sábado, 30 de setembro de 2017

NITERÓI CONTRA QUEIMADAS: Sala de Situação Contra Queimadas mostra bom resultado



Comentário de Axel Grael:

A cidade de Niterói pode hoje se orgulhar da sua Defesa Civil, considerada uma das melhores do país e que tem inovado em termos de tecnologia e procedimentos e desenvolve um trabalho provavelmente único no país de prevenção e controle de incêndios em vegetação, através do Programa Niterói Contra Queimadas, que além da própria Defesa Civil, reúne vários órgãos, entre eles: a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro e o Destacamento de Meio Ambiente da Guarda Municipal.

Também contamos com a participação de voluntários capacitados pela Defesa Civil, rádio amadores, lideranças comunitárias e o INEA, principalmente através do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Durante a estiagem que castigou a cidade nas últimas semanas, a Defesa Civil acionou pela primeira vez a Sala de Situação Contra Queimadas, que mobiliza representantes dos órgãos envolvidos em plantão permanente para receber informações sobre queimadas, mobilizar efetivos de combate ao fogo, avaliar os danos e mesmo identificar responsáveis.

O resultado do esforço foi muito positivo. A cidade registrou 34 ocorrências de incêndio, inclusive afetando áreas protegidas como o Parque Natural Municipal de Niterói - PARNIT.

Parabéns à Defesa Civil de Niterói, à equipe liderada pelo tenente-coronel Walace Medeiros, às equipes dos órgãos que participam do Programa Niterói Contra Queimadas e, principalmente a cada um dos voluntários e profissionais que participaram da Sala de Situação Contra Queimadas, que se tornará uma referência não só para a nossa cidade, mas para outros municípios e estados do país.

Sigamos em frente fazendo de Niterói um exemplo de cidade resiliente.

Axel Grael
Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói




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Saldo positivo contra as queimadas

Objetivo é direcionar as ações preventivas para tentar evitar queimadas como essa que atingiu Camboinhas em 2017. Foto: Evelen Gouvêa



Defesa Civil municipal registra mais de 30 ocorrências em uma semana

Acionada há pouco mais de uma semana, a Sala de Situação Contra Queimadas, da Secretaria Municipal de Defesa Civil de Niterói, já contabilizou 34 ocorrências de incêndio na cidade. As condições meteorológicas que resultam em Alto Risco para a propagação de incêndios florestais e de vegetação urbana se mantiveram nos últimos dias, e representantes de órgãos ligados a esse tipo de ocorrência atenderam a chamados em diversos pontos do município, como a comunidade do Boa Vista e o Parque Municipal de Niterói (Parnit) - área de preservação ambiental.

Além de atendimento a ocorrências, as equipes têm feito, ainda, sobrevoos com drones para mapear áreas afetadas pelo fogo. O Parque da Cidade, o Maceió e a comunidade do Boa Vista foram algumas das áreas sobrevoadas. Nesse último caso, foi possível calcular a destruição de uma área correspondente a, aproximadamente, seis campos de futebol. As equipes da Sala pontuam que, não fosse a integração dos órgãos, os prejuízos seriam ainda maiores.

O tenente-coronel Walace Medeiros, coordenador da Defesa Civil Municipal, explicou que, por conta da Ativação da Sala de Situação Contra Queimadas e consequente integração de ações por parte dos órgãos de combate, foi possível realizar levantamento estatístico e georreferenciado de onde as queimadas estão acontecendo e, com o auxílio do drone, ter uma estimativa da área queimada.

“A Sala de Situação continuará ativa junto com as agências e com participação importante dos voluntários, até que o nível de risco em relação a queimadas diminua. É a primeira vez no município que informações sobre queimadas estão sendo coletadas e reunidas em um banco de dados que vão servir para otimizar e direcionar as ações preventivas futuras que a Defesa Civil vai continuar realizando a partir do programa Niterói Contra Queimadas”, pontuou.

No primeiro dia de funcionamento da estrutura, já foi possível colocar em prática o plano de integração entre os agentes. A Defesa Civil foi informada, na sexta-feira (22), através de voluntários do grupo de Núcleo de Defesa Civil Contra Queimadas (Nudec Queimadas), sobre um incêndio na comunidade do Boa Vista. O órgão municipal ativou, então, o Corpo de Bombeiros para a ação na Zona Norte da cidade.

Fazem parte do plano emergencial contra queimadas representantes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Estadual, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Guarda Ambiental, do Parque Estadual da Serra da Tiririca, de Voluntários do Nudec Queimadas e da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão.

Fonte: O Fluminense




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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

SANEAMENTO: 'Já temos um Tietê por Estado': 81% dos municípios despejam esgoto em rios





Camilla Costa - @_camillacosta
Da BBC Brasil em São Paulo

Se você vive em um bairro de classe média ou alta de alguma grande cidade brasileira, é quase certo que a sua casa possui coleta de esgoto. É muito provável também que haja nas proximidades um rio urbano, com seu persistente mau cheiro. Alguma chance de aquele fedor e o seu esgoto estarem ligados? Em quatro de cada cinco municípios brasileiros, a resposta é sim.

Essa é uma das conclusões do Atlas Esgotos - Despoluição de Bacias Hidrográficas, divulgado na noite deste domingo pela Agência Nacional de Águas (ANA, órgão ligado ao Ministério das Cidades). O estudo mostra que 81% - 4.490 de 5.570 - dos municípios despejam pelo menos 50% do esgoto que produzem diretamente em cursos d'água próximos, sem submetê-los a qualquer trabalho de limpeza.

"As deficiências na coleta e no tratamento de esgoto no Brasil não são novas. Mas pela primeira vez conseguimos estimar o impacto da falta de saneamento nos cursos d'água, e quanto custaria para que todo o país tivesse o mínimo de tratamento previsto por lei", disse à BBC Brasil Sergio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA e um dos autores do estudo.

Na verdade, considerando a lei brasileira, o índice é ainda pior: quase 90% das cidades do país trata menos de 60% do esgoto - o mínimo para que se possa lançá-lo nos rios, segundo a resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente, ligado ao Ministério do Meio Ambiente).

Apenas 769 cidades (entre as 5.570 que existem no Brasil), a maioria delas no Sudeste, fazem mais do que isso. Entre os Estados, só São Paulo, Paraná e o Distrito Federal removem mais de 60% da carga orgânica dos esgotos produzidos em seu território. Quase 70% dos municípios não possui nenhuma estação de tratamento.

"Analisamos os 5.570 municípios do país, que têm realidades diferentes. Mas mesmo considerando as 100 maiores cidades brasileiras, a 'elite' seria reprovada", diz o pesquisador.

"E praticamente nenhuma região é uma excessão à regra, ao contrário de outros indicadores, em que as diferenças regionais são acentuadas. Nesse ponto, tá ruim para todo mundo."

