terça-feira, 30 de novembro de 2010

Carta de uma velejadora

O esporte é algo maravilhoso. A vela, então, é um privilégio! Os amigos que fazemos valem mais do que qualquer prêmio. Ganhar é bom, mas não é essencial. Temos, todos, que aprender a perder: seja na vida ou na vela. Em um campeonato normal, EM nível brasileiro, que tem em média 130 barcos, apenas 1 ganha, para 129 perderem! Imagina, se todos esses 129 atletas desanimassem, parassem de velejar e ficassem se queixando? O esporte literalmente acabaria...

A vela é um dos poucos esportes em que se tem contato integral com a natureza. Você, para velejar, precisa dos ventos, algo bem abstrato para muitos, mas nossa fonte de alegrias. Nós, velejadores, sabemos usar esse vento, usá-lo a nosso favor. Diferentemente dos outros esportes, a vela tem como quadra, o mar. E esse mar, não é pequeno. Uma sensação única de liberdade, de satisfação.

O Optimist, como muitos dizem, é apenas uma fase na vida de um velejador. Com 15 anos, esse velejador terá que realmente tomar uma decisão: qual caminho seguir? Alguns, infelizmente param, outros continuam. Laser, 420, 470, 49er, 29er, Snipe, Star e etc. são opções de barcos futuros. No optimist, aprende-se o básico da vela, o básico do que um velejador usará em sua vida. Claro, que se bem aproveitada, essa “vida optimista” poderá sim, ser um período de vitórias e conquistas. Mas, lembrando: o importante não é vencer, é aprender a competir. A maioria dos grandes velejadores da atualidade passou pelo optimist e, nenhum deles foram grandes fenômenos mirins, mas ao mudarem de classe, realmente brilharam.

O que eu tenho a dizer a vocês, futuros velejadores, é que não desistam nunca desse esporte maravilhoso que é o iatismo. Um esporte que você aprende a respeitar seus adversários e seus próprios limites. Um esporte, que diferentemente de outros esportes, nada é planejado. No basquete, por exemplo, se você treinar repetidamente um arremesso, você irá usar pra sempre aquela medida de força, aquele posicionamento e tudo o mais, pois a distância da cesta até você não muda. Na vela, tudo é improvável. Os ventos mudam, as rondadas mudam. A cada dia de velejada, você regula sua vela de um modo diferente, você se posiciona no barco de um modo diferente. Isso que é o especial da vela, nada é premeditado.

Como todos, eu entrei na vela com muitos medos. Tinha medo de ventos fortes, medo do contato com os barcos na largada, medo do meu próprio medo, no final das contas. Porque, com o tempo, eu aprendi a aproveitar. Se o vento está forte demais, curta a velejada! Na largada, se supere, arrisque!

Lembro do meu primeiro Campeonato Brasileiro, em Fortaleza. Lá, o vento era forte, e eu era pequena e inexperiente. Todo dia ia para as regatas chorando. Meus técnicos e minha mãe conversavam comigo e eu descia para a raia. Com olhos vermelhos do sal, pernas doendo de escorar, eu voltava para o clube. Alguns dias eu não corria todas as regatas, mas mesmo assim, foi muito gratificante. Era ótimo voltar para o clube e ver todos te parabenizando, por ter sido forte. Sentia-me campeã, mesmo chegando mal nas regatas. Superação, isso sim é melhor do que qualquer vitória.

Alguns meses depois, posso dizer o que realmente foi superação. No Campeonato Estadual, o qual eu nem ao menos pensava em colocação nas regatas, não via as súmulas, apenas velejava cada regata, como se fosse uma regatinha qualquer de final de semana, acabei saindo como Campeã Estadual. Não posso me esquecer do último dia de regatas, quando cheguei no bote e estava meu técnico me dando parabéns e virando meu barco, como tradição.

Como eu iria imaginar, que há 2 anos atrás eu estaria onde estava? Como iria imaginar que aquela parte do clube, que é cheia de barcos e que poucos reparam, seria hoje, a minha 2ª casa? Como iria imaginar que 3 anos na frente, eu estaria aqui, falando do que é velejar, compartilhando minhas experiências e aflições com os futuros iatistas?

Na vida, tudo que você consegue é pelo seu esforço. No esporte não é diferente, muito menos na vela. Com empenho nos treinamentos, com força de vontade, tudo o que você quer você consegue. Eu, por exemplo, sempre tentei me dedicar à vela. Nunca fui grande velejadora, mas o que eu realmente quis, eu consegui, com muito esforço: um título (estadual), a classificação para o Norte-Americano, que foi em Curaçau, no Caribe e a classificação para o Sul-Americano em Salinas, no Equador. Querer é poder!

Aproveitem todos os seus momentos na vela, pois “Velejar é Preciso”!

Elisa Carvalho de Andrade, velejadora desde os 08 anos de idade do Clube Naval Charitas, hoje velejadora da Classe Laser com 16 anos.
Vice- campeã estadual de Laser 2010

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O presente texto me foi enviado, por e-mail, por Fernanda Hoffmann, do Projeto Grael.

Preben Schmidt: a inspiração de gerações de velejadores da família Schmidt Grael



Preben Schmidt



Um pouco da história de PREBEN SCHMIDT

Nome: PREBEN TAGE AXEL SCHMIDT

PREBEN E A FAMÍLIA SCHMIDT GRAEL: Preben Schmidt, foi um dos precursores da vela no Brasil, sendo o principal responsável pela tradição da família Schmidt Grael na vela. A primeira geração vencedora foi de Margrete Schmidt (pioneira da vela feminina. Era ótima velejadora e disputava contra os homens, tendo conquistado títulos importantes), Axel e Erik Schmidt, todos filhos de Preben. Conhecidos como os Gêmeos do Mar, foram tri-campeões mundiais da classe Snipe, os anos 1961, 1963 e 1965. Também tiveram duas participações olímpicas: Jogos do México, em 1968, quando terminaram em 7 lugar na Classe Star e nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, quando terminaram em 6 lugar, na Classe Soling. Na geração seguinte - dos seus netos - obtiveram destaque Torben Grael (5 medalhas olímpicas), Lars Grael (2 medalhas olímpicas). Rolf Schmidt (filho de Erik) e Anders Schmidt (filho de Axel Schmidt). A terceira geração, dos bisnetos, começa a despontar: Marco e Martine (filhos de Torben) e Nicholas e Sofia (filhos de Lars).


RÁPIDA CRONOLOGIA:
  • 1898: Nasce em Fredericksberg, na Dinamarca. Filho de Axel Frederick Schmidt, um oficial de cavalaria, e de Margrethe Hastrup, dona de casa.
  • 1916: Durante a I Guerra Mundial, Preben Schmidt alistou-se como voluntário no Batalhão Acadêmico, onde foi promovido a chefe de pelotão em 1921.
  • 1917: Forma-se em Filosofia, pela Universidade de Copenhague
  • 1922: Forma-se em Engenharia Civil na Escola Politécnica de Copenhague, Dinamarca. Teve como professor o físico Niels Bohr. No mesmo ano de formatura de Preben, Bohr conquistava o Prêmio Nobel de Física pelas pesquisas sobre a estrutura dos átomos e as suas radiações.
  • No mesmo ano, o veleiro AILEEN, da Classe 6 Metros, chegou ao Brasil tendo como proprietário um norueguês residente em Niterói, Henry Martiniusen. Logo depois passou a pertencer a um “sindicato de estrangeiros” fazendo parte o norueguês, um escocês, Sr. Ralph Blaire, o dinamarquês Preben, que formalmente em 1932 passou a ser o único proprietário do barco.
  • 1923-1924: PREBEN SCHMIDT cumpriu o serviço militar na Guarda Real de S. M. Rei Cristiano X. Serviu nos palácios reais de Amalienborg, Sorgenfri, Charlottenlund e Hvidovre, este último a residência da Imperatriz da Rússia, nascida princesa da Dinamarca e filha do Rei Cristiano IX.
  • 1923: Contratado como engenheiro civil na firma de engenharia dinamarquesa Christiani-Nielsen, em Copenhage.
  • 1924 (17 de julho): PREBEN SCHMIDT foi transferido para a filial da empresa Christiani-Nielsen, estabelecida na cidade do Rio de Janeiro. Antes disso, esteve 6 meses em Dakar, Senegal, na África. Ao desembarcar no Rio de Janeiro, distraiu-se e lhe roubaram uma das malas, logo a que continha vários livros de engenharia, escritos em dinamarquês. Sempre lamentou este fato.
  • 1925: Torna-se sócio do Rio Sailing Club, em São Francisco, Niterói.
  • 1931: Casa-se com Helene Jelinski, alemã nascida em Lyck, na Prússia Oriental. O casal conheceu-se no Rio de Janeiro.
  • 1932: Foi nomeado Engenheiro de Seção da empresa Christiani-Nielsen.
  • 1936: HAGEN SHARPIE - Preben Schmidt colaborou com seu amigo Harry Hagen na modernização do projeto e os barcos passaram a chamar-se Hagen Sharpie 1936, em homenagem a Mr. Hagen. A forma da proa, até então arredondada (spoon bow), foi alterada, tornando-se mais pontuda e dando mais comprimento ao barco. Foram os primeiros barcos construídos no Brasil com o fundo em V, e ficaram bastante conhecidos na Baía por suas velas vermelhas, da Carter & Cranfield. Em 1945, o RYC tinha uma flotilha de 10 barcos e a Escola Naval tinha três. Em 1947, o Clube já tinha 14 barcos e outros oito em construção. As regatas eram disputadas com rodízio de barcos e daí saíram os emblemas que hoje adornam o bar do Clube - eram bandeiras içadas ao topo do mastro, para identificarem o timoneiro daquela embarcação a cada regata. Cada timoneiro tinha o seu emblema, pessoal e intransferível.
  • 1943: Foi nomeado Engenheiro Chefe da Christiani-Nielsen
  • 1944: Foi nomeado Diretor Técnico da Christiani-Nielsen.
  • 1958, Foi nomeado Gerente Geral da Christiani-Nielsen
  • Em 1968, PREBEN SCHMIDT se aposentou do cargo de Gerente Geral da empresa Christiani-Nielsen. Passou a exercer a engenharia como profissional autônomo.


