BOTOS 'DÃO AS CARAS' EM JURUJUBA: participantes do Projeto Grael registraram a presença dos botos na Enseada de Jurujuba

Segundo o vice-prefeito, Axel Grael, a Baía de Guanabara possui atualmente cerca de 70 botos
Divulgação / Projeto Grael

Grupo de pelo menos três animais (*) foi flagrado por alunos do Projeto Grael nadando na última sexta-feira pela enseada

Um grupo de pelo menos três botos foi visto nadando na Enseada de Jurujuba durante a tarde da última sexta-feira. Desde o início do ano, os mamíferos são vistos com mais frequência em Niterói e uma das razões pode ser o trabalho de despoluição da Baía de Guanabara, que pode inclusive ocasionar cada vez mais a visita dessas espécies à cidade.

Durante a realização de uma gincana em comemoração ao dia do meio ambiente, na tarde da última sexta-feira alunos do Projeto Grael observaram a passagem de um grupo de três botos que nadavam nas águas da Enseada de Jurujuba.

“Isso talvez esteja sendo ocasionado pelo trabalho de despoluição que está sendo realizado na Baía de Guanabara. Se for essa a razão, vale lembrar que a enseada de Jurujuba vai ser a primeira área a ser despoluída. Isso porque, ao contrário do que se pensava, a poluição daquele local é proveniente da cidade e não da Baía. Assim, com um trabalho local de limpeza que já está bastante avançado, aquelas águas devem alcançar em breve 50% de balneabilidade nos períodos do ano. Como consequência é provável que a população de Niterói possa receber cada vez mais a visita desses botos”, explica o vice-prefeito Axel Grael.

Ameaçado de extinção, o boto é um símbolo do Rio de Janeiro, presente inclusive no brasão da cidade. Por essa razão, sua preservação, como consequência do trabalho de despoluição da Baía de Guanabara, se tornou uma meta para os envolvidos. Atualmente, o local ainda possui cerca de 70 desses mamíferos, um número que, segundo Axel, só vem diminuindo.

“Essa é a época do ano em que eles geralmente mais se aproximam da enseada. Mas, fora isso, estamos verificando que essas aparições têm sido cada vez mais frequentes. No início desse ano, um grupo já tinha aparecido em Jurujuba”, lembra Grael.

As aparições do botos também podem representar o início de um resultado positivo na luta contra a extinção da espécie, como explica Pedro Belga, biólogo marinho, presidente da ONG Guardiões do Mar.

“A Baía tem um série de ações de despoluição sendo feitas nesse momento, um problema que ainda está longe de se resolver, mas já começa a ter seus efeitos diminuídos. A população de botos ainda é muito pequena, mas esperamos que, persistindo, ela volte a crescer. Podemos sim acreditar que isso é um sinal de que o trabalho está surtindo efeito e que a longo prazo esses botos poderão estar sempre por perto”, conclui Belga.

Cavalos-marinhos – Foram encontrados mortos na Baía de Guanabara, na altura da Ilha da Conceição, em Niterói. De acordo com testemunhas, uma grande quantidade de cavalos-marinhos estava boiando na água na manhã da última segunda-feira. Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), uma vistoria será feita no local.

De acordo com o instituto, equipes monitoram regularmente a água da Baía de Guanabara e os testes mais recentes não indicaram nenhuma anormalidade ou presença de contaminantes químicos que possam causar a morte de animais marinhos. O Inea ainda informou que está aguardando uma melhora do tempo para realizar a vistoria e constatar o que possa ter causado a morte dos animais.

De acordo com o biólogo, a suspeita é que alguns animais tenham aparecido mortos no local por descarte. Ricardo explica que a pesca de cavalos-marinhos é muito frequente, ainda que a prática seja proibida por lei.

“É muito provável que algum barco tenha descartado esses animais após uma pesca e aviso de fiscalização. Isso é possível porque o local onde apareceram mortos é uma área de desembarque pesqueiro. São animais muito usados para enfeite de aquários e têm uma valoração muito grande no mercado”, destacou o biólogo. (Com Pamella Souza).
(*) NOTA: Foram avistados oito botos.

Fonte: O Fluminense



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