2 mil piscinas de esgoto por dia

A carga de esgoto é medida em Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) - que corresponde à matéria orgânica presente nele. Quanto maior a quantidade de DBO, pior a qualidade do esgoto.

O Brasil produz, todos os dias, 9,1 mil toneladas de DBO, das quais somente 39% são tratadas. "Isso significa que mais de 5,5 mil toneladas do que produzimos em casa são jogadas sem nenhum tipo de tratamento, diariamente, em rios que são usados pela população", explica Ayrimoraes.

Por causa do material sólido, é difícil estimar corretamente o volume de 5,5 mil toneladas de esgoto.
Se fosse só água, ele encheria cerca de 2 mil piscinas olímpicas.

De acordo com o Conama, os rios brasileiros são classificados em uma escala de 0 a 4 em termos de poluição. Um rio de classe 0, ou especial, é aquele de onde se pode beber água com a simples adição de cloro. Já um 4 é tão sujo que serve, na melhor das hipóteses, para navegação.

Segundo a ANA, o país tem atualmente cerca de 83 mil km de rios na classe 4, considerados "rios mortos" - o que equivale à extensão combinada dos 17 maiores rios do mundo.

"Isso corresponde a 4,5% do total de bacias hidrográficas do país. Pode parecer pouco. Mas temos que levar em consideração que esses rios mais comprometidos são justamente os mais próximos dos centros urbanos. Isso é muito significativo", disse Sergio Ayrimoraes.

Questionado, o Ministério das Cidades, órgão responsável or implementar soluções urbanas para esse tipo de problema, disse que só se manifestaria sobre o relatório na terça-feira, quando ele será lançado oficialmente.


Brasil tem o equivalente a extensão dos 17 rios mais longos do mundo combinados impossibilitados para o uso por causa da poluição.


A meta é ter um rio morto?

A bacia do rio Tietê, em São Paulo, é considerada referência em poluição no Brasil. Cerca de 70% dos rios ligados ao Tietê são considerados de classe 4, segundo um levantamento da ONG SOS Mata Atlântica.

De acordo com o estudo, o trecho do Tietê considerado morto diminuiu no último ano, mas ainda é de 130 km de extensão. Até o último mês de março, só 2% dos pontos de coleta de monitoramento da qualidade da água o rio tiveram resultado bom. Quase 40% foi considerado "ruim ou péssimo".

"A função dos rios não deve ser ficar diluindo esgotos", disse à BBC Brasil Célio Pereira, especialista em recursos hídricos da ANA e um dos autores do estudo.

"As ações de despoluição no Tietê não melhoraram a qualidade do rio dentro de São Paulo, mas reduziram a mancha de poluição do rio. Mas queremos alcançar a qualidade de água necessária para realmente usarmos os nossos rios. E desse jeito, parece que não vamos conseguir."

Para Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, a despoluição dos rios também depende de uma mudança de legislação. "A lei de recursos hídricos no Brasil estabelece que se deve garantir o uso múltiplo e sustentável da água. Mas por que existe uma classe de rio que só pode ser usado para navegação?", indaga.

Segundo ela, os parâmetros de limpeza da água usados no Brasil foram importados dos Estados Unidos, no anos 1970. À época, fazia sentido classificar os rios de 0 a 4, em termos de despoluição.

O enquadramento em diferentes categorias é utilizado para que se possa definir quais trechos de rios devem ser mantidos em níveis mais altos de limpeza e quais, se for necessário, podem ter um grau menor.

"A classe 4 não pode ser uma meta de qualidade. É uma norma que mantém o Brasil num estágio medieval de saneamento.", diz Ribeiro.

Ayrimoraes, da ANA, admite que a divisão não é ideal e que nenhuma cidade deve estar satisfeita com um rio de categoria 4. "Existem casos em que mesmo no limite da tecnologia e da eficiência de tratamento de esgoto, não se consegue evitar a classe 4 em um trecho de rio - mas isso tem que ser exceção, e não regra."

'Participação do governo federal (no esgotamento sanitário) é um show de horrores', diz Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica


Saneamento é 'cachorro sem dono' no poder público

No relatório, a ANA estima que o investimento necessário para regularizar a situação de coleta e tratamento de esgoto em todas as cidades do país até 2035 é de cerca de R$ 150 bilhões - pouco menos do que o rombo das contas federais estimado pelo governo para 2017, de R$ 159 bi.

O ano de 2035 consta no Plano Nacional de Saneamento (Plansab), estabelecido em 2013, como o prazo auto-imputado pelo Brasil para universalizar o tratamento de água e de esgoto.

Mas só dinheiro não bastaria: seria necessário criar inteligência para lidar com o sistema e coordenação entre os municípios. Em quase dois terços das cidades brasileiras, segundo Ayrimoraes, a situação do esgotamento sanitário não está bem resolvida. "Ou não tem quem faça ou o ente responsável precisa ser mais capacitado", afirma.

Ayrimoraes explica que, desde os anos 1970, o setor do saneamento básico foi estruturado principalmente em torno das companhias estaduais, que tinham um foco maior em fazer com que a água encanada chegasse a um número maior de pessoas. Os municípios, por sua vez, deveriam recolher o esgoto e entregá-lo novamente nas mãos do Estado, para o tratamento.

Desde então, a "bola dividida" deixa o esgotamento sanitário em um limbo - e os rios urbanos cada vez piores.

"A cidade recebe água da companhia estadual, mas não faz as ligações das casas na rede de esgoto. Aí a companhia estadual diz que não pode fazer as ligações e o município diz que não tem condições de estruturar o esgoto", diz o engenheiro.

"Por isso é que, muitas vezes, há partes da rede de esgoto de uma cidade que ficam simplesmente ociosas. As casas poderiam estar conectadas à rede e não estão."

Parte dos lugares não atendidos pelo saneamento são as favelas e ocupações irregulares - mesmo que estabelecidas há décadas.

"Nossa legislação proíbe que se faça saneamento em áreas irregulares. Imagine numa cidade como o Rio de Janeiro, em que 70% das ocupações são informais. Elas não têm coleta de esgoto, mas têm luz, água, e geram esgoto. A lei faz com que exista uma massa de cidadãos invisíveis para o saneamento, mas super visíveis na qualidade de água dos rios", diz Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica.

Outro problema continua sendo o fato de que muitos cidadãos não querem ligar suas casas à rede de saneamento - já que sua conta de água aumentaria.

"O poder público precisa dar condições financeiras adequadas para que as pessoas consigam ter acesso à rede de esgoto em suas residência. São Paulo, por exemplo, fez um projeto que paga a famílias que ganham até 3 salários mínimos o custo dessa ligação. Isso aumentou muito o número das ligações no Estado."



Até hoje, continua Ribeiro, também é mais barato para os municípios poluir os rios do que pagar por estações de tratamento de esgotos. E mesmo quando um dos municípios de uma região melhora sua eficiência no tratamento, outros, próximos, podem continuar despejando cada vez mais dejetos no rio que serve a todos.

