sábado, 30 de outubro de 2010

Marina classifica polarização de PT e PSDB no poder como "retrocesso político"

Senadora Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República 2010. Foto de Cacá Meirelles. Divulgação.

Senadora afirma que pretende distanciar-se do próximo governo
 
Às vésperas da disputa presidencial entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), a candidata derrotada Marina Silva (PV) classificou a polarização entre petistas e tucanos no poder como um "retrocesso político" e adiantou que pretende distanciar-se do próximo governo para construir um projeto alternativo ao país.


— O Brasil precisa de uma terceira via para acabar com essa polarização PT - PSDB que está levando ao retrocesso político, no meu entendimento. E a posição de independência favorece a construção de uma terceira via para que a democracia no Brasil possa cada vez mais ser vigorosa — afirmou em entrevista a zerohora.com na última quarta-feira.

Disputada entre Dilma e Serra por conta dos cerca de 20 milhões de votos conquistados, Marina viu sua plataforma verde ser ignorada nas últimas semanas de campanha ao segundo turno. Para a senadora, nenhum dos presidenciáveis está comprometido com suas ideias:

— Pelo que eu tenho visto nos debates, quem está mais comprometido com esta proposta é o próprio eleitor.

Leia trechos da entrevista com Marina Silva:



Zero Hora — Por que a senhora optou por não se posicionar no segundo turno?

Marina — Eu optei por ficar independente, juntamente com o partido, por entender que isto é o melhor para o fortalecimento da nossa democracia, no sentido de que os candidatos têm que se comprometer com as propostas, inclusive com as que foram apresentadas por nós. [Eles devem] convencer os eleitores que no primeiro turno votaram na minha proposta e de Guilherme Leal para evitar essa visão equivocada de que a liderança política é dona dos votos. A gente não é dona do voto do eleitor. O voto é de cada cidadão e de cada cidadã, e cada candidato deve convencê-los a tomar uma decisão a favor de sua candidatura e evitar a história de terceirizar o convencimento. As pessoas têm uma visão atrasada da política, de que o líder deve conduzir as pessoas para um lado e para o outro, o que infantiliza a sociedade, como se ela não tivesse a capacidade de ter discernimento. As pessoas que votaram no nosso projeto votaram com base em opinião e têm todas as condições de, a partir de olharem para os candidatos, tomarem as suas decisões livremente, responsável com aquilo que elas acham que é o melhor para o Brasil e o melhor para si mesmo. Eu dei uma contribuição, apresentando inclusive uma carta à ministra Dilma e ao governador Serra onde faço a pontuação de várias questões, inclusive de que o Brasil precisa de uma terceira via para acabar com essa polarização PT - PSDB que está levando ao retrocesso político, no meu entendimento. E a posição de independência favorece a construção de uma terceira via para que a democracia no Brasil possa cada vez mais ser vigorosa.

Zero Hora — Logo após a eleição, na tentativa de barganhar um apoio do PV e da senhora, Dilma e Serra fizeram promessas de fidelidade às suas propostas. A senhora acredita que, por não ter aberto o seu voto, esse projeto tenha sido negligenciado no segundo turno?

Marina — Nós pedimos aos candidatos que respondessem às nossas propostas por escrito. Apresentamos as suas propostas na nossa convenção e, desde o início, eu dizia que não bastava apenas um ato declaratório, que era fundamental que os eleitores identificassem como é que, no decorrer da eleição no segundo turno, principalmente nos debates, esses temas iam sendo considerados como prioridade. Lamentavelmente, isso não aconteceu. Agora, o compromisso com essas propostas deve ser da compreensão e da visão dos candidatos, independente do apoio ou não desta ou daquela liderança, inclusive o meu. Se as pessoas entendem que as propostas são boas, elas deveriam ser integradas pelos candidatos a partir do compromisso que eles têm com essa agenda da valorização da educação como um direito, como uma alavancadora do desenvolvimento e da proteção do meio ambiente, como uma forma de proteger os nossos recursos naturais, de ajudar a salvar o planeta. Então, lamentavelmente, talvez por falta de visão, isso não tenha sido colocado como prioridade nos processos dos debates.

Zero Hora — No segundo turno, o debate de propostas teria perdido espaço para o que a senhora classificou de "vale tudo eleitoral". A senhora se considera responsável por uma disputa menos agressiva no primeiro turno?

Marina — Eu me esforcei muito. Primeiro, para quebrar o plebiscito, para evitar o embate. Acho que levantei temas que foram muito importantes: a questão do desenvolvimento sustentável, a priorização da educação infantil, da universidade, a questão da saúde pública. Nós tínhamos uma plataforma de governo. Lamentavelmente, os candidatos [Dilma e Serra] não apresentaram um programa de governo no primeiro turno e, nesse segundo turno, as coisas ainda não ficaram claras em relação às suas propostas. Então, a contribuição foi dada em dois níveis: para quebrar o plebiscito e para promover o debate à altura do que deve ser feito no Brasil. Não se pode ser feito, em um país como o nosso, em pleno início de século, um debate apenas em cima de promessas. É fundamental que os brasileiros possam ver que os candidatos estão comprometidos em manter os ganhos da política econômica, da política social, mas, ao mesmo tempo, olhar para os erros e corrigi-los a partir de uma visão de política pública.

Zero Hora — No primeiro turno, a senhora costumava dizer que o eleitor deveria votar com o coração para depois escolher o menos pior. O que considera o menos pior para o país hoje?

Marina — Eu considero o menos pior para o Brasil votar comprometido com aquilo que eu dizia no primeiro turno, corrigir os erros, manter as conquistas e enfrentar os novos desafios.

Zero Hora — E quem estaria mais comprometido com as suas propostas?

Marina — Pelo que eu tenho visto nos debates, quem está mais comprometido com esta proposta é o próprio eleitor que, no primeiro turno, em que diziam que eu não tinha aliança, que não tinha apoio, que eu não crescia nas pesquisas, não tinha recursos e estruturas e nem as alianças incoerentes, deram uma votação fantástica de quase 20 milhões de votos para essa visão. Então, eu vejo que quem está mesmo comprometido com tudo isso é o cidadão brasileiro que está cansado dessa polarização, dessa política que promove confronto em lugar de promover o encontro entre os nossos sonhos e o Brasil que nós queremos.

Zero Hora — A senhora cogitaria assumir um cargo em um eventual governo Dilma ou Serra para tentar combater essa polarização?

Marina — Eu já tive a oportunidade de participar do governo do presidente Lula durante cinco anos e meio. Agradeço a Deus e a ele por essa oportunidade e me sinto honrada por ter feito uma série de ações que fizeram a diferença na política ambiental, principalmente na questão da criação da unidade de conservação, em que criamos mais de 24 milhões de hectares. Às vezes, para quebrar essa polarização, você ajuda muito mais não estando no governo, sendo uma força equilibrada na discussão. Eu não acredito na política do "quanto pior, melhor" e vou voltar para a sociedade. É de lá que eu pretendo contribuir para construir aquilo que eu chamo de uma terceira via, para que o cidadão possa ter uma liberdade de escolha, porque quando ele tem que optar entre A e B, não há mais como escolher. Para você escolher, é preciso que haja um terceiro, por isso eu estou me esforçando muito para que o Brasil continue apostando na terceira via, não se enquadrar mais nos velhos paradigmas de direita, esquerda ou de ter situação por situação, ou oposição por oposição. Trata-se de uma nova visão: ver os problemas com a complexidade que eles têm e que a realidade é muito mais do que a dualidade simplista que às vezes eles querem enquadrar os fenômenos sociais.

Zero Hora — As pesquisas mostram que o número de eleitores indecisos tem aumentado. A senhora acredita que os seus eleitores continuam indecisos frente às propostas de Dilma e Serra?

Marina — Uma eleição em dois turnos é a chance de falar novamente com a sociedade, de convencer novamente os eleitores. Não só os quase 20 milhões que votaram na proposta que eu representei, mas os 190 milhões de brasileiros. Com certeza, pelo nível do debate, pela forma como resvalou a discussão nesse segundo turno, as pessoas ficaram muito decepcionadas, e não tenho dúvidas de que os eleitores que votaram no projeto que eu e Guilherme representamos são pessoas que votaram com base em opinião e valorizando muito a ideia de propostas e posturas dos candidatos, da visão estratégica que ele tem do país. Sorte que uma parte dos brasileiros de fato está ainda com grandes interrogações em relação aos seus votos e em fazer as suas escolhas.


ZEROHORA.COM

O mundo se aflige, o Brasil esquece

Artigo de Washington Novaes



"É grave a situação dos ecossistemas marinhos, o quadro brasileiro precisa ser repensado"

Washington Novaes é jornalista.

Artigo publicado em "O Estado de SP":

Não terá sido por falta de informações sobre a gravidade da situação dos recursos naturais no mundo que foram tão difíceis as negociações no Japão, desde a semana passada, no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica.

Enquanto ali se sucediam os impasses, na Assembleia-Geral da ONU era apresentado um relatório sobre o direito à alimentação em que se afirma que a cada ano são perdidos no mundo 30 milhões de hectares cultivados, ou 300 mil quilômetros quadrados, área equivalente à da Itália, mais que o Estado de São Paulo - por causa de degradação ambiental e urbanização. "500 milhões de pequenos agricultores sofrem de fome porque seu direito à terra é atacado", diz o documento (France Presse, 22/10).

A redução da biodiversidade significa perdas anuais entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões, confirma o relatório Economia de Ecossistemas e Biodiversidade, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O relatório da Global Footprint Network diz que a sobrecarga já imposta aos recursos naturais pela atividade humana exigirá (ou exigiria) que em 2030 precisemos de mais um planeta como a Terra para mantermos os formatos e o ritmo. Em 40 anos se perderam 30% da biodiversidade global. E 71 países já enfrentam déficits na área dos recursos hídricos.

É preciso começar a computar nos cálculos do produto interno bruto (PIB) de cada país as perdas sofridas por esse caminho, diz o Pnuma. E inevitavelmente faz lembrar mais uma vez o falecido secretário nacional do Meio Ambiente José Lutzenberger, segundo quem não há nada melhor para aumentar o PIB que um terremoto - porque os prejuízos não são incluídos nessas contas e o valor da reconstrução é todo adicionado.

O fato é que as perdas são brutais. E um dos setores em que isso se tem tornado mais evidente é o dos ecossistemas marinhos, embora o I Censo Marinho Global diga (Agência Estado, 10/10) que os anos dourados das descobertas da riqueza de espécies dessas áreas ainda estejam por vir. Até agora foram identificadas 250 mil espécies marinhas e os cientistas acreditam que haja pelo menos mais 750 mil - fora milhões de espécies de micróbios (90% da biodiversidade oceânica), que talvez sejam bilhões.

A situação mais grave é a dos corais, por causa da acidificação das águas. De acordo com a Organização Mundial para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da ONU, três quartos das espécies de peixes estão em perigo no mundo todo, próximas do esgotamento, por causa de pesca excessiva, inclusive em lagos e outros ecossistemas continentais, afetados pelo carreamento de nutrientes das lavouras.

No Brasil, segundo estudo publicado na revista Nature (Estado, 30/9), a situação é grave principalmente no Sudeste e no Nordeste. Rios e lagos contribuem hoje com pelo menos 13 milhões de toneladas anuais de pescado, que podem chegar a até 30 milhões, afirma o Pnuma (20/10). É uma atividade particularmente importante para a geração de proteínas para crianças e de trabalho para mulheres.