OBRAS REALIZADAS:

Em 1976, a meu pedido, o próprio Eng. Civil Preben Schmidt preparou uma lista de suas realizações, em texto datilografado intitulado: “Relação das obras em que participei como Projetista, Engenharia Calculista e Inspetor de Obras” (Preben nunca perdeu o forte sotaque e tinha uma forma toda própria de escrever em português). No texto, que lista todas as principais obras de sua carreira, Preben ressalta que somente não realizou obras nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Piauí.

Dentre as muitas obras, as principais realizadas no Rio de Janeiro foram (conforme as suas próprias palavras):

PONTES DE ESTRADAS RODOVIÁRIAS
  • Cabo Frio (sobre o canal Itajuru, próximo ao ICRJ.)
  • Pontes na Estrada Rio Petrópolis- 6 unidades
  • Estrada Petrópolis-Correias.
 PONTES PARA ESTRADA DE FERRO
  • 7 unidades
 ESTALEIROS
  • Dique Seco: Ishikawajima - no Caju.
  • Carreira: Estaleiro Verolme - Angra dos Reis
CAIS DE ATRACAÇÃO
  • Píer Mauá- Docas do Rio - 13m de profundidade x 920 m extensão
  • Caju- Docas- 10 metros x 250 m
  • Angra dos Reis- 8 metros x 400 m
  • Niterói- 6 metros x 100
 PONTES DE ATRACAÇÃO
  • Ilha do Governador- 3 unidades para a Shell e Esso
  • Ilha Seca- Texaco
  • Ilha Comprida- Atlantic (2 unidades)
  • Ilha redonda
  • Teguá-Petrobras
  • São Sebastião- Petrobras
  • Ilha da Conceição- Lloyd Brasileiro
  • Ilha da Conceição- Wilson
BARRAGENS E USINA HIDRELÉTRICA
  • Correias- Cia Petropolitana
  • Funil-Itatiaia- Furnas
  • Rio Grandina- Cia Friburguense
USINA TERMELÉTRICA
  • Guaxindiba
  • Santa Cruz
SILOS PARA TRIGO
  • Moinho Fluminense
  • Dianda Lopes
  • Cia Luz Stearica
SILOS PARA CIMENTO
  • Guaxindiba
FUNDAÇÕES ESPECIAIS
  • Tanques para petróleo para Atlantic, Texaco, Esso, Ilha D’Água, São Sebastião.
OUTRAS OBRAS IMPORTANTES
  • Elevador Lacerda, Salvador Bahia: Em 1930, foi construída a nova torre externa com mais dois elevedores, o passadiço e reforma geral da estrutura, pela empresa Christiani-Nielsen, com a participação do engenheiro civil Preben Schmidt.
  • Cais do Valongo, no Porto de Santos.
  • Ponte sobre o Rio Pinheiros (SP)
  • Cais do Porto de Madre de Deus, Bahia.
  • Cais do Porto de Rio Grande (RS)



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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Participe da XI Regata Preben Schmidt, promovida pelo Rio Yacht Club. 18 de dezembro

Aileen, barco da classe 6 metros construído em 1912 e que pertenceu a Preben Schmidt, veleja diante do Pão de Açúcar.

No belíssimo poster de divulgação da XI Regata Preben Schmidt, o barco Aileen (construído em 1912), que pertenceu ao dinamarquês Preben, precursor da tradição da família Schmidt Grael na vela, veleja na Baía de Guanabara com Torben Grael no comando.

Preben Schmidt foi um engenheiro dinamarquês, que veio para o Brasil em 1924, transferido pela empresa Christiani-Nielsen. Antes de aportar no Rio de Janeiro, o jovem engenheiro, tinha prestado serviços por seis meses à sua empresa em Dacar, na África.

Chegando ao Rio de Janeiro, radicou-se em Niterói, e firmou residência na Estrada Fróes, na orla da Baía de Guanabara e passou a dedicar-se à vela. Quando ainda vivia na Dinamaraca, seu esporte principal não era a vela, mas o hipismo, no qual sagrou-se campeão em competições européias.
 
Em Niterói, ajudou a estruturar o Rio Sailing Club (que depois passou a chamar-se Rio Yacht Club) do qual foi muitas vezes comodoro.
 
O barco Aileen, da Classe 6 Metros, era uma das suas maiores paixões. Considerado um dos mais antigos barcos ainda em uso no Brasil, pertence hoje a Torben Grael, que o mantém com o mesmo carinho e dedicação que Preben fazia.
 
Em homenagem a Preben Schmidt, o Aileen é o símbolo da Regata que é dedicada a barcos de época. Na competição, o belo Aileen compete com outros barcos que também enchem a Baía de Guanabara de estilo e beleza: o Guida, de Lars Grael; o Linnie, de Erik Schmidt e o Barbra, de Axel Schmidt. Os dois últimos velejadores são filhos de Preben Schmidt, tri-campeões mundiais da Classe Snipe e foram os grandes incentivadores e professores de Torben e Lars nas conquistas dos inúmeros títulos conquistados.
 
A Regata Preben Schmidt atrai anualmente um número crescente de barcos de época e também de outros velejadores. A regata já é considerada uma das mais esperadas e prestigiadas do calendário da vela na Baía de Guanabara. Mais do que uma competição, é a grande confraternização de fim de ano da comunidade náutica fluminense.
 
Não perca esta festa. Até lá e BONS VENTOS.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Responsabilidade Social Empresarial tem futuro?

A pergunta é pertinente.

Aumenta o debate sobre as políticas de sustentabilidade nas empresas e no mercado. Em tese, elas deveriam contribuir para resolver as crises financeira e climática. Mas não é o que se vê. Muitas empresas que hoje trabalham a sustentabilidade apresentam sua gestão numa “escadinha evolutiva”: primeiro, foi a fase do investimento social privado em ações e projetos comunitários, culturais, etc. Depois, foi a fase da gestão responsável e agora, da sustentabilidade. Isto significa que a RSE ficou para trás, que é coisa do passado?

Avaliemos.

Ganhou terreno nos anos 1990 a idéia de que faz parte do papel das empresas tratar dos problemas sociais. Este conceito foi aceito e assimilado, fazendo com que as empresas saíssem de uma postura defensiva e assumissem a iniciativa nos temas sociais. Elas iniciaram um processo de diálogo com as partes interessadas no negócio que permitiu minimizar os impactos negativos da atividade e potencializar os ganhos para vários setores da sociedade.

No entanto, este diálogo ainda teve dificuldade de ser incorporado no coração do negócio e na sociedade. Isso só veio a acontecer com a emergência das questões do aquecimento global. Mas, as mudanças de processos em andamento abarcam apenas os problemas ambientais, deixando de lado a distribuição de riquezas. As empresas não conseguem avançar no modelo de gestão, no planejamento e na adoção de práticas transformadoras do mercado e da sociedade.

É preciso ressaltar os progressos havidos em relação a alguns temas, como combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e à corrupção. No entanto, o cerne da responsabilidade social empresarial ainda não está nem perto de acontecer: o forte viés de “produzir resultados para todos”. Por meio de uma gestão baseada no diálogo com as partes interessadas, a empresa socialmente responsável consegue promover um processo que distribua as riquezas produzidas para toda a sociedade.

A consciência das mudanças climáticas trouxe avanços ao movimento. O avanço é o fato de o aquecimento global ser entendido como uma oportunidade de negócio única. Haverá a necessidade de se repor tudo o que existe: produtos, serviços, processos, para fazer emergir a economia de baixo carbono. O perigo do retrocesso reside, justamente, nesta oportunidade, uma vez que a mudança pode ser feita com os mesmo princípios e valores da “economia velha” que precisa ser substituída, a mudança – a distribuição das riquezas - pode não ocorrer. As empresas ganham a “boa vontade” dos consumidores e da sociedade, mas nada muda na prática. Estaremos, assim, “fazendo mais do mesmo”.

O desafio é superar este impasse, associando a responsabilidade social ao protagonismo das empresas na transformação que está vindo. Mas qual protagonismo? Na verdade, podemos dizer que são “protagonismos”: de criar e praticar novos padrões de produzir e se relacionar com o mercado, o de desenvolver a cadeia de valor, o de influenciar políticas públicas e o de provocar o Estado a também mudar suas práticas, estabelecendo incentivos e critérios de compras que privilegiem a economia verde.

O mundo futuro está sendo desenhado a partir das crises atuais e seus padrões ainda estão sendo definidos. Vai defini-los quem tiver protagonismo e liderança.

Fonte: Instituto Ethos

O trabalho das ONGs diante da proposta da escola em tempo integral

Matéria na imprensa:

Educadores do Brasil e do exterior discutem em Brasília educação integral

Seminário internacional Educação Integral em Jornada Ampliada acontece de 24 a 26 de novembro

Educadores, gestores governamentais e de universidades públicas brasileiras vão trocar experiências sobre educação integral com representantes dos governos da Coréia do Sul, Espanha, França, Inglaterra e Finlândia. A partir de quarta-feira, 24, até sexta, 26, na Academia de Tênis, em Brasília, eles participarão do seminário internacional Educação Integral em Jornada Ampliada, promovido pelo Ministério da Educação.