"Se começarmos a cobrar pelo lançamento ou diluição de efluentes na água, poluir fica mais caro do que tratar. Na Alemanha, por exemplo, a lei determina que um município só pode captar água para seu uso abaixo do nível do rio em que lança seus esgotos. Ou seja, eles precisam estar bem tratados, para que a água seja reutilizada. Aqui, até há algum controle em relação à indústria, mas somos muito permissivos com o poder público", defende Malu Ribeiro.

O Brasil não está sozinho no descaso com o esgotamento sanitário. O relatório mundial da ONU sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos diz que mais de 80% das águas residuais (que sofrem interferência de esgoto doméstico ou industrial) vão parar nos rios e oceanos do planeta sem tratamento.

Como consequência, um terço dos cursos d'água no mundo, principalmente na África, Ásia e América Latina, estão completamente poluídos.

Aqui, no entanto, a situação avança rápido, diz Ribeiro. "Já temos praticamente um Tietê em cada Estado."

Fonte: BBC Brasil



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Vila Ideal, em Duque de Caxias - Alexandre Cassiano / Agência O Globo/19-5-2016


Por Manoel Ventura

Todos os dias, 587,5 toneladas de resíduos são lançadas em rios e no oceano

BRASÍLIA - O Estado do Rio de Janeiro produz, todos os dias, 859,8 toneladas de esgoto, o equivalente a 9,4% do que é gerado em todo o Brasil. O estado, no entanto, não é capaz de tratar 68% desse volume antes de descartar na natureza. Com isso, de todo o material orgânico gerado pela população urbana fluminense, 587,5 toneladas são despejadas sem qualquer tratamento ou com tratamento ineficiente, principalmente, em rios e no oceano.

Os dados estão no estudo “Atlas do esgoto no Brasil”, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado ontem. Em todo o Rio, 73% da população urbana têm seu esgoto coletado, seja por soluções individuais (fossa séptica) ou redes coletivas, segundo o levantamento. Apesar de mais da metade do esgoto ser coletado nas cidades, apenas 42% desse material são tratados.

O esgoto jogado na natureza é tanto que os rios não dão conta de absorver o material. O resultado é o aumento da poluição e a impossibilidade de usar a água para o abastecimento humano, alerta o estudo. O litoral do Rio de Janeiro é a área do Brasil que tem, proporcionalmente, o maior percentual de extensão de trechos de rios com a qualidade da água comprometida pelo esgoto, segundo o levantamento.

30,7% DA ÁGUA COMPROMETIDOS

No estado, 30,7% da extensão dos corpos d’água estão contaminados e não podem ser usados para abastecimento das pessoas. Nessa área, encontram-se 19 das 21 cidades que compõem a Região Metropolitana da capital do estado, abrangendo quase 12 milhões de pessoas. A parcela orgânica que sobra dos esgotos nessa região, que é jogada diretamente na natureza, é de quase 70% da carga gerada pela sua população.

O coordenador do estudo, Sérgio Ayrimoraes, observa que, com uma população concentrada próximo ao litoral e com rios de pequena vazão, a única alternativa do estado é jogar o esgoto no mar. O problema, mostra o estudo, é que o estado faz isso sem tratamento ou com tratamento inadequado na maior parte do esgoto despejado.

Segundo o levantamento, o estado Rio, principalmente as cidades do interior, tem indicadores baixos de tratamento. E, além dos investimentos em obras, é necessário estabelecer marcos institucionais. Falta definir, por exemplo, quem é o prestador do serviço.

RESPONSABILIDADE RELEGADA

Ayrimoraes explica que, historicamente, a Cedae concentra sua atuação na Região Metropolitana e é muito focada no abastecimento de água:

— O sistema de tratamento de esgoto foi relegado a segundo plano. Fica claro na situação do Rio que é preciso uma solução institucional, além dos investimentos.

Segundo o técnico da ANA, as grandes companhias de saneamento fornecem água, mas não se preocupam em assumir o tratamento dos resíduos:

— Hoje, há um passivo de esgoto que precisa urgentemente ser equacionado. Não dá para ficarmos numa situação em que não há responsável pelo sistema de esgotamento sanitário no país.


Fonte: O Globo



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Despejo de esgoto no Recreio, Zona Oeste do Rio - Analice Paron / Agência O Globo/04-07-2017


Manoel Ventura

Universalizar o serviço no país vai requerer R$ 150 bilhões

BRASÍLIA - O Brasil precisa investir R$ 150 bilhões para garantir a todos os moradores das cidades acesso ao serviço de saneamento básico adequado até 2035. Atualmente, o esgoto gerado por 45% de toda a população brasileira não recebe qualquer tipo de tratamento, aumentando os riscos de poluição e contaminação de rios, lagos e outros mananciais onde os rejeitos são lançados.

Diariamente, 5,5 mil toneladas de esgoto não tratado chegam principalmente aos rios, mas também vão parar em reservatórios de água, mananciais e lagos do país.

Os dados estão em estudo inédito sobre o saneamento básico no país produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), autarquia federal responsável pela gestão dos recursos hídricos brasileiros, divulgado ontem. A agência reguladora pesquisou a situação dos serviços de esgotamento sanitário em todos os 5.570 municípios brasileiros.

O levantamento aponta que:
  • 43% da população brasileira urbana são atendidos por sistema coletivo (rede coletora e estação de tratamento de esgotos);
  • 12%, por solução individual (fossa séptica);
  • 18% se enquadram na situação em que os esgotos são coletados, mas não são tratados; e
  • 27% são desprovidos de atendimento, ou seja, não há coleta nem tratamento de esgoto.

Somando a parcela dos cidadãos que não têm esgoto tratado e os que não têm coleta, são 45% da população, ou 93,6 milhões.




Pela primeira vez um estudo levantou, em todas as cidades do país, as condições do tratamento dos resíduos coletados. Os resultados mostram que, apesar de a maioria da população ter algum tipo de coleta de esgoto, mesmo que de forma individual, esses resíduos são tratados de maneira inadequada e ineficiente na maior parte do país.

A resolução nacional que estabeleceu condições e padrões de lançamento do esgoto na natureza determina que o tratamento dos resíduos deve remover 60% da carga orgânica antes do lançamento direto na água limpa. Entretanto, a maioria das cidades brasileiras (4.801 cidades, totalizando 129,5 milhões de habitantes) apresenta níveis de remoção de esgoto inferiores ao percentual definido pelo governo.

SITUAÇÃO COMPROMETE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

No outro extremo, apenas 769 cidades (14% do total) têm índices de remoção de esgoto superiores a 60%, sendo que a Região Sudeste concentra a grande maioria dessas cidades. Tudo que não é tratado adequadamente vai para as águas do Brasil, principalmente para os rios.

