segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Largada de uma regata de Kytesurf



Fonte: Sail-World

"A várzea pertence ao rio".

Geógrafa Odette Carvalho de Lima Seabra.


"Em momentos críticos, como temporais, Tietê e Pinheiros irão sempre buscar o que lhes foi tirado"

Ivan Marsiglia - O Estado de S. Paulo

Pé d’água, mesmo, não foi. Mas uma chuva compacta e homogênea, a mais volumosa em dois anos, caindo sobre quase toda a cidade durante 24 horas. E a terça-feira da maior metrópole brasileira amanheceu parada e submersa. Foram registrados 105 pontos de alagamento, entre eles as marginais dos Rios Pinheiros e Tietê. E seis pessoas morreram em deslizamentos de terra – no caso mais grave, em Santana de Parnaíba, quatro irmãos de uma mesma família, três deles, crianças.

A tragédia deixou “constrangida e indignada, mas não surpresa” a geógrafa paulistana Odette Carvalho de Lima Seabra. Autora de Os Meandros dos Rios nos Meandros do Poder: O Processo de Valorização dos Rios e das Várzeas do Tietê e do Pinheiros, apresentado como tese de doutorado na USP em 1987, a professora considera corretas as medidas tomadas nos últimos anos para mitigar as enchentes. Mas o sistema já está próximo de seu limite.

Colega do célebre geógrafo baiano Milton Santos, morto em 2001, Odette diz que as políticas públicas destinadas às várzeas dos Rios Pinheiros e Tietê tiveram um protagonista privado: a São Paulo Tramway, Light and Power Company – empresa de capital canadense que energizou o processo de urbanização brasileiro nas décadas de 30, 40 e 50. Afirma que as várzeas onde o governo do Estado assenta obras de ampliação das marginais são parte integrante dos rios – que as requisitam de volta, nas enchentes. E aponta que a solução definitiva passa por mudanças profundas no modo de vida na cidade.

As cenas de inundação na terça-feira surpreenderam a senhora?

Fiquei, como todo o mundo, constrangida e indignada. É insuportável saber que somos obrigados a viver essas tragédias ano após ano. Mas não posso dizer que as imagens me surpreenderam. As medidas que vêm sendo tomadas desde 1999 são corretas. Mas ocorre que a capacidade do Tietê está no limite. A interligação de bacias necessária ao abastecimento de São Paulo faz com que, por exemplo, 33 metros cúbicos por segundo da bacia hidrográfica do Rio Piracicaba caiam aqui.

O solo impermeável da cidade é uma das causas das enchentes?

Também. As chuvas, a cada ano, são mais torrenciais. Há dados mostrando isso. Temos um volume aumentado de água na rede, impermeabilização crescente do solo e ocupação desordenada do rebordo externo da bacia. Eu me refiro à zona leste de São Paulo, à vertente sul da Cantareira, essa porção de colinas, onde têm ocorrido desastres. O solo, lá, é de rigolito, fixo apenas pela vegetação. Com o desmatamento, ainda que seja uma simples abertura entre as casas, tudo fica sujeito a deslizamentos. Além disso, por gravidade, os detritos chegam à calha do rio. Por isso o Tietê tem um trabalho de desassoreamento que não pode parar.

É difícil imaginar Paris sem o Sena, Londres sem o Tâmisa, Viena sem o Danúbio. Que falta faz um rio a uma grande cidade?

O rio é uma referência de lugar e de espaço, integra a identidade de um povo. Quando ele está perdido, como no nosso caso, é uma ausência importante. Vi um documentário que mostrava como os brasileiros voltaram as costas para os rios. Há quem cruze o Tietê quatro vezes ao dia sem se dar conta.

Seu doutorado mostra como as estratégias de ocupação das margens do Tietê e do Pinheiros foram definidas a partir dos interesses da Light. Como isso se deu?

Esse é o rescaldo negativo do imperialismo das grandes empresas nos países subdesenvolvidos. A Light, da qual hoje pouco se fala, provocou uma grande mobilização no Brasil das décadas de 30, 40 e 50. A companhia era uma espécie de polvo, atuando em diferentes esferas. Foi tão importante na história de São Paulo que passou a integrar o imaginário. Aparecia na música, na poesia, na retórica popular. Havia até uma expressão: “E eu com a Light?”

Como ela atuava?

No final do século 19, a Light tinha o monopólio da geração e difusão de hidreletricidade no mundo. E entrou no Brasil da mesma forma que na Guatemala, no México e mesmo em Barcelona, na Espanha. Um grupo econômico se mobilizava para levantar fundos, sob a bandeira da rainha da Inglaterra, e obtinha exclusividade no mercado. Em São Paulo, primeiro atuou no transporte urbano. Em 1899, ganhou uma concessão interessante, para a construção de bondes elétricos, embora não houvesse eletricidade na cidade! Em 1901, já tinha construído uma hidrelétrica, em Santana de Parnaíba: mandava energia para movimentar os bondes, iluminar vitrines, ruas, etc. A Light tinha uma racionalidade que a administração pública e a sociedade local não acompanhavam. E um ideário muito forte de progresso. Sempre digo aos meus alunos: isso foi importante, a energia elétrica é uma revolução, muda a vida cotidiana e a noção de tempo na cidade. Só que aqui a Light montou um Estado dentro do Estado.

E inverteu o curso do Rio Pinheiros.

Isso foi em novembro de 1928. A inversão era para canalizar a água para uma represa que já funcionava no sopé da serra, em Cubatão. Pelos decretos, para compensar seus investimentos, a Light ganhava o direito de desapropriar imóveis de toda a várzea do Rio Pinheiros, “para fins de utilidade pública”. O que sempre foi prerrogativa do governo central. Essa área seria delimitada por uma tal “linha da máxima enchente”, que encontrei em mapas confeccionados no Canadá, ainda feitos de pano. Tomaram como referência a famosa enchente de 1929, a maior que houve em São Paulo. E tudo passou a ser da Light, de onde a água chegou até o leito do rio. Entendi nisso a demarcação de um território. E nós, que estudamos geografia, sabemos o que o território é: uma jurisdição de poder. Daí para a frente, um fiscal de terras passou a proibir as pessoas de usarem a várzea, fosse para jogar bola ou levar cabras para beber água.

E como a companhia conseguiu o direito de revender essas terras de ‘utilidade pública’ depois?

Eles fizeram acordos com os expropriados, sempre estipulando critérios e preços. Houve movimentos de resistência de moradores, que foram ao presidente Getúlio Vargas, até que ele se manifestasse contra. Mas a essa altura tudo estava sob litígio e começou o movimento dos advogados, ganhando cobres às custas dos expropriados.

A proximidade das pistas do leito dos rios nas marginais é muito criticada por urbanistas. Por que elas foram parar lá?

Nos anos 60, com o Plano de Metas, foi preciso abrir espaço para circularem os automóveis. Tem início outro padrão e modo de vida. O Estado planejou as marginais e pressionou a Light: “Agora, vamos intervir, porque é preciso modernizar a estrutura de transporte do País”. Veja que, até então, em São Paulo andava-se de carroça, bonde ou barco – cerca de 500 deles transitavam no Tietê. Com a entrada da indústria automobilística, o transporte por rio desaparece e o ferroviário entra em declínio. Os bondes saíram de circulação não porque as pessoas não mais os quisessem, mas porque outra opção de transporte foi imposta goela abaixo.

É por isso que senhora diz que ‘os enigmas do funcionamento da Bacia do Alto Tietê traduzem o modus operandi da modernização geral da sociedade’?

Se a gente tem noção da história, fica ingênuo discutir quem fez as marginais e foi responsável por esses equívocos. Mas, com o partido rodoviário sendo adotado como modalidade de transporte nacional, a sequência só poderia ter sido essa. No caso da Light, é preciso levar em conta também que éramos uma República nova, sem conhecimento de estruturas jurídicas, com uma sociedade pouco aparelhada para negociar com o trust. Não que, por princípio, as pessoas fossem boas ou más. É um processo.

Os moradores mais antigos da cidade têm a memória de um Tietê onde se nadava, praticava remo. Como se transformou em uma ‘cloaca a céu aberto’, como a senhora diz?

Em minha tese, entrevistei um ex-barqueiro, de 96 anos, que passou a vida recolhendo areia do fundo do Tietê para vender. Ele me contou que, em 1935, já não podia mais beber a água do rio, e a levava de casa. Perguntei por quê. “Desde que a Nitroquímica se estabeleceu em São Miguel os peixes começaram a morrer e a gente não podia mais beber a água.” Ainda na década de 20, quando a Light obteve o monopólio do Rio Pinheiros, as autoridades decidiram deslocar os barqueiros para o Tietê. Houve processos na Justiça e, num deles, um barqueiro questiona: “Já não dá para tirar areia entre a Ponte Pequena e a foz do Rio Pinheiros, porque o fundo do rio é lodo e esgoto”. A contaminação é um processo que vem com a urbanização. Seus efeitos deveriam ter sido domesticados ao longo do tempo, mas ela foi avassaladora e não pudemos raciocinar sobre os problemas que a industrialização trazia.

Dezenas de projetos de ampliação do leito e embelezamento das margens foram realizados em São Paulo, sem que os rios fossem de fato recuperados – como ocorreu com o Tâmisa, em Londres. Por quê?

Primeiro, a gente continua poluindo o Tietê. A poluição industrial foi controlada, mas a doméstica, não. Há um problema de infraestrutura difícil de enfrentar. É muito caro fazer interligação de esgotos. Às vezes, os espíritos românticos maquiam as margens, produzem discursos... Mas a solução ainda está distante.

Não será porque obras sanitárias têm pouca visibilidade política?

Também. E porque a necessidade cresce em ritmo geométrico. Um grande problema hoje, por exemplo, é a capacidade de escoamento. Já temos 43 piscinões que, juntos, comportam o volume de um Tietê. Mas eles não bastam. É igualmente simplório atribuir o problema à sujeira dos bueiros. Lidamos com o fardo pesado dessa longa história de urbanização.

A recente ampliação das pistas nas marginais é uma boa ideia? O especialista em drenagem urbana da Poli-USP Mario Thadeu Leme de Barros disse que será preciso ‘renaturalizar as bacias’ e, em 20 ou 30 anos, acabar com as marginais.

