quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Tecnologia Social do Projeto Grael será certificada pela Fundação Banco do Brasil



Fundação BB divulga lista com Tecnologias Sociais Certificadas

A Fundação Banco do Brasil acaba de divulgar a lista dos aprovados na primeira fase do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais 2011. Das 1.116 tecnologias inscritas por instituições sem fins lucrativos, comunidades e governos, 264 foram aprovadas, serão certificadas pela Fundação Banco do Brasil e ainda continuarão a ser avaliadas para as fases seguintes do Prêmio.

O Projeto Grael, que inscreveu a tecnologia social "Projeto Grael: esporte, educação e inclusão social através da náutica", é um dos aprovados.

Os projetos apresentados oferecem soluções para problemas de alimentação, saúde, renda, meio ambiente, educação, recursos hídricos, habitação e energia. A educação é o tema com o maior número de iniciativas inscritas (530) e o Estado São Paulo contabilizou o maior número de projetos inscritos (237).

Além do Projeto Grael, Niterói teve outra tecnologia social aprovada. Trata-se do "Programa de Reabilitação Integrada", apresentado pela ANDEF - Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos. Do total de 264 tecnologias aprovadas, o estado do Rio de Janeiro teve 16 iniciativas aprovadas, bem menos do que São Paulo, com 57 aprovações; Paraná, com 32 aprovações e Rio Grande do Sul, 27 aprovações. Minas Gerais teve 15 projetos incluídos na lista.

Segundo a Fundação banco do Brasil, "agora, essas tecnologias serão pontuadas segundo os critérios de efetividade, nível de sistematização da tecnologia e resultados qualitativos e quantitativos e, em seguida, serão declaradas finalistas as 3 tecnologias, por categoria, que obtiverem as médias mais elevadas. Quatorze técnicos participaram das avaliações nessa etapa e verificaram, principalmente, se as TSs inscritas atendiam aos critérios listados no regulamento".

Serão nove prêmios no valor de R$ 80 mil cada - cinco serão para as categorias regionais (um para cada região do País) e um para cada categoria especial: "Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil"; "Gestão de Recursos Hídricos"; "Participação das Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais"; e uma nova categoria: "Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para a Erradicação da Pobreza". O Prêmio conta com o patrocínio da Petrobrás e o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, da Unesco e da KPMG Auditores Independentes.

Concedido a cada dois anos, a premiação tem como objetivo identificar, certificar, premiar e difundir Tecnologias Sociais já aplicadas, implementadas em âmbito local, regional ou nacional e que sejam efetivas na solução de questões relativas à alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.

A premiação das nove vencedoras acontecerá em novembro, em uma Cerimônia em Brasília/ DF.
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Veja mais em: FBB
Acesse a lista de tecnologias sociais que serão certificadas pela FBB, aqui

Um colossal dilema para a humanidade, artigo de Ibsen de Gusmão Câmara

O artigo baixo é de autoria de um dos mais renomados e respeitáveis ambientalistas brasileiros: o almirante Ibsen de Gusmão Câmara.


Almirante Ibsen de Gusmão Câmara. Uma grande referência para o ambientalismo brasileiro.

Para suprir às exigências de nossa civilização perdulária quanto ao consumo de energia só há três alternativas terríveis.

Um colossal dilema para a humanidade
 
Para atender às exigências atuais de nossa civilização perdulária quanto ao consumo de energia elétrica, só podemos dispor de três modalidades de geração: (1) usinas hidrelétricas, (2) usinas térmicas queimando combustíveis fósseis, e (3) térmicas nucleares. Devido a limitações intrínsecas e incontornáveis, as demais fontes energéticas ditas “alternativas” – basicamente eólica, solar, e derivados da biomassa – somente podem ser consideradas complementares e jamais serão suficientes, isoladamente ou em conjunto, para atender às insaciáveis necessidades correntes e futuras, a não ser que ocorra uma radical e improvável mudança no modo de viver da sociedade. Mesmo a geração eólica, a mais promissora e utilizada, está longe de ser uma solução satisfatória.

Das três modalidades principais indicadas acima, a hidrelétrica é sempre condicionada à existência de desníveis naturais no curso dos rios, e todos os possíveis aproveitamentos economicamente viáveis já se foram efetivados nas mais diversas regiões do globo, a exemplo da Europa e dos EUA. O Brasil ainda dispõe de considerável potencial hídrico não aproveitado, mas em sua maior parte ele se encontra na Amazônia a grandes distâncias dos centros consumidores e sua utilização gera impactos significativos no meio ambiente, que desencadeiam pesadas pressões contra sua concretização, como vem acontecendo com o projeto polêmico da usina de Belo Monte.

Embora considerada “limpa”, a hidroeletricidade é na verdade vastamente danosa aos ecossistemas fluviais por alterar o leito e o fluxo dos rios, degradar sua biota e, quando implantada em áreas antes cobertas por florestas, gerar por longos anos maciças quantidades de metano, um poderoso gás do efeito estufa. É o que se constata hoje na barragem de Tucuruí ou na insensata usina de Balbina, ao norte de Manaus.

As usinas térmicas que queimam combustíveis fósseis – carvão mineral, petróleo ou gás natural – produzem a maior proporção da eletricidade consumida no mundo, mas como constituem uma colossal fonte do principal gás do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), acarretam a maior parcela do aquecimento global e, em consequência, são responsáveis por grande parte da terrível ameaça que as mudanças climáticas significam para o futuro da humanidade e demais seres vivos. Todas as tentativas de dar um destino seguro às colossais quantidades de CO2 emitidas têm apresentado dificuldades técnicas de muito difícil solução. O único meio prático de atenuarem-se os seus impactos climáticos seria reduzir drasticamente a utilização dessas usinas, solução que vem sendo sempre postergada, pela quase inviabilidade de concretização.

Por tal razão e em face das preocupações crescentes com o clima, o mundo assistiu até recentemente a uma renovada tendência de construção de mais usinas nucleares, especialmente na China, Índia, Coréia do Sul e Leste da Europa, mas também em menor escala na América do Norte, Europa Ocidental e Japão. O Brasil apresentou um plano de construir mais quatro, além de Angra III. Esta tendência, porém, sofreu um forte impacto com a catástrofe decorrente do maremoto gigantesco ocorrido neste ano no Japão e das suas gravíssimas conseqüências sobre os reatores nucleares da usina de Fukushima.

Ainda que estas instalações fossem antiquadas e os graves problemas de contaminação radioativa houvessem tido origem em um evento geológico de proporções inusitadas e numa lamentável deficiência de projeto, que levou à desastrosa perda do sistema de refrigeração dos reatores, o uso da energia nuclear está sofrendo uma generalizada queda de confiança. Embora os novos reatores atualmente em construção sejam muito mais seguros e confiáveis do que os de Fukushima, as reações da opinião pública mundial ao evento constituirão um pesado obstáculo à continuidade da tendência antes constatada e os planos de construção de novas usinas sem dúvida serão todos reexaminados e em parte cancelados. Mesmo assim, no Japão, recentemente seu Primeiro Ministro rejeitou o fechamento das usinas nucleares no país, pela impossibilidade de sua substituição por outras fontes de geração de energia.

Estamos, pois, frente a um dramático dilema, aparentemente insolúvel. A tragédia de Fukushima mostrou que as usinas nucleares, ainda que geralmente muito confiáveis, a exemplo de mais de quatro centenas delas em funcionamento contínuo no mundo, estão sempre sujeitas a sérios acidentes imprevistos, ainda que raros e muito improváveis. Nenhum produto da mente humana é totalmente imune a falhas e, no caso das usinas nucleares, quando elas ocorrem, amplas áreas geográficas podem ser contaminadas por isótopos radioativos durante décadas ou séculos. Mesmo considerando ser a contaminação sempre relativamente limitada sob o aspecto geográfico, ela constitui um fato de imensa gravidade.

Por outro lado, sem o alarde mundial sempre provocado por qualquer acidente nuclear, as usinas térmicas a combustíveis fósseis, diariamente e em silêncio, despejam na atmosfera quantidades gigantescas de gases do efeito estufa, com decorrências de âmbito global que irão gerar no espaço de poucas décadas mudanças climáticas irreversíveis e devastadoras, atingindo toda a humanidade durante milênios.

Fica, portanto, evidente um perverso dilema: risco permanente de acidentes nas usinas nucleares com possíveis contaminações radioativas regionais graves e duradouras, ou mudanças climáticas gradativas com efeitos sociais e biológicos danosos de enormes dimensões e durabilidade, a efetivarem-se dentro de algumas décadas.

Às sociedades humanas cabe essa dura escolha.

Fonte: O Eco

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Saiba mais sobre o almirante Ibsen de Gusmão Câmara

Sul-americanos e europeus estudarão efeitos do desmatamento e mudanças climáticas na Amazônia

Cientistas sul-americanos e europeus iniciam pesquisa para prever os impactos do desflorestamento e das mudanças climáticas na floresta amazônica (Nasa).

O futuro da Amazônia


29/09/2011

Agência FAPESP – Cientistas de 14 instituições de pesquisa europeias e sul-americanas – incluindo o Brasil, a Bolívia, a Colômbia e o Peru – iniciaram um novo e ambicioso programa de pesquisa para prever o que poderá ocorrer com a Amazônia ao longo das próximas décadas.

Intitulado Amazalert, o projeto tem como objetivo testar previsões que sugerem que, sob contínuas mudanças climáticas e desflorestamento, as florestas da região amazônica poderão estar vulneráveis a degradação em diversos aspectos, como no clima, águas e comunidades.

O programa pretende avaliar o quanto essas previsões são prováveis e, em caso positivo, antecipar onde, como e quando isso deve acontecer. O orçamento é de 4,7 milhões de euros, financiados conjuntamente pelo European 7th Framework Programme e por organizações nacionais.

