terça-feira, 26 de abril de 2016

NITEROI CONTRA QUEIMADAS: Programa de reflorestamento da Clin contribui para recuperar áreas degradadas por queimadas em Niterói


Área de reflorestamento queimada há 5 dias. Equipes replantam as mudas perdidas para o fogo. Foto Axel Grael.

Área de reflorestamento queimada. Danos não foram maiores devido ao funcionamento do aceiro que evitou a propagação do fogo por toda área. Foto Axel Grael.

Inspecionando as áreas reflorestadas. Foto Luciana Carneiro.

Percorrendo a área de reflorestamento do Morro da Boa Vista. Ao fundo, a histórica Igreja de São Lourenço dos Índios, marco da fundação da cidade de Niterói. Foto Elias Ramos.

Mudas de reflorestamento. Foto Luciana Carneiro.


COMENTÁRIO DE AXEL GRAEL:

Hoje pela manhã, visitei áreas reflorestadas no Morro da Boa Vista, no Centro de Niterói, que foram afetadas por incêndios em vegetação nos últimos dias. As áreas degradadas da encosta vem sendo reflorestada desde 2011, mas os trabalhos ganharam maior impulso recentemente, com plantios realizados por equipes da Cia de Limpeza Urbana de Niterói (CLIN) e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS).

O trabalho de reflorestamento de encostas promove as seguintes vantagens para a cidade:
  • SEGURANÇA DAS ENCOSTAS: Protege da erosão superficial, prevenindo ou minimizando riscos geotécnicos (deslizamento de encostas). Devido às características geológicas do revelo de Niterói, é muito comum a presença de matacões e pequenas rochas que mediante chuvas ou outros fatores naturais ou por causa humana, podem se deslocar e descer perigosamente a encosta afetando residências e logradouros públicos, colocando a população em risco. A presença da floresta diminui os riscos, principalmente nos casos de rochas menores.
  • PREVENÇÃO DE ENCHENTES: a floresta retém água e em ocasiões de chuvas mais fortes, evita que haja um rápido escoamento de águas, que ao chegar às áreas mais baixas da cidade provocam o transbordamento de rios e enchentes de logradouros e áreas urbanas.
  • PREVENÇÃO DO ASSOREAMENTO: a floresta evita a erosão e o carreamento de sedimentos para os rios, para as drenagens naturais ou drenagens urbanas, causando o assoreamento. Rios e drenagens assoreados são mais susceptíveis à inundação. Para preveni-la, a Prefeitura se vê obrigada a promover com frequência a limpeza e o desassoreamento de rios, que é um trabalho caro e exige muito esforço das equipes de trabalhadores da Prefeitura.
  • CLIMA E CONFORTO TÉRMICO: encostas desmatadas refletem muito mais calor e aquece os bairros próximos. Com mais calor, aumenta a despesa com ar-condicionado em imóveis e veículos.
  • DESMATAMENTO E FOGO: os incêndios em vegetação, exceto nos casos de raios - praticamente a única hipótese de ignição natural, sempre tem origem humana e são a maior causa de destruição de florestas. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, áreas desmatadas são rapidamente ocupadas pelo capim-colonião, que por sua vez é altamente comburente e, portanto, susceptível ao fogo. O fogo no capim-colonião é de difícil controle, principalmente em encostas e, com frequência, incêndios iniciados em áreas de capim alastra-se para outras áreas ainda florestadas, ampliando a destruição.
  • FLORESTA E POLUIÇÃO DO AR: florestas previnem a formação de poeira e são importantes filtros para a retenção de particulados (poeira), melhorando muito a qualidade do ar. Também cabe destacar que, como vimos acima, florestas amenizam o clima e a ausência dela provoca maior aquecimento. Em locais mais quentes, veículos utilizam mais o ar-condicionado, o que aumenta o consumo de combustível. Maior gasto de combustível implica em maior emissão de gases por parte dos veículos e, considerando que o transporte é o maior responsável pela poluição atmosférica nos grandes centros urbanos. Portanto, podemos afirmar que florestas ajudam a prevenir a poluição do ar.
  • FLORESTA E LIXO: segundo estudos realizados pela Prefeitura de Niterói, a maior causa de incêndios em vegetação são a queima de lixo e balões, práticas ilegais e que precisam ser combatidas. 
  • FLORESTA E ÁGUA: o Brasil acabou de passar por uma grave crise hídrica e muitas cidades ficaram com o abastecimento de água comprometido. Sofremos as consequências da crise hídrica também na conta de energia, que foi sobre taxada devido à falta de água nos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia do país. As florestas são fundamentais para proteger os mananciais. Sem floresta, as nascentes secam. Sem as nascentes, os rios perdem a sua vazão e a natureza e o ser humano perdem a capacidade de sobrevivência.
  • BIODIVERSIDADE: florestas abrigam inúmeras espécies vegetais e atraem animais. Áreas desprovidas de florestas são pobres em biodiversidade.
  • PAISAGEM, LAZER E TURISMO: florestas são oportunidades para o lazer, recreação e para o turismo. Portanto, além de beneficiar diretamente a população, contribuindo para a qualidade de vida, florestas são indutores do turismo, gerando empregos e movimentando a economia.