Não fiz coro às críticas sobre a ampliação das marginais porque enfrento engarrafamentos todo dia e sei que alguma coisa tinha que ser feita. No plano de macrodrenagem existe uma proposta séria de recuperação das várzeas, mas que exige investimentos extraordinários. No Canadá isso foi feito: restituíram a várzea ao rio, pois ela é parte dele, pertence a ele. Por isso, nas enchentes, o rio a requisita de volta. Lá construíram jardins que, quando têm de encher de água, enchem. A solução definitiva é pensar em um novo desenho urbano.

A senhora acredita que algum dia possa haver um pacto político, social, ambiental e econômico para recuperar de fato esses rios?

Se um dia alguém levantar essa bandeira e conseguir o mínimo que seja, estará fazendo muito. Devolvendo as várzeas ao rio teríamos uma outra cidade – e isso só acontece com uma mudança no modo de vida. Para começar, exigiria menos automóveis, que regem hoje as formas de ocupação de espaço e regulação do tempo na cidade.

Ambientalistas dizem que ‘o carro é o novo cigarro’, um símbolo anacrônico de status, a ser banido.

Seria bom mesmo. Mas como agir numa sociedade desse tamanho, com milhões de pessoas circulando para cima e para baixo? Uma pesquisa que fizemos em Parelheiros, no extremo sul da cidade, mostrou que existe gente nascida lá, que já é adulta e nunca saiu da região. Não conhece nem o centro. Chamo isso de confinamento dos pobres. Com tantas carências, como arcar com o custo social de liberar as várzeas?

Fonte: Estadão, 12 de dezembro de 2010.

História dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (R&D) nos EUA


O gráfico acima mostra um interessante comparativo entre os investimentos realizados em pesquisa nos EUA, excluídos os gastos militares, desde o início da década de 1950. Vale observar que:

  • CORRIDA ESPACIAL: Na Década de 1960, quando Kennedy exortou os EUA a recuperarem o atraso em que o país se encontrava com relação aos adversários soviéticos na chamada "Corrida Espacial", a ciência associada ao tema viu jorrar investimentos em seu favor, fazendo o orçamento geral da pesquisa no país dar o maior salto da história (barras amarelas).
  • ENERGIA: Na década de 1970, a crise do petróleo fez crescer os investimentos em pesquisas em energias alternativas (barras verdes).
  • SAÚDE: A partir da década de 1980, quando o orçamento geral da ciência passou por um achatamento, a saúde assume a liderança dos investimentos, processo este que se consolidou na primeira década do Século XXI, a ponto da saúde atrair a metade de todo o investimento em ciência. (barras azuis).
  • MEIO AMBIENTE: E o meio ambiente? Observe que os investimentos em pesquisa em recursos naturais e meio ambiente (barra lilás) tiveram ao longo de todo este período uma importância quase apenas marginal. Foram as menores dotações dentre todos os temas citados ao longo de todo o tempo.
Fonte do gráfico: Tucker Willsie, "The history of Clean Energy Research".

domingo, 30 de janeiro de 2011

Should companies pay to pollute?


Aristotle on modern ethical dilemmas

Should companies pay to pollute? Great thinkers like Aristotle have mulled such questions for centuries, says philosopher Mark Vernon in the Magazine's series on modern ethical dilemmas.

Carbon credits allow organisations to pay to pollute. If you have a carbon credit, you can emit one tonne of carbon.

The aim is to reduce carbon emissions by putting a price on climate change pollution. But there's a tension here. A market in carbon also creates the right to emit pollutants. So is the system just?

You can seek an answer in different ways, according to the three traditions of moral philosophy that dominate in our times.

A utilitarian approach, which seeks people's greatest happiness and is associated with British philosopher Jeremy Bentham, is only interested in whether it works.

What is carbon offsetting?

A way of compensating for emissions of CO2 by participating in, or funding, efforts to take CO2 out of the atmosphere.

Offsetting often involves paying another party, somewhere else, to save emissions equivalent to those produced by your activity.
Reducing levels of carbon in the atmosphere will, presumably, reduce the risk of adverse climate change, and that, in turn, will mean future generations are a lot happier than they would be if carbon levels continued to rise. In short, says the utilitarian, if you have to create a market for carbon in order to keep people happy, so be it.


But it will take time to see whether carbon credits work, time the climate science suggests is in short supply.

A Kantian approach, that considers fairness and rights, might examine questions such as this: does the market for carbon favour richer nations, those with the wealth to pay for credits?

Yes, reply countries like India and China, pointing out that the system is unjust because it means the very nations that caused the problem can carry on polluting.

Further, carbon credits arguably distribute responsibility in an unjust way. For example, if a poorer country reduces its carbon emissions, it will have surplus carbon credits. These can be bought by a wealthier nation that can then carry on emitting.


The net result could be to increase the pollution gap between rich and poor countries. This would not just introduce a new inequality into the world, but might turn carbon emission into a luxury, as desirable as a mink coat.

This possibility raises the third way of looking at the problem, based on virtue.

Virtue ethics - associated with Aristotle - would want to ask about the moral standing of those engaged in this activity. What happens to the moral stigma attached to pollution?

It seems that carbon credits reduce the stigma by giving countries and companies the right to pollute, so long as they pay for it. Richer entities are doing something that might be thought wrong, but they can pay the price, thereby implying they have been forgiven.

A final question that the virtue ethics approach would have concerns whether carbon credits undermine the shared responsibility that, ideally, all nations should have for the planet and its resources.


A marketplace for carbon might load responsibility for reducing emissions onto poorer countries. Shared responsibility is, therefore, undermined by it.

But then again, a utilitarian might retort: who cares about such moral niceties when cutting pollution is at stake. So long as the market works…

Fonte: BBC

Um pouco da repercussão internacional da participação do Projeto Grael na Cape Town - Rio.

Velejadores do Projeto Grael visitam o Table Mountain e votam pelo reconhecimento do marco da Cidade do Cabo como uma das Maravilhas do Mundo. Fonte: tablemountain.net.

- Sail World: "The Brazilians are really nice guys".
- Site da Cidade de Cape Town. Cidade anuncia o apoio à tripulação e a participação do Projeto Grael:  Aqui
- Royal Cape Yacht Club: Aqui
- Times Live: Aqui
- SailCam TV: Aqui
- West Cape News: Aqui
- PRLog: "Flourishing relations - Cape Town-Rio de Janeiro": Aqui
- "Across the Ocean and Up in the Sky": velejadores do Projeto Grael visitam Parque Nacional Table Mountain. Aqui
- "Township youth to battle in Race to Rio": Aqui

Regata Cape Town-Rio: Velejadores do Projeto Grael se aproximam do Rio

Tripulações do Spirit of Izivunguvungu e do City of Cape Town treinam na Cidade do Cabo, antes do início da regata Cape Town-Rio. Foto: divulgação.

BARCO CITY OF CAPE TOWN CONTINUA NA LIDERANÇA E ESTÁ A APENAS 388 MILHAS DA CHEGADA.

Quatro velejadores formados pelo Projeto Grael, Samuel Gonçalves, Hallan Batista, Alex Sandro Mattos e Allan Leitão Tavares (saiba mais sobre eles), são os únicos representantes brasileiros na tradicional regata Cape Town - Rio, de travessia do Oceano Atlântico. Os velejadores fazem parte da tripulação do barco City of Cape Town, onde estão também três velejadores sul-africanos.

A equipe, que é patrocinada pela prefeitura da Cidade do Cabo (Cape Town), está na liderança desde os primeiros dias da regata.

À frente do barco dos brasileiros, segue o Prodigy, barco que deve conquistar a Fita Azul (primeiro barco a cruzar a linha de chegada). Mas, isso não significa que o barco será o campeão. Bem maior e de construção mais sofisticada que os demais, o Prodigy é penalizado no sistema de handicap, regra existente nas competições de oceano para equiparar as embarcações e garantir a competitividade em igualdade de condições dos participantes, independente do tamanho dos seus barcos.

Protestos

Como não há como ter juízes vigiando toda a competição, como em outros esportes, na vela, as dúvidas e conflitos surgidos durante a competição são julgadas depois da prova por uma Comissão de Protestos. No caso da atual Cape Town-Rio duas decisões terão que ser tomadas pela Comissão de Protestos.

Os dois casos referem-se a um mesmo incidente. O barco Spirit of Izivunguvungu, teve uma pane no equipamento desalinizador - que transforma a água do mar em água potável - o que os deixou perigosamente sem estoque de água para os tripulantes. Os tripulantes da embarcação Xtra Link, foram solidários e dentro do espírito esportivo e de marinharia responsável, prestaram socorro ao barco em apuros.

Agora, a tripulação do Xtra Link reivindica, justamente, que as seis horas que teriam dedicados ao socorro sejam justamente descontadas do tempo total a ser contabilizado pelo barco na regata. O pedido deverá ser acatado sem problemas.

A outra decisão é quanto ao Spirit of Izivunguvungu, que pode ser penalizado até com a desclassificação pela Comissão de Regatas, por ter recebido ajuda externa, o que contraria as regaras da competição. O Projeto Grael lamenta muito pela equipe do Izivunguvungu, organização social parceira do Projeto Grael e que desenvolve um trabalho semelhante na África do Sul. Torcemos que a decisão da Comissão de Protestos não privilegie, mas também não invalide todo o esforço destes bravos jovens que junto com os velejadores do Projeto Grael tornam a atual edição da regata um marco da vela internacional, pela presença de duas tripulações compostas por velejadores oriundos de projetos sociais.

Armadilhas na chegada ao Rio de Janeiro

Nesta manhã de domingo, ao ser publicado o boletim diário com a posição dos competidores, o Prodigy estava a 127 milhas de distância da Linha de Chegada. A previsão inicial era que a embarcação chegasse na tarde de sábado, mas os velejadores estão sofrendo as consequências de uma má decisão estratégica: segundo o site da regata, o comandante e o navegador do Prodigy decidiram chegar ao Rio de Janeiro em uma posição mais para o sul do que o restante da flotilha. Isso os fez cair em uma Zona de Alta Pressão, o que lhes tirou o vento. Para sair da "armadilha", o Prodigy teve que contornar esta zona e seguir o seu caminho para o Rio.