O coordenador do estudo, Sérgio Ayrimoraes, afirma que o esgoto despejado nos rios brasileiros tem relação direta com a crise de abastecimento de água em grandes cidades como São Paulo. Brasília hoje passa por um racionamento que deixa a população pelo menos um dia sem água a cada seis dias.

— Não basta o esgoto ser tratado, ele precisa ser tratado com um nível de eficiência. O resultado da ineficiência é rio poluído. Do ponto de vista da segurança hídrica, do abastecimento das cidades, a relação do esgoto sem tratamento com o agravamento da crise hídrica é direta. Uma das consequências da poluição é não poder usar essa água para o abastecimento humano — disse.

O levantamento da Agência Nacional de Águas aponta que 70% dos 5.570 municípios têm tratamento de esgoto com, no máximo, 30% de eficiência. O restante dos dejetos que não é tratado vai para os rios.

E apenas 31 dos cem municípios mais populosos têm remoção de esgoto acima de 60%. Os estados de São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, tratam adequadamente mais da metade de todo o esgoto gerado por sua população.

Em todo o país, são geradas cerca de 9,1 mil toneladas de esgoto por dia. Os 106 municípios com população acima de 250 mil habitantes são responsáveis por 48% do total. É sobre esse montante que deve haver uma remoção de ao menos 60% do esgoto antes de o material ser lançado na natureza.

SITUAÇÃO PIOR NO NORDESTE E SUDESTE

Aliado ao déficit na coleta e no cuidado do esgoto, somente um terço das estações de tratamento identificadas usam processos com remoção de material orgânico superior a 80%, concentradas na Região Sudeste.

O estudo alerta que essa situação do saneamento no Brasil pode comprometer a qualidade da água, principalmente próximo a áreas urbanas, havendo risco de afetar a saúde da população e até inviabilizar seu uso, especialmente para o abastecimento humano. Com tanto esgoto, tratado ou não, indo diariamente para a água limpa, os rios não dão conta de absorver e diluir todo o material orgânico.

Assim, 57% da população brasileira estão em municípios em que os rios não têm vazão suficiente para a diluição da carga orgânica sem recorrer a processos de tratamento mais eficientes ou comprometer a qualidade de água.

Do total da malha hídrica avaliada na situação atual, cerca de 4,5% (83.450 quilômetros) estão com concentração de matéria orgânica equivalente aos limites estabelecidos para a classe 4, o pior grau na classificação feita pela ANA, “o que restringe significativamente as possibilidades de uso dessas águas”.

Após avaliar todo o passivo brasileiro na área de saneamento, foi possível aos pesquisadores da ANA chegarem ao investimento necessário para universalizar a coleta e o tratamento do esgoto no Brasil até 2035: R$ 150 bilhões. Esse número foi detalhado para cada cidade do país, levando em consideração uma série de aspectos.

Os autores do estudo identificaram as regiões Nordeste e Sudeste como as que mais precisam de investimentos. A avaliação é decorrente do baixo nível de cobertura, da alta ocorrência de rios intermitentes ou efêmeros (caso do Nordeste) e do grande número de aglomerados urbanos densamente habitados (caso do Sudeste).


Fonte: O Globo 



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domingo, 24 de setembro de 2017

Ameaças ao setor: apagão florestal e monocultura



Hans J. Kleine



Por: Hans J. Kleine

É o caso de nossa excessiva dependência do eucalipto. Mais cedo ou mais tarde teremos de enfrentar este problema


Um apagão incomoda e traz prejuízo para muita gente. Tivemos um famoso apagão energético em 2001, que causou racionamento de energia no país inteiro. Dois anos depois se começou a falar também em um risco de apagão florestal, isto é, uma provável falta de madeira, mas que naquele momento ficou apenas na ameaça. Pensando bem, porque haveria de faltar madeira em um país que tem mais de 500 milhões de hectares de florestas, que cobrem quase 60% de seu território?

As nossas florestas são em sua grande maioria nativas e biodiversas, o que é ótimo para a vida no planeta, mas o seu crescimento é lento. Apenas agora, depois de quinhentos anos de exploração predatória, o Brasil está começando a aprender a usar as riquezas delas de modo sustentável e racional, isto é, sem derrubar trechos inteiros da mata e efetuando apenas cortes seletivos de árvores, que permitem a regeneração segundo critérios técnicos.

Devido ao elevado custo deste tipo de manejo, geralmente são colhidas apenas madeiras nobres e de preços compensadores, usadas em construção civil, artesanato e móveis de alto padrão, para o mercado interno e de exportação. Porém, existe uma enorme demanda para madeiras de custo mais acessível e de qualidade uniforme, usadas também na construção civil e na produção de celulose e papel, móveis e carvão, entre outras aplicações, que só pode ser suprida pelas florestas plantadas homogêneas. Assim, na virada do século 21, as florestas nativas eram responsáveis pelo suprimento de apenas 10% do consumo industrial nacional, enquanto que as florestas plantadas forneciam 90%, mesmo abrangendo apenas 7 milhões de hectares, ou seja, a pequena fração de 1,4% do total de nossas florestas.

Acontece que florestas plantadas exigem um constante investimento em novos plantios, não apenas para compensar as árvores que foram colhidas, mas também para acompanhar o aumento natural da demanda. Isso infelizmente não aconteceu durante as duas décadas finais do século passado, quando o total de áreas plantadas estacionou e deixou de acompanhar o crescimento acelerado da demanda, causado por um aumento das exportações de celulose, madeira serrada, esquadrias e móveis. Com a eliminação dos incentivos fiscais para reflorestamento, vigentes nas duas décadas anteriores e também por causa da crise econômica da dívida externa do país naquele período, os necessários investimentos se limitaram apenas à manutenção dos estoques. Com isso previa-se um apagão na oferta de madeira ao mercado, já a partir de 2005, principalmente para empresas consumidoras de menor porte, que geralmente não tem os seus próprios plantios. Houve até casos de importação de madeira dos países vizinhos, mas o pior foi evitado por obra de uma nova crise econômica surgida em 2008, desta vez mundial, que causou forte redução das nossas exportações e equilibrou a relação entre oferta e demanda no mercado interno. Então, mais por acaso, escapamos de um efetivo apagão florestal naquele momento.

Nos anos seguintes algumas destas dificuldades começaram a merecer a ação do governo, como por exemplo, a licitação de diversas grandes áreas da Floresta Amazônica para a exploração racional, por prazos de mais de trinta anos. Ele também assumiu o compromisso de recuperar 12 milhões de hectares de florestas até 2030, por conta do Acordo de Paris, ao qual o Brasil aderiu recentemente. Deste total, 3 milhões de hectares serão de novas florestas plantadas, o que corresponde a um aumento de quase 40% sobre a área existente hoje. Além disso, houve uma mudança estrutural significativa, com a recente decisão de tirar as florestas plantadas do controle do Ministério do Meio Ambiente e passar para o Ministério da Agricultura. Em função disso foi criado o Plano Nacional de Florestas Plantadas e também a Câmara Setorial de Florestas Plantadas, que vão unir os esforços do governo com os da iniciativa privada. Está também prevista, ainda para este ano, a aprovação pelo Congresso Nacional da liberação da venda de terras a estrangeiros, o que certamente estimulará a entrada de investimentos externos na silvicultura. Tudo isso deve fortalecer a oferta de matéria-prima e evitar um apagão florestal, ao menos nas próximas décadas.