A equipe é liderada pelos pesquisadores Bart Kruijt, da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, e Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), membro da Coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Os cientistas estudarão um possível sistema que detecte sinais de degradação de grandes dimensões na floresta, e que inclui um sistema de alerta caso uma situação de perda de floresta irreversível pareça provável.

O Amazalert também avaliará impactos e efetividade de políticas públicas e medidas para a prevenção da degradação da Amazônia. Serão reunidas informações disponíveis em trabalhos anteriores sobre clima regional, sensibilidade das florestas e ciclo da água, desflorestamento, os impactos sobre as leis e respostas aos impactos na bacia amazônica.

Os pesquisadores explorarão em detalhes observações resultantes de programas como o Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e simulações de mudanças climáticas globais, conduzidas pelos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

O projeto também pretende melhorar a compreensão do papel do fogo, e como a população, agricultura e governos poderão responder às mudanças do clima e do meio ambiente.

Segundo a equipe do programa, também serão envolvidos diretamente representantes de instituições e governamentais para que suas perspectivas sejam incluídas na modelagem e para auxiliar no desenvolvimento de um modelo para um sistema de alerta.

Dentro de três anos, o projeto deverá fornecer um conjunto de ferramentas aprimoradas para avaliar e assessorar as tomadas de decisão na gestão futura da região amazônica, incluindo formas de monitorar o funcionamento da Amazônia para evitar mudanças irreversíveis em seus serviços ambientais.

A reunião inaugural do projeto ocorrerá entre 3 e 5 de outubro no Inpe, em São José dos Campos.

Mais informações: http://www.eu-amazalert.org/

Fonte: Agência FAPESP

Comitê do Leste da Baía de Guanabara terá foco na escassez de água

A Baía de Guanabara na perspectiva do Leste.

Escassez de água é foco de comitê
Membros tomam posse no dia 9
Por: Elaine Chistofori 25/09/2011

Na última quinta-feira, o Comitê de Bacia da Baía de Guanabara realizou eleição para o recém criado subcomitê de Bacia do Trecho Leste da Baía de Guanabara. No cargo de coordenador foi eleito o presidente do Instituto Rio Carioca, Roberto Machado, e como vice-coordenadora foi eleita uma representante da concessionária Águas de Niterói, Cláudia Barros. A Prefeitura de Niterói está representada pelo técnico da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Miguel Jorge, como secretário executivo. A posse será no dia 9 de novembro.

O principal objetivo do Subcomitê é agir no enfrentamento à escassez de água que pode ocorrer em Niterói e nos municípios do entorno, em função do crescimento da região, que está para receber o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Os municípios de Niterói, Itaboraí, São Gonçalo, Guapimirim, Magé, Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito recebem água dos mesmos rios, no qual o principal é o Rio Macacu.

“A população está aumentando muito na Região Leste Fluminense e temos que nos preocupar com isso agora. A qualidade da água é boa e tem o tratamento adequado, o problema é o volume nos períodos de seca, quando o rio abaixa causando períodos de falta de água, como ocorreu em 2002 e 2007”, diz a presidente do Instituto Baía de Guanabara (IBG), Dora Negreiros.

Ao todo, seis membros integram a coordenação geral do Subcomitê, composta por dois representantes de cada setor (Usuários, Sociedade Civil e Estado). Os usuários são a Águas de Niterói e a Petrobras, a sociedade civil é representada pelo IBG e o Instituto Rio Carioca e o governo pela Secretaria Estadual de Abastecimento e Pesca do Rio de Janeiro e Prefeitura de Niterói, que já está desenvolvendo o primeiro projeto para apresentar ao colegiado – o mapeamento dos rios e nascentes da cidade.

“Estamos preparando uma agenda de reuniões para 2011 e 2012, o nosso primeiro passo é a reformulação do Plano de Bacias Hidrográficas para o Leste. Vamos identificar os problemas e propor soluções para aumentar e melhorar a qualidade dos recursos hídricos. O Estado do Rio é um dos menores recursos hídricos do Brasil, corresponde 2,3% do país. E podemos dizer que 70% disso está poluído ou comprometido com assoreamento e desmatamento”, afirma o novo coordenador do subcomitê de Bacia do Trecho Leste da Baía de Guanabara, Roberto Machado.

O déficit hídrico da cidade e dos outros sete municípios que possuem rios contribuintes – São Gonçalo, Itaboraí, Guapimirim, Magé, Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito – já é uma realidade, constatada, inclusive, no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) produzido para a implantação do Comperj.

Fonte: O Fluminense

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Filhos de Torben Grael prometem dar continuidade à história vitoriosa do pai


Fernando de Noronha - O sonho olímpico do velejador Torben Grael agora já faz parte de um vitorioso passado. Em julho deste ano, ele, que é dono de cinco medalhas em Olimpíadas, anunciou que não se candidataria a uma vaga em Londres 2012 na classe Star. O sobrenome Grael, no entanto, não deve ficar muito tempo longe do Olimpo. Se por um lado Torben deixou o projeto dele de lado, os dois filhos, Marco e Martine, prometem dar continuidade a essa história de vitórias. Ambos estão com planos a pleno vapor de conquistar uma vaga na próxima edição dos Jogos.

O filho mais novo de Torben, Marco Grael compete atualmente na classe 49er, fazendo dupla com o experiente André Fonseca. Aos 19 anos, ele briga por uma vaga na Olimpíada de Londres 2012, que seria a primeira dele. Já Martine corre na classe 470, também em dupla, com Isabel Swan, que tem uma medalha de bronze, conquistada em 2008, com outra parceira, nesta categoria. Assim como o irmão, está fazendo campanha olímpica e, apesar da pouca idade, apenas 21 anos, tem grandes chances de representar o Brasil nos Jogos.

A vela está no sangue da família Grael e o destino dos jovens Marco e Martine não poderia ser outro. Começaram desde cedo, em classes menores. Foram avançando nas categorias e conquistando títulos. Martine, por exemplo, foi campeã mundial da classe 420. Apesar disso, o pai Torben garante que nunca houve pressão para que os dois, que sempre velejaram, tomassem o esporte de competição como uma carreira, a exemplo dele.

Junta, a família Grael já trouxe para o Brasil sete medalhas olímpicas, quase metade das 16 que a vela brasileira conquistou até hoje. Cinco de Torben e duas de Lars. A primeira Olimpíada que contou com um integrante do clã foi a de Los Angeles, em 1984, com Lars, na classe Tornado. Desde então, a presença dos irmãos foi constante. Na última, no entanto, na China, em 2008, pela primeira vez, não houve nenhum representante. A promessa é que tenha sido apenas uma pausa.

Para Torben, porém, mais importante do que disputar os Jogos é ver nos filhos o amor pelo esporte. “O importante é ver neles a paixão. Bacana é eles estarem com apoio e lutando e se dedicando a isso com afinco.”

Fonte: Superesportes

LIVE WRIGHT: Fundo idealizado pelo velejador Roger Wright ajudará a ginástica brasileira


Projeto foi apresentado nesta terça-feira, em São Paulo (Foto: Alexandre Massi / Globoesporte.com)
Oleg Ostapenko volta ao Brasil para formar novas 'Jades e Daianes'

Técnico ucraniano retorna ao país disposto a preparar ginastas para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e de 2020

Foram três anos longe. Período em que se dedicou à formação de jovens ginastas na Rússia e que serviu para se recuperar do desgaste mental após dois ciclos olímpicos com a seleção brasileira (2001 a 2008). Mas a paixão pelo país e a possibilidade de repetir o sucesso obtido fizeram o ucraniano Oleg Ostapenko, aos 66 anos, voltar. A missão: formar "novas Jades Barbosas e Daianes dos Santos” para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e também para 2020.

O projeto possui semelhanças ao realizado na última década. A começar pelo local de treinamento, o Centro de Excelência de Ginástica (CEGIN), em Curitiba. Antes mantido pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin), o CT agora é administrado pelo Governo do Paraná e pela Federação Paranaense de Ginástica (FPER). Não por acaso, a presidente da entidade é Vicélia Florenzano, responsável pela contratação de Oleg em 2001. Outro ponto em comum é que ele terá a seu lado a esposa e coreógrafa, Nadja Ostapenko.

Dessa vez, porém, as atenções do treinador estarão voltadas para garotas nascidas entre 1998 e 2000. Para ele, quanto mais novas, melhor.

- Gosto de treinar pessoas com essa faixa etária. Elas têm cinco anos para aprender os movimentos. Com 20 anos, a ginasta já aprendeu tudo e precisa ser corrigida. Só que é mais difícil ajustar um elemento quando ele já foi feito antes. A ginasta faz tudo de forma automática - disse Oleg Ostapenko.

Outra diferença importante é o vínculo empregatício. Se na primeira passagem, Oleg era remunerado pelo programa social Solidariedade Olímpica, do Comitê Olímpico Internacional (COI), agora o ucraniano terá os salários pagos por um grupo de investimento, o LiveWright. O movimento é comandado por uma série de empresários e ex-atletas, dentre eles Gustavo Kuerten, Fernanda Keller e Lars Grael, que prevê o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no país.

Trinta jovens já foram pré-selecionadas, mas a ideia é que até 20 mil crianças estejam ligadas ao projeto até 2015. Para isso, 32 centros serão abertos em municípios paranaenses e as ginastas que se destacarem serão transferidas para o centro de Curitiba, que será totalmente reformado.