Com isto, prdeu-se parte da vantagem que o Prodigy conseguiu abrir com relação aos demais competidores nos últimos dias, que o levou da oitava para a quinta posição no tempo corrigido (pela regra do handicap). Bom para o líder City of Cape Town que consolida a sua posição, mas que terá que evitar os erros cometidos pelo Prodigy. A distância dos brasileiros para o Prodigy diminuiu nas últimas horas e para os demais competidores que estão para tras, a distância é cada vez maior e mais confortável. Mas, todo cuidado é pouco e, de certo, a regata só termina quando os barcos cruzarem a linha de chegada.

Ansiedade e emoção

A medida que os barcos se aproximam, aumenta a ansiedade dos familiares, velejadores, amigos e de toda equipe do Projeto Grael, que estão acompanhando e torcendo pelos brasileiros. A expectativa é que o City of Cape Town cruze a linha de chegada na terça-feira de manhã.

Que todos continuem emanando as melhores vibrações para que tudo continue correndo bem e os velejadores do Projeto Grael nos encham de emoção com a vitória. Seja como for, já temos muito o que comemorar com tudo o que já fizeram até agora.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Só faltam 1000 milhas para os velejadores do Projeto Grael na regata Cape to Rio

City of Cape Town, com a tripulação de brasileiros e sual-africanos.

Quatro velejadores do Projeto Grael (Samuel Gonçalves, Hallan Batista, Allan Tavares e Alex Sandro Mattos. Saiba mais sobre eles aqui) estão disputando a Regata Cape Town-Rio a bordo do barco City of Cape Town. Com eles, seguem outros três velejadores sul-africanos, dentre eles, o comandante do barco Gerry Hegie (comandante do barco), Michael Robb, Duncan Matthews and Kenwyn Daniels.

O City of Cape Town lidera a regata no tempo corrigido, tendo a sua frente apenas o Prodigy, um barco bem maior e que para vencê-lo precisará de uma grande vantagem de tempo, o que não tem no momento. Apesar de estar na frente dos demais 16 barcos na regata, o Prodigy está apenas em oitava lugar no tempo corrigido. Para entender o que é o tempo corrigido acesse aqui.

Brasileiros devem chegar na segunda feira

Segundo a última posição oficialmente registrada no site da regata, os barcos estão a cerca de 1000 milhas do Rio de Janeiro e a previsão de chegada do Prodigy é no próximo domingo dia 30 de janeiro, por volta das 19 horas. O City of Cape Town dos velejadores do Projeto Grael tem previsão de chegar cerca de 12 horas depois, portanto, na manhã de segunda feira.

Ainda poderá acontecer muita alteração, já que os barcos devem diminuir bastante a velocidade ao se aproximar do Rio de Janeiro devido aos ventos mais fracos, o que é previsto devido às condições meteorológicas.

Spirit of Izivunguvungu.

Spirit of Izivunguvungu, sem água potável, pode ser desclassificado

O barco Spirit of Izivunguvungu, tripulado por velejadores da organização Izivunguvungu, que desenvolve um trabalho semelhante ao Projeto Grael, passou por grandes dificuldades quando o desalinizador, aparelho que retira o sal da água do mar e a transforma em água potável, deixou de funcionar, causando o desabastecimento da tripulação. Quando estavam na quinta posição (tempo corrigido), o comandante do barco emitiu o alerta à Comissão de Regatas (juízes) que estavam praticamente no fim do estoque de água e pediram ajuda. O barco Extra Link desviou-se do seu rumo, aproximou-se do Spirit of Izivunguvungu e disponibilizou água e 20 latas de isotônicos. A operação durou cerca de 25 minutos e foi bem sucedida.

A Comissão de Regatas agora terá que decidir sobre a desclassificação do barco sul-africano. Segundo as regras, as embarcações participantes não podem ter ajuda externa. Caso necessitem, devem deixar a regata.

Outros barcos já tiveram problemas. O Myrtle of Bonnievalle também teve problemas com o desalinizador e quase desistiu da regata. Mas, após 5 dias de esforços, conseguiram recuperar o equipamento. O Ciao Bella já reportou problemas dias atrás, mas conseguiu resolvê-lo também.

Estaremos na torcida para que os velejadores do Spirit of Izivunguvungu e os demais participantes tenham uma chegada tranquila e segura ao Rio de Janeiro. Estaremos os aguardando para retribuir toda a atenção que dispensaram aos nossos velejadores enquanto estiveram na África do Sul, antes da largada da regata.

Terremoto do Haiti é quarto desastre com mais doações de organizações dos EUA


Um ano depois do terremoto que devastou a capital do país, Porto Príncipe, balanço revela que doações no total de US$ 1,4 bilhão só ficaram atrás da ajuda às vítimas do tsunami na Ásia, dos atentados de 11 de setembro e do Furacão Katrina, nos EUA.

As quatro maiores tragédias da última década puseram à prova as organizações da sociedade civil americanas. A ajuda às vítimas foi rápida e valiosa. No total, foram arrecadados US$ 8,7 bilhões para contribuir com o atendimento aos feridos e desabrigados. Segundo o site The Chronicle of Philanthropy, a comparação entre os recursos arrecadados até um ano depois dessas tragédias coloca o terremoto do Haiti em quarto lugar no ranking da ajuda humanitária, com US$ 1,4 bilhão.

Dez organizações americanas arrecadaram, juntas, US$ 1,09 bilhão – mais de dois terços do valor apurado. Parte desses recursos foi usada na construção de 31.656 moradias de emergência. O terremoto, que atingiu 7,5 graus na Escala Richter, deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas.

Confira a lista, com os respectivos valores doados:

1) American Red Cross, US$ 479 mil
2) Catholic Relief Services, US$ 159,14 mil
3) Partners in Health, US$ 81,75 mil
4) United States Fund for Unicef, US$ 72,42 mil
5) Doctors Without Borders USA, US$ 68 mil
6) Entertainment Industry Foundation, US$ 66 mil
7) Clinton Bush Haiti Fund, US$ 52,6 mil
8) World Vision, US$ 44 mil
9) United Methodist Committee on Relief, US$ 43,13 mil
10) Save the Children, US$ 30,18 mil

A ajuda às vítimas do Furacão Katrina, em 2005, e dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ambas as tragédias ocorridas nos Estados Unidos, mobilizou o maior volume de recursos: US$ 3,3 bilhões e US$ 2,4 bilhões, respectivamente. Já as vítimas do tsunami na Ásia, em 2004, receberam US$ 1,6 bilhão em ajuda.

Fonte: IDIS

ONGs no Brasil: quem são e quantas são?

NÚMEROS E DADOS DAS FUNDAÇÕES E ASSOCIAÇÕES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS NO BRASIL (FASFIL)

A rica expressão do associativismo brasileiro Sobre o lançamento da FASFIL (IBGE / IPEA / ABONG e GIFE)

No último dia 7 de agosto, foi lançado o segundo suplemento sobre as Fundações e Associações Privadas Sem Fins Lucrativos no Brasil, pesquisa desenvolvida a partir da parceria entre IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Instituto de Pesquisa Econômicas e Aplicadas - IPEA, a Associação Brasileira de ONGs – ABONG e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE.

Com base em dados do Cadastro de Empresas – CEMPRE de 2005, a pesquisa demonstra que existem hoje no Brasil 338 mil organizações sem fins lucrativos divididas em cinco catregorias: 1. que são privadas, não integram o aparelho do Estado; 2. que não distribuem eventuais excedentes; 3. que são voluntárias; 4. que possuem capacidade de autogestão; e, 5. que são institucionalizadas.

O crescimento do número de organizações, bem como sua diversificação, são reflexos da democracia brasileira, mas o resultado da pesquisa demanda um olhar atento sobre suas especificidades e não pode ser considerado bom ou ruim a priori. Além disso, é preciso considerar o alto nível de precariedade deste crescimento, considerando hoje as frágeis formas de financiamento dos trabalhos destas organizações.

Dentre várias informações trazidas à cena pelo levantamento, algumas são particularmente interessantes:

1. A pesquisa demonstra a heterogeneidade do associativismo brasileiro, explicitando o quanto esse universo é amplo e complexo. Assim, podemos ver que não existem 338 mil ONGs, na acepção destas como entidades de defesa de direitos e nem do terceiro setor, como são referidas as do campo da filantropia empresarial. Esses conceitos são políticos, sem rebatimento jurídico e esse universo amplo engloba também essas organizações, mas não se limita as mesmas;

2. Existe uma extrema desigualdade entre essas organizações, e, ao contrário de um recorrente “mito”, o associativismo não é uma “forma fácil de enriquecer”. A média salarial nessas entidades é baixa, cerca de 3,8 salários mínimos por mês. Além disso, as organizações empregam em torno de 1,7 milhão de trabalhadores(as) assalariados(as), mas há, de fato, muito trabalho voluntário, militante e precarizado. As que mais empregam são aquelas que trabalham nas áreas da saúde e da educação, sendo que cerca de 70% empregam um milhão de pessoas, e o restante se distribui em 30%, consideradas de pequeno porte;

3. A distribuição regional, ainda que avaliada em proporção à população das regiões, na pesquisa, demonstra, em relação a 2002, um crescimento de organizações no Nordeste e afirma o alto percentual de associativismo da região Sul, já com tradição nesse sentido. O Sudeste é a região que mais apresenta organizações sem fins lucrativos;

4. A pesquisa aponta para um crescimento das entidades classificadas como de “defesa de direitos e de interesses dos cidadãos”, mas vale desmembrar essa informação para reconhecer o crescimento também de entidades corporativas patronais, de defesa de interesses de classe;

5. Há um percentual de entidades situadas na área de assistência social que, em relação a 2002, não sofre aumento significativo, porém cabe considerar que muitas não se enquadram exatamente nas atribuições de assistência social do Ministério de Desenvolvimento Social – MDS;

6. As entidades são relativamente novas, tendo uma média de 12 anos de existência. A pesquisa não aborda a “mortalidade” delas e seria um aspecto interessante a se levantar para avaliar a sustentabilidade. As que de fato demonstram maior longevidade são as que trabalham com saúde, em especial hospitais. Isso é relevante para entender a sustentabilidade em termos das relações com o Estado brasileiro, no acesso a isenções e imunidades fiscais;

7. Há também um crescimento significativo do grupo de organizações ligadas ao grupamento de religião, demonstrando a forte natureza confessional do associativismo;

8. Por outro lado, há de se olhar para o crescimento do agrupamento de cultura e recreação, que pode ser analisado tanto pela proliferação de atividades de caráter assistencial e mesmo assistencialista, quanto de novas formas associativas a partir da cultura;

Nesse sentido, a ABONG acredita ser de fundamental importância o lançamento dessa pesquisa, em momento de tanta evidência do que genericamente é intitulado de “ONG” no Brasil.

