quinta-feira, 23 de julho de 2015

Visitação suspensa no Parque Estadual da Serra da Tiririca


Pelo 15 hectares foram destruídos pelas chamas, o equivalente a 15 campos de futebol.
Foto: Evelen Gouvêa

Cícero Borges

Vegetação nativa, típica de costões rochosos, foi destruída pelas chamas

A administração do Parque Estadual da Serra da Tiririca suspendeu a visitação na unidade após o incêndio que devastou a região na última segunda e terça. De acordo com o coronel José Maurício Padrone, da Coordenação Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) da Secretaria de Estado do Ambiente, ainda será realizado um estudo para quantificar a destruição da área, mas a estimativa é que aproximadamente 150 mil metros quadrados de mata nativa, o equivalente a 15 campos de futebol, foram atingidos. Segundo especialista, o prazo para que a área seja recuperada pode levar até 60 anos.

“Vamos ainda quantificar com exatidão o prejuízo que foi causado à vegetação nos próximos dias, mas, a princípio, as estimativas mostram que pelo menos uma área de 15 hectares foi destruída. A chuva foi excelente porque molhou todo o terreno e acabou com qualquer possibilidade de novos focos”, informou Padrone, chamando a atenção para o número de balões apreendidos pelo Comando de Policiamento Ambiental (Cpam) da Polícia Militar desde o início do ano.

“O Cpam já apreendeu quase 500 balões desde janeiro. A prática continua porque infelizmente a punição ainda é muito branda. O principal trabalho para que se possa de uma maneira evitar esse tipo de crime é o de denúncia por parte dos moradores. As pessoas estão muito engajadas em ajudar e, quando veem o fogo perto de suas casa, denunciam. Em áreas de difícil acesso, o combate torna-se muito mais complicado e caro porque requer a utilização de helicópteros, por exemplo, para o lançamento de água, porque os incêndios provocados por balões geralmente começam em locais onde as equipes não conseguem resgatá-los a tempo”, disse o coronel.

Para o professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em queimadas, Kenny Tanizaki, a área deverá se recuperar naturalmente, mas o processo poderá levar muitos anos.

“Muitas espécies de árvores devem rebrotar. As áreas que não foram afetadas ao redor do local ficam vivas e acabam semeando, através de um processo natural, a área afetada, além de os próprios animais que circulam por ali também fazer este trabalho. O problema é o tempo, que para estes tipo de casos demoram em média entre 40 e 60 anos para que todo o reflorestamento esteja completo. Os 15 hectares vão demorar décadas para se regenerar”, prevê o especialista.

O professor conta ainda que um reflorestamento também pode ser feito na área.

“A princípio não imagino que precise de um reflorestamento, mas essa possibilidade existe. No entanto, para se fazer, hoje, um trabalho como esse, é preciso desembolsar um valor de R$ 20 mil a R$ 60 mil por hectare. Para desmatar é muito fácil, mas para reflorestar é difícil”, explicou.

De acordo com a legislação ambiental, provocar incêndio em florestas ou matas é um crime ambiental que pode acarretar penas de prisão de dois a quatro anos. Já a pena para quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões é de um a três anos, ou multa de R$ 1 mil a R$ 10 mil, ou ambas as penas, conforme o caso.

Quem quiser denunciar a fabricação ou soltura de balões pode entrar em contato com a Linha Verde pelo telefone 2253-1177.

Fonte: O Fluminense


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