Izabella prometeu ajuda, ‘sem limites’, para as obras contra a seca. Foto: Wilson Dias / ABR |
Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que União vai financiar obras para garantir o abastecimento de água à população em áreas com seca
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou nesta sexta-feira que o governo federal vai ajudar estados e municípios em regiões afetadas pela estiagem para garantir o abastecimento de água à população. O anúncio foi feito após uma região emergencial no Palácio do Planalto com os ministros Gilberto Occhi (Integração), Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).
Segundo Izabella, o apoio aos governos estaduais e municipais incluirá a liberação de recursos para as obras. “Não vamos ter nenhum limite de esforços no que diz respeito a apoiar e viabilizar financeiramente as obras”. Segundo a ministra, a convocação da reunião de emergência foi motivada pela gravidade da estiagem que atinge vários estados do Sudeste e que ela chamou de “completamente atípica”. Izabella afirmou que é a pior estiagem na região em 84 anos.
Transposição no PAC
O governo federal incluiu nesta sexta no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) as obras para a transposição da água da Bacia do Rio Paraíba
do Sul para o Sistema Cantareira, em São Paulo. O objetivo é reduzir os efeitos
da estiagem que atinge o estado, que enfrenta racionamento e desabastecimento.
O projeto foi proposto pelo governo de São Paulo, e as obras serão
coordenadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)
e custarão R$ 830,5 milhões. Os recursos serão financiados pela Caixa Econômica
Federal e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES). A
autorização para a transposição foi dada pela Agência Nacional de Águas (ANA)
após aprovação dos governos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados cortados
pelo Paraíba do Sul.
Racionamento em 49 cidades
O governo de Minas Gerais confirmou ontem que já há no estado 49
cidades com racionamento de água. Além delas, 14 estão adotando rodízio de
abastecimento por causa da longa estiagem. Em entrevista coletiva nesta
sexta-feira, o governador Fernando Pimentel, criticou seu antecessor, Alberto
Pinto Coelho (PP), por não ter tomado medidas para evitar o racionamento. “Houve
aí um adiamento das medidas que seriam necessárias do ano passado para cá”,
afirmou ele. Pimentel anunciou que está em estudo um projeto de criação de um novo sistema de abastecimento da Região Metropolitana. Ele viria reforçar o Sistema Paraopeba, que hoje opera com 30% da capacidade. “Temos que buscar construir outro sistema, não alternativo, mas complementar a esse”, disse Pimentel.
Chuva eleva nível de cinco reservatórios
Um forte temporal na madrugada desta sexta causou alagamentos e
estragos em Santos, São Vicente e Cubatão, em São Paulo. Segundo a Base Aérea de
Santos, das 19h de quinta-feira às 5h de ontem, choveu 133,6 milímetros, o
equivalente ao esperado para 20 dias de janeiro. A chuva causou estragos em
estradas e ruas , causando acidentes. Em Santos, foram registrados pelo menos
dez deslizamentos nos morros da cidade. Em Santos, o temporal da madrugada deixou ruas e estradas alagadas e causou deslizamentos. Chuva forte aumento nível de reservatórios. Foto: A Tribuna de Santos |
Num deles, uma mulher de 70 anos ficou presa em casa, que foi
soterrada. Ela foi socorrida por bombeiros e retirada dos escombros sem
ferimentos. Graças à chuva no estado, cinco dos seis sistemas que abastecem a
Grande São Paulo registraram ontem aumento no nível de seus reservatórios. Mas
no principal deles, o Cantareira, houve queda, de 5,4% para 5,3%.
A precipitação na região dos reservatórios atingiu 0,6 milímetros. Desde o
início de janeiro, choveu 64,9mm, enquanto a média histórica para o mês é de
271,1mm. No Sistema Rio Grande, que abastece Diadema, São Bernardo do Campo e
Santo André, foram registrados 31,2 mm de chuva, e o nível subiu de 69,1% para
70,3%. No Alto Tietê, responsável pelo abastecimento da zona leste da capital e
nove cidades, o aumento foi de 10,1% para 10,3%. No mês, choveu na região
54,9mm, quando a média do mês é 251,5mmFonte: O Dia
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