Da parte brasileira, participam do evento os coordenadores estaduais e das capitais do programa Mais Educação, representantes das secretarias estaduais de educação e das 45 universidades públicas que trabalham na formação de professores, gestores e monitores do programa nas 27 unidades da Federação.

Jaqueline Moll, diretora de educação integral da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, explica que haverá discussões e reflexões sobre as experiências de educação integral no âmbito das políticas públicas. Segundo a diretora, os debates serão concentrados em temas como organização curricular, financiamento, formação de professores e de profissionais de apoio, alimentação e espaços escolares.

Outro ponto do seminário de interesse dos gestores públicos é o conhecimento das experiências com educação integral desenvolvidas por esse grupo de nações européias e do leste da Ásia. Argentina, Chile, Cuba, Canadá e Nova Zelândia também foram convidados, mas seus representantes ainda não confirmaram presença.

Desafio

Não copiar modelos, mas ouvir, perguntar e dialogar com as nações é o caminho do Brasil, segundo a diretora. Ela salienta que o país tem o desafio de oferecer escola em tempo integral a 53 milhões de crianças e jovens da educação básica, conforme dados do censo escolar de 2009.

No país, a educação integral nas redes públicas estaduais e municipais da educação básica é recente. As primeiras escolas começaram oferecer educação integral em jornada ampliada em 2008. Em 2010, dez mil unidades de ensino receberam recursos do MEC para atender 2,2 milhões de estudantes em jornada ampliada.

(Ionice Lorenzoni, da Assessoria de Imprensa do MEC)


Fonte: Jornal da Ciência

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MINHA OPINIÃO:

O debate sobre a educação em tempo integral tem ganhado corpo no Brasil e é estratégico para a construção do futuro do precário sistema de educação no país. Segundo a ideia, o sistema de meio turno seria alterado, aumentando a jornada do aluno e a carga horária efetiva de aulas, o que permitiria, inclusive que a escola fornecesse a alimentação (almoço). O que parece uma grande novidade e um enorme desafio para nós, já é praticado na maioria dos países desenvolvidos e até mesmo em desenvolvimento.

É bom lembrar que o turno único já integrou o sistema de educação do RJ na época do programa dos CIEP, implantado pelo saudoso Darci Ribeiro.

Diante da proposta, algumas perguntas e considerações são pertinentes:

1- ESCOLAS: Como resolver o problema da falta de escolas? Mais horas do aluno na escola, demandará mais escolas, pois hoje a escola recebe alunos no período matinal, no vespertino e até noturno. Se será um turno único, em princípio cada escola, com a estrutura atual, só poderá receber a metade ou um terço dos alunos.

2- PROFESSORES: Hoje, a escola pública não consegue atrair professores na quantidade e na qualidade que precisa. Como será resolvido o problema no cenário da escola em turno ampliado?

3- VERBAS: Como ampliar o orçamento da União, estados e municípios para custear a nova escola?

4- SOCIEDADE CIVIL: Como que as ONGs que têm foco de atuação nos estudantes da rede pública (programas de esportes, cultura, profissionalização, etc) se adaptarão? Hoje, etas organizações têm um importante papel de complementar a atuação da escola formal, suprindo atividades que garantem um significativo ganho de qualidade na educação pública.

Desafio para as ONGs: adaptar a sua atuação ao novo cenário

A resposta à última pergunta merece um pouco mais e reflexão. Hoje, a maioria das ONGs, como faz o Projeto Grael, oferecem o seu programa no "contra-turno": se o aluno vai à escola de manhã, participa das atividades de tarde e vice-versa. Se será turno único, como será possível? Acho que é necessário e possível conciliar, fazendo com que a atuação destas organizações parceiras da escolas sejam mais intimamente integradas na agenda da escola formal.

A escola de hoje, já sobrecarregada e incapaz de oferecer um programa mínimo de ensino que os tempos de hoje exigem (ciências, tecnologia, meio ambiente, cidadania, esportes, saúde, planejamento familiar, etc) e a do futuro, em turno único, cuja agenda ainda está em construção, ainda não será capaz de suprir toda a demanda que poderia potencialmente obter com a ajuda direta da sociedade, traves de suas organizações independentes.

A união de esforços e a integração escola + sociedade civil poderá ser muito boa, com ganhos de qualidade de parte a parte. Há alguns anos, a Fundação Itaú Social e o CENPEC adotaram como tema do Prêmio Itaú Social a expressão: "Muitos Lugares de Aprender". O tema desafiador, instigava o terceiro setor a refletir sobre como outros segmentos da sociedade podem se engajar com a escola no esforço de promover uma educação de qualidade? Esta discussão continua muito atual. O avanço da reflexão sobre o tema ajudará a achar o lugar das ONGs no futuro cenário da escola de turno único.

Axel Grael

Polêmica da exclusão da Classe Star das Olimpíadas - II

Robert Scheidt. Foto Marcelo Ferrelli. Gazeta Press

Scheidt luta por Star no Rio-2016, mas já pensa em alternativas

Carolina Canossa
São Paulo (SP)

Robert Scheidt ainda não quer pensar na possibilidade de a classe Star ficar fora das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, mas é preciso. Com o risco aumentando de acordo com o lobby dos delegados asiáticos e da Oceania da Federação Internacional de Vela (Isaf), o brasileiro já começa a pensar em alternativas para o futuro, apesar de todo o foco na campanha visando os Jogos de Londres, em 2012.

"Voltar para a classe Laser é uma possibilidade, mas não vai ser fácil fazer isso aos 42 anos, idade que eu vou ter em 2016", comentou o velejador, nove vezes campeão mundial e dono de duas medalhas olímpicas na Laser, considerado o barco mais popular do planeta. "Também poderia ir para o catamarã (multicasco), mas é muito diferente do que sempre fiz, pois você larga e acaba tudo muito rápido. Outra possibilidade é a classe Finn, mas aí eu teria que ganhar muito peso, pelo menos uns 10kg", explicou.

A chance de competir ao lado de sua esposa, a lituana Gintare Volungeviciute, atual vice-campeã olímpica da classe Laser Radial, também existe, já que nos Jogos do Rio de Janeiro a disputa na classe 470 deve ser mista. Neste caso, a europeia teria que se naturalizar brasileira. "Isso aí teria que ver com ela...Não sei, até porque ela é muito querida e conhecida na Lituânia, pois é a única medalhista olímpica mulher da história", desconversou o velejador, ciente das dificuldades deste processo.

Considerada a classe dos grandes velejadores da atualidade, a Star está momentaneamente fora dos Jogos do Rio de Janeiro porque, em reunião da Isaf realizada este mês em Atenas, sua participação foi vetada por 19 votos contra 16. A falta de representatividade do barco de quilha na Ásia e na Oceania, além da preferência dos dirigentes por barcos rápidos para atrair mídia estão entre as explicações para a decisão.

"Mas, ao meu ver, tirar a classe Star do programa olímpico é um erro tremendo, pois é o barco mais antigo e onde os grandes campeões velejam. É o caminho a ser seguido para quem já venceu na Laser e na Finn", comentou Scheidt, que ainda apelou para a competitividade das regatas. "Não são barcos rápidos, mas as disputas são metro a metro. Nas Olimpíadas de Pequim, havia um campeão olímpico diferente a cada bóia, a decisão só ficou para o fim", lembrou o medalhista de prata na China.

Os defensores da Star têm até maio para tentar reverter a situação, quando será realizada outra reunião da Isaf. "Depois, vai ficar difícil", avalia Scheidt, que vê dois caminhos como solução. "Um é tirar uma disciplina que já está no Rio-2016 e o outro, que é mais fácil, é incluir outra medalha de ouro nos Jogos. Se todas as outras classes diminuírem um pouco o número de participantes, tem como colocar os 16 barcos da Star porque o problema não é um pódio a mais, mas sim o número muito grande de atletas. O COI (Comitê Olímpico Internacional) quer evitar que os Jogos fiquem muito grandes", explicou.

Na verdade, a classe Star já saiu uma vez do programa olímpico: foi em 1997, mas por interferência do então presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, a decisão foi cancelada no ano seguinte.

Agora, além do lobby necessário juntos aos dirigentes com poder de voto na Isaf, Scheidt prevê que a classe também precisará abrir mão de alguns aspectos. "O nosso barco encareceu muito nos últimos cinco anos devido à tecnologia. Pode ter algumas restrições", comentou o atleta. Segundo ele, uma embarcação que custava R$ 58 mil reias em 2005 sai atualmente por R$ 116 mil. "A classe tem que ceder também", afirma.

Cinco medalhas nas últimas seis edições dos Jogos Olímpicos (dois ouros, dois bronzes e uma prata). Este é o recente saldo brasileiro na Star, construído por Torben Grael e Robert Scheidt, um argumento que faz os velejadores confiarem no apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a manutenção da classe no Rio-2016.


"Eles podem e devem fazer isso. Soube que o Lars Grael já falou com o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do comitê Rio-2016) sobre este assunto e o Nuzman já teve contato com o Goran Petersson, presidente da Isaf", comentou Scheidt.

Oficialmente, o COB diz que não pode interferir no assunto, mas a entidade, de fato, já começou a trabalhar nos bastidores. Até porque, com Scheidt e os irmãos Grael como competidores, esta seria uma medalha praticamente garantida no Rio-2016.