À medida que aumenta a área das florestas plantadas, também aumentam os riscos associados à monocultura, que é o cultivo de uma única espécie em grandes extensões. É o caso de nossa excessiva dependência do eucalipto. Mais cedo ou mais tarde teremos de enfrentar este problema. Por mais que se reconheça a vantagem do seu cultivo, existem também enormes riscos econômicos e ambientais associados à sua monocultura, que precisam ser considerados e dimensionados. Entre eles se destacam os prejuízos causados por doenças, pragas, mudanças climáticas e incêndios florestais, que seriam bastante atenuados no caso de uma maior diversidade. Atualmente já atingimos a inédita marca de 75% das áreas plantadas com eucalipto e o percentual vem aumentando ano a ano, enquanto que as áreas plantadas com pínus, que é a segunda espécie mais plantada vêm diminuindo e hoje ocupam apenas 20% do total.

Os motivos da diminuição são tanto econômicos (crescimento lento), quanto ambientais (planta invasora, devido ao espalhamento das sementes pelo vento). Para todas as demais espécies sobram apenas 5% das florestas plantadas, demonstrando claramente o equívoco de nosso modelo de silvicultura. Este quadro de extremo desequilíbrio existe também em alguns poucos países, como Austrália, Uruguai e Portugal, mas não no grupo dos grandes produtores mundiais de madeira, do qual o Brasil faz parte. De que adianta termos a maior produtividade em nossas florestas plantadas, se a aplicamos apenas a uma ou duas espécies?

É urgente, portanto, tomar consciência do problema e reverter o quadro, criando políticas públicas que favoreçam o cultivo de outras espécies igualmente aptas a atender às demandas do mercado, inclusive algumas de rápido crescimento também. Precisamos aproveitar este momento favorável a novos investimentos florestais para criar incentivos à diversificação de espécies. Mesmo assim o quadro só seria revertido em longo prazo e por isso mesmo precisamos começar o quanto antes com o dever de casa. Em um próximo artigo pretendo detalhar estes riscos da monocultura, que precisam ser mais discutidos e considerados no planejamento das empresas e no Plano Nacional de Florestas Plantadas.

Hans J. Kleine - hjkleine@floripa.com.br










Cerca de metade das espécies no mundo poderá estar extinta no final deste século





Por Elizabeth de Carvalhaes (*)

Solução passa pelo setor empresarial produtivo e pela valoração da biodiversidade no fornecimento de produtos e nos serviços ecossistêmicos

Estudos recentes indicam que, se o planeta mantiver os altos índices de desmatamento das florestas tropicais, 40% das espécies existentes na terra estarão extintas nos próximos 100 anos. Este duro prognóstico, amplamente discutido nas últimas décadas, fez com que a biodiversidade ganhasse espaço nas estratégias empresariais e governamentais, principalmente com a ampliação das políticas e legislações de combate ao desmatamento e a criação de unidades de conservação.

Um dos pontos marcantes desta transformação aconteceu na 10ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica em 2010, quando foram aprovadas as Metas de Aichi - Plano Estratégico de Biodiversidade 2011–2020, que determinou cinco grandes objetivos estratégicos e vinte proposições aos governos com o objetivo de reduzir a perda da biodiversidade em âmbito mundial, com prazo de implementação até 2020.

Entretanto, hoje, a dois anos do prazo final, é de consenso de especialistas ambientais e economistas renomados que só as ações dos governos não serão suficientes para reverter este quadro. A solução para a conservação da biodiversidade deve estar alinhada a projetos de desenvolvimento econômico, em que é fundamental agregar o valor da biodiversidade nas estratégias de negócio, no fornecimento de matéria-prima, produtos e serviços ecossistêmicos. E neste cenário, o Brasil tem papel indiscutível, uma vez que é considerado líder em biodiversidade, rico em fauna e flora, abrigando 20% das espécies do planeta.

A relação entre biodiversidade e o mundo empresarial, inclusive, foi foco de uma pesquisa da Ethical Union for Biotrade que apontou um aumento de conhecimento e preocupação da sociedade em relação à biodiversidade e a expectativa da população frente as políticas empresariais para conservação dos recursos naturais. Mais da metade dos brasileiros (56%) conhece corretamente as definições de biodiversidade, sendo que 9 em cada 10 consideram que as empresas devem ter políticas de biodiversidade e têm interesse em comprar produtos daquelas que respeitem os recursos naturais. Pelo lado empresarial, a CNI verificou que 87% dos gestores reconhecem a importância da biodiversidade, principalmente pela reputação no mercado, redução de custos e aumento de competitividade. Porém, verificou-se que 84% dos empresários entendem que o País não tira proveito de todo o seu potencial.

Um bom exemplo brasileiro da relação entre a produção e a conservação da biodiversidade vem da indústria de árvores plantadas. Desde 1970, o setor trabalha em iniciativas para demonstrar e valorizar o papel da indústria na conservação deste bem fundamental, o que a transformou em referência global. O Brasil destaca-se, por exemplo, como o país que mais protege as áreas naturais, uma vez que para cada hectare plantado com árvores para fins industriais outro 0,7 hectare de mata nativa é destinado à conservação.

As florestas plantadas para fins produtivos já exercem uma importante função na restauração de áreas degradadas e na mitigação das mudanças climáticas. As indústrias de árvores plantadas são responsáveis por uma área de quase 6 milhões de hectares destinados à conservação, contribuindo também para a restauração de serviços ecossistêmicos, como a regulação do fluxo hídrico, e evitando impactos no solo. Apenas em 2015, cerca de 45 mil hectares de áreas degradadas foram restaurados pelas empresas da base florestal para fins de preservação.

O setor brasileiro de árvores plantadas adota técnicas de manejo de paisagem que contribuem para a conservação da biodiversidade e para restauração de florestas naturais. Um exemplo é o plantio em mosaicos, um modelo nacional de cultivo já replicado por outras nações. Nele, as florestas naturais se intercalam com florestas plantadas produtivas criando corredores ecológicos que favorecem a circulação de diferentes espécies, mantendo os hábitats naturais para animais, plantas e microrganismos, garantindo alimentação e abrigo, ao mesmo tempo em que fornecem produtos suficientes para o mercado consumidor.