Umas das razões para a gravidade da situação nos oceanos está na falta de zonas costeiras e marinhas protegidas. No Brasil mesmo, são apenas 1,5% do total, segundo o experiente diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias (Estado, 3/10), quando a proposta no Japão foi de proteger pelo menos 20% dos ecossistemas em terra e no mar. Menos de 10% das espécies marinhas em águas brasileiras são conhecidas.

E há uma "bomba de tempo" à espera nos oceanos, alerta a revista New Scientist (4/9/10): o imenso estoque de óleo diesel acumulado nos porões de milhares de navios afundados durante a 2.ª Guerra Mundial, que faz parecer brincadeira de criança o recente vazamento de petróleo no Golfo do México, 20 vezes menor do que aquele estoque. O apodrecimento dos cascos levará a vazamentos nas próximas décadas.

Diante de todo esse quadro, não podem deixar de preocupar muito os rumos impostos à captura de pescado pelo nosso Ministério da Pesca, principalmente o recente edital (O Eco, 27/7) que abre as águas brasileiras para embarcações estrangeiras, navios que serão arrendados, com isenção fiscal, para incentivar a pesca de atum espadarte. Será uma festa para frotas que já recebem 1 bilhão em subsídios da União Europeia. Isso quando são conhecidos os estudos oficiais do Revizee, que consideram ameaçadas 80% das espécies marinhas brasileiras pescadas - enquanto o Ministério não deixa de apregoar seu objetivo de multiplicar por dez a tonelagem pescada.

Da mesma forma, não podem deixar de inquietar editais do Ministério que abrem novas áreas em terra e no mar. A aquicultura já aumentou a produção em 44% entre 2007 e 2009. A produção total brasileira de pescado subiu 25% em oito anos e chegou a 1.240 mil toneladas em 2009. Na aquicultura foram 416 mil toneladas em 2009 (quando muitos estudos internacionais dizem que na aquicultura o consumo de recursos é maior que a produção); na pesca extrativa, 825 mil toneladas. Mas "a gestão pesqueira é um caos", dizem os especialistas (Estado, 3/10).

E o Ministério do Meio Ambiente quer controlar a expansão, trafegando na direção contrária à do Ministério da Pesca - que em sete anos teve suas dotações orçamentárias ampliadas de R$ 11 milhões para R$ 803 milhões, 73 vezes mais. Nesse período, a produção de pescado passou de 990 mil toneladas anuais para menos de 1,3 milhão de toneladas (Estado, 26/6).

É evidente que o quadro brasileiro precisa ser repensado. Seja pelo contraste entre os objetivos oficiais no setor e o que dizem estudos sobre a situação das espécies pescadas, seja pela grave situação dos recursos marinhos no mundo, enfatizada pelos estudos e discussões na Convenção da Diversidade Biológica. Não há como não levar a sério os diagnósticos e não caminhar para políticas adequadas em matéria de conservação. As futuras gerações vão cobrar.

(O Estado de SP, 29/10)

Fonte: Jornal da Ciência, SBPC.

La frágil riqueza biológica de la Amazonia

Cada tres días, en la Amazonia sale a la luz un animal o planta desconocidos. Entre 1999 y 2009, la denominada década del descubrimiento, se han identificado 1.200 nuevas especies. Sin embargo, una vez más, toda esta Biodiversidad está en peligro debido a la actividad humana. El informe de World Wildlife Fund (WWF) “Amazon Alive! A decade of discovery 1999-2009” resulta revelador.

Espécie de rã Pristimantis

Con 6.700.000 kilometros cuadrados, la Amazonia se extiende por nueve países - Bolivia, Brasil, Colombia, Ecuador, Guayana Francesa, Guyana, Perú, Surinam y Venezuela. Es la cuenca más grande del mundo de selva y el río. La Amazonia es un punto caliente de biodiversidad, el hogar de una de cada 10 de las especies conocidas del planeta, según el WWF.


Entre las nuevas especies encontradas, el Fondo Mundial para la Naturaleza cataloga 637 plantas, 257 peces, 216 anfibios, 55 reptiles, 16 aves y 39 mamíferos. También se han descubierto miles de invertebrados que no aparecen en el informe.

Destaca el Micrastur mintoni, un halcón del bosque con óvalos de brillante color naranja alrededor de los ojos. Se descubrió en Brasil en 2002 y todavía está envuelto de misterio, aunque los investigadores creen que la población general de esta ave es grande.

La anaconda Eunectes beniensis es la primera que se ha descubierto desde 1936. Descubierta en 2002 en Bolivia, esta serpiente puede alcanzar cuatro metros de longitud y entre sus presas se encuentra animales tan grandes como el jaguar.

Otro impresionante descubrimiento, en la Guayana Francesa en 2000, es la araña Ephebopus cyanognathus. Tiene dos colmillos de color azul brillante que destacan sobre su cuerpo marrón. Más de 500 nuevas arañas se han catalogado en la Amazonia en los últimos 10 años.

En esa región también se halla el mayor número de especies de primates del mundo. Entre ellos, el Mico acariensis, con una cara fresca y que puede crecer hasta 24 centímetros de altura y pesar apenas 420 gramos. Se sabe poco de este misterioso tití ya que vive alejado de la actividad humana en una región remota del centro de Brasil.

Por otro lado, los insectos son muy abundantes en toda la selva amazónica, en particular las hormigas. Se ha encontrado un árbol capaz de albergar hasta 43 especies diferentes de hormigas.

Según las estimaciones de los científicos, aproximadamente el 15 por ciento de toda la biomasa animal en la Amazonia son hormigas. Esto incluye a la Martialis Heureka, una nueva especie de hormiga descubierta en Brasil. Ciega, subterránea y depredadora, esta nueva especie tiene raíces muy antiguas y podría ser un descendiente directo de las primeras hormigas, de hace más de 120 millones de años.

El delfín del río Amazonas es fácil de localizar en el agua debido a su color rosado. Fue descubierto en la década de 1830. Sin embargo, el Inia bolivienses pertenece a una especie totalmente diferente. Se descubrió en 1977, aunque no fue hasta 2006 cuando los biólogos pudieron confirmar que es el único delfín nativo de Bolivia. Las amenazas para este animal van desde la contaminación por mercurio e hidrocarburos, hasta las presas, los canales y otros proyectos de infraestructuras.

A pesar del rico tapiz de vida que existe en la Amazonia, la selva está cada vez más bajo amenaza debido a la actividad humana, causada principalmente por la deforestación para la agricultura y la ganadería.

La demanda regional y mundial de carne, de soja y biocombustibles sólo acelerará esta tendencia. Más del 15 por ciento de la Amazonia ya ha sido destruida, según el informe de WWF.

Estos cambios en el paisaje han puesto bajo presión a las poblaciones nativas de plantas y animales, no sólo las ya conocidas por la ciencia, sino también aquellas que aún no se han descubierto.

Este nuevo informe pone de relieve la necesidad de proteger este frágil entorno y es un recordatorio de lo mucho que todavía hay que aprender sobre la mayor selva tropical del mundo.

Un ejemplo claro de la pérdida de hábitat que sufre la biodiversidad de este pulmón es el loro de cabeza blanca, Pyrilia aurantiocephala. Sorprende que a pesar de sus brillantes colores no haya sido identificado antes. Como se trata de una población pequeña y su territorio sufre directamente la deforestación por tala, ya se la ha clasificado como especie "casi amenazada".

Más información: WWF “Amazon Alive! A decade of discovery 1999-2009”
http://www.ecogaia.com/

Fonte: ECOTICIAS

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os ventos e a sustentabilidade

Mapa do potencial eólico brasileiro.

Desde o século V a.C., na Pérsia, sabe-se que os ventos podem gerar energia limpa e abundante. É de lá que vem o moinho de vento, invenção originalmente utilizada para mover água e irrigar os campos de arroz e trigo. Os mecanismos básicos que movimentam os moinhos não mudaram desde então; o vento atinge uma hélice que, ao movimentar-se, gira uma polia que impulsiona outro equipamento. Na antiguidade, um monjolo. No século XXI, um gerador de eletricidade.

Os séculos que separam o moinho persa dos atuais parques eólicos foram marcados por grandes descobertas científicas. Elas, inclusive, explicaram o que é vento. Não é o sopro dos deuses, como os antigos imaginavam. O vento é o resultado da diferença de temperatura entre a água e a terra, planícies e montanhas, nas regiões tropicais, equatoriais e polares. A força do vento – e a quantidade de energia nele contida – depende da época do ano, da hora do dia e da vegetação e topografia local.

O litoral brasileiro, por suas características, é considerado um local “abençoado” por ventos que podem gerar milhões de quilowatts de energia elétrica. Desde os anos 1990 há empreendedores fincando hastes e hélices em alguns locais especialmente beneficiados pelos regimes de ventos, como o litoral de Santa Catarina e do Ceará. No entanto, as iniciativas não têm prosperado, porque a energia eólica nunca foi vista como viável.

Mas essa idéia vem mudando, principalmente depois que a questão das mudanças climáticas entrou na pauta dos governos, das empresas e da sociedade. O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) listou a energia eólica como alternativa às hidrelétricas, em épocas de seca, mas favoreceu a construção de termelétricas movidas a óleo combustível ou a gás natural. A explicação era o alto custo de instalação das usinas eólicas, que encarecia o preço do megawatt.

Com a retração das economias européias, no entanto, os investidores e fabricantes de equipamentos voltaram suas atenções para o Brasil, e o preço baixou em poucos meses. No primeiro leilão de fontes renováveis alternativas, realizado em dezembro de 2009, o preço da eólica havia ficado em R$ 148 o megawatt. No segundo, ocorrido em agosto deste ano, esse preço baixou para R$ 130,60, menor até do que o da energia gerada por bagaço de cana.

O resultado surpreendeu até mesmo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e firmou a energia eólica como alternativa viável à obtida por meio de combustíveis fósseis no Brasil.

Como a estimativa é de que os preços baixem ainda mais nos próximos leilões, as usinas eólicas poderão quintuplicar sua capacidade instalada até 2013, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica). O setor, que hoje tem 744 MW instalados e 1.806 MW em processo de instalação, poderá ter mais 2.047 MW até 2013, contando com um total de 161 usinas, caso cumpra os contratos vendidos no leilão de agosto. Os investimentos previstos são de R$ 18 bilhões.

Com leilões regulares de energia eólica e o interesse dos grandes fabricantes de trazer para cá as indústrias de equipamentos, o Brasil poderá tornar-se, em pouco tempo, uma “potência eólica”. Um novo mapeamento mostra que o potencial eólico do país é de 300 mil MW, quase o dobro da capacidade instalada no mundo todo, que é de 158 mil MW. O Nordeste tem sido a região preferida para a construção das novas fábricas, justamente porque o maior potencial eólico encontra-se nessa área do país. Por isso, a maior parte dos investimentos está sendo dirigida para lá. Assim, em pouco tempo, o Nordeste poderá ter não apenas muitas usinas eólicas, mas um parque industrial avançado para a fabricação de componentes.

Por Cristina Spera (Instituto Ethos)

Conexão entre clima e biodiversidade, artigo de Izabella Teixeira e Caroline Spelman

"As soluções não serão simples nem fáceis, mas podemos e devemos procurá-las e colocá-las em prática"

Izabella Teixeira é ministra do Meio Ambiente do Brasil. Caroline Spelman é ministra de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido.