- Os aparelhos que tínhamos foram para Aracaju (nova sede da Confederação Brasileira de Ginástica) e precisaremos nos modernizar. Haverá uma reforma total para não sofrermos com problema de aquecimento no inverno, já que Curitiba é fria. E o Oleg bate muito na tecla de estrutura de recuperação. Teremos sauna, hidromassagem e sala para fisioterapia - revela Eliane Martins, coordenadora do CEGIN.

O descobridor de Daiane e Jade

O ucraniano Oleg Ostapenko, 66, iniciou sua carreira de técnico em 1971. A relação com o Brasil teve início nos Jogos de Sydney, em 2000, quando firmou um acordo verbal com Vicélia Florenzano para comandar a seleção do país, recusando propostas de Grécia, Estados Unidos e Austrália.

Com ele, a seleção brasileira de ginástica artística feminina obteve um feito inédito: levou uma equipe completa para os Jogos Olímpicos (Atenas-2004 e Pequim-2008). Além disso, ajudou Daniele Hypolito, Daiane dos Santos e Jade Barbosa a conquistarem medalhas em campeonatos mundiais.

No fim de 2007, alegando saudades da família e desgaste na relação com as ginastas brasileiras, anunciou a despedida para depois de Pequim-2008. Desde então, treinou a seleção juvenil da Rússia.

Fonte: Globo Esporte

Ministério Público entra na briga entre RJ e SP pelas águas do Rio Paraíba do Sul

Bacia do Rio Paraíba do Sul. Fonte Planeta COPPE.


MP recomenda que governo de São Paulo não realize obras de transposição do rio Paraíba do Sul

RIO - O Ministério Público Federal (MPF) em Campos (RJ) recomendou ao governo de São Paulo que não realize obras de transposição do rio Paraíba do Sul, que abastece mais de 12 milhões de pessoas só no estado do Rio. Para o MP, antes da obra de transposição, que organizações civis e associações que têm interesse na gestão da bacia hidrográfica do rio se reúnam. O governo de São Paulo tem 15 dias para encaminhar ao MP a adoção da recomendação.

O projeto do governo de São Paulo prevê a transposição do Paraíba do Sul a partir da região de Jacareí, com a transferência da água para a região metropolitana paulista. Já o MP defende que o abastecimento de uma região não pode prejudicar as populações de outras áreas que também são abastecidas pelo rio. O Paraíba do Sul atravessa mais de 180 municípios nos estados de Minas Gerais, Rio e São Paulo.

O procurador da República Eduardo Santos de Oliveira destaca, na recomendação, o estado precário de conservação do Paraíba do Sul, que sofre com despejos de poluentes de cerca de 700 indústrias e de esgoto residencial de vários municípios. Em 2010, o MP já havia instaurado um inquérito civil público para apurar os danos ao rio e os eventuais riscos ao meio ambiente.

Fonte: O Globo

Cena bucólica em meio ao caos urbano

Um bote encalhado num banco de areia no "Canal" de São Francisco, próximo à ponte da Rua Tupinambás. Foto Axel Grael.

Hoje, ao sair para a minha malhação matinal, deparei-me com uma cena inusitada e surpreendente. Em meio ao engarrafamento usual da Avenida Franklin Roosevelt, no bairro de São Francisco, em Niterói, um simpático e colorido bote descançava sobre um banco de areia (ou de lodo) no poluído leito do Canal (ou Valão) de São Francisco.

A presença bucólica da pequena embarcação em meio a aquele caos urbano (trânsito e poluição) nos leva a relembrar que, na verdade, estamos diante de um maltratado rio, que nasce próximo ao Largo da Batalha, desce pela encosta da Grota, onde já houve uma bela cachoeira onde as pessoas se banhavam. Hoje esta encosta está desmatada e tomada por uma ocupação desordenada. De lá, o rio chega ao bairro de São Francisco onde continua a ser agredido. Ao longo deste curso, o rio conduz as suas águas (+ lixo + esgoto + sedimentos) para a Baía de Guanabara.

Esse rio chega a transportar tanto lixo que na época dos Jogos Panamericanos de 2007 foi incluído entre um dos que deveria receber atenção especial para evitar que o lixo chegasse ao local das competições de vela. Na ocasião, com a presença do secretário estadual do Ambiente Carlos Minc e do então prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, foi realizado, na sua foz (na Praça José Marti), uma simulação das operações emergenciais de retirada do lixo flutuante da Baía de Guanabara. Veja na foto abaixo:


Às vésperas dos Jogos Panamericanos do Rio, em 2007, mobilizados pela FEEMA, embarcações do Plano de Emergência da Baía de Guanabara fazem simulação de contenção do lixo flutuante diante da Praça José Marti, na foz do Rio São Francisco, em Niterói. Foto de Axel Grael.

Mensagem ao bote visitante:

ATENÇÃO: alertamos o intrépido barquinho que não se engane com a placidez momentânea. Diante de chuvas fortes, este rio ganha um forte caudal, rebela-se contra o concreto das margens artificiais que lhe oprimem, transborda e inunda parte do bairro, para reclamar a sua usurpada várzea original. Portanto, cuide-se! Você ainda poderá ser soterrado por grandes volumes de lama e lixo.

Apesar de tudo, tome o devido cuidado e volte sempre. Com você por aqui, sempre nos lembraremos que o nosso bairro tem um rio e que ele precisa dos nossos cuidados. BONS VENTOS!!!

Axel Grael

terça-feira, 27 de setembro de 2011

La paradoja de los glaciares

PORTO DE GALINHAS, Brasil, 27 sep (IPS) - Al menos 200 millones de personas están en peligro de quedarse sin agua, pues su provisión depende de glaciares que se están derritiendo y que, paradójicamente, crean la ilusión de recursos hídricos abundantes.

27/09/2011
http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=99221

Mientras la temperatura global aumentó 0,6 grados centígrados en los últimos 100 años, la de los glaciares trepó 1,5 grados en sólo dos décadas.

Las principales afectadas son las comunidades locales, especialmente las del Himalaya y las de la cordillera de los Andes.

Si la temperatura está bajo cero, "el hielo se mantiene como hielo, pero si sube aunque sea muy poquito, es suficiente para convertirlo en agua", dijo a IPS el colombiano Marco Rondón, especialista en manejo de recursos naturales del Centro Internacional de Investigaciones para el Desarrollo del gobierno de Canadá, (IDRC por sus siglas en inglés).

Cuando se reduce la superficie de hielo, la cantidad de agua que se derrite cada año afecta la forma de vida de las poblaciones cercanas a los glaciares, dijo Rondón a IPS en el marco del XIV Congreso Mundial del Agua, que se lleva a cabo en Porto de Galinhas, norte de Brasil, desde el 25 hasta el 29 de este mes.

El acelerado derretimiento de los glaciares fue puesto de relieve en uno de los paneles del Congreso organizado por el gobierno del estado de Pernambuco y la Asociación Internacional de Recursos Hídricos (IWRA, por sus siglas en inglés), una red internacional sin fines de lucro que se dedica a promover el debate sobre la administración y el manejo del agua. En la región andina, cerca de 10 millones de personas dependen directamente del agua que proviene de los glaciares, pero muchas ciudades de la región viven de los alimentos que se producen en áreas regadas por los glaciares, como Lima, capital de Perú, un país que tiene cerca de 500 de estas masas de hielo.

Según Rondón, cerca de 30 por ciento del área de hielos andinos se puede derretir en algunas décadas.

"Cambia la disponibilidad de agua. Hay más agua por un periodo corto de tiempo. En Bolivia, por ejemplo, las comunidades no están necesariamente descontentas con el aumento de temperatura porque ahora han podido cultivar más y el clima está más caliente. Pero eso no es sostenible", explicó.

Según el especialista, este "bienestar" que viven algunas comunidades no durará más que tres décadas, y después la provisión de agua será escasa.

La investigadora de la organización no gubernamental Agua Sustentable de Bolivia, Paula Pacheco, trabaja con poblaciones rurales para garantizar el acceso al recurso hídrico y desarrolla proyectos piloto de adaptación a un cambio que es inminente: el derretimiento del Nevado de Illimani, ubicado a 66 kilómetros de La Paz.

Con una altura de 6.350 metros y una superficie de 50 kilómetros cuadrados, en poco más de cuatro décadas, uno de los glaciares más importantes de Bolivia perdió 21,3 por ciento de su área.

"El nevado de Illimani es como un símbolo de la cosmovisión andina, un regulador de agua para muchas comunidades cerca de La Paz. Hay que tener una visión más integral de qué es lo que está afectando el derretimiento del glaciar", dijo Pacheco.

En asociación con la Universidad Mayor de San Andrés, Agua Sustentable ayuda a plantear una estrategia participativa con las comunidades en busca de soluciones prácticas a partir de estudios científicos.

Por ejemplo "no están usando el agua de forma eficiente para la agricultura. Estamos aplicando tecnologías para la colecta de lluvia que pueden almacenar 20.000 litros de agua", dijo Pacheco.

Se necesitan acciones integradas y estrategias para aumentar la producción agrícola con mayor eficiencia, al paso de fortalecer las organizaciones políticas locales y nacionales.

Un factor preocupante es que estas familias del Illimani se acostumbraron a usar tres veces la cantidad de agua que consumían antes, dijo Rondón.

"La gente está intensificando sus actividades y está usando más agua. Se está creando una costumbre de usar más agua que antes y, cuando falte, la diferencia va a ser mucho más grande", argumentó.

Hay 60.000 kilómetros cuadrados de glaciares en la región de Hindu Kush – Himalayas, que comprende 10 grandes cuencas hidrográficas de Asia.

Los ríos de esa región abastecen a 1.300 millones de personas. Todos los escenarios de cambio climático indican modificaciones grandes en la vegetación y en las áreas húmedas, así como la extinción de algunas especies. El proceso de derretimiento de los glaciares es muy complejo y aun hay muchas lagunas sobre los datos, dijo a IPS el director ejecutivo del Instituto para la Transición Social y Ambiental - Nepal, Ajaya Dixit.

