São 3.291 km de vias destinadas aos ciclistas; em 2014, eram 1.414 km. Ainda assim, elas correspondem a apenas 3,1% da malha viária total das cidades.
Malha cicloviária das capitais ultrapassa os 3 mil quilômetros (Foto: Igor Estrella/G1) |
As capitais do país já contam com 3.291 km de vias destinadas a bicicletas, o que representa um aumento de 133% em quatro anos. É o que mostra levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews junto às prefeituras das 26 cidades e ao governo do Distrito Federal. Os dados são referentes ao mês de julho.
Em 2014, eram 1.414 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. Apesar de a malha cicloviária ter mais que dobrado de tamanho no período, ela ainda corresponde a apenas 3,1% da malha viária total dos municípios (107.144 km).
A equipe da GloboNews em Movimento testou as ciclovias de três capitais com a maior malha do país: São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
Assista ao vídeo: http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/v/ciclovias-do-pais-mais-que-dobraram-nos-ultimos-quatro-anos/6979561/
Para especialistas, é preciso mais. E isso não se resume apenas a um número maior de vias, e sim a novas formas de integração com outros meios de transporte e a um planejamento adequado.
“É impressionante o número de brasileiros que não se locomovem por não ter ofertadas formas de se locomover. E a bicicleta é esse veículo tão inclusivo, tão importante, até como promoção de direitos humanos fundamentais”, diz Daniel Guth, consultor e coordenador de projetos da associação Aliança Bike.
Carlos Aranha, coordenador de Mobilidade Urbana da Rede Nossa São Paulo, afirma que é preciso pensar em soluções intermodais. “A gente tem experiências muito interessantes no exterior de integração de bicicleta com ônibus, com metrô e com trem. Você pode percorrer parte do trajeto de bicicleta e depois pode carregar a bicicleta junto com você. Em São Paulo, a gente tem um horário extremamente reduzido para trens e metrô. São pouquíssimos ônibus que aceitam a bicicleta. Na prática, é um serviço que você ainda não pode contar. Então, o poder público pode estimular o uso da bicicleta, e a integração com o transporte público, estendendo esses horários, criando espaço para bicicleta com ônibus, trens e metrô.”
Técnico do Departamento de Saúde Pública, Meio Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Thiago Herick de Sá propõe quatro ações para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades no futuro.
“Primeiro, temos que envolver a sociedade como um todo desde o princípio nos planejamentos de políticas públicas de mobilidade, em particular no apoio ao uso da bicicleta. Esse é um aspecto fundamental. O segundo aspecto é fazer uma avaliação muito criteriosa, do impacto dessas políticas na saúde, na economia, na redução dos gastos em saúde para a população como um todo. O terceiro é ter um trabalho intersetorial. Trazer o setor saúde, trazer o setor de transporte, de energia, de planejamento urbano. A gente precisa de todo mundo na mesma mesa para construir isso de uma forma sistêmica e de uma forma integrada. O quarto elemento é construir junto com a sociedade uma visão de futuro”, afirma.
Para especialistas, é preciso mais. E isso não se resume apenas a um número maior de vias, e sim a novas formas de integração com outros meios de transporte e a um planejamento adequado.
“É impressionante o número de brasileiros que não se locomovem por não ter ofertadas formas de se locomover. E a bicicleta é esse veículo tão inclusivo, tão importante, até como promoção de direitos humanos fundamentais”, diz Daniel Guth, consultor e coordenador de projetos da associação Aliança Bike.
Carlos Aranha, coordenador de Mobilidade Urbana da Rede Nossa São Paulo, afirma que é preciso pensar em soluções intermodais. “A gente tem experiências muito interessantes no exterior de integração de bicicleta com ônibus, com metrô e com trem. Você pode percorrer parte do trajeto de bicicleta e depois pode carregar a bicicleta junto com você. Em São Paulo, a gente tem um horário extremamente reduzido para trens e metrô. São pouquíssimos ônibus que aceitam a bicicleta. Na prática, é um serviço que você ainda não pode contar. Então, o poder público pode estimular o uso da bicicleta, e a integração com o transporte público, estendendo esses horários, criando espaço para bicicleta com ônibus, trens e metrô.”
Técnico do Departamento de Saúde Pública, Meio Ambiente e Determinantes Sociais da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), Thiago Herick de Sá propõe quatro ações para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades no futuro.
“Primeiro, temos que envolver a sociedade como um todo desde o princípio nos planejamentos de políticas públicas de mobilidade, em particular no apoio ao uso da bicicleta. Esse é um aspecto fundamental. O segundo aspecto é fazer uma avaliação muito criteriosa, do impacto dessas políticas na saúde, na economia, na redução dos gastos em saúde para a população como um todo. O terceiro é ter um trabalho intersetorial. Trazer o setor saúde, trazer o setor de transporte, de energia, de planejamento urbano. A gente precisa de todo mundo na mesma mesa para construir isso de uma forma sistêmica e de uma forma integrada. O quarto elemento é construir junto com a sociedade uma visão de futuro”, afirma.
