Malik Badsi (à esquerda) se mostrou encantado com o Brasil e garantiu que os torcedores franceses voltarão outras vezes ao País. Foto: Maurício Gil |
Vinicius Rodrigues
Mais de 30 franceses se hospedaram na Andef, no Rio do Ouro, para conhecerem a cidade e o Maracanã. A vinda ao Brasil foi possível graças a amigos que conhecem o país
Cerca de 30 franceses vieram a Niterói na última semana para acompanhar os jogos da Copa do Mundo no Maracanã e conhecer pontos turísticos do Rio de Janeiro e da Cidade Sorriso. Hospedados na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (Andef), no Rio do Ouro, em Niterói, os visitantes, com e sem deficiência, vieram unidos por uma única paixão: o futebol. E quando se fala em Copa do Mundo, o país-sede costuma deixar alguns legados por conta da competição. No Brasil não foi diferente. Assim como em qualquer parte do mundo, as dificuldades encontradas pelos europeus foram superadas pela boa vontade de ajudar do torcedor brasileiro.
A vinda ao Brasil foi possível graças aos amigos Malik Badsi, 30 anos, francês e o franco-brasileiro Natanael do Nascimento Molle, 28 anos e nascido em Pernambuco, tendo se mudado aos cinco anos para a França.
“Nós temos uma agência de turismo especializada em transporte de deficientes. Conhecemos a Andef via FIFPA (Federação Internacional de futebol sobre cadeira de rodas) desde a Copa das Confederações e então vimos a possibilidade dessa vinda. A nossa intenção é fazer o mesmo nas Olimpíadas de 2016”, disse Natanael.
Para o francês e torcedor do Olympique de Marselha, Malik Badsi, que veio ao Brasil pela primeira vez, a experiência está sendo única. Segundo ele, a receptividade do povo brasileiro está sendo surpreendente.
“Na França nós temos problemas de acessibilidade e até mesmo pior do que no Brasil. Mas a diferença é que o brasileiro quer ajudar. Ele cria mecanismos para facilitar a sua locomoção e isso faz uma diferença enorme”, disse ele, que criou o projeto a partir da deficiência da mãe, que é cadeirante.
E a paixão dos franceses pelo futebol é tanta, que entre os visitantes estava Christophe Chopard, 52 anos. Extasiado pela possibilidade de visitar o Brasil e o Maracanã, ele fez questão de dizer que a torcida brasileira deixará marcas profundas em sua vida, por um detalhe: Ele é cego.
“Eu nasci com problema na visão. Quando eu tinha seis anos, sofri um acidente que agravou ainda mais as minhas vistas. Eu sei que não vou assistir aos jogos, mas fiz questão de vir para comprovar o que sempre ouvimos na Europa. O amor dos brasileiros pelo futebol. Eu quis sentir isso, vibrar com os brasileiros e consegui. Os torcedores da América do Sul são muito vibrantes. Eles cantam, gritam, torcem o tempo todo e isso que torna o futebol tão gostoso”, disse ele, que foi ao Maracanã para o jogo entre Argentina e Bósnia e ficou ao lado de brasileiros.
Os franceses ainda elogiaram a preocupação dos moradores de Niterói com os cadeirantes. Segundo Pierro Morel, francês que mora em São Paulo há 10 meses e que está acompanhando o grupo para um documentário de uma TV francesa, a dificuldade do idioma não está sendo problema para o grupo.
“O Brasil é conhecido por ser um país hospitaleiro. Eu fico muito feliz que o país do futebol é formado por brasileiros que se desdobram para superarem as dificuldades do seu país. São coisas que transformam a vida de quem precisa ver o outro lado da realidade. É isso que torna o lema ‘não desistir nunca’ tão real e tão verdadeiro”, disse o francês.
A delegação francesa que veio ao Brasil e ficou hospedada na Andef, foi dividida em três grupos que se revezou em idas e vindas ao País durante a semana. Além disso, eles assistiram, além da partida entre Argentina x Bósnia, os jogos entre Chile e Espanha e Bélgica e Rússia, todos no Maracanã, no Rio de Janeiro.
Segundo Malik, a experiência que tiveram em solo carioca, servirá para um retorno breve ao Brasil.
“Tenho certeza que voltaremos mais vezes. É um país amável e com pessoas maravilhosas. Além disso, fomos muito bem recebidos na Andef, onde pudemos fazer alguns amigos. Queremos que o país do futebol seja o país da acessibilidade. É esse o tipo de legado que as pessoas querem. Sabemos que as dificuldades para os deficientes são até maiores do que para quem não tem, logo, nós temos que fazer a nossa parte. Precisamos nos unir para darmos condições melhores para eles”, disse o francês.
Fonte: O Fluminense
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