Solo ahora los científicos están a empezando a comprender la magnitud del problema.

"Los Himalayas no van a desaparecer en un futuro cercano, pero se van a reducir y no sabemos cuánto. Sabemos muy poco, pero sí que va a ocurrir y va a cambiar las dinámicas. Es muy difícil prever lo que ocurrirá en 10 años", dijo.

Con una población de 30 millones de personas, Nepal tiene muchos glaciares a alturas de entre 5.000 y 6.000 metros. Los ríos del país se alimentan de la nieve y de los hielos.

En una estimación muy preliminar, 35 por ciento de la población nepalí depende de la nieve. Quienes viven río abajo usan la nieve para riego, electricidad y consumo de agua. Por tanto la población que vive en las montañas y depende de la nieve es mucha más.

"Debemos preocuparnos porque si tomamos las posibilidades extremas, las cosas irán muy mal. Nepal produce muy pocos gases de efecto invernadero. Pero aunque no produzcamos nada, lo que liberan los países desarrollados y en desarrollo causará muchos impactos en los glaciares de los Himalayas", argumentó Dixit.

El enfoque, según Dixit, deberá ser la adaptación con una respuesta planificada, por las grandes incertidumbres sobre la conducta de los cambios climáticos regionales. Pero la adaptación deberá insertarse en el contexto de la dinámica socio-económica de las comunidades.

"Todos los países deben mitigar, hacer gestión adaptativa, pero también aprender a convivir con el problema. En Nepal, la mitigación es muy pequeña porque producimos pocas emisiones y dependemos de las acciones de otros países", resaltó Dixit.

El desafío para Nepal será la adaptación y construir capacidad de resiliencia, "pero no tenemos suficientes recursos", dijo.

"Preservar los Himalayas es una responsabilidad de la comunidad internacional porque es un patrimonio de la humanidad", dijo. Debemos aprender de las estrategias adoptadas en otros países, como en los Andes, que enfrentan dificultades similares y diferentes a la vez, argumentó.

Para Rondón, se debe atacar la raíz del problema: "Estamos consumiendo más energía en el mundo y estamos usando energía que tiene como subproducto la emisión de gases de efecto invernadero que son los que están causando el aumento de temperatura".

A menos que se haga algo para abordar ese problema, "va a ser imposible frenar el comportamiento de los glaciares".

"La sociedad y los gobiernos no tienen muchas más alternativas que aceptar que estos impactos van a ser cada vez más fuertes, y tratar de proveer respuestas, prepararse para eso. Si no vamos a poder evitarlo, entonces cómo nos preparamos para que el impacto sea el mínimo posible", dijo. (FIN/2011)

Fonte: Remaatlantico

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estudo da OMS considera elevados os níveis de poluição do ar do Rio de Janeiro e São Paulo

"É bom lembrar que o Rio de Janeiro prometeu reduzir a poluição do ar para a Rio 2016!!!!"


Trânsito caótico e engarrafamentos altamente poluentes no Rio de Janeiro.

Rio tem mais poluição do ar do que São Paulo, aponta OMS
1° levantamento mundial da qualidade do ar coloca SP e Rio entre as 300 mais poluídas

Jamil Chade - O Estado de S. Paulo

GENEBRA - O Rio de Janeiro, cidade que irá sediar os Jogos Olímpicos de 2016 e parte importante da Copa do Mundo de 2014, tem um índice de poluição do ar três vezes superior aos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pior que o da cidade de São Paulo. Em uma avaliação inédita com 1,1 mil cidades pelo mundo, a OMS alerta que as cidades de países emergentes são hoje não apenas as que mais se beneficiam de uma expansão econômica, mas também são as mais poluídas, seja no Brasil, Indonésia, Coreia, China ou Índia.

São Paulo, apesar de estar em uma situação melhor que a do Rio de Janeiro, não tem nada a comemorar. A capital paulistana tem um índice duas vezes superior às recomendações da OMS. No geral, o Brasil também tem uma média de poluição do ar duas vezes superior ao que estabelece a entidade mundial de saúde.

De 91 países avaliados, o Brasil é o 44° com maior índice médio de poluição do ar. Todo o Leste Europeu, apesar das acusações de ter uma indústria ainda obsoleta, herança da União Soviética, já apresenta taxas de poluição do ar mais adequadas que o Brasil. O Brasil é ainda hoje o nono país do mundo com maior número de mortes por problemas respiratórios.

Entre as 1,1 mil cidades avaliadas, a situação mais preocupante no Brasil é a do Rio, na 144ª colocação entre as mais poluídas, superando Istambul, Tijuana, Seul e Dar Al Salaam. Por cada metro cúbico de ar, foram encontradas uma taxa de 64 microgramas de poluição. Para a OMS, o ideal seria uma taxa de apenas 20 por metro cúbico de ar. Um cidadão no Rio respira um ar seis vezes mais poluído que na Austrália ou Luxemburgo. Essas micropartículas, uma vez no pulmão, podem passar ao sangue e causar asma, câncer e doenças cardíacas.

Uma parcela do interior paulista ainda seria considerado como o 204° local mais poluído, rivalizando com Chennai, na China. Mas grande parte do interior paulista tem uma taxa de poluição perto do que pede a OMS. A região metropolitana de São Paulo vem na 268ª posição no mundo, com uma taxa de 38 microgramas por metro cúbico. A taxa é quase duas vezes superior aos níveis recomendados pela OMS, mas está na mesma posição que Paris e Buenos Aires. São Paulo ainda é mais poluída que Caracas e Roma. Um paulistano respira quatro vezes mais partículas de poluição que alguém em Ottawa, Dublin ou na Finlândia.

O brasileiro Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, estima que um dos principais responsáveis por essas taxas é o transporte. Mas alerta que uma solução deve ser pensada de forma estratégica e adequada a cada cidade. "O problema da poluição não é isolado. Portanto, uma solução deve ser de uma constelação de medidas", disse. Segundo ele, uma redução da poluição aos níveis aceitáveis pela OMS reduziria em 15% o número de mortes anuais na cidade carioca por problemas respiratórios.

Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente, acredita que o investimento justamente em transporte público pode ser a solução para reduzir de forma importante a taxa de poluição do ar. "Essa redução é possível. Basta ver o que os países ricos fizeram. Há décadas, estavam entre os locais mais críticos do mundo e conseguiram reverter essa situação com políticas e leis", disse.

Mas questionada sobre a realização dos Jogos Olímpicos no Rio e o impacto da poluição nos atletas, a diretora da OMS evitou comentar. “Já fizeram os Jogos em Pequim”, respondeu. A capital chinesa tem um índice de poluição seis vezes superior à meta da OMS.

No Brasil, as cidades de porte grande com melhor qualidade do ar são Curitiba, com uma taxa de 29 e equivalente a Londres e Belo Horizonte, que no ranking aparece como a metrópole brasileira melhor colocada, com um ar dentro dos limites que pede a OMS e na 615ª posição das mais poluídas. A cidade mineira de Ibirité tem uma taxa de poluição que sequer chega ao teto estabelecido pela OMS, assim como partes do interior de São Paulo. Os dados são baseados em 68 estações de captação do próprio País, mantidas em quatro estados brasileiros.

Emergentes. A avaliação da OMS é de que a contaminação atmosférica mata 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo por doenças respiratórias. Um milhão e cem mil dessas mortes poderiam ser evitadas se a taxa de poluição fosse reduzida. Dos 91 países avaliados, 80 estão acima do padrão da OMS. Mas os dados também mostram que são os moradores de países emergentes com fortes taxas de crescimento que mais são vítimas da poluição do ar. "Em muitas cidades, a poluição chega a níveis que ameaçam a saúde humana", afirma Maria Neira. Grande parte das 1,3 milhão de mortes ocorre em países emergentes.

Transporte, plantas de produção de energia e mesmo o aquecimento de casas estão entre os principais fatores. No topo da lista das cidades mais poluídas estão várias no Irã, Índia, Paquistão e China, com taxas de até 300 microgramas por metro cúbico. A China também é o país com o maior número de mortes por doenças respiratórias, com mais de 400 mil vítimas por ano. Com 23,7 mil mortes, o Brasil é nono colocado no mundo. “Os locais com o crescimento mais rápido também são os que apresentam maior taxa de poluição”, disse Neira. "Os mais pobres são hoje os mais vulneráveis", disse.



Com a publicação da lista, a OMS espera mobilizar a sociedade para lutar por um ar mais adequado. “Muitas das cidades com a pior taxa sequer estão na lista”, alertou Dora. "Esperamos gerar uma pressão pública sobre as autoridades", disse Maria Neira. A diretora também insiste sobre a necessidade de governos de adotar leis para exigir reduções nas emissões de poluentes. "Investir nisso permite ao estado reduzir custos com hospitais", disse. “As intervenções não são caras”, alertou, apontando que para cada 1 dólar investido em reduzir a poluição, 10 são economizados.

Fonte: Estadão

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ESCLARECIMENTO:

Diante de algumas críticas e comentários sobre a presente postagem, esclareço que apenas reproduzi a matéria que está em todos os jornais e cuja a fonte é a Organização Mundial da Saúde. O assunto é muito polêmico, eu sei, e não é a primeira vez que o debate é levantado através da comparação dos níveis de poluição das cidades e as reações são sempre semelhantes.

O estudo da OMS foca as Partículas Inaláveis, não deixa claro se compara as mesmas metodologias de medição nas cidades estudadas e utiliza dados já com alguma defasagem. Mas, acho que o assunto merece ser debatido.