Pesquisas inéditas realizadas pela Ibá junto às empresas do setor demonstraram que, apesar de ocupar menos de 1% do território brasileiro, as áreas da indústria de florestas plantadas possuem 41% das espécies de aves ameaçadas de extinção, importante bioindicador ambiental; além de 38% das espécies de mamíferos na mesma situação. Nesse levantamento foram encontrados, por exemplo, Lobos-Guará, Muriquis, Puma, Mico-Leão-Preto, Papagaio Chorão localizados nos mais diversos biomas, como Cerrado e a Mata Atlântica. Na Flora foram identificadas espécies de Palmeira Juçara, Peroba Rosa, Jatobá, Araucária, entre outras. E ao considerar todas as espécies registradas no Brasil, 985 do total de 1924 aves podem ser encontradas nos espaços conservados por empresas do setor (51%); e dos 720 mamíferos, 241 circulam por esse tipo de floresta (33%). Isso comprova que gestão de paisagem de forma adequada contribui para a sobrevivência das espécies, contrapondo o conceito de que as florestas plantadas são desertos verdes.

Protagonista natural em termos florestais, o Brasil precisa se valer mais e melhor de sua biodiversidade para se transformar numa potência. Para que as empresas apoiem cada vez mais o governo na busca das metas de biodiversidade, é essencial que haja reconhecimento e incentivo aos produtos sustentáveis, como os que têm origem em florestas plantadas, por meio de políticas de estímulo ao consumo e ações de conscientização do consumidor.

(*) Presidente Executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) e a presidente da Comissão de Meio Ambiente e Energia da International Chamber of Commerce (ICC) do Brasil



Fonte: Painel Florestal




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Martine e Kahena são indicadas ao prêmio de melhores do ano na vela



Martine e Kahena encerraram a temporada com a prata no Mundial disputado no Porto (POR). Divulgação Foto: LANCE!




Campeãs olímpicas buscam o bicampeonato; Anúncio dos vencedores será feito pela Federação Internacional no dia sete de novembro


As campeãs olímpicas na classe 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze foram indicadas pela Federação Internacional de Vela (World Sailing) ao Prêmio de Melhores Velejadoras do Ano. A dupla vice-campeã mundial em 2017 disputam o troféu pela terceira vez. Elas venceram a disputa em 2014, quando ganharam o ouro no Mundial de Classes Olímpicas uma conquista que completa três anos exatamente nesta quinta-feira. Nesta temporada, elas foram campeãs da Copa do Mundo com 100% de aproveitamento.

O anúncio dos vencedores nas categorias masculino e feminino será feito no dia sete de novembro, em Puerto Vallarta, no México, sede da Conferência Anual da World Sailing. Os detalhes sobre a votação que definirá os vencedores ainda serão divulgados.

- Estamos muito felizes com essa indicação. Temos velejadoras incríveis no mundo todo e é uma honra estar entre as quatro melhores. É o reconhecimento do nosso trabalho e isso nos dá ainda mais certeza de que estamos no caminho certo - afirma Kahena Kunze.

A dupla brasileira teve um desempenho brilhante na temporada 2017. Conquistou de forma incontestável a Copa do Mundo da World Sailing, com três ouros nas três etapas disputadas: Miami, nos Estados Unidos; Hyères, na França; e Santander, na Espanha. Elas também ganharam a medalha de prata no Mundial disputado na cidade do Porto (POR), em agosto. Para completar, Martine se prepara agora para tornar-se a primeira velejadora do Brasil a participar da Regata de Volta ao Mundo (Volvo Ocean Race), a partir de outubro.

Na disputa pelo Prêmio de Melhores do Ano, as brasileiras terão como concorrentes na categoria feminina a holandesa Marit Bouwmeester, tricampeã mundial de Laser Radial; Sarah-Quitta Offringa, de Aruba, windsurfista campeã mundial no freestyle e no slalom; e a espanhola Tara Pacheco, vice-campeã mundial da Nacra 17 ao lado de Fernando Echavarri.

No masculino, concorrem ao prêmio o neozelandês Peter Burling, campeão na America's Cup pelo Emirates Team New Zealand; o australiano Glenn Ashby, velejador que teve papel-chave no desenvolvimento do barco campeão da America's Cup; o francês Thomas Coville, que estabeleceu o novo recorde para o desafio de dar a volta ao mundo velejando sozinho (em apenas 49 dias, 3 horas, 4 minutos e 28 segundos); e o francês Armel Le Cleac'h, vencedor da icônica regata Vendée Globe.

O Prêmio de Melhor Velejador do Ano é um dos troféus de maior prestígio no mundo da vela. Criado pela Federação Internacional em 1994, já foi conquistado quatro vezes por velejadores brasileiros: Robert Scheidt (2001 e 2004), Torben Grael (2009) e Martine Grael e Kahena Kunze (2014).

Fonte: Terra












Aluno de escola municipal de Niterói ‘dá aula’ de trânsito



Jean (de verde) entrega o projeto a um superintendende da NitTrans - Diculgação / Arteris


Leonardo Sodré

NitTrans adota projeto criado por estudante para ruas no entorno de escola no Barreto
NITERÓI - De acordo com a definição do dicionário Aurélio, solidariedade é “o sentido moral que vincula um indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades de um grupo social, de uma nação, ou da própria humanidade”. O jovem Jean Henrique da Silva Prudente, de 14 anos, aluno da Escola Municipal Altivo César, no Barreto, solidário a todos os seus colegas, criou um projeto para melhorar a segurança do trânsito no local.

Depois de ter sido atropelado duas vezes na travessia do sinal em frente à escola, na Rua Dr. Luiz Palmier, Jean se inscreveu num processo de seleção para o 2º Fórum da Juventude Arteris, que reuniu mais de 90 estudantes de escolas públicas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Acabou sendo um dos dez escolhidos do estado para participar. Jean elaborou um relatório que sugere estudo do tráfego nas ruas Galvão e Dr. Luiz Palmier, reforço na sinalização e nova programação no tempo dos sinais. Há duas semanas, o jovem se encontrou com representantes da NitTrans e apresentou a proposta. Após vistoria no local, o órgão decidiu fazer as substituições propostas por Jean.

— Eu pensei na melhoria do fluxo de veículos e na segurança dos pedestres. Pensei no tempo dos sinais para melhorar a travessia dos alunos de todas as escolas da região. Pedi para colocar guardas de trânsito nos horários de entrada e saída dos alunos, mas isso ainda não é possível. Pelo menos vão colocar o botão para acionar o fechamento do sinal, o que já ajuda — diz Jean.


Fonte: O Globo Niterói










CIDADES INTELIGENTES E HUMANAS: matéria na Folha de Londrina cita o exemplo do SIGEO-Niterói



Muitas tecnologias já estão disponíveis é preciso agora saber utilizá-las para tornar as cidades mais humanas.