Artigo publicado em "O Globo":

Ecossistemas saudáveis e um clima estável são críticos para o bem-estar e o desenvolvimento humano, mas ambos estão severamente ameaçados.

Ao passo que florestas, savanas e campos foram convertidos em cidades e fazendas, que rios foram represados para irrigar campos, e que novas tecnologias forneceram energia para produzir e consumir coisas que gerações anteriores mal podiam ter imaginado, melhoramos a vida de bilhões de pessoas. No entanto, essas mudanças recentes nos sistemas naturais custaram muito aos complexos sistemas de apoio à vida no nosso frágil mundo.

Embora muitos se sintam distantes da natureza, a perda de biodiversidade é uma ameaça imediata à saúde, à subsistência e à nossa economia. Nossa pesca depende de um oceano saudável.

Nossa agricultura depende do material genético que alimenta sementes e animais, dos micro-organismos que fornecem um solo fértil e da água que irriga colheitas. Mesmo com a invenção de materiais sintéticos, árvores nos fornecem madeira e papel, fibras vegetais e animais nos dão roupas para vestir, e incontáveis organismos, muitas vezes irreconhecíveis à primeira vista, provêem-nos com medicamentos. A biodiversidade é a base de nossa riqueza e a raiz de nossa cultura. É o sistema de apoio à vida da Terra.

A biodiversidade também é vital para o nosso clima. Florestas e savanas são fundamentais para a manutenção dos padrões de clima estável com o qual estamos acostumados, armazenando vastas quantidades de carbono e gerando chuva para nossos cultivos.

Mangues e pântanos tornam-nos mais resistentes a eventos extremos, reduzindo a erosão costeira e as inundações e mantendo o fluxo e a qualidade da água. É a rica variedade de vida vegetal e animal, terrestre e aquática, que ajudará a adaptarmo-nos ao clima incerto do futuro. Em sentido oposto, uma maior degradação dos sistemas naturais pode acelerar o aquecimento global, que, por sua vez, vai colocar em risco o que estamos tentando proteger.

Juntas, as alterações climáticas e a degradação ambiental estão reduzindo a resiliência dos ecossistemas e diminuindo a variedade de espécies e sua capacidade de adaptação.

Um clima estável e ecossistemas saudáveis são componentes vitais para o desenvolvimento. Se não entendermos a interdependência entre clima e biodiversidade, e se não desenvolvermos meios de trabalhar de maneira integrada nessas questões, pode tornar-se muito mais difícil atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e livrar o mundo da fome, da pobreza extrema e de doenças que poderiam ser prevenidas, bem como evitar mudanças abruptas nos sistemas de apoio à vida do planeta, que não discriminam em função de renda.

Proteger e melhorar o bem-estar e o desenvolvimento futuros requer uma reavaliação sobre como usamos, valoramos e protegemos nosso capital natural e sobre como estruturamos nossas economias. Reconhecer o verdadeiro valor da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, e levá-lo em consideração quando de nossas decisões econômicas, poderia ajudar a orientar governos, empresas e a sociedade no sentido de um crescimento mais verde.

As soluções não serão simples nem fáceis, mas podemos e devemos procurá-las e colocá-las em prática.

Um mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) poderia ser uma solução. Cuidadosamente projetado, o REDD tem o potencial para reduzir as emissões, e salvaguardar a biodiversidade de nossas florestas e de nossas savanas e as condições de vida das pessoas que delas dependem. O estudo Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade (TEEB) estima que a perda de ecossistemas causada pelo desmatamento global equivale entre dois e cinco trilhões de dólares por ano.

Para empresas, diminuir o uso de água e energia ou reciclar resíduos pode trazer benefícios de longo prazo em seus balanços de custos e de lucros, e à sociedade como um todo. Empresas preparadas para abrir caminho a novas tecnologias estão prontas para antecipar mudanças nas políticas públicas e para aproveitar novas oportunidades.

Em última análise, todos nós - governo, empresas e sociedade civil - temos interesse em reconstruir o estoque de capital natural: ele está no cerne do modelo de negócios.

Esta semana, 192 países estão reunidos na 10ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica em Nagoia, Japão, para discutir algumas dessas questões. Acreditamos decididamente que, ao identificar e agir sobre as relações entre o clima e a biodiversidade, poderemos proteger nosso precioso capital natural, ao mesmo tempo em que promovemos ações de adaptação e mitigação à ameaça das mudanças climáticas. Esperamos poder começar um debate importante sobre essas questões neste ano.

(O Globo, 28/10)

Edital conjunto FAPESP-FAPERJ tem R$ 5 milhões para estudos de mudanças climáticas globais

A FAPERJ e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) se unem com o objetivo comum de anunciar, simultaneamente, o lançamento de chamada inédita para receber projetos na área de Mudanças Climáticas Globais. Esta é a primeira iniciativa conjunta das duas agências de fomento. Com um investimento total de R$ 5 milhões, R$ 2,5 milhões de cada agência, a chamada Mudanças Climáticas Globais, elaborada a partir de convênio de cooperação científica entre a FAPESP e a FAPERJ, selecionará 30 projetos a serem desenvolvidos cooperativamente por grupos de pesquisadores vinculados a instituições de ensino e pesquisa sediadas nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Os recursos financeiros serão destinados exclusivamente aos projetos de pesquisa colaborativa que forem selecionadas por ambas as agências e serão desembolsados de acordo com o cronograma de desembolso aprovado em cada proposta selecionada. Serão selecionados até 30 (trinta) projetos de pesquisa e, no total das concessões, 50% (cinquenta por cento) dos recursos serão aportados pela FAPESP e 50% (cinquenta por cento) pela FAPERJ.

As propostas selecionadas serão cofinanciadas pela FAPESP e pela FAPERJ. Para as propostas apresentadas por pesquisadores vinculados a instituições sediadas no Estado de São Paulo, aplicam-se as normas da FAPESP; e para as propostas apresentadas por pesquisadores vinculados a instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro, as normas da FAPERJ.

Dentre os principais objetivos da parceria, estão a criação de conhecimento científico e a formação de competências e de alianças estratégicas na área, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. Também se almeja que os projetos de pesquisa incentivem a difusão do conhecimento e a implementação de projetos inovadores de pesquisa científica ou tecnológica, envolvendo estudantes de nível superior, e que seus resultados gerem publicações de artigos científicos e propriedade intelectual.

Os temas de interesse incluem: consequências das mudanças climáticas globais no funcionamento dos ecossistemas, com ênfase em biodiversidade e nos ciclos de água, carbono e nitrogênio; balanço de radiação na atmosfera, aerossóis, gases-traço e mudanças dos usos da terra; mudanças climáticas globais e agricultura e pecuária; energia e gases de efeito estufa – emissões e mitigação; mudanças climáticas e efeitos na saúde humana; e dimensões humanas das mudanças climáticas globais: impactos, vulnerabilidades e respostas econômicas e sociais, incluindo adaptação às mudanças climáticas. Pesquisas com foco em mudanças climáticas globais, mas desenvolvidas em outras áreas relacionadas ao tema somente poderão ser submetidas se a sua conexão com o programa e seus objetivos forem devidamente justificadas.

São considerados pesquisadores elegíveis, no âmbito dessa Chamada: (a) para submissão de propostas à FAPESP: pesquisadores com grau de doutor ou equivalente, vinculados a Instituições de Ensino Superior ou Pesquisa, públicas ou privadas, sediadas no Estado de São Paulo e que preencham os demais requisitos para apresentação de Auxílios Regulares à Pesquisa; e (b) para submissão de propostas à FAPERJ: pesquisadores com grau de doutor ou equivalente, vinculados a Instituições de Ensino Superior ou Pesquisa, públicas ou privadas, sediadas no Estado do Rio de Janeiro.

Cada proposta terá dois pesquisadores responsáveis: um pelo lado do Estado de São Paulo, que deverá ser vinculado a uma instituição de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo; e um pelo lado do Estado do Rio de Janeiro, que deverá ser vinculado a uma instituição de ensino superior e de pesquisa no Estado do Rio de Janeiro.

Por parte da FAPERJ, são financiáveis itens dos grupos de custeio e de capital, indispensáveis à realização do projeto, de acordo com o classificador de receita e despesa do Estado do Rio de Janeiro (disponível no site http://www.planejamento.rj.gov.br/), compreendendo: aquisição de materiais permanentes e equipamentos; serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual, para manutenção de equipamentos e de material permanente, e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis; diárias e passagens para missões de pesquisadores e estudantes, seminários, oficinas e visitas institucionais a outras instituições, especificamente nos dois Estados parceiros deste programa e no âmbito das propostas apresentadas (não serão permitidas diárias e passagens para participação em reuniões científicas fora do âmbito das propostas); material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; despesas acessórias para importação (até o máximo de 18% do valor do bem importado). Todos os itens solicitados deverão ser plenamente justificados na proposta apresentada. As atividades de cada uma das partes, estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, serão financiadas pela respectiva agência: em São Paulo, como Auxílio Regular à Pesquisa, à FAPESP; e no Rio de Janeiro, como propostas submetidas a este programa (FAPERJ-FAPESP "Mudanças Climáticas Globais – 2010". A duração das pesquisas deve ser de até 24 meses.

Quanto às despesas para mobilidade: a FAPERJ apoiará, nas solicitações selecionadas, passagens aéreas e diárias de pesquisadores e estudantes do Estado do Rio de Janeiro em missões ao Estado de São Paulo; a FAPESP apoiará, nas solicitações selecionadas, recursos para passagens aéreas e diárias de pesquisadores e estudantes do Estado de São Paulo em missões ao Estado do Rio de Janeiro. As despesas de intercâmbio estão limitadas à duração máxima de 60 dias a cada ano de pesquisa, divididos segundo a conveniência dos pesquisadores envolvidos, desde que previstas e devidamente justificadas no projeto apresentado.

As propostas poderão ser submetidas, às duas agências, até o dia 27 de janeiro de 2011. Para os pesquisadores vinculados a instituições sediadas no Estado do Rio de Janeiro, além da submissão on-line, uma cópia impressa dos documentos deverá ser apresentada no Setor de Protocolo da FAPERJ, até o dia 04 de fevereiro de 2011. Os resultados estão previstos para serem divulgados a partir de 28 de abril de 2011, nos web sites das duas fundações.

O diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima, comemora a iniciativa: "há muito vimos trabalhando na perspectiva do lançamento de um edital conjunto das duas agências, o que se tornou possível após a assinatura desse Acordo de Cooperação Científica. A área escolhida diz, por si, da importância deste edital. Ambos os Estados têm pesquisadores de excelência na área e que, certamente, em um trabalho conjunto, contribuirão para o desenvolvimento científico e tecnológico, e também para a formação de recursos humanos qualificados". Para o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, "o acordo FAPERJ-FAPESP cria mais uma oportunidade para que pesquisadores nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro desenvolvam projetos de pesquisa conjuntamente. Desta forma esperamos criar sinergias e aumentar a capacidade nacional para a criação de conhecimento científico sobre Mudanças Climáticas Globais, levando a um aumento do impacto da ciência brasileira neste tema tão importante".

Confira a íntegra do edital Fapesp-FAPERJ de Apoio às Mudanças Climáticas Globais - 2010

Fonte: FAPERJ –
Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Velejador Bruno Fontes organiza projeto social e é candidato ao título de Atleta do Ano em SC.