Esperamos, através do produto dessa profícua parceria, contribuir para um maior entendimento sobre esse amplo universo e um melhor conhecimento sobre o associativismo e sua contribuição para a democracia brasileira.

Veja o release de divulgação da pesquisa elaborado pelo IBGE.
Veja a pesquisa na íntegra e faça o download


Fonte: ABONG

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Edital seleciona projetos de eventos culturais no Rio de Janeiro

A Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro (SEC) recebe inscrições para selecionar projetos de eventos culturais, no período de 19 de janeiro a 18 de fevereiro. Estes eventos deverão ser realizados em maio de 2011.


Poderão concorrer pessoas físicas e pessoas jurídicas sem fins lucrativos, atuantes na área cultural há pelo menos dois anos, residentes ou sediadas no estado do Rio de Janeiro. Os proponentes poderão inscrever mais de um projeto, no entanto, serão contemplados por, no máximo, dois. Os candidatos deverão inscrever suas propostas com orçamentos nos valores de R$ 8 mil (módulo 1), R$ 15 mil (módulo 2), R$ 30 mil (módulo 3) e R$ 50 mil (módulo 4).

Acesse aqui este e outros editais da SEC.

Os interessados em participar desta seleção contam com o auxilio do Escritório de Apoio à Produção Cultural - EAPCult que oferece consultorias individuais gratuitas a artistas, produtores e gestores culturais – públicos e privados – e demais profissionais de cultura nos setores de Elaboração e Enquadramento de Projetos Culturais e Produção Cultural, Marketing Cultural e Mobilização de Recursos.

O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, na própria SEC, localizada na Rua da Ajuda, número 5, 13º andar. Para consultorias presenciais é necessário agendar horário por telefone ou e-mail.

Mais informações

Setor de editais: email: eapcult.editais@gmail.com, tel: (21) 2333.4107.
Núcleo de Produção Cultural, Marketing e Mobilização de Recursos: e-mail: eapcult.producao@gmail.com, tel: (21) 2333.4108.

Fonte: Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Velejadores do Projeto Grael lideram a regata Cape Town - Rio


Com mais da metade do percurso de travessia do Atlântico já percorrido, o barco City of Cape Town, patrocinado pela prefeitura da Cidade do Cabo e que conta com quatro velejadores do Projeto Grael na tripulação (únicos brasileiros na regata), continua liderando a regata no tempo corrigido.

O tempo corrigido é uma forma de estabelecer um comparativo entre barcos de diferentes tamanhos, tipos de desenho e construção, e outros critérios. Ou seja, um barco maior e mais sofisticado precisa chegar com uma determinada vantagem com releção a outro menor e menos sofisticado.
O barco City of Cape Town (de 41 pés) só tem um barco à sua frente, o Prodigy, de 51 pés, e descrito no site da competição (http://www.capetorio.heineken.com/) como "uma máquina de regata". Com o critério do tempo corrigido, o City of Cape Town lidera com boa vantagem sobre os adversários.

Desde o início, o barco com os brasileiros optou por uma rota mais ao Norte que os demais e o resultado tem sido muito bom até agora. Nos últimos dias, a performance tem sido sempre superior à dos adversários, sendo que o barco registrou uma singradura de 213 milhas nas últimas 24 horas. A única excessão é para o Prodigy, que tem sido mais rápido (221 milhas nas últimas 24 horas), mas não o suficiente para compensar as suas vantagens comparativas e, por isso, o barco não está em boa posição geral na regata (tempo corrigido). No tempo corrigido, o Prodigy está em oitavo lugar. Os barcos que seguem depois dos dois barcos mais a frente tem tido um resultado bem inferior: Ciao Bella, o segundo colocado no tempo corrigido, avançou 174 milhas; Xtra-link, 179 milhas e Cape Storm, 150 milhas. Os demais barcos estão ainda mais lentos.

Prodigy tem encontrado muitas dificuldades. A regata, como esperado, tem sido com vento em popa praticamente desde o seu início, na Cidade do Cabo. Mesmo com ventos moderados, o Prodigy já rasgou dois spinnakers (vela balão), velas apropriadas para melhorar a performance com ventos de popa e través. Estas velas devem estar fazendo muita falta. Outro problema é que devido às características do barco, o Prodigy não tem bom resultado quando veleja de vento em popa ("popa raso") e, portanto, os seus tripulantes são forçados a veleja-lo um pouco mais orçado, o que obriga que o barco prossiga fazendo um "zigue-zague", levando-o a singrar uma distância muito maior que os demais. O comandante do barco estima que para avançar as 221 milhas registradas, o barco teve que percorrer na verdade 270 milhas.

O que terão pela frente?

Como indica o mapa acima, que representa as curvas de pressão atmosférica no Oceano Atlântico Sul (hoje, terça feira, 25/01/2011), mostra que os barcos deverão encontrar ventos mais fracos e instáveis ao se aproximar do litoral brasileiro. Isso deverá diminuir o excelente ritmo que a regata teve até agora e atrasar um pouco a chegada dos primeiros colocados ao Rio de Janeiro.

Tudo leva a crer que ainda teremos muita emoção pela frente e continuaremos na torcida para que o City of Cape Town faça uma ótima chegada ao Rio de Janeiro. Qualquer que seja o resultado, teremos muito o que comemorar.

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Quer saber quem são os quatro velejadores do Projeto Grael na Regata Cape Town-Rio? Acesse aqui

A TRIPULAÇÃO DO PROJETO GRAEL NA REGATA CAPE TOWN RIO TEM O APOIO DAS EMPRESAS:

WELLSTREAM
G-COMEX

Jared Diamond fala da catástrofe na Região Serrana do Rio de Janeiro

Alerta que vem da lama

Biogeógrafo americano Jared Diamond afirma que estamos sob risco de suicídio ecológico, mas há saída

Rubbish! É a resposta - em bom inglês - do biogeógrafo americano Jared Diamond para a pergunta sacada com frequência pelos "céticos do clima" no afã de congelar o debate ambiental: o aumento da temperatura do planeta, ao qual se atribui a intensificação dos ciclos de calor e frio testemunhada hoje por toda a parte, pode ser o resultado de um ciclo natural da Terra? Rubbish - lixo, besteira.

"A ideia de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje são naturais é tão ridícula quanto a que nega a evolução das espécies", fustiga o autor de Colapso (Record, 2005), um tratado multidisciplinar de 685 páginas na edição brasileira que analisa as razões pelas quais grandes civilizações do passado entraram em crise e virtualmente desapareceram. E a questão assustadora que emerge de seu olhar sobre as ruínas maias, as estátuas desoladoras da Ilha de Páscoa ou os templos abandonados de Angkor Wat, no Camboja, é: será que o mesmo pode acontecer conosco?

A resposta de Diamond, infelizmente, é sim. Ganhador do Prêmio Pulitzer por sua obra anterior, Armas, Germes e Aço (Record, 1997), em que focaliza as guerras, epidemias e conflitos que dizimaram sociedades nativas das Américas, Austrália e África, o cientista americano há anos nos adverte sobre os cinco pontos que determinaram a extinção de civilizações inteiras. O primeiro, é a destruição de recursos naturais. O segundo, mudanças bruscas no clima. O terceiro, a relação com civilizações vizinhas amigas. O quarto, contatos com civilizações vizinhas hostis. E, o quinto, fatores políticos, econômicos e culturais que impedem as sociedades de resolver seus problemas ambientais. Salta aos olhos em sua obra, portanto, a centralidade que tem a ecologia na sobrevivência dos povos.

Foi na semana subsequente à pior catástrofe natural da história do País, na região serrana do Rio de Janeiro - a mesma em que um arrepiante tornado surgiu nos céus de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense -, que Jared Diamond falou por telefone ao Aliás.

Às vésperas do lançamento no Brasil de um de seus primeiros livros, O Terceiro Chimpanzé (1992), o professor de fisiologia e geografia da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, fala das providências cruciais que o ser humano deverá tomar nos próximos anos para garantir sua existência futura. Diz que as elites políticas, seja nos EUA, na Europa, nos países pobres e nos emergentes, tendem a tomar decisões pautadas pelo retorno em curto prazo - até um ponto em que pode não haver mais retorno.

Avalia que o Brasil dos combustíveis verdes tem sido "uma inspiração para o mundo", mas também um "mau exemplo" na preservação de suas florestas tropicais. E fala da corrida travada hoje, cabeça a cabeça, entre "o cavalo das boas políticas e aquele das más", que vai determinar o colapso ou a redenção das nossas próximas gerações.

- O Brasil enfrentou tempestades de verão que mataram mais de 700 pessoas. Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres da ONU, disse que o tamanho da tragédia é indesculpável, pois o País tem apenas um desastre natural para gerenciar. Como evitá-lo no futuro?

Precisamos estar preparados para um número cada vez maior de tragédias humanas relacionadas a mudanças climáticas. O clima se tornará mais variável. O úmido será mais úmido e o seco, mais seco. A Austrália, por exemplo, acaba de sair da maior seca de sua história recente e agora enfrenta o período mais úmido já registrado no país. Em Los Angeles, onde moro, recentemente tivemos o dia mais quente da história e, há algum tempo, o ano mais chuvoso e também o mais seco que a cidade já viu.

- Em seus escritos, o sr. aponta a Austrália como um país com estilo de vida antagônico às suas condições naturais. Mas, em comparação com o Brasil, os australianos se saíram melhor: enfrentaram a pior enchente em 35 anos, mas contabilizaram apenas 30 mortos. Como explicar isso?

É verdade que o modo de vida dos australianos não está em harmonia com suas condições naturais. Mas o estilo de vida dos americanos e dos brasileiros tampouco. O modo de vida do mundo não está em harmonia com as condições naturais deste próprio mundo. No caso da Austrália, o país fica no continente que tem o meio ambiente mais frágil, o clima mais variável e o solo menos produtivo. Mas a Austrália é um país rico e dispõe de mais dinheiro que o Brasil para criar uma infraestrutura que gerencie tais problemas. Em Los Angeles, onde as enchentes são recorrentes, não resta um rio em seu leito natural: todos receberam canais de concreto para reduzir o risco de enchentes. A minha casa fica literalmente em cima de um córrego coberto por uma estrutura de concreto. Nos 34 anos em que vivi nessa casa, apenas duas vezes a água invadiu o porão.

