A Ilha Grande vista de cima: área da Vila do Abraão terá investimentos para melhorar o turismo local - Custódio Coimbra/04-12-2015 |
Com R$ 28,3 milhões do BID, estado quer melhorar a infraestrutura e gerar empregos
RIO - Pousadas, bares e restaurantes não faltam na Vila do Abraão, porta de entrada da Ilha Grande. Tampouco circuitos em trilhas e no mar. Mas a Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio, do governo do estado, entende que é preciso requalificar a infraestrutura básica local, para consolidar o turismo, atrair negócios e gerar empregos. O investimento, que custará R$ 28,3 milhões, será financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), e inclui reurbanização, drenagem e saneamento numa área de 517 mil metros quadrados. Já licitado, o projeto começará a ser executado no início de junho. Serão 16 meses de obras, a cargo da Hécio Gomes Engenharia.
No ano passado, em período de alta temporada, a vila chegou a receber num só dia 5.378 visitantes, segundo estatística do Conselho de Desenvolvimento Sustentável da Ilha Grande (Consig). Presidente da Câmara Metropolitana, o arquiteto Vicente Loureiro diz que, com as intervenções, pretende melhorar o atendimento ao turista, mas ressalta que é preciso limitar o número de visitantes à capacidade do lugar:
— Queremos turismo com responsabilidade, com cuidado. A ideia do projeto é dar qualidade e um tratamento uniforme à vila.
O DOBRO DOS VISITANTES
A Câmara Metropolitana estima que, com as melhorias, a vila poderia comportar até 15 mil pessoas, incluindo os quatro mil moradores. Ou seja, conseguiria quase duplicar o número de turistas. Dos 5.378 visitantes/dia contabilizados em 2015, apenas 988 não pernoitaram no local. Entre os 4.390 restantes, 2.392 ficaram em pousadas, 670 em campings e 1.328 em casas. É para a Vila do Abraão que vai a maior parte dos turistas que desembarca na ilha. No seu cais, atracam grandes barcas com passageiros e mercadorias de Angra dos Reis e Mangaratiba.
Como a Ilha Grande é uma unidade de conservação, a proposta de revitalização do Abraão precisou ser submetida e licenciada por órgãos ambientais. A orla terá até um espaço gourmet para festas e eventos. Em um trecho, parte da calçada será alargada para a instalação de mesas e cadeiras.
A reurbanização da orla, da Rua Getulio Vargas e de vias perpendiculares prevê ainda a reforma de pontes, nova sinalização turística e substituição do saibro do pavimento por blocos de concreto. Duas praças também serão remodeladas e, quanto à iluminação, a fiação será embutida.
— Nos pontos que queremos destacar será dado um caráter cenográfico à iluminação, que ficará mais elaborada, com maior potência e foco direcionado — explica Loureiro.
Para a drenagem das águas de chuva, serão implantados 19 mil metros de dutos:
— Atualmente, esgoto e águas pluviais correm na mesma tubulação. Haverá a separação, para garantir mais balneabilidade e sustentabilidade.
O projeto contempla ainda a ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) e a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) — com capacidade para 24 litros por segundo — e de seis elevatórias.
A revitalização da Vila do Abraão corre em paralelo ao projeto de privatização da gestão da Ilha Grande, que terá como consequência imediata a cobrança de taxa de acesso — cujo valor ainda não foi estipulado — e a fixação da capacidade de visitantes. Deverão ficar isentos da cobrança moradores da própria ilha, de Angra dos Reis e de Mangaratiba.
Liderado pela Secretaria estadual do Ambiente, o processo de privatização está sendo discutido desde janeiro de 2015. E a intenção do secretário André Corrêa é que o novo modelo esteja funcionando a partir do meio do ano que vem, com a administração a cargo de uma empresa, que também deverá adotar medidas visando a melhorar o saneamento básico e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos da ilha.
NOVA GESTÃO PARA PARQUE
O Parque Estadual da Ilha Grande será a primeira unidade de conservação do estado a ser gerida por meio de Parceria Público-Privada. O formato da PPP e o valor da taxa serão discutidos em audiência pública, ainda sem data marcada. Antes, em até um mês, a Secretaria do Ambiente pretende publicar aviso de consulta pública para que empresas manifestem interesse na paceria.
Fonte: O Globo
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