Marcos da Costa (esq.) conversa com o velejador Lars Grael, observados ao fundo por José Glomb, ex-presidente da OAB-Paraná, e o conselheiro federal Márcio Kayatt (à dir.) |
“A acessibilidade no Brasil precisa evoluir muito. Apesar de termos uma das legislações mais bem elaboradas do mundo, as leis aqui não são respeitadas”. Essas ponderações marcaram a visita do atleta Lars Grael ao presidente licenciado da OAB SP, Marcos da Costa, na manhã de quinta-feira (25/06). Medalhista olímpico em Seul (1988) e Atlanta (1996), o velejador foi recebido não só por Marcos da Costa, mas também pelo conselheiro federal Márcio Kayatt e pelo ex-presidente da OAB do Paraná, José Lúcio Glomb. Além da questão da acessibilidade, Grael falou de suas expectativas sobre a Olímpiada no Brasil, em 2016, e de seu projeto para jovens atletas: “O projeto Grael existe desde 1998 e tem uma proposta de inclusão social, construído em torno dos esportes náuticos”.
Marcos da Costa se diz otimista sobre o sucesso da realização dos Jogos Olímpicos e sobre o potencial de o país em ter um bom aproveitamento: “Acredito que a Olímpiada será excelente”. As políticas desenvolvidas pela Secional paulista da Ordem por meio de suas Comissões, em especial nas questões de mobilidade urbana, Costa ponderou que a entidade tem um trabalho intenso para cobrar projetos que tornem os equipamentos públicos e prédios mais acessíveis à população. Aproveitou ainda para contar a Grael todo o processo de recuperação ocorrido após o acidente de carro em 18 de abril, que vitimou o diretor tesoureiro da entidade Carlos Roberto Fornes Mateucci, e no qual se viu obrigado a passar por um drástico procedimento na perna direita.
O iatista, por sua vez, relatou seu acidente, em 1998, quando participava de uma regata em Vitória (ES), e contou sobre seu processo de superação ao longo desses anos. “De lá para cá, já ganhei quatro títulos continentais, dois mundiais e 11 nacionais. Tudo isso é superação, você sempre tem de se superar”, ressaltou. Entre as dificuldades enfrentadas pela população que tem algum tipo de deficiência, estimada em torno de 10% pelo IBGE, está a implantação de cotas nas empresas. “A OAB SP sempre cumpriu as metas estabelecidas”, ponderou Costa.
Ainda entre os temas abordados, a falta de projetos adequados para o crescimento econômico e social para o país também entrou em discussão. “Falta uma agenda positiva para o Brasil, com propostas adequadas de respeito à cidadania”, disse Kayatt. “O Brasil vive um momento sócio-político-econômico desfavorável”, concordou Grael, acrescentando: “Mas espero que a Olímpiada ajude a restaurar um pouco a confiança no país. Não temos o direito de desperdiçar essa oportunidade. Tem de ficar claro que uma Olímpiada mal executada iria repercutir muito mal a imagem no exterior, além da que já é vista diariamente nas manchetes dos jornais no quadro político”, acrescentou Grael.
Saldo positivo só com Educação
O principal legado que pode ficar com os Jogos Olímpicos, nas ponderações de Lars Grael , é o avanço de políticas esportivas que venham qualificar a educação brasileira, com a valorização da educação física nas escolas.
“Precisamos de programas nacionais de combate ao sedentarismo e estímulo à atividade física, com políticas de saúde preventiva e outras ações do gênero”, enfatizou. Afinal, para ele acredita, que o Brasil vai crescer muito em número de medalhas conquistadas.
“Estimo algo em torno de 25 a 30 medalhas” diz entusiasmado. Mas faz um alerta, já que a medição do sucesso não se dará em 2016. “Ela poderá ser analisada em 2020, 2024 e nas próximas Olímpiadas. Aí, sim, poderemos balizar se foi somente um fenômeno efêmero ou algo que veio para deixar raízes”.
Fonte: OAB-SP
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