O velejador da Classe Laser Bruno Fontes, da Equipe Olímpica Brasileira de Vela, está organizando uma iniciativa social "inspirada no Projeto Grael" (conforme ele nos disse), para ensinar jovens da Região Metropolitana de Florianópolis a velejar, além de oferecer programas profissionalizantes e de reforço escolar. 

O site do Projeto Horizontes Velas traz mais informações sobre a iniciativa de Bruno Fontes.

Com lançamento previsto para o dia 10 de abril, às 9h, na Escola do Mar de São José (SC), inclusive com a presença do iatista Bruno Fontes, o Horizontes Velas atenderá 32 jovens de baixa renda de São José, na região metropolitana de Florianópolis, com idade entre 12 a 18 anos. "Trata-se de uma oportunidade única de ensino multidisciplinar. Os alunos terão aulas de reforço escolar, com educadores qualificados aptos a identificar as dificuldades individuais de aprendizado, de qualificação profissional voltado à preparação ao mercado de trabalho e, junto com isso, terão aulas de iatismo com esportistas profissionais, que passarão, durante a prática esportiva, lições importantes de disciplina e determinação", explica Marcos Molinari, gerente da unidade de Santa Catarina da Horizontes. As aulas do projeto Horizontes Velas terão início em abril.

Para Bruno Fontes, o projeto representa a realização pessoal de mais um sonho: "Poderei passar meus conhecimentos do esporte, do mar e ainda do que aprendi no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental". O atleta destaca também a importância de participar de ações sociais: "É possível dar uma contribuição para a sociedade, ajudando jovens a ter um futuro melhor, mostrando caminhos que eles poderão escolher. Imagino ainda que minha participação no projeto Horizontes Velas tenha o objetivo de mostrar como é possível vencer no esporte, que, como na vida, exige esforço para conquistar os resultados esperados", completa.

Sobre a organização Horizontes


A Horizontes é uma associação civil, cuja missão é promover a sustentabilidade, a cidadania, a inclusão social e a geração de trabalho e renda por meio da educação. A entidade detém titulação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e é certificada internacionalmente segundo a norma NGO Benchmarking, pelo organismo suíço de auditoria de certificação independente Société Générale Surveillance (SGS).

Além da parceria com a organização Horizontes, o Projeto Horizontes Velas será mantido com o apoio da Prefeitura de São José, por meio das Secretarias de Educação e Ação Social, tendo como investidores a Unimed, o Banco do Brasil, a Eletrosul, Schaefer Yachts e o Governo do Estado de Santa Catarina. 

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Velejador Bruno Fontes é candidato a melhor atleta de Santa Catarina

O velejador Bruno Fontes, da equipe olímpica de vela, é candidato a Melhor Atleta do Ano de Santa Catarina. Quem quiser dar uma força pode votar pelo link. Só é permitido um voto por CPF.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

São Paulo terá um Instituto de Estudos Avançados do Mar

Fórum debate estudos do mar


27/10/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – “Apesar do grande potencial da costa brasileira, a pesquisa em biologia marinha e ecologia ambiental carece muito de estudos”, disse Maria José Soares Mendes Giannini, pró-reitora de Pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e conselheira da FAPESP.

A declaração foi feita durante o 2º Fórum Internacional de Ciência Oceânica – Cooperação Internacional entre Instituições Francesas, realizado nos dias 25 e 26 na Reitoria da Unesp, na capital paulista.

O evento reuniu pesquisadores brasileiros e franceses para discutir a implantação do Instituto de Estudos Avançados do Mar – Um olhar para o pré-sal.

Os participantes apresentaram resultados de pesquisas e discutiram temas relacionados à biologia marinha, bioprospecção de algas e genômica marinha, entre outros aspectos ligados às ciências do mar.

“Vínhamos discutindo a criação de um instituto do mar em workshops anteriores, com o objetivo de levantar áreas de competência da Unesp. Com o anúncio da descoberta de petróleo no pré-sal, o instituto se tornou ainda mais importante”, disse Maria Giannini à Agência FAPESP.

O instituto terá uma área de 5 mil m² em São Vicente (SP) e reunirá mais de cem especialistas dos diversos campi da Unesp nas áreas de geologia, aquicultura, meio ambiente e ecologia, recursos naturais e pesca. Além dessas, serão incluídas duas novas áreas: uma ligada ao direito e legislação marinha e outra à gestão portuária.

Para o projeto do instituto, o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio de parceria com a Unesp, repassará recursos da ordem de R$ 25 milhões, destinados à aquisição de equipamentos para pesquisas. A Unesp deverá entrar com outros R$ 10 milhões.

O prédio central terá cinco andares e duas estruturas que servirão para as áreas de geologia e aquicultura. “A ideia é que até o fim do segundo semestre de 2011 essas duas partes estejam concluídas para poder receber os equipamentos”, disse a pró-reitora.

Os estudos em genômica serão beneficiados com a aquisição de uma plataforma de análise genética de alta capacidade, que processa automaticamente informações contidas nos genes. Também será adquirido um microscópio de força atômica, capaz de distinguir átomos de diferentes elementos químicos.

A Unesp anunciou também para 2011 a criação do curso de MBA em gestão portuária, a partir de um acordo com o programa Erasmus Mundus. “A ideia é criar um curso de pós-graduação stricto sensu em ciências do mar”, disse Wagner Vilegas, do Instituto de Química da Unesp de Araraquara, que coordenou a apresentação dos trabalhos no fórum.

“O primeiro fórum foi com pesquisadores alemães. Discutimos com eles principalmente a parte de geologia, recursos de gás, óleo e petróleo. Receberemos em novembro uma comitiva da Holanda para lançar oficialmente o curso em gestão portuária. Eles têm uma tradição forte nessa área”, disse. Outros encontros estão previstos.

Troca de experiências

Bernard Kloareg, diretor de pesquisa em biologia marinha do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França, apresentou um panorama da infraestrutura para pesquisa em biologia marinha no país e na Europa e falou sobre o potencial brasileiro na área.

“O Brasil tem um potencial muito grande em biologia marinha a ser explorado e conta com pesquisadores de alto nível, mas será preciso criar instrumentos para conectar essas pesquisas com as de outras regiões, como a Europa, que desenvolve pesquisas consistentes nessa área há quase dois séculos”, disse.

Kloareg ressaltou que alguns pontos do projeto do Instituto de Estudos Avançados do Mar precisavam ser melhor discutidos, como diferenciar melhor as áreas de biologia marinha e oceonografia. “Apesar de o projeto ser interdisciplinar, são áreas com atuações diferentes”, disse ao reconhecer que o projeto ainda está em fase de construção.

"É preciso reconhecer que ainda não se sabe qual o impacto que uma exploração a mais de seis mil metros de profundidade pode provocar no ecossistema. Por isso a necessidade de confluência entre os vários estudos", ressaltou Karine Olu, do Instituto Francês de Pesquisa para Exploração do Mar (Ifremer).

Segundo Vilegas, as observações feitas pelos franceses foram importantes, sobretudo, porque o projeto está em fase de formatação. “Eles têm uma infraestrutura muito boa e são referência mundial em biologia marinha. A experiência deles é muito importante para a Unesp na formatação do instituto”, disse.

No segundo dia do encontro, a comitiva realizou uma visita às futuras instalações do instituto, em São Vicente.

Fonte: Agência Fapesp

Biologia sintética!!!!

Desafios da biologia sintética


27/10/2010

Por Fábio Reynol

Agência FAPESP – Construir sistemas artificiais inspirados em processos da natureza é o objetivo da biologia sintética, uma área fundamental para o avanço da produção de bioenergia mas que ainda dá seus primeiros passos no Brasil.

Por esse motivo, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) dedicou ao tema o seu 12º workshop, que reuniu pesquisadores de diversos países. O BIOEN Workshop on Synthetic Biology foi realizado nesta terça-feira (26/10), no auditório da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

“Queremos elevar a pesquisa brasileira sobre bioenergia a um novo patamar e, para isso, é importante investir na biologia sintética, área ainda carente de especialistas no Brasil”, disse Glaucia Mendes de Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do BIOEN-FAPESP, à Agência FAPESP.

Segundo ela, trata-se de um grande desafio, uma vez que a biologia sintética envolve a convergência de diferentes áreas do conhecimento, como genética, biotecnologia, nanotecnologia, matemática, engenharia metabólica e computação.

A multidisciplinaridade está relacionada à complexidade dos organismos nos quais essa ciência se inspira para desenvolver os sistemas artificiais. “É preciso entender a biologia sistêmica, que procura decifrar os organismos em sua totalidade, modelando as interrelações dinâmicas entre as partes funcionais como genes, RNAs, proteínas, metabólitos, redes regulatórias, percepção do ambiente, entre outros”, explicou Glaucia.

Na abertura do workshop, Marie-Anne Van Sluys, da coordenação do BIOEN, representando o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, falou sobre a preocupação da FAPESP em fomentar o desenvolvimento da pesquisa nacional em bioenergia. “Queremos colocar a ciência brasileira ao lado da produção internacional nesse assunto”, disse a professora do Instituto de Biociências da USP.

Ben Hankamer, da Universidade de Brisbane, na Austrália, falou sobre os desafios econômicos e técnicos na produção mundial de biocombustíveis a partir de microalgas.

Segundo ele, as microalgas são matéria-prima viável para suprir a demanda do planeta por combustíveis. “A grande necessidade de novas fontes está relacionada aos combustíveis, que são 83% do consumo mundial de energia – os outros 17% estão relacionados à eletricidade”, apontou.

“As microalgas seriam uma solução interessante, uma vez que não disputariam espaço por terras agriculturáveis além de contribuir para a captura de dióxido de carbono. Outra vantagem dessa matéria-prima é que ela representa uma alternativa aos combustíveis fósseis cujas reservas mundiais são limitadas”, disse.

Segundo Hankamer, o desenvolvimento no setor permitiu a construção do primeiro avião movido a um combustível feito totalmente de algas, o bimotor Diamond DA-42, construído pela companhia europeia EADS, em junho deste ano.

O pesquisador australiano também apresentou tecnologias que estão permitindo avanços na produção de microalgas e de biocombustíveis. Técnicas de visualização em três dimensões, como a tomografia eletrônica, permitem, por exemplo, obter imagens em melhor resolução de células e aperfeiçoamentos em biologia estrutural.

Do mesmo modo, inovações em metabolômica têm aumentado o conhecimento dos metabólitos das microalgas, levando a melhorias na eficiência do processo fotossintético. “Ao incrementar o processo conseguimos dobrar a produção de biomassa”, disse Hankamer.

Circuitos biológicos

Nitin Baliga, do Institute for Systems Biology, nos Estados Unidos, comparou no workshop do BIOEN-FAPESP os sistemas biológicos naturais a circuitos eletrônicos.

Para ele, compreender como os diversos sistemas envolvidos funcionam e como interagem entre eles é a chave para avanços importantes. O mesmo vale para as reações do organismo ao ambiente. “No caso dos genes, ao conhecer a estrutura dos circuitos é possível prever um novo comportamento”, exemplificou.

As mudanças climáticas podem aumentar a exposição de áreas à luz e ao calor, o que implicará na alteração de parâmetros como a solubilidade e o fator de oxidação das microalgas. “Mesmo as pequenas mudanças provocam grandes alterações. Por isso, precisamos entender bem o funcionamento dos sistemas”, disse.