"A Olimpíada do Rio vai ser atípica para a vela, pois não tem muito vento em agosto e já conhecemos todos os truques. É uma raia que vai beneficiar muito os brasileiros", admitiu o paulista. "O Brasil, com tanta tradição, perderia muito sendo a sede porque o interesse cairia muito. Vela já é um esporte difícil de ser televisionado, mas no Rio, com as grandes estrelas, com certeza chamará a imprensa", afirmou.

Fonte: Gazeta Esportiva

Polêmica da exclusão da Classe Star das Olimpíadas - I

23/11/2010 - 16h08

Lars Grael velejando na Classe Star. Foto: divulgação.
Velejadores revelam briga política em exclusão e iniciam lobby por Star olímpica

Bruno Doro e Rubens Lisboa
Em São Paulo
 
Uma briga política entre uma das entidades mais tradicionais da vela e o órgão que comanda a modalidade no planeta está no centro da exclusão da classe Star dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. E, para que o Brasil não perca sua maior esperança de medalhas nas Olimpíadas que vai organizar, os velejadores já preparam uma guerra nos bastidores para reverter a decisão.

Nesta terça-feira, Robert Scheidt e Lars Grael confirmaram que a decisão do Congresso da Isaf (Federação Internacional de Vela) da semana passada, que definiu os eventos olímpicos para 2016 sem a classe Star, foi uma demonstração de poder. “A Classe Star completa 100 anos em 2011. Tem mais tradição que a Isaf e tem muita independência. Essa decisão foi uma tentativa de enquadrar a Star”, revelou Lars Grael ao UOL Esporte.

O barco Star foi criado em 1911 e, desde 1932, está no currículo olímpico. A Isaf nasceu em 1907, como União Internacional de Vela, mas só ganhou força em 46, quando os presidentes deixaram de ser eleitos apenas para cuidar dos encontros anuais e passaram a ter um mandato. O nome atual, inclusive, só foi dado em 1996.

“É um critério político e o Brasil vai precisar fazer lobby para que essa decisão não seja confirmada. Mas é importante lembrar que em 1997 a Star já tinha sido excluída, mas voltaram atrás”, afirmou Robert Scheidt, atual vice-campeão olímpico da classe ao lado de Bruno Prada.

“Essa pressão que o Rio como sede poderia exercer, até o presidente do COI [Jacques Rogge], que é velejador, infelizmente de Finn e não de Star. Aliás, nunca se cogitou tirar a Finn, que tem um lobby muito grande devido ao presidente do COI ter velejado nesse barco”, completa Scheidt.

Para reverter a decisão, Grael já falou com o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Organizador do Rio 2016, Carlos Nuzman. Oficialmente, o COB afirmou ao UOL Esporte que não tem como fazer nada a respeito, já que não tem ingerência para definir modalidades e provas. “É claro que o Nuzman não pode falar abertamente sobre isso, mas ele já falou com a Isaf e sabemos que o Brasil vai ter muita força política nesse decisão”, fala Lars.

A aposta é na força da Star na sede dos Jogos. “Sem a Star, a vela vai perder muito em público, em mídia, em apelo no Brasil. Não faz sentido tomar essa decisão aqui”, diz Lars. “A Isaf fala que a decisão é pela TV, pela velocidade, mas em Pequim, foi a classe que teve a final mais emocionante. A exclusão vai contra as próprias ideias da entidade”, completa Scheidt.

Além dos problemas por parte da Isaf, Robert Scheidt também afirma que a própria classe Star precisa ceder e se enquadrar ao que pede a entidade, o que faria a classe perder parte de sua independência. Pela tradição e a força independente que a categoria tem e pelo aumento significativo de valores de equipamentos nos últimos anos, Schedit vê certa arrogância da classe.

“A Star sabia que estava em problemas e argumentou apenas com a tradição. A classe tem que ceder também. O barco encareceu muito nos últimos anos e deveria ser coibido isso. Um barco da Star hoje custa 50 mil euros, sendo que há cinco anos custava 30 mil. A tradição e as próprias regras da Star complicam, a classe precisa ceder e se adaptar ao que pede a Isaf. Está mais complicado desta vez. O que vi dos e-mails é que a reinclusão é a melhor forma de tentar voltar. O que pega para a Star é querer incluir os seus e tirar atletas de outras classes”, afirma Scheidt.

A decisão definitiva sobre as classes será tomada apenas em 2011, no Congresso anual da entidade que ocorre em maio.

Fonte: UOL

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ô mundo complexo: PNUD afirma que imposto zero na Namíbia piorou a vida do pobre

Windhoek, 18/11/2010

Zerar imposto pode aumentar desigualdade

Estudo mostra que medidas adotadas na Namíbia, que eliminou tributo de 14 produtos e seviços básicos, beneficiou mais os ricos

da PrimaPagina

A simples redução de impostos sobre serviços e alimentos básicos pode agravar, em vez de reduzir, a desigualdade, indica um estudo publicado pelo CIP-CI (Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo), um órgão do PNUD em parceria com o governo brasileiro. O trabalho debruça-se sobre medidas adotadas em 2008 e 2009 na Namíbia, país que lidera o ranking do Índice de Gini, principal indicador de desigualdade de renda.

O governo do país africano zerou o IVA (Imposto sobre Valor Agregado, parecido com o ICMS brasileiro) de alguns produtos como forma de combater os efeitos da crise de 2008 e 2009. A medida, porém, beneficiou mais os ricos que os pobres, afirmam os economistas Ojijo Odhiambo, do PNUD da Namíbia, e John E. Odada, do Departamento de Economia da Universidade da Namíbia, no artigo Abordando a questão dos domicílios pobres na eliminação do Imposto sobre Valor Agregado nas commodities básicas na Namíbia. O texto afirma que abolir o IVA pode ajudar os pobres, mas é preciso avaliar o modo como eles adquirem produtos e serviços e quais eles consomem mais.

A economia namibiana havia crescido 5,5% em 2007, mas perdeu força no ano seguinte (3,3%) e sentiu o baque mesmo em 2009 (recuo de 0,8%), com reflexo no desemprego (a taxa ficou em 51,2% ou 29,4%, dependendo da metodologia usada para aferir o flagelo). A esses problemas somou-se a volta da inflação, que passou a casa dos 10%. Os mais afetados foram os pobres (27,6% da população).

A decisão de zerar o imposto ampliou uma medida já adotada em 2000. Naquele ano, o governo eliminou o IVA de oito produtos e serviços: meixoeira (um tipo de cereal) e farinha de meixoeira, milho e farinha de milho, água, eletricidade, remoção de lixo e captação de esgoto. Em 2008, foram incluídos feijão e vagem de feijão, óleo de cozinha, pão, farinha para pão e bolo e gordura animal processada.

A ideia por traz da medida era que, como os pobres gastam maior proporção da renda em bens de consumo, a supressão do imposto iria favorecê-los. Ajudaria a reduzir a pobreza e a diminuir a desigualdade, na medida em que estaria sendo abolida uma carga que pesa mais sobre os pobres que sobre os ricos. O estudo mostra, porém, que “ao contrário do esperado, os lares com renda maior beneficiam-se mais disso do que os mais pobres”.

Os autores apontam que todas as parcelas da população pagaram menos IVA com as novas medidas. No entanto, o alívio dos 10% mais ricos (157 milhões de dólares namibianos) foi três vezes maior que o dos 10% mais pobres (55,3 milhões de dólares namibianos). O mesmo ocorre quando se comparam os lares entre 10% e 20% mais pobres com os da faixa oposta (10% a 20% mais ricos).

Há duas explicações para essa distorção, segundo o estudo. Uma delas é que alguns bens e serviços com IVA zero são pouco usados pelos pobres da Namíbia. Apenas 36% das famílias de menor renda consomem energia elétrica, por exemplo — a maioria usa querosene, cujo imposto não foi alterado.

O outro motivo é que parece não ter sido considerado que os pobres, sobretudo os que moram na zona rural, não adquirem alguns desses produtos no mercado. Uma parcela significativa da farinha de meixoeira (36%), do feijão (30%) e da gordura animal (25%) é produzida pelos próprios moradores. As famílias ricas, ao contrário, dependem quase que exclusivamente do mercado para obter esses víveres. Ao mesmo tempo, certos bens que os pobres compram no comércio em grande quantidade (peixe, carne, bebidas, frutas, detergentes) ficaram de fora da lista do IVA zero.

Os autores avaliam que a política de abolir o imposto pode funcionar, mas precisa ser mais bem focalizada. “Mas o governo também deveria considerar expandir as transferências de renda”, recomenda o estudo.

TEXTO DO PNUD COMPLETO: clique aqui

Fonte: PNUD

Projetos sociais têm conseguido reverter a imagem elitista da vela

Projeto Grael: tudo começou com um toldo na praia do Preventório, em Niterói. (Foto acervo do Projeto Grael).

O nascimento da vela social

Há mais de 12 anos, quando demos início ao Projeto Grael - iniciativa pioneira de promover a educação e a inclusão social através dos esportes náuticos - enfrentamos a desconfiança de muita gente. "Um projeto social com um esporte tão elitista como a vela?"

O Projeto Grael tem origens em 1988, foi idealizado em 1996 e foi fundado, em 1998, em Niterói (RJ), por Torben Grael, Lars Grael e Marcelo Ferreira, com a minha ajuda e a colaboração técnica dos professores de educação física Cintia Knoth e Luiz Evangelista. Por parte da Prefeitura de Niterói, contávamos com a facilitação de Carlos Alberto Parizzi. Como se fosse um laboratório, ali foi concebida a base conceitual e foram testadas as metodologias para o desenvolvimento da Vela Social.

