A poluição da Baía de Guanabara voltou a ser alvo de críticas durante evento de apresentação dos Jogos de 2016 no Pan de Toronto. Vanderlei Almeida/AFP |
Rosa Sulleiro
Uma delegação de dirigentes do comitê organizador dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 apresentou neste sábado os avanços dos preparativos do mega-evento em Toronto, palco dos Jogos Pan-Americanos, e voltaram a ser alvo de críticas sobre a poluição da baia de Guanabara.
A apresentação durou mais de uma hora, com exibição de gráficos mostrando o avanço das obras.
Em meio aos questionamentos, o ministro dos esportes, George Hilton, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, tentaram ressaltar a importância de legado dos Jogos para o futuro da Cidade Maravilhosa.
Não adiantou desviar o foco: quando foi aberta a sessão de perguntas dos jornalistas, os dirigentes tiveram que se deparar novamente com sua principal dor de cabeça: a poluição no palco das provas de vela.
Apesar da despoluição ser um dos principais argumentos da campanha do Rio para ganhar a sede da Olimpíada, em 2009, a baia de Guanabara continua apresentando um quadro nada animador, com grandes quantidades de lixo e águas de esgoto despejadas diariamente.
"Em 2007, o tratamento das águas era de 11%, e agora chegamos a 50%. O governo está fazendo um grande esforço para chegar a 80% de limpeza da baia", defendeu Marco Antônio Cabral, secretário de Esportes do governo estadual do Rio.
No início do ano, o secretário estadual de meio ambiente, André Correa, chegou a confessar que será difícil alcançar a meta de 80%.
"No local das provas, que vai desde o Pão de Açúcar à Ponte Rio-Niteroi, usaremos eco-barcos e barreiras para que não haja lixo flutuando, que é o maior problema que os atletas podem enfrentar", explicou Cabral, que é filho do ex-governador do Rio de Janeiro.
Exemplo do Pan de 2007
A 391 dias da cerimônia de abertura das Olimpíadas, o ministro George Hilton elogiou a organização do Pan de Toronto, e lembrou que o Rio e o Brasil evoluíram bastante desde que sediou o mesmo evento, em 2007, citando como exemplo êxito da organização da Copa do Mundo de futebol, no ano passado.
"Depois do Pan, todo mundo achava que a Copa do Mundo seria um evento cheio de problemas que nunca iríamos cumprir os cronogramas, mas acabou sendo um sucesso. A experiência vivida desde 2007 vai nos ajudar a corrigir alguns erros", afirmou.
Hilton também ressaltou a importância dos 44 eventos-teste que a cidade vai receber, começando na próxima quarta-feira, com a fase final da Liga Mundial de vôlei, no Maracanãzinho.
Apesar das dúvidas, Nuzman, que, além de ser presidente do COB, está à frente do comitê organizador, garantiu que o Brasil não passará o mesmo sufoco que na reta final para a Copa do Mundo, quando muitas obras foram concluídas de última hora.
Não há atrasos, estamos dentro dos prazos. Agora, vamos ter eventos-teste, e não há nenhuma preocupação. É muito importante levar em conta que as estruturas temporárias serão construídas apenas no ano que vem, e é graças a elas que evitaremos o fenômeno dos elefantes brancos", justificou o dirigente.
Os primeiros Jogos Olímpicos com sede na América do Sul acontecerão no Rio, de 5 a 21 de agosto do ano que vem.
Fonte: Yahoo
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