Esse trabalho de compreensão tem sido auxiliado pelo desenvolvimento de novas ferramentas de análise que permitem identificar, por exemplo, as alterações gênicas, a localização de proteínas e a visualização de estruturas moleculares em diferentes ângulos.

Todas essas informações devem ser combinadas para que produzam uma ampla visualização do sistema por meio de uma abordagem que Baliga chama de “moedor de carne”. Nela, os diferentes dados são colocados de um lado, processados e o resultado é um sistema único e compreensível: o circuito.

Rubens Maciel Filho, também da coordenação do BIOEN-FAPESP, visitou nos últimos meses nove usinas de cana-de-açúcar para analisar os processos de produção e chegou à conclusão de que o setor deve ser encarado globalmente em seus aspectos técnicos e econômicos e ir além da perspectiva de produção de etanol.

“O setor sucroalcooleiro deve ser encarado como a indústria do petróleo: responsável por uma série de produtos com valor agregado e não somente combustível”, disse o professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas.

De acordo com Maciel, da mesma maneira o desenvolvimento da segunda geração de etanol, oriundo da celulose, deve se basear no conhecimento adquirido sobre a primeira geração. Sem isso, há o risco de se investir em pesquisas que levem a produtos inviáveis ou a distorções.

“Podemos investir em enzimas que levem ao etanol de celulose e que, no entanto, sejam tão caras a ponto de ser mais lucrativo queimar essa biomassa para produzir eletricidade do que fabricar combustível. Ou, ainda, produzir microrganismos transgênicos que não conseguem sair da célula, obrigando a matar a célula para obtê-lo”, disse.

Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Artigo de Alerta: ENCALHE DE BALEIAS - O QUE FAZER?

O que podemos e o que não devemos fazer?


Por Marcelo Szpilman*

A notícia abaixo, divulgada ontem no Globo Online, soma-se a tantas outras que vem comovendo as pessoas e promovendo calorosos debates em torno dessa questão.

Baleia encalha na praia de Geribá, em Búzios

RIO (25/10/10) - Uma baleia jubarte, com cerca de 15 metros e 30 toneladas, está encalhada desde o início da tarde na Praia de Geribá, em Búzios, a cerca de dez metros da areia.

Segundo o fotógrafo Sérgio Quissak, que está no local, a baleia está muito agitada. Duas traineiras de grande porte estão tentando puxar a baleia para alto mar, mas ainda não tiveram sucesso. Cerca de 300 pessoas acompanham o resgate da jubarte.

- No Brasil não temos equipamento adequado para puxar uma baleia deste porte. Além disso, ao que tudo indica, ela já chegou debilitada na praia. Está se fazendo o possível para salvar a baleia, mas é uma operação muito difícil - disse o prefeito Mirinho Braga, que comanda a equipe da prefeitura que tenta salvar a baleia.

A visão do triste espetáculo da baleia encalhada costuma provocar em nós a ânsia de ajudá-la e, quem sabe, até salvá-la da morte. E não é difícil explicar as correntes humanas que se formam para ajudar esses cetáceos ou as aglomerações comovidas pela impotência diante do sofrimento do animal. Mas, diferente do que gostaríamos, esse é um evento da natureza sobre o qual o homem pouco pode interceder.

Dos esporádicos casos de encalhes de grandes cetáceos vivos acontecidos nos últimos 20 anos, muito poucos resultaram em desencalhe. Ainda assim, grande parte do êxito nesses poucos casos de sucesso deve-se quase que exclusivamente às condições da maré e da praia em que o animal encalhou. Ou seja, a interferência do homem não faz parte dos fatores que ditam a sorte da baleia encalhada.

Pode-se empurrar ou puxar uma baleia encalhada?

Como ainda não existem equipamentos adequados, as bem intencionadas manobras para empurrar ou puxar o animal resultarão em inócuas tentativas improvisadas de resgate, estresse ou mesmo danos à sua estrutura corporal. Quem frequenta a praia sabe que um homem adulto de 80 kg sentado na areia na beira da água cria um buraco e afunda na medida em que as ondas batem. Nessas circunstâncias, empurrar ou puxar, na tentativa de "desencalhar" essa pessoa, não são as melhoras medidas, mas sim levantá-la. Com uma baleia pesando dezenas de toneladas e sem nenhuma intenção de ajudar, é impossível arrastar ou levantar.

O que podemos fazer?

A melhor ajuda que podemos dar a uma baleia encalhada é isolar a área para que os curiosos e bem intencionados não atrapalhem ou machuquem o animal. Com raras exceções, somente a sorte e a própria natureza podem interceder a favor da baleia nesse momento. Somente ela poderá tentar desencalhar-se sozinha. Se não conseguir desencalhar-se em até 24 horas, o enorme estresse e os danos provocados em sua estrutura física e em sua fisiologia, que não foram projetados para suportar tamanho peso e compressão fora d’água, passam a determinar seu fim. Quando o animal encalha na maré alta, seu desencalhe é praticamente impossível - caso da baleia que encalhou ontem em Geribá.

Porque as baleias encalham?

As causas naturais do encalhe de baleias podem ser as mais variadas, indo de doenças que provocam problemas no senso espacial a equívocos ou inexperiência no cerco de um cardume de sardinhas. Contudo, não podemos nos esquecer que o encalhe de baleias sempre foi e sempre será um evento incomum da natureza do qual os homens não participam.

Porque houve aumento de encalhe de baleias?

O aumento do número de baleias encalhadas, curiosamente, tem a ver com o aumento das populações de baleias no litoral brasileiro. Graças à proibição da pesca da baleia e ao excelente trabalho de proteção e preservação que vem sendo realizado há mais de 18 anos pelo Projeto Baleia Jubarte e pelo Projeto Baleia Franca, a quantidade de baleias que hoje nadam ao longo do nosso litoral em suas rotas migratórias aumentou bastante, o que também aumentam as chances de um encalhe.

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*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor do livro GUIA AQUALUNG DE PEIXES, editado em 1991, de sua versão ampliada em inglês AQUALUNG GUIDE TO FISHES, editado em 1992, do livro SERES MARINHOS PERIGOSOS, editado em 1998/99, do livro PEIXES MARINHOS DO BRASIL, editado em 2000/01, do livro TUBARÕES NO BRASIL, editado em 2004, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto Aqualung. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).
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Fonte: Instituto Ecológico Aqualung

Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030
Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail: instaqua@uol.com.br
Site: http://www.institutoaqualung.com.br/

Brasil vai calcular valor econômico de sua diversidade biológica

Anúncio da ministra do Meio Ambiente foi feito na COP 10, em Nagoya. Custo global da perda de biodiversidade é de R$ 3,6 trilhões a R$ 8,2 tri

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou nesta segunda-feira (25/10), durante a Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP 10), em Nagoya, no Japão, que o Brasil está preparando um relatório sobre o valor dos ecossistemas e da biodiversidade.

O objetivo é que o documento sirva como referência para futuras decisões políticas e para o desenvolvimento de uma economia sustentável. "É importante conciliar estratégias de desenvolvimento e manutenção da biodiversidade", disse a ministra, segundo informações divulgadas pelo ministério.

O relatório brasileiro terá como referência o estudo "A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade" (Teeb, na sigla em inglês), produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e lançado durante a COP 10. O estudo internacional apontou o valor econômico de florestas, água, solo, animais, entre outros, bem como os custos ocasionados pela perda desses recursos.

Segundo o Teeb, o custo anual da perda da biodiversidade fica entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões (R$ 3,6 trilhões e R$ 8,2 trilhões).

Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, a intenção é que os dados do Teeb Brasil sejam incorporados por políticas públicas, empresas privadas, setor produtivo e governos ao tomar decisões sobre agricultura, segurança alimentar, segurança energética e exploração de recursos naturais, como o pré-sal.

"Este será o grande desafio deste século. A base de tudo deve ser a sustentabilidade. Creio que o relatório possa contribuir para associar todos estes temas nas discussões dos tomadores de decisão", disse Izabella.

A ministra disse ainda que o Teeb Brasil já está sendo preparado, e que os requerimentos para a adoção destas estratégias no País estão em fase de análise. "Agora nós estamos preparando os termos de referência para finalizar a negociação. Depois que forem estabelecidos os compromissos da COP 10, pretendemos desenvolver uma nova estratégia nacional baseada no Teeb como referência de uma nova economia sustentável", afirmou.

(Agência Estado, 25/10)

Espanha quer seguir exemplo britânico e vender florestas públicas para diminuir o déficit

Rechazo frontal a vender bosques para reducir el déficit

Expertos forestales y ecologistas coinciden en que sería un error que España siguiera el ejemplo de Reino Unido, que ha decidido vender bosques públicos para paliar el déficit público, porque los montes son "el mayor patrimonio del Estado" y, en ese sentido, consideran que sería como vender La Alhambra o el Museo del Prado.



Bosque público na Galícia

Así, el secretario general del Colegio de Ingenieros Técnicos Forestales, Santiago de la Calle, ha señalado a Europa Press que España "no debe seguir" el ejemplo de Reino Unido porque tendría "un efecto desastroso para el medio natural y, en general, para la sociedad que se beneficia de sus externalidades.


De la Calle ha recordado que esta medida ya tuvo "ecos de sirena no hace demasiado tiempo por cargo del ex ministro de Agricultura Jaime Lamo de Espinosa y que para los ingenieros técnicos forestales la "posible desamortización sería más que desastrosa para la naturaleza y los montes españoles".

"Sería como vender La Alhambra de Granada, el Monasterio de El Escorial o el Museo del Prado para paliar el déficit del Estado. Supondría vender nuestro patrimonio y, aún más, cuando los montes públicos son parte vital de nuestro medio natural y del medio ambiente", ha destacado.

En ese sentido, ha explicado que si se tuviera que valorar económicamente los montes, estos serían "probablemente, el patrimonio más importante que tiene el Estado, al tiempo que ha insistido en que el económico no es precisamente el mayor valor de estos, sino que "realmente" son sus "beneficios no tangibles" lo más valioso.

Entre los beneficios y externalidades de los bosques que, a día de hoy no tienen un indicador económico, ha destacado su papel en la regulación del ciclo hidrológico, la calidad de las aguas, el tipo de erosión, el valor como sumideros de carbono y mitigador del cambio climático, el valor turístico, recreativo y todos los demás. A su juicio, estos valores que, la gestión pública garantiza a día de hoy, es "mucho más complicado" mantenerlo en manos privadas "por su falta de rentabilidad".

"Necesitamos unas garantías, si pueden ser públicas mejor, para seguir manteniendo los beneficios medioambientales que generan", ha apostillado.


LOS BOSQUES ESPAÑOLES NO SON RENTABLES

Por su parte, los principales grupos ecologistas coinciden en que "España no debería copiar" esta decisión del Reino Unido, porque a pesar de sus múltiples beneficios medioambientales, los montes "no son rentables".

Para el responsable de la campaña de bosques de Greenpeace, Miguel Ángel Soto, una campaña como la del gobierno inglés "no calaría en España" por que "las empresas privadas no se interesarían por esta oferta". Según Soto, si los bosques y los montes mantienen el carácter no urbanizable sólo pueden ser utilizados como coto de caza, campos de golf o para otros métodos recreativos, por lo que para un empresario "no sería rentable comprar cuando no hay una expectativa maderera que haga el terreno atractivo en el mercado".