Dados oficiais sempre posicionaram o Rio um pouco abaixo do nível de poluição do ar de São Paulo. Mas, isso não é um grande mérito para nós. Temos relevantes vantagens geográficas. Estamos no litoral (efeito benéfico da brisa marinha que ajuda a dispersar os gases poluentes) e ao nível do mar (o que diminui os efeitos das inversões térmicas, fenômeno frequente na capital paulista e que piora a poluição do ar). Por estes motivos, deveríamos gozar de uma qualidade do ar muito melhor que São Paulo e não apenas um pouco melhor.

Além das consequências desta poluição, chamo a atenção para o fato que MELHORAR A QUALIDADE DO AR FOI UMA DAS PROMESSAS DA CANDIDATURA OLÍMPICA DO RIO DE JANEIRO. Já há alguns anos, a Região Metropolitana do Rio tem apresentado níveis elevados de poluição nos seguintes parâmetros: particulados, ozônio, NOx e SOx. Principalmente nas Bacias Aéreas 1 e 3. Este fato foi considerado uma preocupação pelos técnicos do COI e a nossa resposta é que suas concentrações seriam reduzidas.

Em vez de questionar números ou a metodologia do estudo, acho mais proveitoso focar na gestão do problema, ou seja, nas medidas de redução dos níveis de concentração dos poluentes. E um bom ponto de partida seria avançar na implantação de estratégias e de modelos de gestão destas bacias aéreas para que as fontes fixas de emissão sejam controladas. Outra medida é avançar também no controle das fontes móveis, através da contínua expansão e aperfeiçoamento do programa de inspeção veicular, prática esta que o Rio de Janeiro é pioneiro e um modelo para o restante do país.

Axel Grael

Baía de Guanabara: dentre os 10 piores municípios do Brasil em saneamento, 4 são da Baixada Fluminense


Instituto Trata Brasil divulga novo ranking do saneamento com avaliação dos serviços nas 81 maiores cidades do País

Estudo revela lentidão nos avanços do atendimento voltado à água e esgotos, além de mostrar o que ocorre com esgoto gerado por mais de 72 milhões de brasileiros

O Brasil melhora muito lentamente na prestação dos serviços de água, coleta e tratamento dos esgotos, mesmo após a retomada dos investimentos no setor, e está distante da tão sonhada "universalização" dos serviços que não acontecerá sem um maior engajamento e comprometimento dos governos federal, estaduais e principalmente os municipais. Essa é a constatação do mais novo levantamento do Instituto Trata Brasil que avaliou os serviços prestados nas 81 maiores cidades brasileiras, com mais de 300 mil habitantes.

O levantamento tem base no SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, ano 2009, recém divulgado pelo Ministério das Cidades. As informações são fornecidas espontaneamente pelas empresas prestadoras dos serviços nessas cidades.

"São as cidades que concentram a maior parte da população do país e, portanto, também os maiores problemas sociais decorrentes da falta destes serviços", afirmou Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

Estudo

Para fazer o ranking, o Trata Brasil considera várias informações prestadas pelas empresas operadoras de saneamento nas cidades, tais como a população total atendida com água tratada e com rede de esgoto; tratamento do esgoto por água consumida; índice total de perda de água tratada - calculado com base nos volumes totais de água produzida e de água faturada demonstrando a eficiência do operador, tarifa média praticada e que corresponde à relação entre a receita operacional do prestador do serviço e o volume faturado de água e de esgoto na cidade, além dos investimentos em relação à geração de caixa dos sistemas, compreendendo a arrecadação sem despesas operacionais. Para cada indicador o estudo estabelece um ranking de evolução e a combinação destes dados classifica a cidade no ranking.

Carlos explica: "Em coleta e tratamento de esgotos é adotado peso 2, por serem os indicadores que geram os maiores impactos negativos, tanto sociais quanto ambientais. Como o mesmo critério é adotado todos os anos pode-se comparar os avanços e retrocessos de cada cidade no tempo."

Como são consideradas as cidades acima de 300 mil habitantes, em relação ao ranking de 2008, no ranking de 2009 foi excluída a cidade de Caruaru (PE) por ter ficado abaixo deste número e incluída a cidade de Caucaia (CE) com cerca de 335.000 habitantes.

Atendimento em água:

O levantamento mostrou que 66 das 81 cidades analisadas informaram atender 80% (oitenta por cento) ou mais da população com água tratada, sendo que, destas, 20 informaram ter cobertura de 100% (cem por cento), sinalizando assim a universalização no atendimento. Por outro lado, 15 (quinze) cidades apresentaram atendimento inferior a 80% (oitenta por cento) da população, sendo duas do Pará: Ananindeua e Belém; uma da Bahia: Vitória da Conquista; duas de São Paulo: Itaquaquecetuba e Guarujá; quatro do Rio de Janeiro: Belfort Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São João do Meriti e ainda Porto Velho/RO; Caucaia/CE; Jaboatão dos Guararapes/PE, Aparecida de Goiânia/GO, Rio Branco/AC, Macapá/AM.

Atendimento em esgoto:

O índice médio em coleta de esgoto nas 81 cidades foi da ordem de 57% (cinquenta e sete por cento) da população. 28 (vinte e oito) cidades informaram ter índice de coleta de esgoto superior a 80% (oitenta por cento) da população, sendo que, deste total, 3 (três) informaram ter 100% (cem por cento) de coleta: Belo Horizonte, Porto Alegre e Montes Claros. Por outro lado, 53 (cinquenta e três) cidades apresentaram índices de coleta inferiores a 80% (oitenta por cento).

Com índice de coleta de esgoto igual a ZERO estão as cidades de Ananindeua (PA) e as cidades fluminenses de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João do Meriti.

No que se refere ao tratamento, o índice selecionado pelo Trata Brasil informa o volume médio de esgoto tratado em função da água consumida e nas cidades classificadas a média foi da ordem de 39% (trinta e nove por cento). 16 (dezesseis) cidades informaram ter índices superiores a 70% (setenta por cento) e 44 municípios informaram ter índice de tratamento abaixo do percentual médio de 39% (trinta e nove por cento), incluindo-se as capitais Rio Branco, Aracaju, Natal, Cuiabá, Porto Alegre, São Luís, Teresina, Macapá e Belém.

Informaram ter índice de tratamento igual a ZERO, em 2009, 7 (sete) cidades: Ananindeua, Bauru, Duque de Caxias, Guarulhos, Montes Claros, São João do Meriti e Porto Velho. A cidade de Nova Iguaçu indicou ter Zero em coleta de esgotos, então pode-se pressupor também dispor de ZERO em tratamento.

Avanço lento

O estudo revelou que, se considerarmos o período entre os anos de 2003 e 2009, houve um avanço de 2,9 pontos percentuais no atendimento de água tratada, 12,1 pontos na coleta de esgotos e de 7,8 pontos percentuais no tratamento dos esgotos.

"Apesar de serem números relevantes, são muito baixos para um período de 7 anos. Se considerarmos os avanços nos últimos 5 anos, por exemplo, vemos que a melhoria em coleta de esgotos foi de apenas 2,8 pontos percentuais e de 6,7 pontos no tratamento, ou seja, crescimentos insuficientes para a necessidade do Brasil em resolver estas carências", afirma Carlos.

Pelos números levantados pelo Trata Brasil, em 2009 somente estas 81 grandes cidades despejaram no meio ambiente cerca de 5 bilhões de litros de esgoto sem tratamento por dia, contaminando solo, rios, mananciais e praias do País, com impactos diretos à saúde da população.

Melhores X Piores no Saneamento pelo SNIS 2009

Como os avanços na oferta dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos foram muito baixos, os principais motivos para as alterações de posição entre as 10 cidades melhor posicionadas no novo ranking foram o volume de investimentos, a redução de perdas de água tratada e pequenos aumentos na tarifa média cobrada.

Na comparação 2009 com 2008, oito das dez primeiras cidades se mantiveram neste grupo que agora conta com as cidades de Curitiba e Londrina, ambas do PR. O município de Santos (SP) assumiu o primeiro lugar no ranking 2009. Em 2008, especificamente por não ter fornecido algumas informações usadas no cálculo, a cidade ocupava a quinta colocação. Em 2009, já como todas as informações e por ter aumentado seus investimentos, a cidade passou ao primeiro lugar. Jundiaí (SP), que ocupava a liderança no ranking publicado ano passado, caiu para a quarta posição devido a uma redução de investimentos e aumento de sua tarifa média.

"Com certeza, todas as 10 cidades melhor colocadas possuem ótimos índices de atendimento e gestão, então qualquer pequeno avanço ou retrocesso de um ano a outro causa mudanças de posição. Entre elas, portanto, a posição no ranking deve ser vista mais como indicativa", explica Carlos.

O ranking mostra ainda que, no conjunto dos indicadores avaliados, estão entre as melhores cidades do País: Santos (SP), primeiro colocado, com operação estadual; Uberlândia (MG), em segundo, com operação municipal; Franca (SP), em terceiro, com operação estadual; Jundiaí (SP), em quarto, com operação municipal em parceria com o setor privado; Curitiba (PR), com operação estadual em quinto; Ribeirão Preto (SP), em sexto, com operação municipal em parceria com o setor privado; Maringá (PR), em sétimo, com operação estadual; Sorocaba (SP), em oitavo, com operação municipal; seguida de Niterói (RJ) em nono lugar e operação privada e Londrina (PR) em décimo e também com operação estadual na prestação dos serviços.

Cabe destacar a entrada de Curitiba (PR), que passou da 11a para a 5a posição devido à melhoria no índice de tratamento dos esgotos e aumento importante nos investimentos em 2009 e Londrina (PR) que melhorou por ter avançado em quase todos os itens do ranking. Deixaram de fazer parte das 10 melhores, as cidades de Brasília e Belo Horizonte que agora ocupam, respectivamente, a 13ª. e 14ª. posições.