Do início num toldo na areia da praia à nossa sede atual, trilhamos um longo caminho. A busca pela sede, o aperfeiçoamento metodológico, a implantação do programa profissionalizante, a implantação dos programas ambientais. Enfim, hoje temos uma organização sólida, que abre cerca de 750 vagas/ano para estudantes da rede pública, apenas em Niterói.

Políticas públicas

Em 1999, logo após o seu triste acidente, Lars Grael teve a oportunidade de assumir uma diretoria do então INDESP (Instituto de Desenvolvimento do Desporto - já extinto) e, posteriormente, de ocupar a Secretaria Nacional do Esporte, onde transformou a experiência do Projeto Grael em uma política pública. Estava criado assim o Projeto Navegar. Mais de 33 cidades brasileiras, da Amazônia ao Rio Grande do Sul, receberam instalações, equipamentos e equipes treinadas para operar iniciativas espelhadas no Projeto Grael. Infelizmente, o Navegar pedeu muita força após a saída de Lars Grael do Ministério e, quase todas as unidades acabaram abandonadas, salvo algumas exceções, quando foram adotadas por iniciativas locais.

Depois, já como Secretário Estadual da Juventude, Esporte e Lazer, do Governo do Estado de São Paulo, Lars Grael criou o Projeto Navega São Paulo. Mais 15 unidades se instalaram no estado de São Paulo, nos seguintes municípios: Presidente Epitácio, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Santos, São Vicente, Cubatão, Barra Bonita, Piraju, Mairiporã, Ilha Comprida, Ilhabela (assumiu o Navegar local), Rifaina, Paraibuna, Rubinéia e Avaré. Ao contrário do Projeto Navegar, o Navega São Paulo, mesmo com altos e baixos, continuou ativo e muito consistente. Hoje se estrutura com base no apoio de lideranças e velejadores locais.

Outros estados também aderiram à iniciativa. Foi o caso Pará, que criou o Navega Pará, encampando algumas unidades abandonadas pelo Projeto Navegar e criando novas unidades.

Rede Náutica Educativa

Projetos sociais já formam mais velejadores do que os iate clubes.
Além da ação governamental, iniciativas de ONGs locais também deu início a importantes unidades voltadas ao desenvolvimento de esportes náuticos com objetivos sociais.

O próprio Projeto Grael expandiu-se. Atuou em Vitória-ES e Maricá-RJ (infelizmente as duas unidades foram desativadas) e mantém uma bem sucedida unidade em Três Marias (MG), em parceria com a CEMIG. Hoje, aprendemos com os problemas e com os fracassos iniciais e alimentamos o nosso entusiasmo com as muitas estórias de sucesso. Com a ajuda da UFF - Universidade Federal Fluminense, começamos a preparar uma franquia social para o Projeto Grael, de forma a expandi-lo para outras cidades. No momento, estudamos a criação de 10 novas unidades.

Diante deste rápido crescimento, a CBVM - Confederação Brasileira de Vela e Motor já estima que as iniciativas de vela social já podem estar formando mais velejadores do que os tradicionais iate clubes.

Devido a importância já alcançada pela náutica social e para fortalecer estas iniciativas, evitando que o ocorrido com o Projeto Navegar possa voltar a acontecer, o Projeto Grael apresentou uma proposta de criação de uma Rede Náutica Educativa. O objetivo é partilhar ideias, capacitar os profissionais envolvidos e promover a união entre as lideranças que promovem estes trabalhos. A CBVM já credenciou o Projeto Grael para ajuda-la a estabelecer parâmetros para a vela social e promover a Rede Náutica Educativa.

Apesar da frustração de ver o Projeto Navegar, do Ministério do Esporte, naufragar na falta de continuidade, é com muito orgulho que vemos muitas destas unidades sobreviverem e se desenvolverem, e com os seus resultados comprovarem que estávamos certos.

Resultados

No caso do Projeto Grael já beneficiamos mais de 10.000 jovens, inserimos centenas de profissionais no mercado de trabalho, formamos campeões brasileiros e regionais e, hoje, nos preparamos para ter nossos velejadores a bordo de um barco que participará da Regata Cidade do Cabo - Rio, atravessando o Oceano Atlântico.

Semana de Vela de São Sebastião (SP) foi dominada por velejadores oriundos de iniciativas de vela social.

Entre os dias 13 e 15 de novembro aconteceu no litoral norte paulista a 7ª edição da Semana de Vela de São Sebastião. Foram disputadas regatas das classes Optimist, Dingue, 420, Laser, Open Bic, Byte, Kitesurf e Holder, sendo que para esta última também aconteceu o Campeonato Brasileiro. Merecem destaque os velejadores de Ilhabela que conquistaram 17 pódios na maioria das categorias.

Veja os resultados abaixo

Optimist principiante:
1- Helio Barreto - Escola de Vela de Ilhabela
2- William Gomes - Escola de Vela de Ilhabela
3- Victor Lira - Escola de Vela de Ilhabela

Feminino
1- Larissy Leandro - Projeto Ventos e Velas
2- Melina Nahir Nieto - Projeto Ventos e Velas

Geral
1- Helio Barreto - Escola de Vela de Ilhabela
2- William Gomes - Escola de Vela de Ilhabela
3- Victor Lira - Escola de Vela de Ilhabela

Dingue iniciante
1- Wesley Vital dos Santos e Matheus Alves - Escola de Vela de Ilhabela
2- Romario Ramon Costa Inocêncio e Vitor – Projeto Ventos e Velas
3- Giovani e Anderson Carlos/ Tiago Malafaia- Projeto Ventos e Velas

Geral
1- Thiago e Laís Corhal- Navega Praia Grande
2- Wesley Vital dos Santos e Matheus Alves - Escola de Vela de Ilhabela
3- Silvio Bello e Vitor Sudbrock - Navega Praia Grande

Classe 420
1- Elder J. P. dos Anjos e José Vieira do Nascimento - Escola de Vela de Ilhabela

Laser 4.7 geral
1- Givago Pontes de Mattos – Projeto Ventos e Velas
2- Anderson Souza Brandao – Escola de Vela de Ilhabela
3-Gabriela Genúncio da C. M. Costa - Projeto Ventos e Velas

Open Bic
1- Lucas Filshill - Bl3 Armação
2- Carolina Vieira D'almeida

Byte junior
1- Venino Pontes de Mattos - Projeto Ventos e Velas
2- Jefferson dos Santos Bastos - Projeto Ventos e Velas
3- Murilo Rodrigues - Escola de Vela de Ilhabela

Feminino
1- Laleska dos Santos Leandro - Projeto Ventos e Velas
2- Maura Tassone - Escola de Vela de Ilhabela
3- Mirella Zanelli - Projeto Ventos e Velas

Paulista de Byte
1- Roberto Pontes de Mattos Filho - Projeto Ventos e Velas
2- Venino Pontes de Mattos Projeto Ventos e Velas
3- Jefferson dos Santos Bastos - Projeto Ventos e Velas

Holder iniciante
1- Gabriel Silva - Navega Praia Grande
2- Luan Ferrari - Projeto Ventos e Velas
3- Davi Monteiro M. Ferreira Projeto Ventos e Velas

Feminino
1- Mariana Matheus - Escola de Vela de Ilhabela
2- Daniela Faggiane - Navega Praia Grande
3- Natália Barbosa - Navega Praia Grande

A
1- João Paulo da Silva E Silva - Escola de Vela de Ilhabela
2- Rafael Soares - Navega Praia Grande
3- Erick Vinicius - Navega Praia Grande

B
1- Cristiano Guimarães - Navega Praia Grande
2- Thiago Ramos - Navega Praia Grande
3- Diego Souza de Lima - Navega Praia Grande

Geral válido pelo Campeonato Brasileiro
1- João Paulo da Silva e Silva - Escola de Vela de Ilhabela
2- Rafael Soares - Navega Praia Grande
3- Mariana Matheus - Escola de Vela de Ilhabela

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Ao comentar os resultados em São Sebastião, Lars Grael orgulhoso desabafou:

"O tempo prova que a boa ação pública não é aquela que dá certo, mas aquela que perpetua-se certa após a gestão dos seus criadores". Lars Grael
Estamos totalmente de acordo. Precisamos agora mostrar a força e a importância da Náutica Social e contar que na nova gestão, de Dilma Roussef, tenhamos apoio para retomar o Projeto Navegar, que infelizmente perdeu-se nas águas passadas da gestão que finda.

Enfim, está na hora da comunidade náutica nacional reconhecer, valorizar e abraçar a náutica social como o futuro do esporte, como a solução para a integração com a sociedade, para o crescimento e para a valorização da vela, longe de vez do incômodo rótulo do elitismo.

Para isso, precisamos fortalecer nos iate clubes, nas classes (categorias da vela) e federações a percepção que a eles também cabe uma ação de responsabilidade social. E para cada velejador, que haja o compromisso com o novo cenário da vela: um esporte baseado em conceitos socialmente responsáveis e engajada nas estratégias de desenvolvimento nacional.

TEREMOS ENTÃO CAMPEÕES TAMBÉM DE CIDADANIA.


Axel Grael
Presidente
Instituto Rumo Náutico - PROJETO GRAEL.

domingo, 21 de novembro de 2010

Barcos utilizados no Projeto Navegar estão "à deriva"

Irregularidades estão sendo investigadas pelo Ministério Público

Matéria de Ana Paula Santos e Marcionila Teixeira, do jornal Diário de Pernambuco.
Publicado em 20/11/2010
Fonte: site Superesportes

Em completo estado de abandono. É desta forma que se encontram os barcos utilizados pelos alunos que frequentaram as aulas de vela do extinto Projeto Navegar, que possibilitou aos alunos matriculados na rede pública de ensino de Pernambuco a prática de três modalidades: canoagem, remo e vela. Sucesso de público, o projeto certamente poderia ter rendido mais frutos para o esporte estadual, além do resgate da cidadania para meninos e meninas que até então nunca haviam tido contato com modalidades náuticas.