Una opinión similar es la del coordinador de campañas de Ecologistas en Acción, Theo Oberhuber, que ha calificado de "ilógica" esta medida dado que "el valor económico al que venden los bosques es mucho más bajo que su valor real en el que también cuentan los servicios ecosistémicos que generan".

Oberhuber ha señalado que, aunque "no hay nada legal que impida que una acción como ésta ocurra en España", los expertos que trabajan con las autoridades saben que "una medida como ésta sólo aporta liquidez en el momento, pero se está perdiendo mucho dinero", además del "impacto medioambiental que podría suponer para el país".
 
Fonte: ECOticias

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paneles solares tan delgados como una hoja de papel

El reconocido Instituto de Tecnología de Massachusetts (MIT) ha conseguido desarrollar un prototipo de célula solar ultra-delgada que podría revolucionar la obtención de energía proveniente del sol o de cualquier otra fuente lumínica.


El Instituto de Tecnología de Massachusetts (MIT) acaba de llevar a cabo una demostración de varias tecnologías aún en fase de prototipo que han sido subvencionadas por la empresa italiana Eni, dedicada al negocio del petróleo.

Uno de ellos ha sido una célula solar que tiene el grosor de una hoja de papel. Durante la exhibición, una de estas células era capaz de suministrar la suficiente energía como para encender una pantalla LED.

Esta tecnología está basada en el uso de varias capas de material sólido que se depositan en un sustrato de papel, cada una de ellas tiene una función distinta, desde la absorción de la luz hasta el transporte de la energía generada pasando por el lanzamiento de electrones para generar la electricidad. La generación de energía se puede hacer, al contrario que otras técnicas, a bajas temperaturas.

Según los responsables del proyecto, esta tecnología podría estar lista para el mercado dentro de cinco años. Su uso se podrá extender a un gran ámbito de proyectos, desde su ubicación en tejados, en carcasas de portátiles, ventanas, etc, ya que se trata de unos paneles que no son rígidos.

Más información en el vídeo de la demostración publicado por el MIT.

Fonte: Portal Ecoticias

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Economia mundial terá perdas anuais bilionárias caso não se tomem medidas em defesa da biodiversidade

O World Bank Press Review apresentou o resumo de matérias publicadas sobre o assunto na imprensa mundial. Veja a seguir:

$4.5 Trillion May Be Lost Annually Without Biodiversity Action: UNEP. "The world would lose a maximum of $4.5 trillion every year if no action is taken to prevent the loss of biological diversity, and the poor would be hit the hardest by such a loss, a UN report said Wednesday. The UN Environment Program (UNEP) released the report on the sidelines of the ongoing international conference on biodiversity in Nagoya. The final report on the Economics of Ecosystems and Biodiversity aims to promote the sustainable use of ecosystems among states, corporations and people by showing their importance in economic terms...." [Kyodo/Factiva]
FT adds that "...the report cites examples of how damage to ecosystems causes economic penalties. Overfishing is costing $50 billion a year in lost economic opportunities. The value of insect pollination globally was put at about $211 billion in 2005, while coral reefs - nurseries for many fish species - were estimated to provide between $30 billion and $172 billion a year in economic benefits...." [Financial Times] 
The Washington Post reports that "...if reefs collapse because of warming and other factors, lead author Pavan Sukhdev said, this could prompt huge numbers of people to move in Southeast Asia, Africa and other regions, causing political instability and strife. 'There is a serious risk there will be significant migrations away from coastal areas,' he said....

At least two major developing countries - India and Brazil - announced Wednesday that they would embrace this method of calculating the value of natural capital when charting national policy. The idea of incorporating ecosystem benefits into policymaking has yet to gain the same level of traction in the US, however, where a proposal to cap greenhouse gas emissions collapsed this year after critics said it would damage the nation's economy...." [The Washington Post]

Greenpeace tenta obter compromissos ambientais dos candidatos e comprova o afastamento de ambos do tema

Campanha "Vote por um Brasil mais verde e limpo", do Greenpeace, encaminhou consulta aos candidatos sobre pontos de interesse ambiental. A resposta de Serra foi muito ruim, revelendo a falta de identificação com o tema. Dilma sequer respondeu!!!

Veja, abaixo, o texto com a análise do Greenpeace da resposta do Serra.
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Serra responde. Mal



Campanha do PSDB tenta pintar seu candidato de verde para os ciberativistas e colaboradores do Greenpeace. É puro discurso. Falta compromisso com um futuro diferente.
Os ciberativistas e colaboradores que pediram – enviando petição do Greenpeace – para os presidenciáveis detalharem seus planos para manter as florestas em pé e investir em energia renovável, andam recebendo uma resposta da equipe do candidato José serra (PSDB). Ela inclusive usa o símbolo da campanha “Vote por um Brasil mais verde e limpo”, o que tem levado alguns de seus destinatários a contundi-la com um email oficial do Greenpeace. Mas basta ler o texto para perceber o engano. Nele não há de fato uma proposta concreta para tornar o Brasil mais verde e limpo.


Diz o email que Serra não é tucano apenas por filiação partidária, mas por ser um legítimo ambientalista – ecoando frase do candidato que seu ambientalismo é fruto de sua convicção. Como exemplo dela, cita a lei do clima, aprovada em seu governo, para controlar as emissões de gases que causam o aquecimento global no estado de São Paulo. A lei é importante e inovadora, mas o candidato esquece de mencionar que ela não só ainda não foi posta em prática como deixou de fora – por esquecimento ou propósito, coisa que Serra nunca explicou – o setor de transporte, maior responsável por emissões nas fronteiras paulistas.

O e-mail convida quem assinou a petição do Greenpeace a conhecer no site da campanha de Serra uma série de outras ações que ele teria tomado, como governador, para proteger a natureza. Seu texto alega serem muitas. Não são. Em sua maioria não passam de uma adaptação de velhas iniciativas, mais voltadas para dar uma mão de tinta verde a um modelo ultrapassado de desenvolvimento do que para apontar um caminho novo, onde a prosperidade do país deixaria de depender da destruição de sua biodiversidade e recursos naturais.

Serra, segundo seu site, teria evitado a emissão de milhões de toneladas de CO2 na atmosfera com projetos de mecanização da cultura da cana no Estado, que dispensariam a queima da palha. Há um mérito em incentivar a mecanização da indústria canavieira. Mas ele ainda se materializa lentamente, pois a queima não foi proibida.

Ou melhor. Ela está meio proibida. Serra baixou resolução para este ano impedindo que se ateasse fogo aos campos de cana no estado entre junho e novembro. Mas só entre 6 da manhã e 10 horas da noite. Na escuridão da madrugada, os céus de São Paulo continuam sendo iluminados pelas chamas das queimadas.

Para a Amazônia, a resposta de Serra aos eleitores traz algumas ações que foram tomadas pelo município e pelo Estado de São Paulo para evitar a entrada de madeira ilegal, principal destino desse recurso. São políticas importantes, que ajudam muito a fechar o mercado para produtos irregulares.

O coração de seu plano para a Amazônia, descrito no site, é constrangedor. Ele fala do imenso potencial hidrelétrico na região – pede, numa mera nota de rodapé, que se preste atenção aos seus impactos sociais e ambientais – e fala de grandes obras para escoar produção na região. Grandes obras, historicamente, sempre implicaram em ondas de devastação. Não há uma proposta como conciliá-las, incluindo aí a agricultura e a pecuária, com a conservação ambiental. Este é o modelo proposto no Desmatamento Zero.

O mais grave da resposta de Serra não é o que ele diz, mas o que ele não diz. Perde a oportunidade de detalhar um projeto e escolhe apenas apontar para ações isoladas. Os temas ambientais mais pertinentes hoje no Brasil não merecem uma linha. Ele nada fala sobre assumir compromisso com o desmatamento zero e não diz aos nossos ciberativistas e colaboradores como pretende lidar com a ofensiva ruralista contra o Código Florestal se virar presidente. Tampouco diz como pretende ampliar o uso de fontes solar e eólica na geração de eletricidade do país.

Em tempo, ainda que mal, Serra mandou resposta à petição do Greenpeace. Dilma, por enquanto, segue em silêncio.

Vote por um Brasil mais verde e limpo.

Fonte: Greenpeace

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Walmart assume globalmente compromisso pelo desmatamento zero

O Walmart anunciou um pacote de medidas globais para que sua marca esteja mais próxima da sustentabilidade. Uma das ações prometidas é suspender a compra de produtos que estejam associados ao desmatamento da Amazônia. Segundo o anúncio, até 2015, os itens produzidos a partir da criação de gado, do cultivo de soja ou da extração de madeira que vêm de áreas devastadas na floresta tropical brasileira não terão vez nas lojas da rede pelo mundo.

“A iniciativa do Walmart é um passo ambicioso para garantir a preservação da Amazônia. Mas, com ele, vem uma grande responsabilidade, de explicar como vão colocar a promessa em prática. É o que esperamos agora”, diz Marcio Astrini, da campanha Amazônia do Greenpeace.

Gado, soja e madeira são os principais vetores de destruição da floresta tropical brasileira. Uma parte dos setores de pecuária e sojeiro caminha para uma produção mais limpa, pressionados pelo próprio mercado internacional, que não aceita mais produtos associados à destruição da Amazônia. Mas para que a floresta deixe de cair e o Brasil reduza suas emissões de CO2 – que o colocaram entre os países que mais contribuem com o aquecimento global – é preciso que novos atores exijam uma produção livre de desmatamento.

“Medidas como a do Walmart são um grande avanço para o Brasil e para o equilíbrio climático global. Mas uma boa parcela do problema ainda precisa ser resolvida: os outros supermercados ainda fingem que a destruição da Amazônia não é problema deles”, diz Astrini.

Fonte: TN Sustentável

ÓLEO QUE VAZOU NA BAÍA DE GUANABARA É RETIRADO

Uma mancha provocada pelo despejo de 200 litros de óleo pesado na Baía de Guanabara mobilizou neste final de semana o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA). Localizado nas imediações da Ilha da Conceição, em Niterói, o óleo provavelmente vazou de algum navio das proximidades. A Capitania dos Portos, que recolheu amostras do óleo utilizado em embarcações para comparações no Instituto Almirante Paulo Moreira, da Marinha, em Búzios, vai investigar as origem do óleo.

A equipe do Serviço de Operações de Emergência do Inea contou com apoio do estaleiro Camorim, empresa que integra o Plano de Emergência da Baía de Guanabara (PEBG), para a contenção e retirada do óleo no sábado. Vistorias foram feitas por terra, por mar e em dois sobrevoos ao longo do final de semana para detectar outras manchas, mas nada mais foi encontrado. O Inea contou com o apoio da Marinha e da Defesa Civil de Niterói.

O tipo de óleo que formou a mancha não é óleo combustível, e sim utilizado em maquinário do navio. Uma das hipóteses mais prováveis para este tipo de ocorrência é a limpeza inadequada de tanques de lastro de embarcações.

Fonte: INEA

Conheça as respostas de Dilma e Serra aos pontos programáticos encaminhados por Marina e pelo PV

Você está em dúvidas sobre em quem votar no segundo turno?

Veja no Blog do Sirkis a resposta das equipes de Dilma e de Serra aos pontos programáticos encaminhados por Marina Silva e pelo PV, em busca do compromisso destas candidaturas com uma agenda sustentável e para uma economia de baixo carbono.