Pelos motivos acima citados, a Prefeitura de Niterói criou o programa Niterói Mais Verde e tem envidado muitos esforços para proteger as áreas verdes da cidade, evitar que sejam destruídas pelo fogo e promover a recuperação das florestas nas encostas.

O reflorestamento é um trabalho árduo, de risco e muito caro. Calcula-se que para promover o plantio e fazer a sua manutenção até que a floresta se estabeleça de forma a poder desenvolver-se naturalmente, são necessários pelo menos 10 anos de manejo e tratos culturais mais intensos, consumindo-se pelo menos US$ 10 mil/hectare.

Encosta reflorestada. Ao fundo, a Baía de Guanabara. Foto Luciana Carneiro.

Técnicas de controle de erosão. Foto Luciana Carneiro.


Portanto, quando se vê o fogo numa encosta, é preciso pensar que é dinheiro que está virando fumaça, que é a saúde das pessoas que está sendo prejudicada, que são empregos que estão deixando de ser gerados, e que são oportunidades para o futuro que estão sendo desperdiçadas.

Também, como vimos, recuperar florestas é necessário, é muito trabalhoso e custa muito caro. Os recursos públicos que são canalizados para reflorestar áreas que foram queimadas poderiam ser aplicados em outras necessidades da população.

Portanto, evitar queimadas é uma questão de bom-senso e de inteligência. Incêndios em vegetação precisam indignar as pessoas e esta indignação precisa ser canalizadas para ações efetivas. Uma boa forma de ajudar é participar dos cursos de Formação de Voluntários para a Prevenção de Queimadas, o chamado NUDEC-Queimadas, oferecidos pela Defesa Civil de Niterói. Saiba como participar aqui.


Axel Grael
Vice-prefeito
Niterói



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Programa de reflorestamento da Clin contribui para recuperar áreas degradadas por queimadas em Niterói



Horto da Clin, onde as mudas são produzidas. Fotos Luciana Carneiro.

Horto da Clin visto do alto da encosta do Morro da Boa Vista. Foto Luciana Carneiro.

Com funcionárias da CLIN, que trabalham na produção de mudas. Foto Elias Ramos.


26/04/2016 - O prefeito em exercício de Niterói, Axel Grael, visitou na manhã desta terça-feira (26/04) o viveiro de mudas localizado na sede da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), no bairro de São Lourenço. As plantas são utilizadas no reflorestamento do Morro da Boa Vista, um dos mais vulneráveis do município com relação a queimadas. Grael percorreu toda a encosta do morro, inclusive as áreas que foram afetadas pelo último grande incêndio, ocorrido há 10 dias.

O programa de reflorestamento da Clin é uma das iniciativas da Prefeitura de Niterói para recuperar áreas degradadas por queimadas. Os incêndios em vegetação têm sido comuns nos últimos dias em função da alta temperatura e da baixa umidade relativa do ar. Com a estiagem, a possibilidade de queimadas chega a limites críticos, colocando em risco não apenas as áreas verdes da cidade, mas também a saúde e a vida das pessoas que moram em comunidades próximas.

A Prefeitura de Niterói está em estágio de atenção com relação às queimadas. No domingo, bombeiros de Defesa Civil de Niterói foram acionados para atender a várias ocorrências. Houve incêndio nos morros do Holofote e Boa vista, e nos bairros de Fátima e Jurujuba. Nesta terça-feira, os órgãos foram acionados para apagar uma queimada num morro em Camboinhas.

Quase todos os incêndios em vegetação têm origem humana, seja por ação criminosa ou acidental. Provocar incêndio em vegetação, assim como soltar balão, é crime, e os responsáveis estão sujeitos à prisão.