Os problemas em relação ao projeto, porém, vão além da inutilização das embarcações. Viraram alvo do Minstério Público Federal. Datas desencontradas, irregularidades na compra de alimentação e contratação de pessoal fizeram com que o MPF fosse acionado, ainda em 2006. Até o momento não há decisão alguma sobre o assunto.

Alguns garotos que fizeram parte das primeiras turmas até que conseguiram colocação de instrutores nas escolinhas de clubes como o Cabanga Iate Clube e o Sport. Mas o descaso e a falta de comprometimento das autoridades competentes, mais uma vez, paralisaram a iniciativa, que até hoje tem procura por parte do público. E o mais curioso é que ninguém sabe explicar o porquê de equipamentos caros estão sem utilização.

O gerente-geral da secretaria de esportes de Pernambuco, Marcus Sanchez, "ouviu falar" que restam 12 barcos e estão distribuídos em locais diferentes. "Dois estão no Sport, nove em Olinda e outros dois na Liga de Remo. Estamos com projeto próprio para criação de uma garagem de remo na Ilha de Deus, onde pretendemos usar os barcos", adiantou Sanchez, que nesta sexta-feira estará reunido com o secretário de esportes de Olinda, Fernando Ramos, e colocará este assunto em pauta.

Caiaques, canoes e optimists necessitam de reparos para voltar às águas. Estes noves barcos a que Sanchez se referiu pertencem à classe optimist - inicial da vela - e estão parados na orla de Bairro Novo, em Olinda (nas imediações do antigo Quartel). Dois ex-instrutores do Navegar, Célio José da Silva e José Santiago Oliveira, tentam reativar, por iniciativa própria, um projeto que agregou crianças com idade entre 12 e 15 anos. A falta de uso, inclusive, já causou pequenos estragos. "Os meninos faziam filas enormes para treinar. A gente está pensando em retormar por conta própria", contou Santiago.

Primeiro coordenador do Projeto Navegar, o velejador Ted Monteiro revela que, de fato, alguns barcos podem estar sendo usados na escolinha do Cabanga. "Talvez uns quatro. Confesso que não sei ao certo. Acho até que alguns possam ter se deteriorado com o tempo, pois eles têm vida útil. Fiquei à frente do projeto enquanto Lars Grael estava no comando, como secretário nacional de esportes. Passei uns dois anos e depois saí", comentou Ted.

Ainda de acordo com Monteiro, após o término do contrato de parceria com os Ministérios do Esporte e Educação, não houve interesse do governo estadual, na época, para renovação.

Números

O projeto teve início no governo de FHC, quando o iatista Lars Grael foi convidado para desempenhar a função de secretário nacional de esportes. Lars esteve no Recife para o lançamendo do Projeto Navegar, que teve núcleos espalhados por 33 cidades brasileiras. Anos mais tarde, a iniciativa se transformou, pelo menos aqui no Recife, no Programa Segundo Tempo - Navegar, já na gestão do presidente Lula.

10 optimist
10 canoe (remo)
10 caiaques

*Quantidade adquirida para começo do projeto Navegar

150 era o número de crianças atendidas em cada núcleo do Navegar em Recife e Olinda.
6 meses era o tempo de duração as aulas, envolvendo as três modalidades.

R$ 3 mil é o valor de um barco da classe optimist usado.
R$ 5 mil é quanto custa um optimist novo.
Entre R$ 1.500 e R$ 2 mil é o preço estimado de um canoe usado (depende do seu estado de conservação).
R$ 4,5 mil é o valor de um canoe zero.
R$ 500 é o valor cobrado por um caiaque usado.
R$ 30 custa um remo usado.
R$ 1,2 mil é quanto vale um caiaque novo.
R$ 60 é o preço de um remo novo.

I Festival Internacional Pequeno Cineasta homenageia o Projeto Grael

No palco frente ao ator Paulo Gracindo Jr, Axel Grael recebe a homenagem do I Festival Internacional Pequeno Cineasta. Foto acervo do Projeto Grael.

Terminou neste sábado o I Festival Internacional Pequeno Cineasta, realizado no Cine Glória, no Rio de Janeiro, de 18 a 20 de novembro de 2010.

O Festival foi uma grande iniciativa das diretoras Cristina Savian e Daniela Gracindo que plantaram uma promissora semente de um evento que tem tudo para se firmar na agenda cultural da cidade, estimulando a criatividade e o protagonismo de jovens cineastas.

Na sua primeira edição, o Festival conseguiu reunir 98 filmes, muitos inscritos por jovens cineastas do exterior. A grande participação de filmes estrangeiros foi o resultado da colaboração do British Council, que ajudou na divulgação do evento no exterior.

A premiação do Festival foi dividida da seguinte forma:
  • Mostra Competitiva Nacional – categoria filmes feitos por crianças (8 a 13 anos)
  • Mostra Competitiva Nacional – categoria filmes feitos por jovens (14 a 17 anos)
  • Mostra Competitiva Internacional – categoria filmes feitos por crianças (8 a 13 anos)
  • Mostra Competitiva Internacional – categoria filmes feitos por jovens (14 a 17 anos)


Troféu Pequeno Cineasta concebido pelo artista multimídia João Machado.
Na festa de encerramento e de premiação do Festival, os organizadores nos emocionaram com a qualidade dos filmes selecionados nas diversas categorias pelo Juri, mas também pela homenagem que nos prestaram. Conforme o registro no site do Festival:
"Homenagem ao Axel Grael pela criação do Projeto Grael, que ao longo de 12 anos vem contribuindo para a educação de crianças e jovens, que podem participar de atividades como natação, vela, cursos profissionalizantes e atividades voltadas para o meio ambiente. Já foram beneficiados cerca de 10 mil alunos da rede pública de ensino". 

O resultado do I Festival Internacional Pequeno Cineasta empolgou a todos. Ao final, dirigentes do Projeto Grael presentes à cerimônia de premiação sentiram-se estimulados a promover a iniciativa entre os seus alunos. Quem sabe na próxima edição não poderemos ter velejadores do Projeto Grael também mostrando talento como cineastas?

O nossos parabéns e os nossos agradecimentos aos organizadores do I Festival Pequenos Cineastas.

Mais informações: http://www.pequenocineastafest.com.br/

Projeto Grael recebe a delegação do secretário de Estado John McDounagh, de Maryland (EUA)

Da esquerda para a direita: secretário John McDounagh, Joanna Dutra (Projeto Grael), Debora Fajer Smith (Sister State Program), Ricardo Ermel (anfitrião no Guaiuba), Vinicius Palermo (Oceanógrafo do Projeto Grael) e Heidi Vogel (convidada). Foto do acervo do Projeto Grael.

Da esquerda para a direita: Heidi Vogel, Debora Fajer Smith, Joanna Dutra e Christa Vogel Grael, secretária executiva do Projeto Grael. Foto do acervo do Projeto Grael.

Da esquerda para a direita: Ronald Hees (secretário Executivo do Comitê Rio de Janeiro/Maryland da organização Companheiros das Américas), Debora Fajer Smith e o secretário John McDounagh. Foto do acervo do Projeto Grael.

Delegação de Maryland e acompanhantes brasileiros em frente ao Guaiuba, na Marina da Glória, logo após passeio na Baía de Guanabara. Foto do acervo do Projeto Grael.

Entre os dias 11 e 14 de novembro, uma delegação chefiada pelo secretário de Estado do estado americano de Maryland (EUA), John McDounagh, visitou o Rio de Janeiro com o objetivo de estreitar relações, alinhar projetos e preparar uma visita do governador de Maryland, Martin O'Malley (DEM), ao Rio de Janeiro no início do próximo ano.

A viagem da Delegação foi organizada pela advogada Debora Fajer Smith, presidente do Programa Estados Irmãos Maryland-Rio de Janeiro e membro do Comitê Maryland-Rio da organização Companheiros das Américas. Também integraram a representação de Maryland, Abbey Hairston e Maria Flores, ambas da Secretaria de Educação do Condado (Município) de Prince George.

Pelo lado fluminense, a organização ficou a cargo do presidente do Comitê Rio de Janeiro-Maryland, da organização Companheiros das Américas, Manuel Pacheco Sanches, e do secretário-executivo da organização, Ronald Hees.
Os visitantes foram recebidos no dia 12 de novembro pela Assessoria de Assuntos Internacionais do Gabinete do governador Sérgio Cabral. Logo após, a Delegação dirigiu-se a Niterói, para uma visita à sede do Projeto Grael, onde receberam as boas vindas pela direção da organização.

No Projeto Grael, aconteceu uma reunião com o presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói, Cláudio Mendonça, de representantes da Coordenação Metropolitana VIII da Secretaria Estadual de Educação, de escolas públicas estaduais e municipais de Niterói. Foram definidas várias linhas de cooperação e intercâmbio entre as escolas das duas cidades (Niterói e Prince George), com prioridade para idiomas, ciências, esportes e meio ambiente.

As pedagogas Luciene Avelar e Priscila Felix ficaram responsáveis pela facilitação do planejamento das atividades que serão desenvolvidas entre as escolas.

No sábado, dia 13 de novembro, o grupo foi convidado para um passeio na Baía de Guanabara, a bordo do Guaiuba, do comandante Fernando Ermel, o "Boy", onde contamos também com a atenciosa acolhida de Ricardo Ermel, colaborador do Projeto Grael.