Exemplos
A cidade de Rio Branco continua com a maior proporção de vias destinadas a bicicletas em relação à malha viária total (13,4%) e ao número de habitantes (3.570 por km de via), assim como no primeiro e no último levantamentos do G1.
A cidade de Rio Branco continua com a maior proporção de vias destinadas a bicicletas em relação à malha viária total (13,4%) e ao número de habitantes (3.570 por km de via), assim como no primeiro e no último levantamentos do G1.
Ciclovias e ciclofaixas representam 13% da malha total da cidade, maior índice do país (Foto: Caio Fulgêncio/G1) |
Mas outras capitais também merecem destaque. No último ano, a malha cicloviária de Brasília, por exemplo, ultrapassou a do Rio de Janeiro. Hoje, ela fica atrás somente de São Paulo. Mas a meta do governo é ainda em 2018 alcançar o topo do ranking, com 600 km de pistas para bicicletas.
Para os próximos cinco anos, a capital do país tem um desafio ainda maior: quer se tornar a cidade com mais ciclovias e ciclofaixas da América Latina, chegando à marca de 1.200 km.
Fortaleza, que aparece na quarta posição com 229,6 km de vias destinadas às bikes, também tem um projeto ousado: chegar a 320 km até 2020.
Já Belo Horizonte, que tem apenas a 11ª malha cicloviária entre as capitais, com 89,9 km de vias, planeja mais que quadruplicar esse número. A intenção é que até o fim deste mandato a cidade conte com 400 km de ciclovias e ciclofaixas.
Para Victor Andrade, coordenador do Laboratório de Mobilidade Sustentável da UFRJ, a ampliação da malha cicloviária depende de força política. E essa política precisa ser permanente, diz. Ele afirma que muitas vezes após a expansão as cidades acabam sofrendo com a falta de manutenção.
“A ampliação da malha depende muito da pauta, do partido, do prefeito e de seus interesses. Mesmo os que investem, quando comparando com veículos motorizados, ainda é algo muito irrisório. É um investimento pouco representativo na política de transporte. No Rio de Janeiro e em São Paulo, houve ampliação da estrutura exclusiva para bicicleta, mas já é possível ver um desmonte dessa estrutura com a falta de manutenção. Há uma precarização. Já Fortaleza e Brasília estão com força total."
Brasil tem uma média de 15 mil habitantes para cada quilômetro de ciclovia (Foto: Igor Estrella/G1) |
Três cidades figuram no topo de baixo da tabela quando o assunto é a implantação de ciclovias. São Luís tem o pior índice de malha cicloviária por habitante: são 60.659 pessoas para cada quilômetro. Manaus tem a pior proporção entre a malha cicloviária e a malha viária total da cidade: 0,85%. E Macapá tem o menor número de vias para bikes entre as capitais: 11,8 km.
Em Macapá, a Companhia de Trânsito e Transporte diz que há projetos executivos que deverão ser licitados ainda neste ano e que irão contemplar ciclofaixas e ciclovias, dentro do âmbito do PAC Mobilidade. A ideia é que a malha cicloviária corte a cidade de ponta a ponta, com uma extensão de 42 km.
Em São Luís, a Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento diz que está em andamento uma proposta de recurso com o Ministério das Cidades, para, entre outras ações de infraestrutura urbana, implantar mais ciclovias e ciclofaixas na capital.
Em Manaus, a atual gestão diz que “tem feito o possível para avançar no conceito de mobilidade urbana em todas as obras da Secretaria Municipal de Infraestrutura, contemplando, entre outras medidas, a criação de ciclovias e ciclofaixas em suas ações”.
“Alguns parques e praças da cidade já contam com espaço delimitado para os ciclistas. O Parque Ponte dos Bilhares, gerido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, é referência para os ciclistas da cidade. Os ciclistas contam, ainda, com duas bike station (estações de reparos para bicicletas, contendo ferramentas de utilidade)”, afirma a prefeitura.
Ciclofaixa no centro de Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1) |
Com a inauguração do projeto Manôbike, além dos quilômetros criados, a administração municipal diz que, no futuro Parque Camapuã, que atenderá a Zona Leste, a projeção é ganhar mais 1.200 metros de ciclofaixa. “Além disso, outras vias deverão ser contempladas com área para ciclistas no novo conceito de bairro planejado em grandes proporções, aprovado recentemente pelo município e que será implantado numa área que interliga os bairros Planalto, Lírio do Vale e Tarumã. Outro trecho que também está em análise, para a viabilidade de 6 km de uma ciclofaixa, é o Corredor Viário do Mindu. Essa nova ciclofaixa será interligada ao trecho já existente do modal na avenida Natan Xavier, contemplando mais de 12 quilômetros, fazendo o trajeto entre as vias João Câmara e Autaz Mirim.”
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