- Em Colapso, o sr. lista cinco razões que explicam o declínio das sociedades. Elas continuam as mesmas?

 Sim. Os cinco fatores que levo em consideração ao tentar entender por que uma sociedade é mais ou menos propícia a entrar em colapso são, em primeiro lugar, o impacto do homem sobre o meio ambiente. Ou seja, pessoas precisam de recursos naturais para sobreviver, como peixe, madeira, água, e podem, mesmo que não intencionalmente, manejá-los erradamente. O resultado pode ser um suicídio ecológico. O segundo fator que levo em conta é a mudança no clima local. Atualmente, essa mudança é global, e resultado principalmente da queima de combustíveis fósseis. O terceiro fator são os inimigos que podem enfraquecer ou conquistar um país. O quarto são as aliados. A maioria dos países hoje depende de parceiros comerciais para a importação de recursos essenciais. Quando nossos aliados enfrentam problemas e não são mais capazes de fornecer recursos, isso nos enfraquece. Em 1973, a crise do petróleo afetou a economia americana, que dependia da importação do Oriente Médio de metade dos combustíveis que consumia. O último fator recai sobre a capacidade das instituições políticas e econômicas de perceber quando o país está passando por problemas, entender suas causas e criar meios para resolvê-los.

- O colapso da sociedade como hoje a conhecemos é evitável ou apenas prorrogável?

É completamente evitável. Se ocorrer, será porque nós, humanos, o causamos. Não há segredo sobre quais são os problemas: a queima exagerada de combustíveis fósseis, a superexploração dos pesqueiros no mundo, a destruição das florestas, a exploração demasiada das reservas de água e o despejo de produtos tóxicos. Sabemos como proceder para resolver essas coisas. O que falta é vontade política.

- O Brasil tem feito sua parte?

Nunca estive no Brasil, portanto não posso falar a partir de uma experiência de primeira mão. Mas pelo que entendo, vocês adotaram uma solução imaginativa para a questão energética, com a produção de etanol. O Brasil é uma inspiração para o resto do mundo em relação aos carros flex. Por outro lado, mesmo que o País esteja consciente dos riscos de se desmatar a maior floresta tropical do mundo, muito ainda precisa ser feito. A Amazônia é muito importante para os brasileiros, pois ela regula o clima do país. Se a destruírem, o Brasil inteiro sofrerá com as secas.

- De que maneira as elites tomadoras de decisão podem encabeçar a solução dos problemas ou ser responsáveis por conduzir sociedades à autodestruição?

Uma elite que foi competente em solucionar problemas é a composta por políticos dos Países Baixos, que têm grandes dificuldades com o manejo de água, já que um terço da área desses países está abaixo do nível do mar. A Holanda investiu uma quantidade enorme de dinheiro no controle de enchentes. Uma coisa que motivou os políticos holandeses é que muitos deles vivem em casas que estão sob o nível do mar. Eles sabem que se não resolverem a coisa vão se afogar com os demais. Outra elite razoavelmente bem-sucedida é a realeza do Butão, nos Himalaias. O rei butanês disse ao seu povo que o país precisa se tornar uma democracia quer queira, quer não. Ele também anunciou que a meta do país não é aumentar o PIB, mas elevar o índice que mede a felicidade nacional. Isso é verdadeiramente uma meta maravilhosa. Nos EUA, temos políticos poderosos com uma visão curta e destrutiva. Acho que contamos com um bom presidente, mas temos uma oposição cujos objetivos no presente momento se resumem a ganhar a próxima eleição presidencial e, repetidamente, tem negado a existência da mudança climática e do aquecimento global.

- De que forma o declínio de sociedades antigas pode nos servir de lição?

Algumas sociedades do passado cometeram erros decisivos, outras agiram com sabedoria e tiveram longos períodos de estabilidade. Um vizinho de vocês, o Paraguai, é um exemplo de país que cometeu um erro crucial, há 120 anos: lutar simultaneamente contra Brasil, Argentina e Uruguai. Isso resultou na morte de 80% dos homens e um terço da população. Tomando como exemplo o Paraguai, precisamos aprender a adotar metas realistas. Podemos aprender também com os países que manejam bem seus recursos, como a Suécia e a Noruega, ou tomar como mau exemplo a Somália - que desmatou suas florestas e hoje sofre com a seca. Em defesa da Somália, podemos argumentar que o país não conta com um grande número de ecologistas capacitados, ao contrário de Brasil e EUA.

- O sr. estudou a ascensão e queda de sociedades no passado, mas o que se discute agora é o futuro da própria humanidade. Sua teoria é capaz de explicar os desafios do mundo globalizado?

Sim. É verdade que esta é a primeira vez na história que enfrentamos o risco de o mundo inteiro entrar em colapso. No passado, o colapso do Paraguai, por exemplo, não teve nenhum efeito na economia da Índia ou da Indonésia. Hoje, até mesmo quando um país remoto, como a Somália ou o Afeganistão, entra em colapso isso repercute ao redor do mundo. Mas, por analogia, é possível tirar conclusões semelhantes.

- O geógrafo brasileiro Milton Santos (1926-2001) enfatizou aspectos socioculturais para explicar os dilemas da sociedade, enquanto seu trabalho é considerado por alguns como geodeterminista. Aspectos culturais não teriam mais influência sobre o futuro das sociedades que os naturais?

Com frequência as pessoas me perguntam se isso ou aquilo é mais importante para explicar o declínio das sociedades. Questões como essas são ruins. É o mesmo, por exemplo, que perguntar sobre as causas que levaram ao fracasso de um casamento. O que é mais importante para manter um casamento feliz? Concordar sobre sexo ou dinheiro, ou crianças, ou religião, ou sogros? Para se ter um casamento feliz é preciso estar de acordo a respeito de sexo e crianças e dinheiro e religião e sogros. O mesmo se dá no entendimento do colapso de sociedades. Fatores culturais são importantes, mas diferenças ambientais não podem ser ignoradas. Por exemplo, as regiões Sul e o Sudeste do Brasil são mais ricas que a Norte. Isso é por causa do meio ambiente, não porque as pessoas no norte sejam burras e as do sul mais inteligentes ou cultas. A explicação é que o norte do país é mais tropical e áreas tropicais tendem a ser mais pobres porque têm menos solos férteis e mais doenças. O mesmo é verdade nos EUA, onde até 50 anos atrás o sul foi sempre mais pobre que o norte. Ao redor do mundo, esse padrão é repetido: países tropicais tendem a ser mais pobres que os de zonas temperadas.

- Que sociedades estão em colapso hoje?

Todas as sociedades do mundo estão em risco de colapso. Se a economia mundial colapsar isso afetará todos os países. Nós vimos o que houve dois anos atrás, quando o mercado financeiro americano quebrou, afetando todas as bolsas do mundo. Então, embora todos os países estejam em risco de colapso, alguns estão mais próximos dele do que outros - por uma maior fragilidade ambiental, porque são menos maduros política ou ecologicamente ou por qualquer outro motivo. Por exemplo, o Haiti, que retornou agora às manchetes com a volta do ditador Baby Doc, viu seu governo virtualmente colapsar e continua em grande dificuldade. O México enfrenta dificuldades gravíssimas relacionadas a problemas ecológicos, com a aridez de suas terras, e políticos, com a onda de assassinatos ligada ao tráfico de drogas. Paquistão é um exemplo óbvio, Argélia, Tunísia, que também estão no noticiário... Do outro lado, dos países com menos risco de colapso estão a Nova Zelândia, o Butão e, na América Latina, a Costa Rica. Chile também vai bem. E o Brasil tem melhores perspectivas que vizinhos como a Bolívia, claro.

- Países podem se recuperar do colapso?

O colapso normalmente não é definitivo. Houve colapsos no passado que foram sucedidos por retomadas. O Império Romano caiu e, apesar disso, a Itália é hoje um país de Primeiro Mundo.

- A Europa, onde o debate a as leis de proteção ambiental mais avançaram, também entrou em crise. Quando isso ocorre, há risco de retrocesso nas políticas ambientais?

É possível. Muita gente sustenta que, quando a economia está fraca, não se consegue investir como se deve no meio ambiente. O colapso econômico de fato põe em risco os avanços em sustentabilidade. Só que os problemas ambientais só são fáceis de resolver nos estágios iniciais. Nesse ponto custam menos, mas se aguardamos 20 ou 30 anos, eles se tornarão muito caros ou impossíveis de solucionar.

- Nos EUA, quando o presidente Obama condicionou empréstimos às montadoras americanas ao investimento em carros mais baratos e menos poluentes, a crise não ajudou?

Tanto as crises econômicas podem ter bons efeitos para a política ambiental como fazê-la retroceder. Nos EUA, antes do crash financeiro, estava muito em moda o Hummer, um jipe de 3 toneladas, versão civil de um veículo militar utilizado no Iraque. Era caríssimo e gastava horrores em combustível. Aparentemente, suas vendas despencaram e isso é um efeito positivo da crise econômica. Ainda assim, há americanos ignorantes que ainda insistem em dizer que, uma vez que estamos em crise, podemos deixar a agenda ecológica de lado.

- Há modelos econômicos melhores e piores no que diz respeito aos danos ecológicos?

No momento em que falamos, tenho que dizer que o modelo econômico americano não parece ser o mais adequado. Por outro lado, somos uma democracia, com maus políticos, mas também bons - que denunciam os problemas que põem em risco o futuro. Numa ditadura comunista, por exemplo, isso seria impossível. Gosto do sistema capitalista porque ele pressupõe competição, inclusive de ideias. Mas aprecio também o papel do Estado em interferir no capitalismo, evitando os monopólios e enfrentando grupos cujos interesses vão de encontro aos da maioria da população. Em comparação, eu diria que o modelo europeu de capitalismo, mais socializado e comprometido com o bem comum, é atualmente a alternativa menos ruim.

- Alguns cientistas afirmam que não se pode dizer ao certo que o aquecimento global seja culpa da ação do homem; pode ser parte de um ciclo natural da Terra.