Agora, as equipes do Rio de Janeiro e de Maryland tem um grande trabalho pela frente para planejar os detalhes da parceria, que será formalizada por um Termo de Cooperação (Memorandum of Understanding) na visita do governador Martin O'Malley ao Rio de Janeiro.

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Veja, a seguir, notícia veiculada em Maryland anunciando a viagem da Delegação daquele estado ao Rio de Janeiro:

Greenbelt Lawyer Heads to Brazil with Maryland Secretary of State; Then Heads to Harvard’s Kennedy School of Executive Education

Debora Fajer-Smith, chair of the Workers’ Compensation practice group at Joseph Greenwald & Laake, departed November 10 with Maryland Secretary of State John P. McDonough and a blue-ribbon delegation on a landmark visit commemorating 10 years of cooperation between Maryland and Rio de Janiro. Fajer-Smith is one of a handful of Maryland business representatives selected to accompany McDonough.

Greenbelt (Vocus/PRWEB) November 16, 2010


Debora Fajer-Smith, chair of the workers’ compensation practice group at Joseph Greenwald & Laake, departs November 10 with Maryland Secretary of State John P. McDonough and a blue-ribbon delegation on a landmark visit commemorating 10 years of cooperation between Maryland and Rio de Janiro. Fajer-Smith is one of a handful of Maryland business representatives selected to accompany McDonough.

“We’re heading to Brazil first to sign a second Memorandum of Understanding between the sister states of Rio de Janiro and the State of Maryland,” said Fajer-Smith, who was born in Brazil and came to this country as a child. “It is thrilling to be returning as a goodwill ambassador as we create greater alliances in the fields of renewal fuels, trade, security, and education,” she said.

The Sister States Program of Maryland has several sister partners, including Rio de Janiro, China, Japan, Korea, Poland, Mexico, Liberia, and Estonia, creating unique state to state programs that benefit the citizens of Maryland. “The caliber of volunteers we have in our program is priceless,” said Fajer-Smith, who is Maryland’s International Chair. “Brazil is unique among our sister states,” explained Fajer-Smith. “Although then Governor Parris Glendening signed the initial Memorandum of Understanding in 1999, Maryland’s relationship with Brazil dates back over 40 years.”

“Debora is the quintessential 21st century lawyer,” said JGL managing director, Burt Kahn. “She has a thriving and vigorous law practice and still manages to lend a hand with local, state, and now international programs,” Kahn continued.

Harvard’s Women in Power Program

In the May 2011, Fajer-Smith will set off for Boston, where she has been selected to attend the Harvard Kennedy School Executive Education program, Women and Power. Women and Power focuses on helping women in senior positions develop effective leadership strategies, with an emphasis on creating successful alliances and enduring partnerships. At its core, the program is an intense, interactive experience designed to help women advance to positions of influence and use them well.

Program participants will engage with Harvard faculty and other dynamic women leaders in the program to explore strategies for enhancing influence and authority in organizational and political contexts. The course uses the Harvard case study method to examine leadership challenges faced by individuals and organizations, and to consider how to apply lessons to present-day professional situations.

Joseph Greenwald & Laake is a full service law firm with 33 lawyers, practicing in several areas, including family law, business, real estate, trust and estates, tax, criminal, employment, personal injury and medical malpractice. JGL serves local and national clients in Washington, DC, and throughout Maryland. It has offices in Montgomery, Prince George’s and Howard Counties.

Learn more about JGL at http://www.jgllaw.com/.

Fonte: PRWeb





Matéria sobre o Projeto Grael no jornal EXTRA

Campeões na vela... e na vida


Foto de Guilherme Pinto, Jornal Extra.

Manhã de sol e eles estão na praia. Nenhuma novidade para os alunos do Pojeto Grael, em Niterói, acostumados com a brisa do mar e a companhia das gaivotas. Mas a vida desses garotos, com idade entre 9 e 24 anos, não é assim, só sombra e água fresca. Eles estudam para velejarem profissionalmente e, quem sabe, se transformarem em atletas olímpicos.


A cada semestre, 350 estudantes de escolas públicas são selecionados para participar das atividades. As inscrições obedecem o mesmo calendário adotado pela rede pública de ensino. Até os 15 anos, o esporte é exclusividade. A partir dessa idade, eles também recebem aulas de marcenaria náutica, mecânica para motor a diesel e de popa, eletroeletrônica, capotaria (costura náutica), entre outros.

Os alunos que se destacam na vela recebem treinamento especial, de alto rendimento. Três deles vão para a África do Sul, em janeiro, disputar a regata Cidade do Cabo-Rio.

- Quando contei na minha casa que ia para a África do Sul, ninguém acreditou. Essa vai ser uma oportunidade para eu mostrar meu talente e abrir novas portas no esporte - conta Alex Sandro Matos de Carvalho, de 21 anos, um dos atletas selecionados para a viagem.


O jovem do Morro do Preventório, na Zona Sul de NIterói, sonha alto: quer ser campeão olímpico, como seu ídolo, o hexacampeão mundial, Torben Grael.

Novas unidades

O Projeto Grael vai expandir seus cursos para outras dez cidades das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país. No Rio, serão três centros de treinamento: na Ilha do Governador, em Paquetá e na Marina da Glória. A ideia é criar, no Brasil todo, uma rede de franquias sociais, onde profissionais serão treinados para levar a metofologia do projeto para suas comunidades. O site da iniciativa é o http://www.projetograel.org.br/.

Veja o vídeo com depoimentos: Projeto Grael

Fonte: Jornal Extra On Line, Rio de Janeiro, 20-11-2004.

A matéria publicada na edição impressa foi bem mais extensa (matéria de página inteira) que o publicado na versão On Line.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ipea constata que 70% da população brasileira nunca foram a um museu ou a um centro cultural

Cerca de 70% da população nunca foram a museus ou a centros culturais e pouco mais da metade nunca vão a cinemas, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada ontem (17). A pesquisa tem como objetivo formular um indicador sobre a percepção da população em relação aos serviços prestados pelo Estado.


A pesquisa também revelou que 51,5% da população nunca vão a shows de música. Contudo, 78% disseram assistir à TV e a DVDs todos os dias e 58,8% afirmaram ouvir música diariamente. O Ipea analisou também as barreiras para o acesso à cultura. A maioria, 71%, afirma que os preços altos são um importante empecilho ao acesso cultural.

Foi pesquisada, nas cinco regiões brasileiras, a percepção da população em relação à localização dos equipamentos e espaços culturais e sua proximidade com o local onde moram. Na Região Sul, 55,3% dos entrevistados consideraram que os equipamentos culturais são mal situados; na Região Sudeste, essa é a percepção de 53,8% da população; na Região Centro-Oeste, essa percepção atinge a 44,5% das pessoas; no Nordeste, o percentual é de 51,2%; e na Região Norte, é de 43,4%.

No nível nacional, pouco mais da metade da população avaliaram que os equipamentos culturais são mal situados em relação ao local onde moram. Cerca de 41% da população têm a mesma percepção em relação aos lugares públicos de encontro. Já o comércio foi apontado como bem situado por quase 60% das pessoas.

Foram avaliados ainda os espaços verdes, como praças e parques, que são percebidos como bem localizados por 30,7% dos entrevistados. Mas, para 31% deles, esses espaços foram classificados como mal situados. Os equipamentos esportivos são percebidos como mal situados por 43,2% da população.

O Ipea ouviu 2.770 pessoas nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 5% e o grau de confiança é de 95%.

Reportagem de Roberta Lopes, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 18/11/2010.

Meio ambiente perto de conquistar mecanismo de incentivo fiscal

Empresas que investirem em projetos ambientais poderão deduzir este valor do imposto de renda. É o que nos informa o artigo abaixo, trazendo uma notícia da maior importância para ambientalistas e para os profissionais que atuam na área ambiental.

Atualmente, existem mecanismos de incentivos fiscais para a cultura, para o esporte, para projetos relacionados com crianças e adolescentes e outros temas, mas nada semelhante para a área ambiental. É uma dura realidade, bem conhecida pelas ONGs que atuam na defesa do meio ambiente. Sem os mecanismos para incentivar o setor, os recursos drenaram para longe dos projetos ambientais, pois as empresas passaram a priorizar a aplicação dos seus recursos em projetos incentivados das outras áreas "concorrentes".

A iniciativa é muito bem vinda para ajudar a fortalecer o engajamento da sociedade com as prementes necessidades de ação na área ambiental.