Queda no ranking

Analisando alguns municípios que caíram no ranking nota-se o caso de Mogi das Cruzes (SP), que ocupava a 20ª. posição pelos números 2008 e passou para a 33ª em 2009. O município, que declarou em 2008 coletar 89% do esgoto, declarou em 2009 ter coletado 80%, um dos motivos da queda.

Florianópolis (SC) passou da 29ª para a 39ª posição (2008 x 2009) devido ao aumento nas perdas de água e da tarifa. Já Niterói (RJ) perdeu posição por ter reduzido seus investimentos, proporcionalmente à geração de caixa, e aumentado a tarifa média. Santo André e Campinas (SP) caíram por aumento de tarifa e redução de investimentos. Recife (PE) informou grandes investimentos em 2009, mas teve queda na tabela devido ao aumento na tarifa e por ter tido, naquele ano, geração de caixa negativo.

As piores em saneamento

As 10 últimas cidades no ranking foram Canoas (RS), que atende apenas 14% da população com coleta de esgoto; Jaboatão dos Guararapes (PE) com 8% de coleta; Macapá (AP) com 7%; Ananindeua (PA) e Nova Iguaçu (RJ) sem nenhuma coleta; Belém (PA) com 6% de coleta, São João de Meriti (RJ) sem coleta de esgotos; Belford Roxo (RJ) com 1% de coleta; Duque de Caxias (RJ) sem coleta e Porto Velho (RO) com 2% de coleta e que ocupa a última posição.

Carlos afirma: "Um dos pontos de preocupação apontados no novo ranking foi que as dez últimas cidades continuam sendo as mesmas já há três anos, o que reflete a dificuldade em se obter melhorias nestes municípios."

Veja na tabela abaixo as movimentações das 10 melhores e 10 piores cidades na comparação 2007 / 2008:


Conformidade ambiental


No que se refere a um dos principais parâmetros de conformidade ambiental, o tratamento dos esgotos (expresso no ranking como volume de esgoto tratado por volume de água consumida), cabe destaque às seguintes cidades:





Conclusão

O levantamento mostra que há sinais evidentes de avanços no setor de saneamento quando consideramos um período mais longo de tempo, por exemplo, de 2003 a 2009. Quando consideramos, no entanto, períodos de tempo menores (3 a 5 anos), fica claro que os avanços são pequenos e que não há uma melhoria expressiva nas coberturas de água e esgoto, principalmente nas cidades com as maiores carências destes serviços.

Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, a distância entre as melhores cidades e as piores esta aumentando: "Acompanhamos os esforços das empresas de saneamento e dos gestores municipais, mas os resultados preocupam porque, a se seguir neste ritmo, a universalização do saneamento no país como um todo seguirá sendo um sonho distante. É preciso estimular novas formas de gestão, parcerias entre as empresas públicas, municipais e estaduais, aproveitar o conhecimento das parcerias público-privadas em vigor, enfim, temos que usar todas as formas para progredir mais rapidamente".

O saneamento vive um problema muito mais complexo do que só a falta de recursos. É fundamental melhorar a gestão das empresas, reduzir as perdas de água e fiscalizar o cumprimento da Lei do Saneamento (11.445/07) exigindo, entre outras coisas, a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico e a criação das Agências Reguladoras locais.

O presidente executivo do Trata Brasil também chama atenção para as eleições em 2012: "Os números do SNIS falam por si e está clara a responsabilidade dos Prefeitos, por isso, é fundamental cobrar compromisso dos candidatos a Prefeito e Vereador para com o saneamento básico. Somente assim conseguiremos mudar esta triste realidade brasileira," conclui.

RESUMO: DADOS SOBRE O ESGOTO NO BRASIL - 81 maiores cidades (dados SNIS 2009):
  • 81 cidades brasileiras observadas no estudo
  • 72,7 milhões de habitantes
  • 150 litros de água por dia foi o consumo médio do brasileiro nestas cidades
  • 80% da água consumida se transformam em esgoto
  • Em média, 36% de toda a água produzida foi perdida em vazamentos, falta de medição ou ligações clandestinas,
  • Apenas 57% de todo o esgoto produzido nestas cidades foi coletado por meio de um serviço público.
  • Em média, apenas 39% do volume de água consumida nessas cidades recebeu algum tipo de tratamento,
  • Na soma destas cidades, aproximadamente 5 bilhões de litros de esgoto / dia não receberam nenhum tipo de tratamento e foram parar na natureza.






Instituto Trata Brasil

O Instituto Trata Brasil é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), iniciativa de responsabilidade socioambiental que visa à mobilização dos diversos segmentos da sociedade para garantir a universalização do saneamento no País.

Criado em julho de 2007, o Instituto Trata Brasil tem como proposta informar e sensibilizar a população sobre a importância e o direito de acesso à coleta e ao tratamento de esgoto e mobilizá-la a participar das decisões de planejamento em seu bairro e sua cidade; cobrar do poder público recursos para a universalização do saneamento; apoiar ações de melhoria da gestão em saneamento nos âmbitos municipal, estadual e federal; estimular a elaboração de projetos de saneamento e oferecer aos municípios consultoria para o desenvolvimento desses projetos, e incentivar o acompanhamento da liberação e da aplicação de recursos para obras.

Hoje, o Instituto conta com o apoio das empresas e entidades Amanco, Braskem, Solvay Indupa, Tigre, CAB Ambiental, Foz do Brasil, Saint-Gobain, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pastoral da Criança, Agencia Nacional de Águas (ANA), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR), Associação Brasileira de Municípios (ABM), Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe), Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Fundação Nacional dos Urbanitários (FNU), Instituto Brasil PNUMA, Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESABESP), Projeto Grael e site Saneamento é Básico.

Visite o site http://www.tratabrasil.org.br/.
Veja a matéria do Bom Dia Brasil do dia 28 de setembro de 2011.
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Mais informações Instituto Trata Brasil - Comunicação
Juliana Regueira / Renata Maria
(11) 3021-3143 - imprensa@tratabrasil.org.br

Turismo Náutico: palestra em Natal - RN continua a dar bons ecos

Marina na Costa Oeste dos EUA.

TURISMO NÁUTICO - SURGIU UMA VELINHA NO HORIZONTE
Nelson Mattos Filho - Velejador - avoante1@gmail.com

Vou pedir desculpas a vocês para dar uma breve pausa nos textos sobre a velejada que fizemos no veleiro Itusca até Trinidad e Tobago. Hoje era para estar publicada aqui a segunda parte da viagem, mas vou escrever um pouco sobre um assunto que há muito venho falando e que foi tema de um simpósio da Fecomércio/RN: Turismo Náutico.

O turismo náutico, em veleiros ou grandes iates, vem crescendo em muitas milhas por hora em todo o mundo. Ele tem gerado empregos e trazido divisas as cidades que teve a felicidade de contar com gestores públicos voltados para os interesses coletivos, bem estar da população e o olhar vidrado nas velinhas brancas que navegam no horizonte azul do mar. Os EUA lideram o ranking náutico com 17 milhões de embarcações nativas e também está no topo da lista na hora de reverter em dólares os efeitos conseguidos com o turismo náutico, segundo dados divulgados pelo presidente do Instituto Grael, o velejador Axel Grael.

A França, de onde zarpam a maioria dos velejadores que circundam o mundo, existem 4 milhões de cruzeiristas e 9 milhões de praticantes do esporte a vela. É uma verdadeira flotilha cruzando os mares do mundo e espalhando empregos e renda por onde passa. Certa vez, conversando com um amigo sobre os números da flotilha cruzeirista que procuram o Brasil, como destino, fiquei surpreso quando ele falou que cada barco estrangeiro no Brasil gasta em média diariamente 150 Euros e que somente os franceses respondiam por 60% de toda essa flotilha.

Até já escrevi sobre isso em outras oportunidades, mas assistindo as palestras de Axel Grael e do coordenador geral de serviços turísticos do Ministério do Turismo, Sr. Ricardo Moesch, percebi o quanto esses números eram verdadeiros e que o Rio Grande do Norte está deixando esse barco passar ao largo.

O Rio Grande do Norte tem grande potencial para figurar entre os primeiros colocados no ranking Brasil de destinos náuticos, mas infelizmente picuinhas ideológicas, recheadas de egos inflados transformam ventos favoráveis em terríveis furacões. Até uma marina, que traria novos rumos para a cidade do Natal, é motivo de brigas e quedas de braços raivosos que não levam a lugar nenhum.

Se a marina não pode ser construída ao lado do Forte dos Reis Magos, lugar dos mais indicados e que já serviu de fundeadouro para as embarcações dos nossos descobridores e invasores, vamos indicar outro lugar mais apropriado. Mas proibir, usando como base apenas um discurso ecológico, passa do exagero. Não deveríamos estar discutindo apenas uma marina, deveríamos estar lutando e construindo várias delas.

O Rio Grande do Norte precisa deixar de dar atenção as pendengas políticas e abrir os olhos para sua vocação de Estado forte, litorâneo e rico em belezas naturais. Precisamos de um plano de desenvolvimento e sustentabilidade, como foi a proposta do simpósio, sem ter medo de ser feliz. Estamos perdendo espaço até para vizinha Paraíba, com um litoral infinitamente menor do que o nosso, e que hoje briga de igual para igual com os lanceiros de ponta dos maracatus pernambucanos.

Temos belos recantos litorâneos que sobram em qualidade e beleza para a construção de boas marinas. Praias paradisíacas como Barra do Cunhaú e Tibau do Sul, com rios navegáveis e perfeitos para bons ancoradouros. Bastando apenas um simples esforço de balizamento da entrada da barra e uma breve dragagem do canal. Nada que uns míseros trocados de Reais não resolva.