Sabe a palavra inglesa rubbish? Significa lixo, mas é usada em linguagem coloquial em referência a ideias ridículas. O argumento de que as mudanças climáticas que estamos presenciando hoje sejam apenas naturais é simplesmente ridículo. Tanto como aquele que nega a evolução das espécies. As evidências de que tais mudanças se devem a causas humanas são irrefutáveis. Os anos mais quentes registrados em centenas de anos se concentram nos últimos cinco que passaram. O planeta já enfrentou flutuações de temperatura no passado, mas nunca nos padrões registrados hoje. Não conheço um único cientista respeitável que afirme que as atuais mudanças de clima não se devam à ação humana. É por isso que eu digo: rubbish.

- Seis anos depois do lançamento de Colapso, o sr. está mais otimista ou pessimista em relação ao futuro de nossa civilização?

Diria que me mantenho mais ou menos no mesmo nível. Tenho visto coisas ruins piorarem e boas tornarem-se melhores. O que mais me preocupa é que continuamos vendo um aumento vertiginoso do consumo no mundo, seja nos EUA, na China, na Índia ou no Brasil. O que me anima é que cada vez mais pessoas reconhecem a gravidade da situação e estão tomando iniciativas. Uma metáfora que gosto de usar é a da corrida de cavalos. Há dois deles correndo agora, o cavalo da destruição e o cavalo das boas políticas. Nestes últimos seis anos, eu diria que os dois têm corrido cada vez mais rápido, disputando cabeça a cabeça. Não sei qual vencerá a corrida, mas diria que as chances do cavalo do bem vencer são de 51%, enquanto o das más políticas tem 49%. E, se nossa destruição não é certa, nem um destino inescapável, é preciso saber que se não tomarmos medidas urgentes vamos ter grandes problemas.

- A indústria do entretenimento mostra, cada vez mais, imagens do fim do mundo, prédios em ruínas, cidades abandonadas. Por que somos tão fascinados por nossa destruição?

Parte disso se deve à força romântica das imagens de civilizações passadas que entraram em colapso, como as ruínas dos maias, incas e astecas. Ou os escombros das guerras no Iraque e no Irã. E pensamos: quem construiu aqueles templos e monumentos, tinha uma cultura e arte admiráveis, podia imaginar que isso aconteceria? Por que essas civilizações entraram em colapso, sem poder evitar? E nos angustiamos: será que isso também vai acontecer conosco?

(Ivan Marsiglia e Carolina Rossetti)
(O Estado de SP, 23/1)

Fonte: Jornal da Ciência, SBPC

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Planos da ONU considerados insuficientes para reverter o desmatamento

U.N. climate plans said too narrow to save forests

Reuters, Alister Doyle, Environment Correspondent


It said a series of projects to protect forests had had limited success in recent decades -- U.N. figures show that 13 million hectares (32 million acres) of forest were lost every year from 2000-09, an area equivalent to the size of Greece.

The report by the International Union of Forest Research Organizations (IUFRO) suggested that the current U.N.-led efforts to protect forests had too narrow a focus on promoting trees as stores of carbon dioxide, the main greenhouse gas.

"Our findings suggest that disregarding the impact of forests on sectors such as agriculture and energy will doom any new international efforts whose goal is to conserve forests and slow climate change," said Jeremy Rayner, who chaired the IUFRO panel and is a professor at the University of Saskatchewan.

Deforestation accounts for perhaps 10 percent of all emissions of greenhouse gases from human activities. Trees soak up carbon as they grow but release it when they burn or decay.

The IUFRO study said a key problem was that deforestation, from the Amazon to the Congo, was often caused by economic pressures far away. A popular global brand of cookies, for instance, uses palm oil grown on deforested land in Indonesia.

COMPLEXITY

IUFRO urged policies of "embracing complexity" to help protect forests, including educating consumers, rather than rely on a one-size-fits-all mechanism such as carbon storage.

It called for better efforts, for instance, to aid indigenous peoples, whose livelihoods depend on healthy forests.

Among promising measures were amendments to the U.S. Lacey Act, which makes it illegal to import wood known to come from stolen timber. Brazil, for instance, has enacted procedures to tackle deforestation in the Amazon, it said.

The IUFRO report will be issued at U.N. talks in New York this week marking the start of the U.N.'s International Year of Forests.

Almost 200 nations agreed at a meeting in Cancun, Mexico, last month to step up efforts to protect forests with a plan that aims to put a price on the carbon stored in trees, while helping indigenous peoples and promoting sustainable use.

Authors of the IUFRO study said that the U.N. plan, known as REDD+, was promising. "Our worry is that this won't be enough," Benjamin Cashore, a forestry expert at Yale University and an IUFRO author, told Reuters.

He said that governments often simplistically placed too much faith in the lastest idea, like carbon markets.

He said many past schemes had failed to brake deforestation, such as boycotts of some timber in the 1980s by rich consumers, or an international tropical timber agreement that sought to unite producers and consumers.

(With extra reporting by David Fogarty in Singapore)

 
Fonte: Reuters

2030: Brasil e outros emergentes serão líderes mundiais na produção de energia

Emerging Economies to Lead Energy Growth to 2030 and Renewables to Out-Grow Oil, Says BP Analysis




World energy growth over the next twenty years is expected to be dominated by emerging economies such as China, India, Russia and Brazil while improvements in energy efficiency measures are set to accelerate, according to BP’s latest projection of energy trends, the BP Energy Outlook 2030.

BP’s ‘base case’ – or most likely projection – points to primary energy use growing by nearly 40% over the next twenty years, with 93% of the growth coming from non-OECD (Organisation of Economic Co-operation and Development) countries. Non-OECD countries are seen to rapidly increase their share of overall energy demand from just over half currently to two-thirds.

Over the same period, energy intensity, a key measure of energy use per unit of economic output, is set to improve globally led by rapid efficiency gains in the same non-OECD economies, under these projections

According to the BP Energy Outlook, diversification of energy sources increases and non-fossil fuels (nuclear, hydro and renewables) are together expected to be the biggest source of growth for the first time. Between 2010 to 2030 the contribution to energy growth of renewables (solar, wind, geothermal and biofuels) is seen to increase from 5% to 18%.

Natural gas is projected to be the fastest growing fossil fuel, and coal and oil are likely to lose market share as all fossil fuels experience lower growth rates. Fossil fuels’ contribution to primary energy growth is projected to fall from 83% to 64%. OECD oil demand peaked in 2005 and in 2030 is projected to be roughly back at its level in 1990. Biofuels will account for 9% of global transport fuels.

The BP Energy Outlook 2030 is the first of BP’s forward-looking analyses to be published, after 60 years of producing definitive historical data in the BP Statistical Review of World Energy.

In launching the BP Energy Outlook 2030, Group Chief Executive Bob Dudley said: “The issues covered in this document are huge ones – the effort to provide energy to fuel the global economy, sustainably, in an era of unprecedented growth. I believe one of our responsibilities is to share the information we have, to inform the debate on energy, and now on climate change.”

“What producers, governments and consumers all want is secure, affordable and sustainable energy. But on a global scale, this remains an aspiration. And to meet that aspiration over the next two decades, we need smart, market-oriented policies to deliver the energy we need in a manageable way – without inhibiting economic development or jeopardising the improvements in living standards now being experienced by billions of people worldwide.”

“I need to emphasize that the BP Energy Outlook 2030 base case is a projection, not a proposition. It is our dispassionate view of what we believe is most likely to happen on the basis of the evidence. For example, we are not as optimistic as others about progress in reducing carbon emissions. But that doesn’t mean we oppose such progress. As you probably know, BP has a 15-year record of calling for more action from governments, including the wide application of a carbon price. Our base case assumes that countries continue to make some progress on addressing climate change, based on the current and expected level of political commitment. But overall, for me personally, it is a wake-up call.”

Highlights

BP’s ‘base case’ projections are that world primary energy demand growth averages 1.7% per year from 2010 to 2030 although growth decelerates slightly beyond 2020. Non-OECD energy consumption will be 68% higher by 2030 averaging 2.6% per year growth, and accounts for 93% of global energy growth. In contrast, OECD growth averages 0.3% per year to 2030; and from 2020 OECD energy consumption per capita is on a declining trend of -0.2% per year.

Transport growth is seen to slow because of a decline in the OECD. The region’s total demand for oil and other liquids peaked in 2005 and will be back at roughly the level of 1990 by 2030. Toward the end of the period, coal demand in China will no longer be rising and China is projected to become the world’s largest oil consumer.

OPEC’s share of global oil production is set to increase to 46%, a position not seen since 1977. At the same time, oil – and gas – import dependency in the US is likely to fall to levels not seen since the 1990s, because of improved fuel efficiency and the increased share of biofuels. Global consumption growth is also impacted by higher oil prices in recent years and a gradual reduction of subsidies in oil-importing countries.

The fuel mix changes over time, reflecting long asset lifetimes. Oil, excluding bio-fuels, will grow relatively slowly at 0.6% per year; natural gas is the fastest growing fossil fuel with more than three times the projected growth rate of oil at 2.1% per year. Coal will increase by 1.2% per year and by 2030 it is likely to provide virtually as much energy as oil excluding biofuels. The strong carbon policy drive in OECD countries risks being more than offset by growth in emerging economies.

Wind, solar, bio-fuels and other renewables continue to grow strongly, increasing their share in primary energy from less than 2% now to more than 6% projected by 2030. Biofuels will provide 9% of transport fuels and nuclear and hydropower will grow steadily and gain market share in total energy consumption.

“The slowing of growth in total energy in transport is related to higher oil prices and improving fuel economy, vehicle saturation in mature economies, and expected increases in taxation and subsidy reduction in developing economies,” said Rühl. “In percentage terms, oil demand is reduced the most in the power sector (-30%) because this is the easiest oil to displace with gas or renewables and is the sector most likely to employ carbon pricing”.

Energy intensity

Since 1900 the world’s population has more than quadrupled, real income (as measured by Gross Domestic Product) has grown by a factor of 25, and primary energy consumption by a factor of 23. “The modern energy economy has been shaped by the trends of industrialisation, urbanisation, motorisation and rising income levels,” said Rühl.

