segunda-feira, 25 de abril de 2016

RESERVA EXTRATIVISTA MARINHA DE ITAIPU: Uso sustentável do ecossistema



Neste ano a Resex realizará um cadastro dos pescadores artesanais de Itaipu, além de realizar reuniões informativas sobre a utilização correta do ecossistema. Foto: Lucas Benevides


Criada em setembro de 2013, Reserva Extrativista Marinha de Itaipu luta para proteger o meio ambiente e a tradição dos pescadores artesanais

Com a chancela de ser a primeira unidade de conservação estadual da categoria “uso sustentável”, a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (Resex) foi criada em setembro de 2013 com o intuito de proteger os meios de vida da população de pescadores artesanais da região de Itaipu. Tendo o objetivo de assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, será feito, ainda este ano, um cadastro dos pescadores locais que praticam a pesca artesanal, além de reuniões informativas com pescadores de outras praias da Região Oceânica, para o melhor uso do espaço respeitando o ecossistema. A Resex compreende a área marinha adjacente às praias de Itacoatiara, Itaipu, Camboinhas e Piratininga, além da Lagoa de Itaipu, com área de cerca de 4 mil hectares, que é administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Segundo o Inea, que preside o Conselho Deliberativo, antes da criação da Resex foram feitas reuniões com a população, através das quais identificou-se lideranças locais e principais dificuldades da comunidade pesqueira. Após esta fase, os interessados na gestão da Resex passaram a integrar o Conselho, que tem entre outras instituições, a participação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que executa pesquisas na região desde a década de 70. Atualmente são feitas operações de fiscalização, integradas pela Secretaria de Estado do Ambiente, a Capitania dos Portos e o Ibama.

Um dos pontos é garantir a exploração sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis na área, valorizando o patrimônio social, cultural, econômico e ambiental das comunidades e desenvolvendo o potencial turístico. Outro objetivo da Resex é combater a pesca predatória, aquela praticada com materiais danosos ao meio ambiente.

A Reserva Extrativista de Itaipu é uma antiga reivindicação dos pescadores artesanais tradicionais e dos ambientalistas de Niterói. A cidade, que já conta com o Parque Estadual da Serra da Tiririca e agora, com a Resex, amplia os instrumentos para a proteção e uso sustentável dos ecossistemas. “Foram os próprios pescadores do local que solicitaram a criação dessa unidade. Eles estavam sendo prejudicados por quem praticava a pesca predatória. Aproximadamente cem famílias da região eram afetadas por essas atividades que não condizem com a pesca artesanal”, explica Carlos Henrique Martins, que é gestor da Resex.


No próximo dia 30 de abril acontecerá a primeira edição do evento “Limpeza de praias e fundo do mar” em Itaipu. Foto: Divulgação


É considerado crime o pescador utilizar redes de arrasto menores que 30mm, devido ao seu alto poder predatório. A malha extremamente pequena, impossibilita a passagem de pequenos crustáceos, camarões e inúmeras espécies de peixes que ainda não chegaram à fase adulta e que não possuem o tamanho mínimo para serem capturados. “O que acontece é que a pesca predatória praticada no local utiliza um material que não é apropriado, então acaba tirando do mar todo tipo de peixe, até aqueles que não são comercializados. Então esses pescadores devolvem eles para o mar, mas já sem vida. A pesca feita de forma predatória vai contra os princípios da colônia de pescadores. A lagoa é um berçário da vida, fonte de sustento para inúmeros moradores que vivem da pesca e precisa ser preservada”, diz Carlos.

Os velejadores e outros praticantes de esportes náuticos também poderão continuar usando o espaço próximo a Itaipu, local tradicional para abrigo de embarcações, para o turismo náutico e recreação dos navegadores. No entanto, precisarão respeitar as regras estabelecidas pelo Conselho, assim como os pescadores.

Limpeza – Além de todo esse trabalho de preservação ambiental, no dia 30 de abril acontecerá a primeira edição do evento “Limpeza de praias e fundo do mar” organizada pela Resex. Serão mais de 20 profissionais entre mergulhadores, bombeiros, guardas-municipais ambientais e agentes de limpeza da Clin reunidos para fazer a limpeza da Praia de Itaipu das 9h às 13h. Já foi realizado um mergulho teste para saber os materiais que serão encontrados e os equipamentos necessários para retirá-los do fundo do mar. Voluntários que quiserem ajudar na limpeza da areia podem comparecer às 9h na Praia de Itaipu, que receberão luvas e saco para recolhimento do lixo.

Fonte: O Fluminense







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