Até a Praia de Galinhos, um excelente porto seguro e que conta com balizamento realizado pela Petrobrás, não consegue fazer com que a luz do seu farol atraia velejadores de cruzeiro. Navegando de volta a capital potiguar, não me canso de olhar para a praia de Ponta Negra, e seu morro cantado em prosa e verso, sem visualizar em sonhos vários veleirinhos ancorados ao largo ou disputando vaga em uma bela marina pública. "No mundo todo, os governos usam a aproximação das pessoas com o mar para gerar uma maior consciência ecológica" Com essas palavras o ecologista atuante e velejador de berço Axel Grael atiçou a platéia formada de autoridades, empresários, estudantes, técnicos e profissionais de várias áreas de atuação.

No Brasil se faz exatamente o contrário, pois a ordem é dificultar ao máximo esse contato, basta ver as aberrantes proibições impostas a quem desejar fazer uma despreocupada velejada ao redor da Ilha de Fernando de Noronha, ou mesmo ancorar em alguma de suas praias. Basta olhar para a pilha de pedidos para implantação de marinas que estão trancados nas gavetas de burocratas que nunca colocaram os pés na areia de uma praia.

Simpósios como o organizado pela Fecomércio/RN precisam se proliferar. Somente assim o Brasil voltará a ser descoberto.

Fonte: publicado Nelson Mattos Filho, na Tribuna do Norte, 25 de setembro de 2011.
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Saiba mais em: http://axelgrael.blogspot.com/2011/09/turismo-nautico-no-rio-grande-do-norte.html

domingo, 25 de setembro de 2011

Ambientalista Laura França denuncia o lixo no mar da Praia de Itaipu, Niterói.

Minha opinião: lançamento de sedimentos dragados no mar é má prática e um impacto desnecessário.

A foto abaixo é uma denúncia da aguerrida ambientalista de Niterói, Laura França, e mostra a quantidade de lixo recolhida por pescadores de Itaipu. O assunto é recorrente: sempre que aumenta o movimento de dragagem na Baía de Guanabara aumenta a percepção da presença de lixo na orla de Niterói.

A suspeita dos pescadores é que o lixo venha com os sedimentos de dragagens transportados por dragas ou embarcações com este objetivo. O problema seria que o ponto de lançamento não evita que o lixo chegue à praia ou, pior, que as embarcações estejam descumprindo a licença, burlando a fiscalização e lançando o material fora do local determinado.

Há anos atrás, enquanto velejava eu mesmo já presenciei o problema. Vi uma draga lançando o material entre a Ilha de Cotunduba e a Ilha Rasa, muito aquém do ponto previsto e denunciei às autoridades.

O lançamento do material em mar aberto causa impactos não totalmente conhecidos e pode ser evitado. Mas, a solução só virá com o desenvolvimento de um Plano Diretor de Dragagem para a Baía de Guanabara, que analise a demanda de dragagem a longo prazo, e não apenas no varejo de dragagens vistas de forma pontual.

Até lá, que o ponto de lançamento deve ser investigado para saber quais os impactos e para confirmar a confiabilidade da solução. É importante também tornar público as formas de controle existentes para garantir que as dragas estão lançando o material no local determinado.

Axel Grael
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Lixo prejudica a pesca de Itaipu, em Niterói
Publicado em O Globo, a partir de denúncia de Laura França


Em vez de peixes, pescadores recolhem lixo na rede em Itaipu, Niterói. Foto de Laura França.

RIO - Em vez de peixe, lixo. É isso o que os pescadores da Praia de Itaipu, em Niterói, têm encontrado ao recolherem as redes lançadas ao mar, como mostra a leitora Laura França. O aumento de detritos na costa de Niterói nos últimos dois anos reduziu drasticamente o volume de pescado na região - cerca de 80%, segundo os pescadores. O prejuízo chega a R$ 700 por dia, de acordo com os trabalhadores.

A principal suspeita dos pescadores recai sobre as obras de dragagem do Porto do Rio, cujos detritos foram lançados a 20 quilômetros da costa niteroiense. Mas especialistas também apontam o aumento do poder aquisitivo da população e as correntes marítimas como fatores que contribuem para o avanço da poluição.

O procedimento realizado pela Companhia Docas com apoio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) previa o lançamento de detritos em alto mar sob o monitoramento constante de um sistema desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Se o lixo fosse jogado a uma distância inferior aos 20 quilômetros previstos, a companhia seria avisada sobre a irregularidade, de acordo com o governo estadual. A dragagem, iniciada em 2009, terminou no início deste mês, segundo a Docas.

De acordo com a Associação Livre de Pescadores e Amigos de Itaipu (Alpai), é muita coincidência que o aumento do lixo tenha ocorrido junto ao início das obras, que têm o objetivo de aumentar o calado do porto para receber embarcações maiores.

- O despejo é feito em área aparentemente regular, mas as correntes marítimas têm trazido toneladas de lixo para a praia. Os pescadores ficam dias parados, limpando as redes. O prejuízo é grande - afirma Jorge Nunes de Souza, presidente da Alpai.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que não há indícios de que o lixo encontrado pelos pescadores seja originário das obras do porto. A Companhia Docas tem a mesma opinião.

- Acredito que seja lixo flutuante ou de embarcações clandestinas. Mas vamos reforçar a fiscalização com apoio da Capitania dos Portos e da Marinha - disse Minc.

Correntes marítimas e consumo também influenciam

O biólogo marinho Abílio Soares Gomes, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), não descarta a suspeita levantada pelos pescadores, mas aponta outros fatores naturais que podem estar relacionados ao crescimento no volume de lixo:

- As correntes marítimas, ventos e outros fatores climáticos podem trazer lixo flutuante de muito longe.

Já para o oceanógrafo David Zee, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o avanço do poder de consumo da população seria um dos grandes culpados, principalmente por conta da falta de noção dos cariocas sobre o descarte adequado do lixo.

- O volume de lixo marítimo tem aumentado no Rio. Precisamos nos antecipar aos problemas inerentes ao crescimento econômico. E a questão da poluição dos oceanos é uma delas - observa Zee.

Para dirimir todas as dúvidas, a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) prometeu formar uma comissão para analisar o fundo do mar de Itaipu e diagnosticar se o despejo de resíduos no local é irregular.

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Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/participe/mat/2011/09/22/lixo-prejudica-pesca-na-praia-de-itaipu-em-niteroi-925417019.asp#ixzz1Z0l2kTzI

sábado, 24 de setembro de 2011

Embora antigo, vídeo faz um ótimo registro sobre a história de Lars Grael




Para registro: Uma antiga mas ótima e comovente entrevista com Lars Grael que encontrei no YouTube. O vídeo é do Programa Momento de Decisão, da Rede Minas de Televisão, apresentando por Liliane Carneiro Costa. A matéria foi preparada quando Lars Grael ainda era Secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Governo do Estado de São Paulo, cargo que ocupou até março de 2006.

O programa aborda a carreira de Lars Grael, seus resultados esportivos, o seu acidente, a volta por cima, a sua contribuição na área pública e os resultados obtidos são comentados por atletas como Robert Scheidt e profissionais que trabalharam com ele.

Como irmão-coruja assumido, recomendo o vídeo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Projeto Grael passa a compor a Rede de Colaboradores do Golfinho Flíper

Golfinhos Flíper em águas no entorno do Arquipélago das Cagarras. Crédito: Liliane Lodi. (Instituto Mar Adentro)


Golfinho flíper (Tursiops truncatus)

Ontem (23/09/2011), o Projeto Grael recebeu a visita da pesquisadora e ambientalista Liliane Lodi, uma das mais destacadas estudiosas dos mamíferos aquáticos do nosso litoral, em particular dos golfinhos que habitam a nossa região. Autora de diversos trabalhos científicos e de divulgação sobre a importância de preservação estas espécies, Liliane Lodi fez uma palestra para os alunos do Projeto Grael, dando início a uma perceria: os alunos do Projeto Grael quando estiverem no mar, ajudarão o trabalho científico da pesquisadora observando e registrando as avistagens destes mamíferos.

Com uma enorme extensão geográfica e variedade de ecossistemas, o Brasil é dono de um magnífico patrimônio biológico. Isto é motivo de grande orgulho, mas ao mesmo tempo, envolve uma imensa responsabilidade em criar e implementar estratégias de proteção desses locais e da vida selvagem que neles habita.

Um dos objetivos inseridos no Projeto Ilhas do Rio, sob responsabilidade do Instituto Mar Adentro e patrocinado pela Petrobras Ambiental, é monitorar a dinâmica populacional dos golfinhos-flíper que vem sendo estudada no Arquipélago das Cagarras desde 2004, através da obtenção de dados sobre fidelidade de área, tamanho e composição de grupo e organização social.

O golfinho-flíper é uma espécie comum em águas costeiras do Rio de Janeiro. No entanto, informações sobre seus padrões de ocorrência, distribuição e movimentos ao longo do estado ainda permanecem pobremente conhecidos.

O Projeto Grael irá compor a rede de colaboradores informando dados sobre avistagens ao Instituto Mar Adentro, tais como coordenadas, comportamento, número de indivíduos no grupo, etc. Esses dados são muito importantes para o conhecimento da espécie.

Você também poderá participar, preenchendo a ficha de avistamento que está disponível nos seguintes endereços. Lá também você aprenderá a identificar esta espécie de golfinho:

http://www.cagarras.com.br/
http://www.clubecariocadecanoagem.com.br/
http://www.tempodefundo.com.br/
http://www.ondazul.org.br/
http://www.urcacanoeclube.com.br/

Os golfinhos observados em seu ambiente natural são animais selvagens e podem sofrer várias injúrias e molestamentos se não admirados à distancia, com cuidado e respeito. Interações irresponsáveis com o homem podem ameaçar a saúde e segurança de todos.