Energy per unit of income as measured by GDP continues to fall, and at an accelerating rate. “This is true in our outlook to 2030 not only for the global average, but for almost all of the key countries and regions. The combination of energy efficiency gains and a long-term structural shift towards less energy intensive activities as economies develop underpins this trend,” said Rühl.

Non-OECD growth

Global liquids demand is forecast to reach 102.4 million barrels per day (mmbpd) in 2030. The net growth of 16.5 mmbpd over the next 20 years comes exclusively from the emerging economies of the non-OECD. “Non-OECD Asia will account for nearly two-thirds of non-OECD consumption growth over the next 20 years and more than three-quarters of the net global increase, rising by nearly 13 million barrels a day,” said Rühl.

“The largest increments of new supply will come from OPEC – conventional crude in Saudi Arabia and Iraq, as well as OPEC natural gas liquids (NGLs) which are not subject to OPEC quotas.”

Non-OPEC liquids are likely to rise modestly, driven by a large increase in biofuels, along with smaller increments from Canadian oil sands, deepwater Brazil, and the FSU which offset continued declines in mature provinces.

Fuel substitution

According to the Energy Outlook’s projections, oil continues to suffer a long run decline in market share, while gas steadily gains share. Coal’s recent gains in market share, on the back of rapid industrialisation in China and India in particular, are reversed by 2030, with all three fossil fuels converging on market shares around 27%. The diversifying fuel mix can be seen most clearly in terms of shares of growth. Over the period 1990-2010 fossil fuels contributed 83% of the growth in energy; over the next twenty years fossil fuels are likely to contribute 64% of the growth. Renewables (excluding hydro) and biofuels together account for 18% of the growth in energy to 2030.

“The diversifying fuel mix is being driven largely by developments in the power sector. Energy used to generate power remains the fastest growing sector, accounting for 53% of the growth in primary energy consumption 1990-2010 and projected to account for 57% of the growth to 2030. In terms of end use, industry drives the growth of final energy consumption. The role of transport is weakening; over the past 20 years transport sector energy demand grew at about the same rate as total energy demand, but over the next 20 years it grows much less rapidly than total energy,” said Rühl.

“OECD oil demand declines are concentrated primarily outside the transport sector, where it is relatively easier to displace oil by gas and renewables; post-2015, OECD transport demand is also expected to fall as technology and policy drive improved engine efficiency.”

Growth in biofuels

Biofuels production is expected to reach 6.7 mmbpd by 2030 from 1.8 mmbpd in 2010 and will contribute 125% of net non-OPEC supply growth over the next 20 years. Continued policy support, high oil prices, and continued technological innovations all contribute to the rapid expansion.

The US and Brazil will continue to dominate biofuel production with 76% of total output in 2010 but falling to 68% in 2030 as output from Asia-Pacific begins to rise.

“The global fuel mix continues to diversify – but for the first time, non-fossil fuels will be major sources of supply growth,” said Rühl.

Environmental policy

The Energy Outlook 2030 assumes continued policy action to address concerns about both climate change and energy security, based on the current trend of political commitment. BP has developed an alternative ‘policy case’ to explore the implications of a significant increase in the level of political commitment which translates into a tightening of policy.

“The key focus of the policy case is to reduce dependence on carbon intensive fuels. This can be achieved through a wide range of policy instruments, including various ways of putting a price on carbon,” said Rühl.

In BP’s policy case “global emissions peak just after 2020, but will still be 20% above 2005 levels. The emissions path is still expected to be well above the International Energy Agency’s 450 Scenario1 , indicating how much more effort will be required after 2030 to put the world onto a ‘safe’ path,” said Rühl.

The cut in emissions in the policy case would be achieved through a combination of more rapid efficiency gains, fuel switching – from coal to gas and from fossil fuels to nuclear, hydro and renewables – and the introduction of carbon capture and storage (CCS) for both coal and gas power plants.

Cautionary statement

This presentation contains forward-looking statements, particularly those regarding global economic growth, population growth, energy consumption, policy support for renewable energies and sources of energy supply. Forward-looking statements involve risks and uncertainties because they relate to events, and depend on circumstances, that will or may occur in the future. Actual results may differ depending on a variety of factors, including product supply, demand and pricing; political stability; general economic conditions; legal and regulatory developments; availability of new technologies; natural disasters and adverse weather conditions; wars and acts of terrorism or sabotage; and other factors discussed elsewhere in this presentation.



Fonte: IEWY News

domingo, 23 de janeiro de 2011

Lixo espacial já chega a 16.000 objetos em órbita


Casi 16.000 escombros de artefactos espacial orbitan la Tierra

La basura espacial ha crecido en un año un 5,3 por ciento más, con respecto a los niveles del año anterior y hay orbitando alrededor de la Tierra 15.899 escombros, desde cohetes y lanzadores hasta restos de estos aparatos, según se desprende del último informe trimestral de la Oficina del Programa de la NASA de Restos Orbitales, al que ha tenido acceso Europa Press.


Por 'basura espacial' se entiende a la cantidad de satélites activos o inactivos que han sido lanzados o bien bajados de sus órbitas para ser hundidos en el mar, así como cohetes espaciales antiguos y en funcionamiento, y demás objetos procedentes de la fragmentación de residuos, generados por ejemplo en explosiones.

Concretamente, del 1 de enero de 2010 al 1 de enero de 2011 hay 809 objetos más orbitando alrededor del globo terráqueo; una cifra que contrasta con la registrada en el año anterior, cuando el aumento fue cercano al 20 por ciento.

Así, de los 15.899 cuerpos espaciales que rondan el planeta, la 'Commonwealth of Independent States' (CIS) --Reino Unido y sus colonias-- es la que mayor cantidad de basura desecha al espacio, con un total de 6.052 objetos; seguida de Estados Unidos con 4.833, y de China con 3.488.

Mientras, la Agencia Espacial Europea (ESA) se mantiene un año más como la entidad que menos objetos emite al espacio, con tan sólo con 83 cuerpos, dos menos que el año pasado, y de los que concretamente 39 proceden de explosiones y 44 son cohetes, cuerpos y demás escombros.

Además, hay países que independientemente de la agencia espacial a la que pertenezcan, también envían y 'tiran a la órbita terrestre' aparatos espaciales. Así, sería el caso de los 480 franceses, los 189 que tiene Japón, o los 173 indios.

BALANCE TRIMESTRAL Y EVITAR ACCIDENTES

Trimestralmente, la NASA mide el volumen de objetos que orbitan alrededor de la Tierra. De esta forma, durante el primer semestre de 2010, desde el 1 de enero hasta el 31 de marzo, rondaban alrededor de la Tierra 15.370 objetos. Posteriormente, hasta el 30 de junio esta cifra aumentó a los 15.550 y finalmente, de julio a septiembre hasta los 15.839, alcanzando así los 15.899 a fecha de 31 de diciembre.

Según destaca la NASA en su informe anual, de igual forma que en 2009, en octubre de 2010 la Estación Espacial Internacional (ISS, por sus siglas en inglés) tuvo que maniobrar y virar la plataforma orbital para evitar una "potente colisión".

Es más, destaca que al menos una vez al año la ISS se ve obligada a cambiar su ruta porque corre el peligro de chocar con escombros espaciales. En este caso, se trataba de un escombro perteneciente a la NASA que permanece inservible en el espacio desde hacía apenas un mes, después de sus 19 años de investigación científica.

DETECCIÓN Y CONTROL DESDE LA NASA

Para su detección por radares, estas piezas de desecho deben ser mayores de cinco centímetros. El programa de la NASA encargado de controlarlos es el 'U.S Space Surveillance Network' (SSN). La iniciativa la desarrolla el Gobierno de Estados Unidos y tiene como principal objetivo detectar, controlar, catalogar e identificar estos objetos hechos por el hombre y que orbitan alrededor de la Tierra.

Asimismo, se encarga de predecir cuándo y dónde caerá un objeto de nuevo en la Tierra, cuál es su posición en el espacio, detectar nuevos cuerpos residuales en el espacio y a qué país pertenecen, además de informar a la NASA si estos objetos interfieren con la estación Shuttle.

Entre octubre y noviembre de 2010, por ejemplo, el SSN detectó cuatro nuevos fragmentos procedentes de satélites, tres de ellos pertenecientes a un reciente lanzamiento, mientras que otro asociado a un satélite meteorológico. "Ambos no suponen una gran cantidad de escombros", puntualiza la agencia norteamericana del espacio.

ECOticias – ep

sábado, 22 de janeiro de 2011

O RJ precisará de muito dinheiro: hora de discutir o controle cidadão sobre a aplicação dos recursos

Eu frequento este lugar e sei avaliar o tamanho da tragédia. Onde vemos a foto haviam muitas casas, inclusive algumas que avançavam sobre a calha do riacho que as arrasou.
Banco Mundial anuncia empréstimo de R$ 485 milhões ao Rio

O Banco Mundial (Bird) anunciou uma linha de crédito para o estado do Rio de Janeiro no valor de US$ 485 milhões, equivalentes a mais de R$ 800 milhões. A divulgação do empréstimo foi feita na quarta-feira, 19 de janeiro, após uma reunião do diretor do órgão no Brasil, Makhtar Diop, com a presidente Dilma Rousseff.


As cheias atingiram a Região Serrana há oito dias, causando mais de 700 mortes. A tragédia também deixou 20 mil desalojados e desabrigados.

O empréstimo ainda tem que ser aprovado, mas, segundo o Banco Mundial, o estado irá receber imediatamente US$ 20 milhões, após uma realocação da verba para as vítimas das enchentes.

Participaram da conversa com a presidente e os representantes do Bird os ministros Antonio Palocci, chefe da Casa Civil, Miriam Belchior, do Planejamento, e o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, além de representantes do governo do Rio de Janeiro.

De acordo com o Banco Mundial, após a reunião com Dilma e os ministros, o Bird se comprometeu a trabalhar em parceria com o Ministério da Integração Nacional para colaborar com os estados na avaliação de suas políticas na gestão de desastres. O objetivo é desenvolver um plano de investimentos nos estados mais vulneráveis, antes da próxima temporada de chuva.

O Banco Mundial informou ainda que deve liberar nos próximos dias US$ 97 milhões para o programa Interáguas – desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente para melhor gerenciar o sistema de águas no país. O objetivo, segundo o Bird, é concentrar as ações na gestão de desastres.

