Casas antigas, construídas na época em que portugueses formavam grande parte da população, resistem ao tempo nas vilas espalhadas pelo bairro - abio Rossi / Agência O Globo |
Carolina Farias
A autora conhecerá o lugar pessoalmente em novembro
NITERÓI — Perto do Centro de Niterói, um pedacinho do bairro Ponta D’Areia destoa do burburinho da cidade por suas características bucólicas e pelo sossego. Portugal Pequeno, à beira da Baía de Guanabara, banhado por clima interiorano, foi escolhido por Rogério Gomes, o Papinha, diretor-geral da próxima novela das nove da Rede Globo, para ser um dos cenários de “À flor da pele”, de Glória Perez. A autora conhecerá o lugar pessoalmente em novembro, na companhia de Papinha, mas já aprovou a escolha.
— Vi pelas fotos. É uma locação linda — disse Glória ao GLOBO-Niterói.
A atmosfera do lugar — com barcos ancorados no cais da Rua Barão de Mauá, e a arquitetura das casas, as mais antigas de influência portuguesa na cidade e concentradas em vilas — foi essencial para definir a escolha.
— É um lugar de Niterói completamente diferente. Tem charme, fotografia. Vamos reproduzir três ruas na cidade cenográfica para serem usadas quando não pudermos gravar no local — adianta o diretor.
O nome do bairro se deve à grande concentração de portugueses que chegaram, principalmente na primeira metade do século XIX. Hoje, parte da população é de descendentes desses imigrantes, como Marcelo Alves, que herdou do tio português o restaurante Decolores, que tem quase cem anos de existência e cardápio recheado de frutos do mar.
— Trabalho com minha mulher e minha irmã. Meu filho está em outro ramo, mas espero que meus sobrinhos continuem o negócio — afirma o comerciante, que mantém as tradicionais serestas de mais de 50 anos, às quartas-feiras à noite.
RESISTÊNCIA LUSITANA
Adilson Rosa da Silva está na profissão e no salão há 60 anos - Fabio Rossi / Agência O Globo |
Quem também resiste no lugar é o barbeiro Adilson Rosa da Silva, de 76 anos, 60 deles na profissão que herdou do pai, assim como o Salão Tavares, aberto na década de 1920:
— Naquela época, o Estaleiro Mauá tinha 12 mil funcionários. Hoje o movimento é menor, mas é um bairro bom, o melhor lugar.
Olga Vieira, de 105 anos, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima - Fabio Rossi / Agência O Globo |
Também na década de 1920, Olga Mendes Vieira, na época com 15 anos, mudou-se para o bairro. Hoje, aos 105, ela se orgulha do lugar onde vive.
— Aqui é sossegado, bom de morar. Aqui me casei, criei filhos, netos e bisnetos. Todo mundo me conhece — diz.
Com a novela, o presidente da associação de moradores, Adriano Felício, espera mais visibilidade e algumas melhorias.
— Pedimos a troca do madeiramento do cais e reparos na iluminação pública. O ideal é que a região fosse um polo de comércio. Acredito que a visibilidade vai ser boa para a população daqui, que é maravilhosa — afirma.
Fonte: O Globo Niterói
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