Lembre-se: golfinhos podem abandonar uma área se forem continuamente perturbados. Você é parte do esforço global para ensinar as pessoas a protegerem os golfinhos e o seu ambiente.

Especialistas criticam falta de fiscalização sobre a pulverização de agrotóxicos feita por aviões

Veneno sobre as nossas cabeças!!!



A falta de fiscalização sobre a pulverização de agrotóxicos feita por aviões nas lavouras brasileiras foi criticada pelos participantes durante debate, nesta quinta-feira, da subcomissão da Comissão de Seguridade Social e Família que estuda os impactos desses produtos na saúde dos brasileiros.

O Brasil tem cerca de 70 fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para cuidar de toda a pulverização aérea de agrotóxicos e adubos feita nas plantações agrícolas do País.

Anualmente, 20 milhões de hectares de lavouras recebem esse serviço, sendo mais da metade dessa área ocupada por soja, de acordo com dados do próprio ministério e do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola

Vale destacar que o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo. Foram cerca de 1 bilhão de litros em 2009. No mesmo ano, 115 pessoas morreram contaminadas com esse tipo de produto e quase 4 mil ficaram intoxicadas segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Desafio

O chefe da Divisão de Aviação Agrícola do Mapa, José Marçal dos Santos Junior, admite que faltam profissionais. “Há uma demanda reprimida de fiscais no ministério, tendo em vista que vários fiscais foram aposentados nos últimos anos, e não houve uma reposição no mesmo volume. Então existe uma carência de fiscais, não só na área de aviação agrícola, mas nas demais áreas de competência do Ministério da Agricultura.

E a falta de fiscalização do uso de agrotóxicos, seja pelo ar ou por terra, é um dos principais desafios da subcomissão da Câmara que avalia a atividade, segundo o presidente do grupo, deputado Osmar Terra (PMDB-RS). “Há leis, aliás, leis até rígidas, mas não há estrutura dos órgãos públicos para fazer o controle disso. Essa é uma questão que também temos que avaliar.”

Para Osmar Terra, o debate mostrou que o problema inclui também a aplicação de agrotóxicos por terra, seja por pessoas ou por máquinas, que atualmente não possui nenhuma regra. Na avaliação do parlamentar, talvez o “problema maior” seja a pulverização feita manualmente, em 85% da área, enquanto a aviação agrícola pulveriza os 15% restantes. “Mas tem que haver também um controle mais rígido possível. Nós queremos que o Brasil produza mais, e que a população esteja mais protegida.”

Pulverização

A pulverização aérea de lavouras é feita por mais de 1300 aeronaves no País, de acordo com o sindicato da categoria. A prática deve seguir regras federais, divididas basicamente assim: o que trata de avião e piloto compete à Agência Nacional de Aviação Civil; já a parte dos agrotóxicos e da saúde humana é de responsabilidade do Ministério da Agricultura.

Entre as obrigações do setor agrícola está a de não fazer pulverizações a menos de 250 metros de mananciais e 500 metros de povoados. Não há regras sobre distância de rodovias nem estimativas oficiais de denúncias sobre violações das normas.

Reportagem – Ginny Morais/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo

Reportagem da Agência Câmara de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 23/09/2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entrevista: Lars Grael fala sobre a poluição da Baía de Guanabara e sobre o trabalho ambiental do Projeto Grael

Lars Grael

Entrevista – Lars Grael

ITB News - Como você analisa os grandes desafios do saneamento, dentre tantas prioridades citadas pelo setor público? O saneamento é priorizado nas políticas públicas?

Lars Grael - Nos governos anteriores o que se verificou foi que os investimentos em saneamento, na maior parte, não saíram do papel e ficaram em uma faixa muito menor do crescimento do país. Ainda há o pretexto de que obra de saneamento é dinheiro enterrado em baixo da terra, então o governo acaba priorizando outras ações que podem render mais votos. A conscientização da população tem que mudar para que a sociedade cobre dos governos municipais, federais e estaduais e mostre que investimento em saneamento é fundamental sim.

ITB News - De alguma forma, em sua opinião, o déficit gigante em coleta e tratamento de esgotos também traz impactos ao desenvolvimento do esporte?

Grael - No esporte muitas vezes verificamos investimentos em infraestrutura em que o próprio saneamento, compatível com a obra, não acontece. Pior que isso é observarmos que o Rio de Janeiro vai sediar os jogos olímpicos em 2016 e por falta de investimentos em saneamento, coleta e tratamento de esgoto temos uma Baía de Guanabara linda, porém emporcalhada, sem oferecer condições técnicas para competições de vela, competições de remo e canoagem. Estas modalidades também estão de alguma forma, comprometidas devido à péssima qualidade de água.

ITB News - É possível dizer que houve avanços na despoluição da Baía de Guanabara, após tantos anos do PDBG? E no caso do Rio de Janeiro, especificamente, a cidade e o Estado tem condições de minimamente despoluir a Baía antes das Olímpiadas 2016?

Grael - O plano de despoluição da Baía de Guanabara já tem 16 anos de existência de investimentos descontinuados; até agora menos de 30% das obras foram efetivamente concluídas. Por isso não acredito que nos próximos cinco anos os outros 70% possam ser concluídos. Mas ainda a tempo de ter responsabilidade pública em relação aos investimentos para que a redução da poluição da Baía continue. Este objetivo deve ser levado como um plano diretor do Rio de Janeiro, não somente na cidade, mas em todo o estado.

ITB News - Como o Projeto Grael acompanha estes desafios?

Grael - Temos dois projetos. Um em parceria com a companhia de limpeza de Niterói, onde temos uma embarcação para limpeza de lixo, com tecnologia francesa, e que faz a coleta do lixo superficial sete dias por semana. Mesmo com uma capacidade pequena de coleta, cerca de uma tonelada e meia, conseguimos provocar um processo de indução de comportamento. A população observa a embarcação navegando, realizando a limpeza das águas e fica sensibilizada, passa a evitar jogar lixo na água. O outro projeto é com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizamos a parte operacional de monitoramento das águas da Baía de Guanabara. Nosso papel é operar o barco que leva uma sonda e faz coleta de dados para avaliação do comportamento das correntes marítimas.

ITB News - A consciência ambiental dos jovens ainda é pequena para os temas da poluição generalizada em nossos cursos d'água?

Grael - A conscientização entre os jovens é crescente, mas ainda pequena. Iniciativas como as que desenvolvemos no Projeto Grael deveriam se multiplicar, chegar até as escolas públicas e motivar os jovens a participarem de ações voluntárias de caráter sócio ambiental, contribuindo, assim, com o meio ambiente. O projeto Grael, muito mais que um projeto de inclusão social com o esporte da vela, dá ênfase a educação ambiental; os alunos entendem toda questão do ecossistema, como a enseada da Baía de Guanabara, e realizam coletas voluntárias de lixo que estão na margem das praias.

ITB News - Com base em sua experiência internacional, quais países aproveitaram a realização de grandes eventos para melhorar a vida de sua população?

Grael - Se tratando de transformação urbana o melhor exemplo é Barcelona. O país transformou uma área degradada da cidade em uma área nobre revitalizada e ambientalmente correta.

ITB News - Como parcerias e iniciativas sociais como o Projeto Grael e o Instituto Trata Brasil podem contribuir, em sua opinião?

Grael - Pode contribuir na troca de informações e ações conjuntas para mobilizar centenas de jovens a adotarem uma nova postura, uma nova consciência ambiental e a partir de ações como esta, multiplicar atitudes que tenham um impacto relevante na sociedade.

Fonte: Instituto Trata Brasil

Ilha será 100% abastecida por energia renovável

Projeto de 87 milhões de dólares deve ser concluído ainda neste ano, foto: Jose Mesa.

Por Luana Caires


Localizada a 1500 quilômetros da costa espanhola, El Hierro em breve será reconhecida por depender unicamente de sua própria energia renovável. Com isso, evitará a emissão de 18 200 toneladas de dióxido de carbono por ano, já que não será mais necessário transportar combustível fóssil até a ilha.

O projeto, orçado em 87 milhões de dólares, prevê a criação de um parque eólico de 11.5 MW e de uma usina hidrelétrica de 11.3 MW, que devem fornecer 80% da energia utilizada pelos 11 mil habitantes locais. O restante será produzido por meio de coletores solares termais fotovoltaicos conectados à rede elétrica. Se tudo correr como esperado, as obras deverão ser concluídas ainda neste ano.

Muitos têm se referido a El Hierro como a primeira ilha autossuficiente em energia renovável, mas é preciso lembrar que a pequena Samsø, na Dinamarca, há anos depende apenas da energia limpa que produz

Samsø, a primeira ilha a depender exclusivamente de energia limpa, foto: Plougmann
 
Tudo começou em 1997 quando a ilha, de 48 quilômetros de comprimento e 24 quilômetros de largura, venceu uma competição do governo dinamarquês para tornar-se uma comunidade modelo na produção e utilização de energia limpa. Desde então, 21 turbinas eólicas foram construídas em Samsø para atender às necessidades dos seus 4 mil habitantes. O aquecimento das casas de suas 22 aldeias fica por conta de grandes painéis solares e usinas movidas a caldeiras alimentadas por lascas de madeira e palha.
Mas nem por isso a iniciativa de El Hierro deixa de ter importância. Projetos como esses devem ser celebrados e incentivados, pois são exemplos de locais onde as sementes do nosso futuro energético estão sendo lançadas.
Via: Inhabitat

Fonte: O Eco