segundo Lutes, a impressão geral sobre a Conferência e sobre os projetos visitados é que a Europa e Alemanha ainda enfrentam enormes desafios de convencer seus governantes e lideres empresariais para tomar as medidas necessárias para redução substancial das emissões de gases de efeito estufa. Considerando que a Convenção de Mudança de Clima determina que os países desenvolvidos devem tomar a liderança na diminuição das emissões de tais gases, essa situação torna muito mais difícil convencer os países em desenvolvimento com crescimento acelerado e altas taxas de emissão para assumirem políticas e compromissos adequados ao desenvolvimento sustentável.

Fonte: Ecopress

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ranking dos países responsáveis pelas emissões dos gases do efeito estufa

A scientist standing in front of a globe during the UN climate conference in Copenhagen. Photograph: Axel Schmidt/AFP/Getty Images
Which nations are most responsible for climate change?

There are many different ways to compare the carbon footprints of the world's nations. These include total emissions, per capita emissions, historical emissions and emissions as measured by consumption as opposed to production. Each gives a different insight – and none tells the whole story on its own. Following is quick guide to the data.

Current CO2 emissions

The simplest and most widely cited way to compare the emissions of countries is to add up all the fossil fuels burned in each nation and convert that into CO2. According to 2009 data from the US Energy Information Administration, the top 10 emitters by this measure are:

1. China: 7,711 million tonnes (MT) or 25.4%
2. US: 5,425 MT or 17.8%
3. India: 1,602 MT or 5.3%
4. Russia: 1,572 MT or 5.2%
5. Japan: 1,098 MT or 3.6%
6. Germany: 766 MT 2.5%
7. Canada: 541 MT or 1.8%
8. South Korea: 528 MT or 1.7%
9. Iran: 527 MT or 1.7%
10. UK: 520 MT or 1.7%

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All greenhouse gas emissions

The problem with focusing purely on CO2 from burning fossil fuels is that it ignores other greenhouse gases and non-fossil-fuel sources of CO2. When these are included, the figures change considerably, with countries such as Brazil and Indonesia shooting up the list due to emissions caused by deforestation. Recent data isn't available, but as of 2005, the top 10 emitters as measured in total greenhouse gases looked like this:

1. China: 7,216 MT or 16.4%
2. US: 6,931 MT or 15.7%
3. Brazil: 2,856 MT or 6.5%
4. Indonesia: 2,046 MT or 4.6%
5. Russia: 2,028 MT or 4.6%
6. India: 1,870 MT or 4.2%
7. Japan: 1,387 MT or 3.1%
8. Germany: 1,005 MT or 2.3%
9. Canada: 808 MT or 1.8%
10. Mexico: 696 MT or 1.6%

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Emissions per capita

Comparing nations can be misleading, given their vastly varied sizes and populations. To get a more meaningful picture, it's essential also to consider emissions on a per-person basis. From this perspective, the list is topped by small countries with energy-intensive industries such as Qatar and Bahrain, and the large developing nations such as India and China look significantly less polluting. Here's a selection of countries and their per-person CO2 emissions from burning fossil fuels:

Australia: 19.6 tonnes
United States: 17.7 tonnes
Russia: 11.2 tonnes
Germany: 9.3 tonnes
UK: 8.4 tonnes
China: 5.8 tonnes
World average: 4.5 tonnes
India: 1.4 tonnes
Africa average: 1.1 tonnes
Chad: 0.03 tonnes

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As with national emissions, this list would look different if all greenhouse gases were included.

Historical emissions

Since carbon dioxide added to the atmosphere can stay there for centuries, historical emissions are just as important – or even more important – than current emissions. The tricky question of historical responsibility is one of the key tensions in the process of negotiating a global climate deal. The following figures from the World Resources Institute show the top 10 nations as measured by their cumulative emissions between 1850 and 2007. The US tops the list by a wide margin.

1. US: 339,174 MT or 28.8%
2. China: 105,915 MT or 9.0%
3. Russia: 94,679 MT or 8.0%
4. Germany: 81,194.5 MT or 6.9%
5. UK: 68,763 MT or 5.8%
6. Japan: 45,629 MT or 3.87%
7. France: 32,667 MT or 2.77%
8. India: 28,824 MT or 2.44%
9. Canada: 25,716 MT or 2.2%
10. Ukraine: 25,431 MT or 2.2%

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Of course, it's also possible to look at historical emissions per person, which turns things around yet again. In this view, the UK shoots close to the top of the rankings, while China drops towards the bottom.

1. Luxembourg: 1,429 tonnes
2. UK: 1,127 tonnes
3. US: 1,126 tonnes
4. Belgium: 1,026 tonnes
5. Czech Republic: 1,006 tonnes
6. Germany: 987 tonnes
7. Estonia: 877 tonnes
8. Canada: 780 tonnes
9. Kazakhstan: 682 tonnes
10. Russia: 666 tonnes

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Consumption emissions

Imported and exported goods add another layer of complexity to the equation. Many commentators argue that focusing on where emissions are produced is unfair, because much of the carbon output of countries such as China are generated as a result of producing goods that are ultimately consumed in richer nations. If emissions are measured in terms of consumption rather than production (that is, each country's exports are excluded from its footprint, and its imports added) the tables turn yet again. The most widely cited international dataset for consumption emissions, from 2001, is rather out of date, but it still provides interesting insights. Here's the top 10 for consumption emissions per capita, including all greenhouse gases:

1. US: 29 tonnes
2. Australia: 21 tonnes
3. Canada: 20 tonnes
4. Switzerland: 18 tonnes
5. Finland: 18 tonnes
6. Netherlands: 17 tonnes
7. Belgium: 17 tonnes
8. Ireland: 16 tonnes
9. Cyprus: 16 tonnes
10. UK: 15 tonnes

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By contrast, China comes in at just 3.1 tonnes, and India at 1.8 tonnes.

Fonte: The Guardian