Velejador Amyr Klink |
Velejador destaca a falta de mais vias navegáveis no país e lembra a destruição de antigas, como as da Baixada Santista e no Rio de Janeiro, com a construção de estradas
Conhecer o frio para desfrutar do calor; sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. As frases do velejador Amyr Klink revelam a alma aventureira e paradoxal de um navegador que não teme desafiar a natureza. Com a experiência de quem percorreu os cinco continentes, em cerca de 40 expedições, ele alerta para uma situação que também considera contraditória.
“O Brasil tem muito mar, mas não gosta tanto do mar e não lhe dá muito valor. Temos muitos rios, um mar doce incrível, mas os exploramos muito pouco”, disse ele ao participar de um hangout (videoconferências) através de portais de rádio e da internet.
O velejador, dedicado à causa da preservação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável, destacou que, ao privilegiar a lógica do transporte rodoviário, o país “destruiu as vias navegáveis que tínhamos, como as da Baixada Santista e do Rio de Janeiro, construindo estradas”.
Ao falar de seus novos projetos, ele disse que está desenvolvendo uma embarcação mais eficiente, que terá capacidade para fazer resgate de longo alcance. “O ano passado foi um ano ruim, de acidentes, e ninguém tem resgate próprio. Os barcos de resgate no conceito convencional, que se pratica nos Estados Unidos, na Alemanha, na Suécia, não têm autonomia para fazer resgate da América do Sul até a Antártica”, disse.
Histórico- Natural de São Paulo e filho de pai libanês e mãe sueca, Amyr Klink ganhou notoriedade por suas longas expedições marítimas, que realiza na maioria das vezes de forma solitária. Também é autor de vários livros em que relata as experiências e os desafios enfrentados em suas empreitadas em alto mar. Entre eles estão ‘Mar sem Fim’, ‘As Janelas do Parati’ e ‘Cem Dias Entre o Céu e o Mar’.
Publicado originalmente pela Agência Brasil
Fonte: O Fluminense
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