“Todo o cuidado é pouco. É importante que se entenda que o trabalho das pessoas que se mobilizam para apagar o incêndio causado por pessoas descuidadas requer um grande esforço e, em alguns casos, pode até mesmo colocar em risco a vida dos Bombeiros. O fogo, além de destruir áreas verdes e toda a sua biodiversidade, expõe a vida e o patrimônio de terceiros, aumenta o risco de futuros deslizamentos de encostas, aumenta o calor e deteriora a paisagem da cidade”, afirma Axel Grael.

Niterói Contra as Queimadas

Desde o início da atual gestão, a Prefeitura de Niterói tem implementado uma política para a prevenção e  reposta às situações de incêndio em vegetação. O esforço resultou na criação, em 2014, do programa Niterói Contra as Queimadas, porque foi naquele ano que a cidade registrou recorde de queimadas.

“A prevenção e o controle do fogo nas encostas e áreas verdes de Niterói têm sido uma prioridade, e a cidade tem inovado na construção de um protagonismo municipal nesta agenda que tradicionalmente tem sido de atuação das esferas estaduais e federais. Estamos em estágio de atenção. No entanto, com a previsão de chuva nos próximos dias, os riscos de incêndio em vegetação diminuem”, explica Grael.

O programa Niterói Contra as Queimadas é pioneiro no Estado do Rio de Janeiro e provavelmente no país, e já implantou as seguintes medidas:

RAS QUEIMADAS: Assinatura de convênio com o Corpo de Bombeiros para a remuneração de profissionais da corporação pelo Regime Adicional de Serviço (RAS), para um plantão permanente de 24 horas para a prevenção e resposta a incêndios florestais.

VOLUNTÁRIOS CONTRA QUEIMADAS: a Defesa Civil de Niterói já capacitou duas turmas de voluntários para dar suporte às ações preventivas, educativas e de suporte ao trabalho dos profissionais da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros no combate a incêndios em vegetação.

AÇÕES EDUCATIVAS NAS COMUNIDADES: através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade e da Defesa Civil, ações de educação e esclarecimento sobre os riscos das queimadas à saúde, ao meio ambiente e as implicações legais para quem causar o fogo.

INVESTIGAÇÃO DE RESPONSABILIDADES: através de denúncias às autoridades policiais especializadas (Delegacia do Meio Ambiente), a Prefeitura tem buscado identificar responsáveis por incêndios que causem danos à vegetação e coloquem em risco a saúde e o patrimônio público e particular.

MONITORAMENTO DOS DANOS CAUSADOS POR QUEIMADAS: implantação de um sistema de monitoramento e avaliação do dano por fogo na vegetação de Niterói. Através deste trabalho, é possível identificar os pontos mais prováveis de início de incêndios, facilitando o trabalho de identificação de responsabilidades.

PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA INCÊNDIO EM VEGETAÇÃO: assim como foi providenciado para emergências causadas pelas chuvas (casos de deslizamento de encostas e inundação), a Defesa Civil de Niterói está concluindo o plano específico para queimadas, estabelecendo em conjunto com outros órgãos da administração municipal e outros órgãos parceiros, como a Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros e INEA, uma matriz de responsabilidades para que todos saibam como proceder em casos de incêndio em vegetação e que recursos deverão colocar à disposição.

“Além de prevenir e combater as queimadas, a principal causa de perda dos ecossistemas naturais na cidade de Niterói, a Prefeitura estruturou o programa Niterói Mais Verde, com o objetivo de proteger as áreas verdes da cidade, implantando unidades de conservação e promovendo o ecoturismo e visitação dessas áreas pela população de Niterói”, disse o prefeito em exercício.

Viveiro da Clin

O reflorestamento do Morro da Boa Vista tem como objetivo proteger uma área de nascente e a encosta do local. O engenheiro florestal da Clin, Luiz Vicente Peres, explica que já foram plantadas mais de 8  mil mudas próprias para reflorestamento, como aroeira, pau-brasil, ipê-verde, ipê-branco, leiteira, paineiras, pés de caju, cajá e jabuticaba, entre outras espécies.

Outras 6 mil mudas estão sendo plantadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Recursos Hídricos.

O viveiro também produz plantas ornamentais e possui mudas que podem ser usadas na arborização da cidade.

Além de Luiz Vicente, acompanharam a visita de Axel Grael o presidente da Clin, Antônio Lourosa; a coordenadora do EGP (Escritório de Gestão de Projetos), Valéria Braga; e o subsecretário municipal de Defesa Civil, Walace Medeiros.

Fonte: Prefeitura de Niterói



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