sábado, 22 de outubro de 2016

Vilas da Ponta D'Areia são escolhidas para locações em novela de Glória Perez



Casas antigas, construídas na época em que portugueses formavam grande parte da população, resistem ao tempo nas vilas espalhadas pelo bairro - abio Rossi / Agência O Globo


Carolina Farias

A autora conhecerá o lugar pessoalmente em novembro

NITERÓI — Perto do Centro de Niterói, um pedacinho do bairro Ponta D’Areia destoa do burburinho da cidade por suas características bucólicas e pelo sossego. Portugal Pequeno, à beira da Baía de Guanabara, banhado por clima interiorano, foi escolhido por Rogério Gomes, o Papinha, diretor-geral da próxima novela das nove da Rede Globo, para ser um dos cenários de “À flor da pele”, de Glória Perez. A autora conhecerá o lugar pessoalmente em novembro, na companhia de Papinha, mas já aprovou a escolha.

— Vi pelas fotos. É uma locação linda — disse Glória ao GLOBO-Niterói.

A atmosfera do lugar — com barcos ancorados no cais da Rua Barão de Mauá, e a arquitetura das casas, as mais antigas de influência portuguesa na cidade e concentradas em vilas — foi essencial para definir a escolha.

— É um lugar de Niterói completamente diferente. Tem charme, fotografia. Vamos reproduzir três ruas na cidade cenográfica para serem usadas quando não pudermos gravar no local — adianta o diretor.

O nome do bairro se deve à grande concentração de portugueses que chegaram, principalmente na primeira metade do século XIX. Hoje, parte da população é de descendentes desses imigrantes, como Marcelo Alves, que herdou do tio português o restaurante Decolores, que tem quase cem anos de existência e cardápio recheado de frutos do mar.

— Trabalho com minha mulher e minha irmã. Meu filho está em outro ramo, mas espero que meus sobrinhos continuem o negócio — afirma o comerciante, que mantém as tradicionais serestas de mais de 50 anos, às quartas-feiras à noite.

RESISTÊNCIA LUSITANA

Adilson Rosa da Silva está na profissão e no salão há 60 anos - Fabio Rossi / Agência O Globo


Quem também resiste no lugar é o barbeiro Adilson Rosa da Silva, de 76 anos, 60 deles na profissão que herdou do pai, assim como o Salão Tavares, aberto na década de 1920:

— Naquela época, o Estaleiro Mauá tinha 12 mil funcionários. Hoje o movimento é menor, mas é um bairro bom, o melhor lugar.

Olga Vieira, de 105 anos, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima - Fabio Rossi / Agência O Globo


Também na década de 1920, Olga Mendes Vieira, na época com 15 anos, mudou-se para o bairro. Hoje, aos 105, ela se orgulha do lugar onde vive.

— Aqui é sossegado, bom de morar. Aqui me casei, criei filhos, netos e bisnetos. Todo mundo me conhece — diz.

Com a novela, o presidente da associação de moradores, Adriano Felício, espera mais visibilidade e algumas melhorias.

— Pedimos a troca do madeiramento do cais e reparos na iluminação pública. O ideal é que a região fosse um polo de comércio. Acredito que a visibilidade vai ser boa para a população daqui, que é maravilhosa — afirma.

Fonte: O Globo Niterói









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