É preocupante verificar que, de acordo com as respostas, as duas candidaturas mostram-se titubeantes sobre estes temas e resistentes a compromissos quanto a uma matriz energética mais limpa e a uma moratória a novas usinas nucleares e a carvão. Ambos se dizem preocupados com a questão climática mas se recusam a tomar medidas que levariam o Brasil a uma economia de baixo carbono. Isso depois de Dilma "chefiar" a delegação brasileira na Conferência do Clima em Copenhague e de Serra anunciar um "pacote climático" no governo de São Paulo. Então recoonhecem que era puro marketing eleitoral?

Também quanto ao Código Florestal, assumem alguns compromissos, mas deixam claro o desconforto sobre o tema. Seria por causa dos compromissos já assumidos com os ruralistas?

Como Sirkis registrou, independente do conteúdo, a resposta da equipe de Serra foi a mais displicente: uma resposta "nas coxas!" Não se preocuparam sequer em se aprofundar nos temas ou a responder todos os tópicos.

Lamento, mas se você tinha dúvidas quanto ao compromisso ambiental dos dois candidatos, a julgar pelas repostas, provavelmente as suas dúvidas continuarão...

Veja também a resposta que Marina Silva deu em uma brilhante carta escrita a Serra e Dilma.

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E MAIS...

Como eu já me manifestei, lamento que outros dois temas importantes, que não foram incluídos dentre os temas programáticos pelo PV, para a manifestação dos candidatos. São eles:
  1. POLÍTICA ESPORTIVA: quais os compromissos com a transparência nos investimentos públicos para a Copa de 2014 e a Rio 2016? Quais as garantias de que os dois eventos gerarão um legado social compatível com a dimensão e a importância dos eventos?
  2. RESPEITO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: nos últimos meses, as autoridades e órgãos ambientais foram desrespeitados sistematicamente pelo presidente Lula, que usando metáforas de bagres e pererecas e até termos chulos, fez chacota sobre o licenciamento ambiental e todos os servidores que atuam nestes órgãos, pressionando-os pela negligência na análise dos projetos de interesse do governo. Qual o compromisso que os candidatos têm de fortalecer e respeitar os órgãos e a legislação ambiental?
Infelizmente, os dois temas continuam ausentes dos debates da atual campanha eleitoral.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Niterói Cidade da Vela: iniciativa avança de vento em popa


A campanha lançada pelo Projeto Grael para que a cidade de Niterói seja reconhecida como a "Cidade da Vela", ganha um novo impulso com a iniciativa do Iate Clube Brasileiro e a Associação dos Clubes de Niterói, que abraçaram a causa.

Liderado pelo comodoro do Iate Clube Brasileiro, Cezar Serrão, a proposta ganhou uma nova dimensão. Além do reconhecimento de Niterói como a referência nacional do esporte,  a cidade anseia agora atrair investimentos do governo federal, visando a Rio 2016.

O pleito de Niterói baseia-se no seu pioneirismo na vela, por ser a casa do primeiro iate clube, ter organizado algumas das primeiras competições, ter conquistado inúmeros títulos mundiais e medalhas olímpicas para o Brasil e ser a sede do Projeto Grael, iniciativa pioneira no país do uso da vela para, além da finalidade esportiva, para fins educativos e sociais.

Niterói quer sediar o Centro de Treinamento da Equipe Olímpica de Vela do Brasil. Um legado da maior importâcia e que fará da materializará a cidade como o centro das atividades de formação de atletas da vela.

Compareça no evento na Câmara de Vereadores de Niterói, conheça mais detalhes do projeto e apoie a iniciativa!!!

MMA reconhece que praticamente não avançou nas metas nacionais de biodiversidade

MMA informa que Brasil cumpre duas das 51 metas nacionais para preservação da biodiversidade

Uma delas foi a redução de 25% do número de focos de incêndio em cada bioma; levantamento considera dados só até 2009 (*).

(*) o relatório não levou em consideração a dramática temporada de queimadas de 2010, quando as nossas florestas arderam de forma sem precedentes deste que as queimadas começaram a ser monitoradas. Portanto, esta meta também não deve ter sido alcançada. Nota de Axel Grael
O Brasil cumpriu duas das 51 metas nacionais para preservação da biodiversidade, segundo relatório do Ministério do Meio Ambiente preparado para a décima edição da Conferência das Partes sobre Biodiversidade (COP-10), que começa na segunda-feira , em Nagoya, no Japão. Representantes de 193 países vão discutir o cumprimento das metas ambientais para 2010 e discutir os próximos objetivos até 2020.

No documento, disponível na página na internet da COP-10, o governo brasileiro informa que apenas duas metas nacionais foram atingidas. Uma delas foi a redução de 25% do número de focos de incêndio em cada bioma. Este item, no entanto, considera os dados só até 2009, o que exclui o recrudescimento dos casos de incêndios e queimadas neste ano. A outra meta alcançada foi a catalogação de todas as espécies brasileiras da fauna e da flora já conhecidas. A listagem reúne informações úteis para pesquisadores, como nome científico das espécies, classificação taxonômica e área de ocorrência. A catalogação, porém, deixa uma grande lacuna ao não procurar novas espécies. Segundo estimativas do próprio ministério, 70% das espécies brasileiras, principalmente de insetos, ainda não são conhecidas. Reportagem de Circe Bonatelli, da Agência Estado.

O relatório informa que outras quatro metas foram cumpridas parcialmente: conservação de pelo menos 30% do bioma Amazônia (chegou a 27%); aumento nos investimentos em estudos e pesquisas para o uso sustentável da biodiversidade; aumento no número de patentes geradas a partir de componentes da biodiversidade; e redução em 75% na taxa de desmatamento na Amazônia.

Por outro lado, ficaram de fora metas importantes, relacionadas à preservação direta da biodiversidade. Nos biomas onde as unidades de conservação deveriam ocupar ao menos 10% do território, os resultados ficaram bem distantes. Foi o caso do Pantanal, com 4%, e das zonas costeiras, 1,5%. Na Mata Atlântica, a meta de desmatamento zero não foi alcançada. Já em relação à fauna, não houve redução da lista de espécies animais ameaçadas de extinção.

As 51 metas de conservação para 2010 foram estipuladas por resolução da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) em 2006, quando o Ministério do Meio Ambiente era comandado pela ex-candidata à Presidência, senadora Marina Silva (PV-AC). Os compromissos têm o objetivo de combater a perda de biodiversidade, o desmatamento e a extinção de espécies biológicas. Esses problemas se repetem em vários países e causam prejuízos globais de até US$ 4,5 trilhões (mais de R$ 8 trilhões) por ano, segundo levantamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O relatório brasileiro sobre o cumprimento das metas foi publicado no dia 10 de outubro pelo site oficial da COP-10, apenas oito dias antes do início da convenção. Dos 193 países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica, 148 já haviam entregado o relatório sobre as metas nacionais. O Brasil foi o último até hoje e o governo não anunciou a publicação do documento.

Avanços e justificativas

O relatório classifica o resultado das metas não cumpridas como “modesto” e destaca que o conjunto de 51 metas nacionais é “ainda mais ambicioso do que as metas globais”. Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, a justificativa para o não cumprimento dos compromissos está numa série de fatores, entre elas a falta de recursos financeiros e de equipes.

“O Brasil é muito grande, tem muitas demandas”, disse em meados de setembro, em entrevista à Agência Estado, quando divulgou balanço preliminar.

O relatório lembra que, para ajudar no cumprimento dos compromissos no período, foi criado o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é responsável pela criação e gestão de unidades de conservação. Também são citadas a criação do Centro Nacional para a Conservação da Flora (CNCFlora), para atualizar periodicamente a lista de espécies de plantas ameaçadas e desenvolver planos de conservação, e a criação do Serviço Florestal Brasileiro, para conciliar o uso e a conservação das florestas públicas.

Dias alegou que as ações não dependem apenas do Ministério do Meio Ambiente, mas também de outros órgãos do governo e da mobilização de empresas e cidadãos comuns. A pasta afirma que os indicadores e as metas de biodiversidade devem se tornar importantes também na agenda política do País para assegurar sua adoção e o apoio de outros setores, sob o risco de metas não refletirem “nada mais do que meras esperanças”

Fonte: Portal EcoDebate, 18/10/2010

domingo, 17 de outubro de 2010

Carta de Marina a Dilma e Serra: lucidez em uma campanha marcada pela penumbra intelectual

Carta Aberta aos Candidatos à Presidência da República
São Paulo, 17 de outubro de 2010

Prezada Dilma Roussef, Prezado José Serra,

Agradeço, inicialmente, a deferência com que ambos me honraram ao manifestar interesse em minha colaboração e a atenção que dispensaram às propostas e ideias contidas na "Agenda para um Brasil Justo e Sustentável" que nós, do Partido Verde, lhes enviamos neste segundo turno das eleições presidenciais de 2010.

Embora seus comentários à Agenda mostrem afinidades importantes com nosso programa, gostaríamos que avançassem em clareza e aprofundamento no que diz respeito aos compromissos. Na verdade, entendemos que somos o veículo para um diálogo de ambos com os eleitores a respeito desses temas. Nesse sentido, mantemo-nos na posição de mediadores, dispostos a continuar colaborando para que esse processo alcance os melhores resultados.

Aos contatos que tivemos e aos documentos que compartilhamos, acrescento esta reflexão, que traz a mesma intenção inicial de minha candidatura: debater o futuro do Brasil.

Quero afirmar que o fato de não ter optado por um alinhamento neste momento não significa neutralidade em relação aos rumos da campanha. Creio mesmo que uma posição de independência, reafirmando ideias e propostas, é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro.

Já disse algumas vezes que me sinto muito feliz por, aos 52 anos, estar na posição de mantenedora de utopias, como os brasileiros que inspiraram minha juventude com valores políticos, humanos, sociais e espirituais. Hoje vejo que utopias não são o horizonte do impossível, mas o impulso que nos dá rumo, a visão que temos, no presente, do que será real e terreno conquistado no futuro.

É com esse compromisso da maturidade pessoal e política e com a tranquilidade dada pelo apreço e respeito que tenho por ambos que ouso lhes dirigir estas palavras.

Quando olhamos retrospectivamente a história republicana do Brasil, vemos que ela é marcada pelo signo da dualidade, expressa sempre pela redução da disputa política ao confronto de duas forças determinadas a tornar hegemônico e excludente o poder de Estado. Republicanos X monarquistas, UDN X PSD, MDB X Arena e, agora, PT X PSDB.

Há que se perguntar por que PT e PSDB estão nessa lista. É uma ironia da História: dois partidos nascidos para afirmar a diversidade da sociedade brasileira, para quebrar a dualidade existente à época de suas formações, se deixaram capturar pela lógica do embate entre si até as últimas consequências.

Ambos, ao rejeitarem o mosaico indistinto representado pelo guarda-chuva do MDB, enriqueceram o universo político brasileiro criando alternativas democráticas fortes e referendadas por belas histórias pessoais e coletivas de lutas políticas e de ética pública.

Agora, o mergulho desses partidos no pragmatismo da antiga lógica empobrece o horizonte da inadiável mudança política que o país reclama. A agressividade de seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma cultura política de paz e o debate de projetos capazes de reconhecer e absorver com naturalidade as diferentes visões, conquistas e contribuições dos diferentes segmentos da sociedade, em nome do bem-comum.