O diretor do Bird para o Brasil, Makhtar Diop, afirmou que os programas de prevenção de desastres naturais estão entre as prioridades da instituição ao longo deste ano. “O enfrentamento de eventos climáticos extremos, como os que vêm ocorrendo em muitas cidades do Brasil e do mundo, é um problema de enorme complexidade que põe à prova a capacidade dos governos."
Em seguida, Diop acrescentou: “Com a maior frequência de catástrofes, ligada às mudanças climáticas, é necessário reforçar a ligação entre infraestrutura e redução da pobreza, mudanças climáticas e crescimento sustentável.”

Fonte: Ecodesenvolvimento

Fecha-se o cerco à pecuária predatória na Amazônia

TAC da pecuária avança no Pará

Matéria de Bettina Barros

O Ministério Público Federal do Pará anunciou que termina no dia 31 o prazo para as prefeituras aderirem ao pacto contra o desmatamento na pecuária no Estado. Segundo o órgão, 30 municípios já fazem parte da ação, que prevê tolerância zero com o avanço sobre a floresta e a regularização ambiental das propriedades rurais.

O trabalho conjunto com os municípios ocorre na esteira do processo iniciado em 2009 com os maiores frigoríficos do país, acusados pelo MPF e pelo Greenpeace de comprarem animais criados em áreas desmatadas ilegalmente da Amazônia e, assim, contribuir com o crime ambiental. Entre as empresas envolvidas na ação do MPF estão JBS, Marfrig e Minerva.

O pacto resultou em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que prevê requisitos imediatos e à prazo. Daniel Avelino, procurador do MPF do Pará, diz que a primeira obrigação é a realização do Cadastro Ambiental Rural (RAR) - o georreferenciamento da propriedade rural. A segunda é o Licenciamento Ambiental Rural (LAR), com dados detalhados sobre a compensação que terá de ser feita para ajustar a área à lei. Os municípios signatários do TAC terão entre 2011 e 2012 para fazê-lo, conforme o tamanho da propriedade.

Matéria publicada no Valor Econômico, 21 de janeiro de 2011.

Fonte: Amazônia

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Operações deste ano darão prioridade à fiscalização de áreas onde se produz carne


Evandro Corrêa

Agentes do Ibama farão mais de 90 operações no interior do Pará em 2011, principalmente nas regiões sul, sudeste e oeste do Estado, visando combater ilícitos ambientais como desmatamento ilegal, biopirataria, pesca predatória, queimadas não autorizadas, tráfico de animais e degradação de áreas com o plantio de organismos geneticamente modificados. Haverá aumento das ações de fiscalização na cadeia produtiva da carne bovina (vistorias em áreas embargadas, apreensão de gado pirata e fiscalização no transporte de gado). O local e a data de cada operação constam do Plano Nacional de Proteção Ambiental 2011 e foram planejados por todos os chefes e coordenadores de fiscalização, combate a incêndios, monitoramento ambiental e emergências ambientais do Ibama no país, durante dez dias de reuniões.

O Plano prevê também ações de prevenção e de combate a incêndios florestais e atividades relativas a emergências ambientais. No ano de 2010, o Ibama desencadeou 40 operações de fiscalização de médio e grande porte no Pará para combater crimes ambientais. As maiores operações ocorreram nos municípios de Marabá, Tucuruí, São Félix do Xingu, Altamira, Dom Eliseu e Ulianópolis.

O instituto requisitou neste período 187 fiscais em todos os estados do país. Junto com o efetivo do Ibama no Pará, eles atuaram, principalmente, em defesa da floresta amazônica, combatendo desmatamentos. As operações contaram com mais de 300 homens em campo ao longo de 2010, que foram responsáveis pela aplicação de 2.112 autuações e um total de R$ 995 milhões em multas, além de 1.132 Termos de Apreensão e Depósito.

De acordo com o Ibama, em 2011 o número de operações vai mais que dobrar, uma vez que serão mais de 90 operações só no Pará e 1.300 em todo o país, sendo que grande parte delas vai combater o desmatamento ilegal da floresta nativa amazônica para a criação de gado, nos moldes da operação Boi Pirata I e II.

Também merecem destaque as ações planejadas para reprimir o tráfico de fauna, a pesca predatória e o comércio ilegal de madeira. As operações no Pará começam ainda este mês.

Matéria publicada no O Liberal de Belém, do Pará.
Fonte: Amazônia

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Volvo Ocean Race terá um programa oficial para motivação de jovens para o esporte da vela

A Volvo Ocean Race acaba de anunciar que a edição 2011-2012 da regata contará com o programa VOLVO OCEAN RACE ACADEMY, destinado a motivar jovens para o esporte da vela. Em cada porto que a regata fizer uma parada, serão realizadas três atividades:
  • "Try Sailing": 14.000 jovens terão a oportunidade de velejar pela primeira vez em barcos da classe Ludics 5.6 oferecidos pela organização da VOR.
  • Para os velejadores mais experientes será organizado em cada porto uma regata de equipe na classe Optimist.
  • Um programa para as escolas nas cidades anfitriãs visando aproximá-las dos esportes náuticos

Projeto Grael e a Volvo Ocean Race

A inclusão oficial do programa é um importante avanço para a consolidação da responsabilidade socioambiental da regata. Nas duas últimas edições da regata, o Projeto Grael participou de atividades oferecidas pela VOR nas paradas realizadas no Rio de Janeiro. Alunos do Projeto Grael visitaram a Vila VOR montada na Marina da Glória e os mais experientes também foram anfitriões das escolas que se inscreveram para visitar a Vila, guiando os estudantes e dando explicações sobre a regata, os barcos e toda as atividades das equipes de manutenção de perto.

Delegação do Projeto Grael posa diante da Estátua da Liberdade, em Nova York.

Na edição da regata de 2005-2006, quando tivemos a participação histórica do Brasil 1, barco brasileiro comandado por Torben Grael e tripulado por alguns dos melhores velejadores do país. Na ocasião, uma delegação de 10 alunos do Projeto Grael viajou para Baltimore e Annapolis, nos EUA, onde participaram de eventos culturais e participaram de uma competição da classe Optimist com outros velejadores dos EUA e da Holanda. No entanto, a atividade ainda não era reconhecida pela VOR e foi apenas um evento paralelo à programação de eventos da regata naquelas cidades. A viagem e as atividades foram organizadas pelo Projeto Grael e pelo Comitê Rio de Janeiro / Maryland da organização Companheiros das Américas (Partners of the Americas), bem como pelo governo do Estado de Maryland. A delegação do Projeto Grael viajou com o patrocínio da Gol Linhas Aéreas.

O resultado do intercâmbio foi excelente e, portanto, vemos como uma ótima iniciativa a incorporação da perspectiva educativa e motivacional pela Volvo Ocean Race.

Infelizmente para os velejadores da Baía de Guanabara e para o Projeto Grael, a próxima regata não terá mais o Rio de Janeiro como a parada no Brasil. Desta vez será em Santa Catarina.

A matéria abaixo dá mais detalhes sobre a Volvo Ocean Race Academy:

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Volvo Ocean Race unveils youth programme




Volvo Ocean Race - The Volvo Ocean Race is proud to announce its new youth sailing initiative, the Volvo Ocean Race Academy. This Academy marks the continuation of the Volvo Ocean Race’s commitment to youth sailing worldwide.

The project contains three activities to involve the children of each of the host ports. Firstly, the race will take over 14,000 children worldwide out on the water to 'Try Sailing'. For the experienced young sailors of these countries, there will be the Academy Team Racing Series. Finally, there will be an educational programme to allow the host port schools to become involved in the race and sailing as a sport.

The Try Sailing experience will take children from the local schools and communities out sailing in each host port, in supplied 5.6m Ludics training dinghies. They will be shown some basic sailing skills and learn about the Volvo Ocean Race. The race is also working on individual sailing projects with the local sailing associations and clubs to help leave a legacy in each of the ports, which will facilitate even more young people trying out sailing.

The competitive pinnacle of the project will be the Academy Team Racing Series, which will be held in Optimists dinghies in each of the Host Ports. The two-day regatta will be run in the Race Village harbours, and the race organisation is working with the Optimist Class to organise these regattas.

'The Volvo Ocean Race has always been committed to helping improve youth sailing and encourage young people to get out on the water. With the Try Sailing initiative we hope to get local kids energised about sailing and our race,' explained Knut Frostad, CEO Volvo Ocean Race.

'We want to leave a lasting legacy in each of the Host Ports we visit so we are working with the local sailing associations to help achieve this goal,' he added. 'We will be activating an education programme in association with each of the stopover organisations, which will also allow us to bring school children down to the Race Village and help them learn about the race.

'With the Academy Team Racing Series we hope to excite the competitive young sailors of the countries to race against each other. There will be trials in each of the countries to gain places at the team racing regattas and we are looking forward to working with the Optimist Class on this project across the globe.'

The Volvo Ocean Race will have a total of 40 Optimists for the team racing series, branded to look like the Volvo Open 70s taking part in the upcoming race. Each Optimist team will be given the opportunity to meet the team under whose colours it is racing.

The teams will consist of four children, one of whom must be from the opposite gender. The four-boat team racing will be held on the weekend before the In-Port Race and Leg Start in each of the stopovers and will have a special two-day schedule in the start port of Alicante, Spain and finish port of Galway, Ireland.

The Academy Team Racing will also be used to help educate the sailors, coaches and race officials of the countries the race visits, as The Academy in conjunction with ISAF (the International Sailing Federation) will run coaching clinics the day before and during the team racing.

The Optimist class is the world’s largest youth dinghy fleet with over 132,000 registered Optimists worldwide. The boats have a proven track record as an excellent training dinghy, with many Olympians and Volvo Ocean Race sailors beginning their sailing careers in the class.

Spanish Olympic Gold and Silver medallist Iker Martinez, is a great example. Alongside Martinez’s Olympic and World Championship wins, he has competed in two Volvo Ocean Races (2005-06 and 2008-09). In his second he was the helmsman of Telefónica Blue, which finished in third place overall, and which won four In-Port Races.

Martinez says the class is a great training ground. 'I think that the Optimist class is very important because when you are young, you learn a lot very quickly. The Optimist is an important foundation for children. Kids do really well in them without even knowing why. Children that sail well in the Optimist show that they are talented and have a gift for this sport.'

Fonte: Sail World