Cidades Inteligentes e Humanas

Desenvolver meios para integrar a tecnologia ao dia a dia das cidades visando ao bem-estar da população é a proposta de debate que acontece nesta sexta-feira, organizado pelo Fórum Desenvolve Londrina


Ricardo Chicarelli

Em um mundo cada vez mais conectado e com o volume de informação crescente é natural que as cidades elaborem projetos para integrar a tecnologia ao dia a dia da população. Foi pensando nisso que será realizado nesta sexta-feira (22) o "1º Fórum em Debate", seminário com o tema: "Cidades Inteligentes e Humanas". O evento é organizado pelo Fórum Desenvolve Londrina, entidade formada por representantes de 36 instituições londrinenses e deve reunir empresários, representantes de entidades e instituições de Londrina.

O 1º Fórum em Debate terá como palestrantes três especialistas no assunto: Abimael Cereda Junior, André Gomyde e Vitor Lippi. Cereda Junior é docente, líder de Ciência & Pesquisa da Imagem, pesquisador e colaborador da Unicamp. Tem especialização em Geoprocessamento, mestrado e doutorado em Engenharia Urbana. Atua e realiza pesquisas em temas como Inteligência Geográfica, Smart Cities e Smart Farms.

Niterói, que tem integrado departamentos, mapeado árvores da cidade para determinar a época de corte (OBS: referimo-nos à poda), e disponibilizado a visualização em mapas para verificar se o zoneamento permite a construção de um certo tipo de imóvel ou não. "A Prefeitura de Niterói ganhou prêmios este ano usando a inteligência geográfica e Londrina também tem trabalhado com algumas dessas ferramentas", afirma Cereda Júnior.

O palestrante exalta a importância de aplicar a tecnologia na gestão das cidades. "Já lidamos com tecnologia de informação geográfica em aplicativos como o Waze e, recentemente, as praças foram invadidas por usuários do aplicativo Pokémon Go. Ou seja, as tecnologias já estão disponíveis e agora temos que utilizá-las e integrar tudo isso para ter cidades mais inteligentes e mais humanas, com a implantação de semaforização automática, drones e outras ferramentas para urbanizar melhor as nossas cidades usando esse momento digital", destaca.

Um dos exemplos citados por Cereda é a cidade de Niterói, que tem integrado departamentos, mapeado árvores da cidade para determinar a época de corte, e disponibilizado a visualização em mapas para verificar se o zoneamento permite a construção de um certo tipo de imóvel ou não. "A Prefeitura de Niterói ganhou prêmios este ano usando a inteligência geográfica e Londrina também tem trabalhado com algumas dessas ferramentas", afirma. Ele ressalta que a utilização da massa de dados e atualizações possibilita fazer uma gestão mais inteligente e humana.

O custo de implantação de um projeto como esse também está entre os temas que serão abordados no Fórum. "Muitos municípios já fizeram investimentos em bases de dados e outros sistemas. Primeiro é preciso entender o que já existe e o que é possível aproveitar de outras plataformas para poder construir o plano diretor para inteligência geográfica", aponta. "Não é uma visão de implementar um software, mas de adotar uma cultura de gestão de políticas públicas. É uma mudança de cultura. Eu não vou só armazenar dados e informação. Vou otimizar toda inteligência da cidade em sistemas informacionais", declara. A integração das tecnologias, com transparência e acesso irrestrito aos dados e informações por elas gerados, conduzem as cidades para a participação de seus cidadãos em um processo de cocriação com o poder público e com as empresas. Por isso, segundo ele, muito mais do que inteligentes, as cidades devem ser também voltadas para a humanização. "Não é para viver um momento Jetson, nem é a adoção da tecnologia pelo vislumbre", aponta.

André Gomyde é presidente da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas. É membro do Conselho de Ciência e Tecnologia (CCT) da Presidência da República. É membro do júri do World e-Government Awards e diretor da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal. O terceiro convidado Vitor Lippi é deputado federal, presidente da Frente Parlamentar das Cidades Inteligentes. É médico e ex-prefeito de Sorocaba (SP). Foi premiado com o Selo Prefeito Empreendedor, diplomado prefeito Amigo da Criança e Destaque Nacional em Meio Ambiente, Ação Social e Desenvolvimento Sustentável.

Na palestra, o deputado vai explicar as ações adotadas em Sorocaba e a proposta de criação de Centros de Desenvolvimento Regionais. Lippi conta que o debate deve incluir ainda as mudanças na legislação necessárias para viabilizar parcerias público-privadas para o setor. "É necessário adequar a legislação para ter um ambiente seguro para as parcerias. Isso é importante para possibilitar a conectividade das cidades inteligentes. A utilização desses conceitos podem melhorar a governança e reduzir custos. Governo, universidades e empresas devem realizar um trabalho conjunto para fortalecer a economia do conhecimento e da inovação", reforça.

Durante o evento, serão apresentados exemplos das ações que podem ser adotadas para que cada cidade conquiste o status de Smart City (cidade inteligente). Para o presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Ary Sudan, a tecnologia precisa ser aplicada para trazer benefícios à comunidade. "Estamos entrando no mundo digital em uma velocidade incrível que transforma a vida das pessoas. As cidades vão ser o principal palco dessa transformação e precisam estar conscientes do papel que devem desempenhar para promover a qualidade de vida e o desenvolvimento", ressalta. Sudan lembra ainda que Londrina possui 1.500 empresas de TI (Tecnologia da Informação). Considerando o raio de 60 quilômetros entre os municípios de Apucarana e Cornélio Procópio, há mais de 2.500 empresas no setor.

Fonte: Folha de Londrina







PARQUE DAS ÁGUAS, EM NITERÓI, VAI DEBATER O DESAFIO DA ESCASSEZ DE ÁGUA NO ESTADO



Vista aérea, com o Reservatório da do Parque das Águas ao fundo. Foto por drone, por Leonardo Simplício.


Parque das Águas. Fotos Leonardo Simplício.

Elevador de acesso ao Parque das Águas. Foto Axel Grael

Elevador iluminado à noite. Foto de Mariane Thamsten.




COMENTÁRIO DE AXEL GRAEL:

As obras do Parque das Águas Eduardo Travassos, no Centro de Niterói, estão quase prontas e a nova área verde e espaço cultural da cidade estará aberto ao público, com uma agenda educativa e uma programação musical e de outras manifestações artísticas.

O principal tema das atividades no local será a Água, a influência da sua escassez na evolução histórica da cidade de Niterói e o atual desafio de abastecimento da Metrópole do Rio de Janeiro, em particular, os municípios do Leste da Baía de Guanabara, abastecidos pelo Sistema Imunana-Laranjal.