A permanência dessa dualidade destrutiva é característica de um sistema politico que não percebe a gravidade de seu descolamento da sociedade. E que, imerso no seu atraso, não consegue dialogar com novos temas, novas preocupações, novas soluções, novos desafios, novas demandas, especialmente por participação política.

Paradoxalmente, PT e PSDB, duas forças que nasceram inovadoras e ainda guardam a marca de origem na qualidade de seus quadros, são hoje os fiadores desse conservadorismo renitente que coloniza a política e sacrifica qualquer utopia em nome do pragmatismo sem limites.

Esse pragmatismo, que cada um usa como arma, é também a armadilha em que ambos caem e para a qual levam o país. Arma-se o eterno embate das realizações factuais, da guerra de números e estatísticas, da reivindicação exclusivista de autoria quase sempre sustentada em interpretações reducionistas da história.

Na armadilha, prende-se a sociedade brasileira, constrangida a ser apenas torcida quando deveria ser protagonista, a optar por pacotes políticos prontos que pregam a mútua aniquilação.

Entendo, porém, que o primeiro turno de 2010 trouxe uma reação clara a esse estado de coisas, um sinal de seu esgotamento. A votação expressiva no projeto representado por minha candidatura e de Guilherme Leal sinaliza, sem dúvida, o desejo de um fazer político diferente.

Se soubermos aproveitá-la com humildade e sabedoria, a realização do segundo turno, tendo havido um terceiro concorrente com quase 20 milhões de votos, pode contribuir decisivamente para quebrar a dualidade histórica que tanto tem limitado os avanços políticos em nosso país.

Esta etapa eleitoral cria uma oportunidade de inflexão para todos, inclusive ou principalmente para vocês que estão diante da chance de, na Presidência da República, liderar o verdadeiro nascimento republicano do Brasil.

Durante o primeiro turno, quando me perguntavam sobre como iria compor o governo e ter sustentação no Congresso Nacional, sempre dizia que, em bases programáticas, iria governar com os melhores de cada partido. Peço que vejam na votação concedida à candidatura do PV algo que ultrapassa meu nome e que não se deixem levar por análises ligeiras.

Esses votos não são uma soma indistinta de pendores setoriais. Eles configuram, no seu conjunto, um recado político relevante. Entendo-os como expressão de um desejo enraizado no povo brasileiro de sair do enquadramento fatalista que lhe reservaram e escolher outros valores e outros conteúdos para o desenvolvimento nacional.

E quem tentou desqualificar principalmente o voto evangélico que me foi dado, não entendeu que aqueles com quem compartilho os valores da fé cristã evangélica, vão além da identidade espiritual. Sabem que votaram numa proposta fundada na diversidade, com valores capazes de respeitar os diferentes credos, quem crê e quem não crê. E perceberam que procurei respeitar a fé que professo, sem fazer dela uma arma eleitoral.

Os exemplos de cristãos como Martin Luther King e Nelson Mandela e do hindu Mahatma Ghandi mostram que é possível fazer política universal com base em valores religiosos. São inspiração para o mundo. Não há porque discriminar ou estigmatizar convicções religiosas ou a ausência delas quando, mesmo diferentes, nos encontramos na vontade comum de enfrentar as distorções que pervertem o espaço da política. Entre elas, a apropriação material e imaterial indevida daquilo que é público, seja por meio de corrupção ou do apego ao poder e a privilégios; a má utilização de recursos e de instrumentos do Estado; e o boicote ao novo.

Assim, ao contrário de leituras reducionistas, o apoio que recebi dos mais diversos setores da sociedade revela uma diferença fundamental entre optar e escolher. Na opção entre duas coisas pré-colocadas e excludentes, o cidadão vota "contra' um lado, antes mesmo de ser a favor de outro. Na escolha, dá-se o contrário: o voto se constrói na história, na ampliação da cidadania, na geração de novas alternativas em uma sociedade cada vez mais complexa.

A escolha, agora, estende-se a vocês. É a atitude de vocês, mais que o resultado das urnas, que pode demarcar uma evolução na prática política no Brasil. Podemos permanecer no espaço sombrio da disputa do poder pelo poder ou abrir caminho para a política sustentável que será imprescindível para encarar o grande desafio deste século, que é global e nacional.

Não há mais como se esconder, fechar os olhos ou dar respostas tímidas, insuficientes ou isoladas às crises que convergem para a necessidade de adaptar o mundo à realidade inexorável ditada pelas mudanças climáticas. Não estamos apenas diante de fenômenos da natureza.

O mega fenômeno com o qual temos que lidar é o do encontro da humanidade com os limites de seus modelos de vida e com o grande desafio de mudar. De recriar sua presença no planeta não só por meio de novas tecnologias e medidas operacionais de sobrevivência, mas por um salto civilizatório, de valores.

Não se trata apenas de ter políticas ambientais corretas ou a incentivar os cidadãos a reverem seus hábitos de consumo. É necessária nova mentalidade, novo conceito de desenvolvimento, parâmetros de qualidade de vida com critérios mais complexos do que apenas o acesso crescente a bens materiais.

O novo milênio que se inicia exige mais solidariedade, justiça dentro de cada sociedade e entre os países, menos desperdício e menos egoísmo. Exige novas formas de explorar os recursos naturais, sem esgotá-los ou poluí-los. Exige revisão de padrões de produção e um fortíssimo investimento em tecnologia, ciência e educação.

É esse, em síntese, o sentido do que chamamos de Desenvolvimento Sustentável e que muitos, por desconhecimento ou má-fé, insistem em classificar como mera tentativa de agregar mais alguns cuidados ambientais ao mesmo paradigma vigente, predador de gente e natureza.

É esse mesmo Desenvolvimento Sustentável que não existirá se não estiver na cabeça e no coração dos dirigentes políticos, para que possa se expressar no eixo constitutivo da força vital de governo. Que para ganhar corpo e escala precisa estar entranhado em coragem e determinação de estadista. Que será apenas discurso contraditório se reduzido a ações fragmentadas logo anuladas por outras insustentáveis, emanadas do mesmo governo.

E, finalmente, é esse o Desenvolvimento Sustentável cujos objetivos não se sustentarão se não estiver alicerçado na superação da inaceitável, desumana e antiética desigualdade social. Esta é ainda a marca mais resistente da história brasileira em todos os tempos, em que pesem os inegáveis avanços econômicos dos últimos 16 anos, que nos levaram à estabilidade econômica, e das recentes conquistas sociais que tiraram da linha da pobreza mais de 24 milhões de pessoas e elevaram à classe média cerca de 30 milhões de pessoas.

A sociedade, em sua sábia intuição, está entendendo cada vez mais a dimensão da mudança e o compromisso generoso que ela implica, com o país, com a humanidade e com a vida no Planeta. Os votos que me foram dados podem não refletir essa consciência como formulação conceitual, mas estou certa de que refletem o sentimento de superação de um modelo. E revelam também a convicção de que o grande nó está na política porque é nela que se decide a vida coletiva, se traçam os horizontes, se consolidam valores ou a falta deles.

Essa perspectiva não foi inventada por uma campanha presidencial. Os votos que a consagram estão sendo gestados ao longo dos últimos 30 anos no Brasil, desde que a luta pela reconquista da democracia juntou-se à defesa do meio ambiente e da qualidade de vida nas cidades, no campo e na floresta.

Parte importante da nossa população atualizou seus desafios, desejos e perspectivas no século 21. Mas ainda tem que empreender um esforço enorme e muitas vezes desanimador para ser ouvida por um sistema político arcaico, eleitoreiro, baseado em acordos de cúpula, castrador da energia social que é tão vital para o país quanto todas as energias de que precisamos para o nosso desenvolvimento material.

Estou certa de que estamos no momento ao qual se aplica a frase atribuída a Victor Hugo: "Nada é mais forte do que uma idéia cujo tempo chegou".

O segundo turno é uma nova chance para todos. Para candidatos e coligações comprometerem-se com propostas e programas que possam sair das urnas legitimados por um vigoroso pacto social entre eleitos e eleitores. Para os cidadãos, que podem pensar mais uma vez e tornar seu voto a expressão de uma exigência maior, de que a manutenção de conquistas alie-se à correção de erros e ao preparo para os novos desafios.

Mesmo sem concorrer, estamos no segundo turno com nosso programa, que reflete as questões aqui colocadas. Esta é a nossa contribuição para que o processo eleitoral transcenda os velhos costumes e acene para a sustentabilidade política que almejamos.

Como disse, ousei trazer a vocês essas reflexões, mas não como formalidade ou encenação política nesta hora tão especial na vida do pais. Foi porque acredito que há terreno fértil para levarmos adiante este diálogo. Sei disso pela relação que mantive com ambos ao longo de nossa trajetória política.

De José Serra guardo a experiência de ter contado com sua solidariedade quando, no Senado, precisei de apoio para aprovar uma inédita linha de crédito para os extrativistas da Amazônia e para criar subsídio para a borracha nativa. Serra dispôs-se a ele mesmo defender em plenário a proposta porque havia o risco de ser rejeitada, caso eu a defendesse. Com Dilma Roussef, tenho mais de cinco anos de convivência no governo do presidente Lula. E, para além das diferenças que marcaram nossa convivência no governo, essas diferenças não impediram de sua parte uma atitude respeitosa e disposição para a parceria, como aconteceu na elaboração do novo modelo do setor elétrico, na questão do licenciamento ambiental para petróleo e gás e em outras ações conjuntas.

Estou me dirigindo a duas pessoas dignas, com origem no que há de melhor na história política do país, desde a generosidade e desprendimento da luta contra a ditadura na juventude, até a efetividade dos governos de que participaram e participam para levar o país a avanços importantes nas duas últimas décadas.

Por isso me atrevo, seja quem for a assumir a Presidência da República, a chamá-los a liderar o país para além de suas razões pessoais e projetos partidários, trocando o embate por um debate fraterno em nome do Brasil. Sem esconder as divergências, vocês podem transformá-las no conteúdo do diálogo, ao compartilhar idéias e propostas, instaurando na prática uma nova cultura política.

Peço-lhes que reconheçam o dano que a política atrasada impõe ao país e o risco que traz de retrocessos ainda maiores. Principalmente para os avanços econômicos e sociais, que a sociedade brasileira, com justa razão, aprendeu a valorizar e preservar.

Espero que retenham de minha participação na campanha a importância do engajamento dos jovens, adolescentes e crianças, que lhes ofereçam espaço de crescimento e participação. Que acreditem na capacidade dos cidadãos e cidadãs em desejar o novo e mostrar essa vontade por meio do seu voto. Que reconheçam na sociedade brasileira uma sociedade adulta, o que pressupõe que cada eleitor escolha o melhor para si e para o país e o expresse, de forma madura, livre e responsável, sem que seu voto seja considerado propriedade de partidos ou de políticos. Pois, como repeti inúmeras vezes no primeiro turno, o voto não era meu, nem da Dilma, nem do Serra. O voto é e sempre será do eleitor e de sua inalienável liberdade democrática.

Esta é minha contribuição, ao lado das diretrizes de programa de governo que são um retrato do amadurecimento de quase 30 anos de construção do socioambientalistmo no Brasil. Espero que a acolham como ela é dada, com sinceridade. A utopia, mais que sinal de ingenuidade, é mostra de maturidade de um povo cujo olhar eleva-se acima do chão imediato e anseia por líderes capazes de fazer o mesmo.

Que Deus continue guiando nossos caminhos e abençoando nossa rica e generosa nação.

Marina Silva