quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Banco Mundial estima que 4 milhões de latino-americanos vivem do lixo reciclado


O argentino Sebastián Masa trabalhou mais de cinco anos em um lixão a céu aberto. Foto: V. Ojea


Um latino-americano produz em média entre um e 14 quilos de lixo por dia. Se fosse separado na fonte , aproximadamente 90% poderia ser reconvertido em combustível ou reciclado.

Uma das chaves para que milhões de pessoas na América Latina tenham um trabalho mais digno pode resumir-se em um ato tão simples como separar o lixo “reciclável” do “não-reciclável”.

Em todo o mundo cerca de 15 milhões de pessoas ganham a vida recuperando material reciclável no lixo. Destes, 4 milhões estão na América Latina, onde pelo menos 75% trabalham de forma insalubre, procurando em montanhas de lixo algo para vender. O denominador comum entre eles é as condições desumanas em que trabalham e vivem esses recuperadores informais.

"Em todo o mundo cerca de 15 milhões de pessoas ganham a vida recuperando material reciclável no lixo. Destes, 4 milhões estão na América Latina, onde pelo menos 75% trabalham de forma insalubre..."


Para o especialista em desenvolvimento social do Banco Mundial, Ricardo Schusterman, além das condições insalubres, há outros problemas relacionados a uma longa cadeia de intermediários, que resultam em exploração e crime.

A promoção de empregos alternativos, que envolva ou não o manuseio de resíduos sólidos, em combinação com programas de apoio social aparece como uma solução para evitar a exclusão social. Uma opção é conceber os recuperadores como empresários.

Na região existe um grande potencial econômico para desenvolver empresas que se dediquem à reciclagem. Um latino-americano produz em média entre um e 14 quilos de lixo por dia. Se fosse separado na fonte -ou seja, nas próprias casas onde os resíduos são descartados, aproximadamente 90% poderia ser reconvertido em combustível ou reciclado.

Exército Verde

“Os recuperadores são um exército verde, porque trabalham pelo planeta sem saber. Criaram um negócio onde o resto viu desperdício”, explica Albina Ruiz, que se define como lixóloga e atualmente preside a Cidade Saudável, uma associação que busca uma mudança de atitude em relação ao problema do lixo sólido e que treinou e formalizou mais de 11.500 catadores no Peru.

Para reverter esse quadro, em toda a América Latina surgiram associações e cooperativas na busca de condições dignas de trabalho e de maior rentabilidade, seja por meio da coleta porta a porta ou em fábricas de separação.

De acordo com especialistas, existem aspectos centrais para melhorar a vida dos recuperadores. Um deles é a separação na origem que facilita a vida dos recicladores.

Tanto o Peru quanto o Brasil têm leis explícitas que exigem a inclusão social dos trabalhadores informais, como parte da modernização dos sistemas de resíduos sólidos. Outros países da região, como a Colômbia, apresentam projetos de lei em tramitação.

Fonte: ONU no Brasil


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