Para promover a discussão sobre as águas, o Parque contará com:
  • RESERVATÓRIO DA CORREÇÃO: Visitas guiadas ao reservatório, uma bela e centenária construção que ainda abastece parte da cidade
  • EVENTOS: O local conta com um auditório que também poderá ser utilizada como sala de eventos e exposições. Receberá cursos em geral, treinamentos de Núcleos Comunitários de Defesa Civil - NUDECs e eventos sobre mudanças climáticas e resiliência urbana.
  • VÍDEO: os visitantes poderão assistir a um vídeo sobre a história do abastecimento de água e saneamento em Niterói, com o depoimento de especialistas como o engenheiro José Bedran, "memória-viva" do saneamento em Niterói.
  • VISTA PARA OS MANANCIAIS: Vista para a Chácara do Vintém, que durante muito tempo abasteceu a cidade e que será recuperada e protegida pela Prefeitura de Niterói. Do local, também será possível acompanhar os esforços de reflorestamento das encostas do Morro da Boa Vista. O reflorestamento das áreas de mananciais é uma das principais medidas para garantir a oferta de água para o abastecimento humano e para a regulação do lençol freático, que permite a sobrevivência de nascentes, favorece as árvores e os ecossistemas.
O Parque das Águas contará ainda com os seguintes equipamentos: 
  • ELEVADOR: o acesso ao Parque das Águas será facilitado pela construção de um elevador ligando a Praça Bety Orsini à parte alta do parque, beneficiando a visita de cadeirantes, idosos e o público em geral. O elevador está pronto e passa atualmente por testes dos seus equipamentos.
  • CENTRO DE VISITANTES: Funcionará junto à Praça Bety Orsini, com espaços para exposições e atividades que estimulem a visita ao Parque das Águas.
  • BAR: a Prefeitura realizou processo licitatório para a seleção de um concessionário que operará um bar no local.
  • ÁREAS DE CONVÍVIO E ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE: com instalações novas, teremos áreas de contemplação e para exercícios físicos.
  • JARDIM SENSORIAL: um jardim com plantas que estimule a interação de deficientes visuais e público em geral.
  • ARBORETO: um belo arboreto, com espécies simbólicas como o pau-brasil e diversas frutíferas
Leia, a seguir, matéria do jornal O Fluminense sobre a preocupação o desafio de abastecimento de água na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Axel Grael
Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói



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Alerta para a escassez de água no Estado

Falta de chuva, prevista para até o fim de setembro, diminuiu consideravelmente o nível da água no Rio Guapiaçu. Foto: Lucas Benevides



Pamella Souza

Barragem para solucionar a crise hídrica ainda não saiu do papel

O uso consciente de água vem se tornando cada vez mais indispensável. Quem faz o alerta são as concessionárias Cedae e Águas de Niterói, diante da forte estiagem que atinge a bacia dos rios Guapiaçu e Macau, em Cachoeiras de Macacu, que abastecem o sistema Imunana-Laranjal. Especialistas alertam que a região pode enfrentar uma forte crise hídrica a partir de 2020, que já começa a dar seus sinais. Empresas já adotam medidas operacionais para conter a escassez.

As águas captadas dos rios da Região Serrana do Rio não têm reservação. Por isso, dependem exclusivamente do regime de chuva. Os níveis de água das bacias estão visivelmente baixos, com pedras aparentes. No entanto, sem previsão de mudança de tempo para, pelo menos, até o fim deste mês, as concessionárias alertam para a seca.

“Estamos trabalhando para diminuir os impactos da estiagem com ações de informação à população e aumento na disponibilidade de carros-pipa. É fundamental, neste momento, a conscientização das pessoas para o uso racional da água, evitando o desperdício”, atenta a Cedae.

A Águas de Niterói também reforçou o pedido. “É muito preocupante depender das chuvas para assegurar o abastecimento de aproximadamente 2 milhões de pessoas. Águas de Niterói tem implantado ações operacionais para minimizar o impacto para os clientes. A concessionária pede que a população use água de forma consciente até que a situação seja normalizada”, ressalta a Águas.

O oceanógrafo e coordenador da Rede Universidade Federal Fluminense de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Julio Wasserman, aponta que a escassez do recurso na região leste da Baía de Guanabara já é um problema antigo.

Um estudo realizado por ele, em 2008, já apontava que o sistema Imunana-Laranjal já tinha atingido seu limite de vazão e que, em situações extremas de seca, não haveria abastecimento para algumas áreas do fim da rede.

“Neste sentido, é altamente aconselhável que, desde já, seja pensada a construção de barragens na região”, dizia o estudo de 2008.

Essa é exatamente uma das soluções apontadas por ele, e por outros especialistas, para conter a crise hídrica. A construção de uma barragem no Rio Guapiaçu é um projeto anunciado pelo Governo do Estado em 2015, mas que continua sem previsão de execução.

“Veja que o tempo para sua construção (barragem) está estimada em 4 anos e, se começarmos agora, é provável que entraremos no estado de escassez hídrica antes de terminar o empreendimento”, alerta Julio.

De acordo com o especialista, a crise hídrica enfrentada entre 2014 e 2015, e a escassez de água observada agora, não são resultado de constantes mudanças climáticas. Mas, sim, do aumento da demanda pelo recurso. E, por isso, já deveria ter soluções em prática.

“Em vários estudos que realizei, não há absolutamente nenhuma indicação de que estes anos sejam realmente muito mais secos do que outros anos. O que existe é uma falta total de planejamento diante de uma população que cresce e que demanda cada vez mais água”, aponta o oceanógrafo.

A licença ambiental para a construção da barragem está parada desde então. Isso porque, para a realização da obra, cerca de três mil pessoas precisariam ser desapropriadas de suas terras. Ambientalistas e produtores locais são contrários ao projeto, alegando que a área é altamente produtiva e responsável pelo abastecimento de 40% do aipim distribuído no Estado.

“Entendo o ponto de vista dos agricultores, mas a situação é muito grave e, se tivesse que escolher, eu escolheria a água à mandioca. A situação é realmente crítica e existe necessidade de se construir reservatório nesta região. Também é necessário que existam mais estudos de planejamento hídrico”, alerta o especialista.

Custo - De acordo com a Águas de Niterói, a barragem resolve o problema da escassez por, no mínimo, os próximos 15 anos, atendendo à demanda do aumento do uso de água pelo crescimento da população, na região entre Niterói, Maricá, São Gonçalo, Itaboraí e Ilha de Paquetá.

A barragem armazenaria a água para uso em tempos de seca, evitando, ainda, alagamentos na região de Cachoeiras de Macacu. Todo o custo seria arcado pela Petrobras, devido ao licenciamento para a instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).

“Não há outra solução de custo suportável. Estamos falando de uma solução que resolverá o abastecimento de água, bem essencial à vida, para mais de 2 milhões de pessoas. O projeto está pronto. É preciso empenho para exigir a construção da mesma a custo zero, já que a obrigação de implantá-la ficou sob responsabilidade da Petrobras”, disse a Águas de Niterói, através de nota.

Fonte: O Fluminense


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