No entanto, achamos oportuno fazer aqui alguns importantes comentários e algumas reflexões:
  • QUE O NOVO SISTEMA SEJA MAIS EFICIENTE E MENOS BUROCRÁTICO: seria muito importante que fosse aproveitada a fase atual de concepção do novo sistema para evitar que este siga pelo mesmo caminho dos demais mecanismos de incentivos existentes: são excessivamente burocráticos e muito onerosos na sua aplicação pelo executor dos projetos incentivados. Ocorre que, com os mecanismos atuais, as exigências, por exemplo, para a aquisição de bens e serviços, para a prestação de contas e principalmente para cumprimento das exigências documentais, forçam que as organizações captadoras e executoras tenham um crescente custo da sua atividade meio, obrigando-as a montar uma equipe de profissionais para atender as necessidades de gestão e atendimento às formalidades, o que onera demasiadamente os projetos, desviando recursos das atividades fim, ou seja, promover a cultura, educar, capacitar profissionalmente, incluir socialmente, formar atletas, etc. O mais frustrante é ver que todo o cuidado governamental com a lisura e eficiência na aplicação dos recursos tem gerado muito obstáculo gerencial e não tem evitado que certos desvios aconteçam. As denúncias de má versação dos recursos públicos continuam a ocupar frequentemente a mídia.
  • O ALTRUISMO CORPORATIVO SOBREVIVERÁ? sempre me pergunto: o restaria da tão propalada e alardeada "responsabilidade socioambiental" das empresas, caso fossem extintos os mecanismos de incentivos fiscais? Quem atua no ramo sabe que é cada vez mais raro contar com o apoio de patrocínios que não sejam beneficiados através das regras de incentivos. É compreensível que as empresas priorizem o sistema, mas, a meu ver, promover a responsabilidade das empresas apenas com os recursos de renúncia fiscal do governo é uma perigosa tendência, que poderá nos levar, em breve, a um questionamento ético e até jurídico. Temo pelo desgaste do conceito original dos incentivos fiscais, fundamentais instrumentos de fomento ao desenvolvimento social e à cidadania.
Axel Grael


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Comissão da Câmara dos Deputados aprova dedução do IR de gasto com projeto ecológico




A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio aprovou na quarta-feira (10) o Projeto de Lei 3470/08, que permite às empresas deduzir do Imposto Renda (IRPJ) parte dos gastos com projetos ecológicos, com redução da poluição ambiental ou com valorização do trabalhador. De acordo com a proposta, de autoria do deputado Dr. Talmir (PV-SP), as deduções não poderão exceder a 4% do imposto devido, em relação a cada projeto, e a 10% do imposto devido em relação ao total de projetos.


A proposta institui o Programa Empresa Consciente, que tratará desses incentivos. Segundo o texto, os projetos de valorização do trabalhador poderão beneficiar funcionários, familiares e a comunidade local nas áreas esportiva, educacional, de saúde ou social. A dedução ficará condicionada à comprovação de quitação de tributos e contribuições federais. Quando houver fraude, a empresa pagará multa correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida indevidamente, além de estar sujeita a sanções penais.

O relator, deputado Armando Monteiro (PTB-PE), foi favorável à proposta. “O programa Empresa Consciente fortalece o conceito de empresa cidadã, ou seja, aquela que transcende o objetivo do lucro e adota uma conduta que valoriza o ser humano, a sociedade e o meio ambiente”, disse.

Monteiro sugeriu emenda para ajustar o projeto às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRFLei Complementar 101, que impõe ao governo o controle de seus gastos condicionado à sua capacidade de arrecadação. A lei define limites para os gastos de pessoal nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal) e para cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). O descumprimento dos limites leva à suspensão das transferências voluntárias e da contratação de operações de crédito. Além disso, os responsáveis ficam sujeitos às sanções previstas no Código Penal.), garantindo sua juridicidade e sua adequação financeira e orçamentária. Conforme a emenda, as compensações das renúncias de receitas resultantes da implantação do programa Empresa Consciente deverão estar previstas nos projetos de lei relativos às diretrizes orçamentárias e aos planos plurianuais. O programa entrará em vigor apenas após o cumprimento dessas exigências.

Tramitação

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações:
– se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra);
– se, depois de aprovado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total).

Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário., será examinada agora pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Reportagem de Lara Haje, da Agência Câmara, publicada pelo EcoDebate, 18/11/2010

Fonte do artigo: Ecodebate

Classe Star pode ficar fora da Rio 2016


Campeonato Mundial da Classe Star 2010 realizado no Rio de Janeiro.


Possibilidade contrariou os velejadores brasileiros Torben Grael e Robert Scheidt

A Federação Internacional de Vela decide até maio de 2011 se exclui a classe star das competições da modalidade na Olimpíada a partir da edição de 2016, que será no Rio de Janeiro.

A possibilidade causou preocupação nos dois principais velejadores brasileiros da atualidade: Torben Graen e Robert Scheidt.

Maior medalhista brasileiro da história Olímpica, Torben Grael lamenta as articulações de bastidores.

- Infelizmente, a decisão sobre as classes olímpicas é muito mais política do que técnica.

Ganhador de dois ouros olímpicos na classe laser, mas agora competindo pela star, Robert Scheidt disse que fará tudo que puder para evitar a exclusão.

- Eu já escrevi para eles, mostrei meu ponto de vista. Vamos ver o que acontece.

Fonte: R7

"Los Verdes son el partido del momento"

Nuevo “poder verde” avanza en Alemania

En el partido alemán Los Verdes reina el optimismo, ya que, según encuestas, su popularidad va en aumento. No sólo por su orientación ecologista, sino por su credibilidad, Los Verdes son el partido del momento

En el distrito de Berlín-Kreuzberg, uno de los más multiculturales y políticamente movidos de la capital alemana, los Verdes acapararon el 47 por ciento de los votos en 2009 con Hans-Christian Ströbele, que fue elegido diputado, logrando así el único mandato directo para el partido en todo el territorio alemán. Ströbele, diputado verde en el Parlamento Federal, piensa que los votantes conocen bien cuál es su posición. Credibilidad es la palabra clave para explicar la creciente popularidad de Los Verdes: “Somos más creíbles que los políticos de otros partidos y nuestra postura por el medioambiente se ha convertido en tema central para todos”, señala el diputado.


Camino al éxito

Los Verdes sacaron el 10,7 por ciento de votos en las elecciones parlamentarias de 2009 y, con ellos, el título del “menor partido de oposición”. Si se hoy a elecciones federales, un 20 a un 25 por ciento de votantes marcaría la boleta a favor de Los Verdes. El partido ecologista alemán nunca vivió tal euforia en las encuestas, y nunca fueron tan queridos por la población como en este momento. El panorama político alemán está cambiando, y el electorado no se ciñe, como en épocas anteriore,s a los partidos tradicionales. La Unión Democristiana (CDU) y su partido hermano de Baviera, la Unión Social Cristiana (CSU), así como el Partido Democrático Liberal (FDP) espantaron a sus adeptos en su primer año de gobierno de coalición. Y de eso sacan provecho hoy Los Verdes.

Los Verdes: ¿nuevo partido popular?

Recién cuando haya elecciones en los Länder, en 2011, se sabrá si las encuestas reflejan algo más que un estado de ánimo pasajero. En 2011 se convocará a elecciones en seis Estados y también en Berlín, donde Renate Künast, ex ministra alemana de Agricultura y hoy presidenta de la fracción de Los Verdes en el Parlamento, competirá como candidata principal por la alcaldía de Berlín con el alcalde en ejercicio, Klaus Wowereit, del Partido Socialdemócrata (SPD).

En Baden-Württemberg, otro candidato de Los Verdes, Winfried Kretschmann, podría resultar ministro presidente de ese Estado, donde el fuerte movimiento de protesta contra la construcción de la nueva central del ferrocarril en la ciudad de Stuttgart, el proyecto Stuttgart 21, hizo que Los Verdes ganaran más adeptos. Tantos, que se corre el rumor de que, en Baden Württemberg, el Gobierno de CDU y FDP pronto pasaría a ser historia.

“Luchamos por la victoria y no por un mejor lugar”, afirma Claudia Roth, jefa de Los Verdes, subrayando la ambición que los mueve. Este nuevo impulso cambiaría totalmente el panorama electoral y político en Alemania, opina Richard Hilmer, del instituto de investigación y sondeo electoral Infratest Dimap: “Por primera vez se vislumbra la posibilidad de que uno de los partidos pequeños logre colocar a un candidato de sus filas como ministro presidente de un Estado”, analiza Hilmer.

La clausura de las centrales nucleares, la protección del clima y la igualdad de género son los caballitos de batalla de Los Verdes desde hace décadas, y, entretanto, ya no son temas marginales sino que están en el centro del debate sociopolítico en Alemania. “Toda la sociedad alemana se volvió más verde”, dice el jefe del Partido, Cem Özdemirm, “y nosotros también cambiamos”.

Las discusiones sobre el curso del partido ya no terminan, como antaño, arrojando bolsas con pintura, sino haciendo concesiones, y en las filas verdes se ve más gente de traje que vestida con pulóveres tejidos a mano. Pero lo más importante es la actitud, y los Verdes demuestran que tienen un perfil muy claro en el que los contenidos están antes que cualquier ambición de poder político, uno de sus axiomas en el trabajo conjunto con otros partidos.

Verde-Rojo o Rojiverde?

Los resultados de las encuestas provoca el temor de los partidos tradicionales. Los socialdemócratas se van acostumbrando lentamente a la idea de que tal vez pronto sean los socios menores de una coalición Verde-Roja, lo cual siempre fue al revés, hasta ahora.

Pero junto con la popularidad también aumentan las posibilidades de que los resultados no sean como se esperaba, piensa Richard Hilmer, de Infratest, y recuerda el caso del Partido Demócrata Liberal, que cayó en las encuestas desde que forma parte del Gobierno de coalición. Si los Verdes llegan alguna vez al poder regional, los electores los tendrían bajo observación constante, con lo cual “estarían sometidos a una presión mucho mayor”, apunta Hilmer. Y es allí donde Los Verdes deberán probar si valen lo que pesan.

Las expectativas son altas, pero la mayoría de Los Verdes cree que podrá cumplir con ellas. Los resultados de las encuestas no son los de las elecciones, piensan los líderes del partido, y, además, el partido no se hizo popular de la noche a la mañana, sino que se ganó poco a poco la simpatía de los alemanes. Por eso, el lema del congreso partidario de Los Verdes es “volemos bajo”, aunque por el momento se encuentre volando hacia la cima.

Autora: Nina Werkhäuser/ Cristina Papaleo
Editor: José Ospina Valencia

Fonte: Ecoticias