Foto de Debora Nunes, O Fluminense. |
Comemorando 21 anos, companhia volta a funcionar depois de uma crise em 2011, quando chegou ser fechada. Espetáculo Corda Friccionada está em fase final de ensaios
Autoridades da cultura da cidade se reuniram informalmente na tarde da última terça-feira, dia 2 de abril, no Teatro municipal de Niterói para comemorar os 21 anos da Companhia de Ballet de Niterói, completados em 1º de abril, que, depois de uma crise em 2011, quando chegou ser fechada, volta a funcionar com os ensaios para o espetáculo Corda Friccionada.
A turbulência enfrentada pela companhia perdurou por quase um ano, quando o então prefeito Jorge Roberto Silveira a extinguiu, após uma manifestação dos bailarinos por melhores condições de trabalho e salários, justificando que o grupo perdeu, com o tempo, seu caráter social, pois, de acordo com ele, foi criado com o principal objetivo de dar aulas a crianças carentes.
Para o diretor artístico da Cia de Ballet de Niterói, Pedro Pires, nomeado no fim do ano passado, isso não passou de um erro de interpretação, porque uma companhia oficial de dança não é criada para os profissionais darem aulas, ela é criada para fazer espetáculos.
“Se não você abre uma escola e não uma companhia. Eles não são professores, são bailarinos profissionais. É natural que o bailarino, quando para de dançar, dê aulas, mas isso é um segundo caminho. A função da companhia é trazer entretenimento e cultura, não a formação de outros bailarinos e sim de plateia. Mas eu também acho que, no futuro, poderemos, sim, fazer alguma coisa desse tipo, até porque somos uma companhia sênior (com bailarinos de 25 a 50 anos) e eles podem e devem ser aproveitados naquilo que conhecem profundamente. Muito melhor isso: serem usados no que eles sabem e fizeram a vida inteira, do que serem aproveitados num cargo administrativo, engessado”, explicou o diretor.
Pedro Pires, juntamente com o grupo, presenteou o novo governo, sendo representado pelo vice-prefeito Axel Grael, com um porta-retrato com uma foto feita durante a última apresentação da Cia de Ballet de Niterói, no fim do ano passado, no MAC. Axel, representando o prefeito, reiterou o apoio do governo ao grupo.
“A companhia passou por momentos muito difíceis e nós temos o compromisso de apoiá-los, fazer com que se desenvolva cada vez mais, tenha condições de manter o padrão de qualidade que sempre mostrou e que tenham uma ‘casa’ própria para ensaiar. Reiteramos esse compromisso para fazer também com que a população se identifique com essa expressão da cultura da cidade”, afirmou o vice-prefeito.
Perguntado sobre a justificativa do antigo prefeito sobre acabar com a companhia, o secretário municipal de Cultura, Arthur Maia, disse que não é a companhia que resolve desenvolver as atividades, são o gestores do município.
“Acho importantíssimo a gente ter um corpo de ballet como esse. Quanto ao fato dela não ter a sua função social, a companhia é do município, depende dos gestores do município convocá-la para isso. Meu avô dizia que o diabo não gosta da água porque não sabe nadar. Então, eu acho que é uma fala equívoca, não talvez para a época, porque é aquilo, se você não gosta da coisa, como você vai tratar com carinho. Ao invés de acabar com os movimentos culturais devemos incentivá-los. Temos que replantar, não somente em cima do palco, mas também na cabeça das pessoas, a arte quanto desenvolvimento social”, revela o secretário.
Nova fase, nova sede, novas estreias
Um dos compromissos firmados, ainda durante a campanha eleitoral, pelo prefeito Rodrigo Neves, foi a conquista de uma sede para a Cia de Ballet de Niterói poder ensaiar, com uma sala de fisioterapia, uma para a administração, entre outras necessidades de trabalho. De acordo com o superintendente cultural Victor De Wolf, a sede definitiva será o Cinema Icaraí, mas, devido às obras no local, a sede provisória poderá ser o antigo Abrigo dos Bondes.
“Nós tivemos (nesta quarta-feira) uma reunião não conclusiva com um empresário da cidade, para convencê-lo de que essa nova casa pode ser do seu entendimento e que, assim, a companhia vai poder ter uma sede descente, de qualidade e bem adequada às necessidades. A sede definitiva vai ser no Cinema Icaraí, como já foi acordado entre o prefeito e o reitor da UFF. Lá vai ser a sede definitiva da companhia, mas como ainda está em processo de obra, licitação e tudo mais, o antigo Abrigo dos Bondes poderá ser uma sede temporária, porém com qualidade definitiva”, salientou o superintendente.
Para montar a coreografia da peça Corda Friccionada, o coreógrafo brasileiro radicado na Alemanha, Clébio Oliveira inspirou-se nas letras das músicas de Luiz Gonzaga, que contam a história do povo nordestino, como ele, mas não do litoral, e sim do interior, lembrando, principalmente, de questões reflexivas e políticas, como a seca, a migração e a miséria. São cerca de 15 bailarinos em cena, que irão se revezar entre os 22 da companhia.
“Achei que poderia ser interessante a gente fazer, não uma homenagem a Luiz Gonzaga, mas nos inspirarmos nas poesias e nas propostas que ele deixou nas letras que compôs durante a vida, de forma reflexiva, considerando também o centenário dele no ano passado”, sintetizou Clébio.
O espetáculo estará em cartaz no Teatro Municipal de Niterói, de 17 a 26 de maio. A diretora geral do teatro, Marilda Ormy, falou sobre a sua alegria de ter a companhia presente na programação 2013 e vivendo uma nova fase.
“Nos meses de abril e maio, eles estão trabalhando no Salão Nobre, algo que é histórico. Era lá que D. Pedro recebia seus convidados. Ter aqui a companhia com o espetáculo Corda Friccionada é maravilhoso. O que a gente tem que fazer é convidar todo mundo para ter o privilégio e a emoção de assisti-los. É uma honra a estreia ser nesse teatro”, argumenta Marilda.
Fonte: O Fluminense
A turbulência enfrentada pela companhia perdurou por quase um ano, quando o então prefeito Jorge Roberto Silveira a extinguiu, após uma manifestação dos bailarinos por melhores condições de trabalho e salários, justificando que o grupo perdeu, com o tempo, seu caráter social, pois, de acordo com ele, foi criado com o principal objetivo de dar aulas a crianças carentes.
Para o diretor artístico da Cia de Ballet de Niterói, Pedro Pires, nomeado no fim do ano passado, isso não passou de um erro de interpretação, porque uma companhia oficial de dança não é criada para os profissionais darem aulas, ela é criada para fazer espetáculos.
“Se não você abre uma escola e não uma companhia. Eles não são professores, são bailarinos profissionais. É natural que o bailarino, quando para de dançar, dê aulas, mas isso é um segundo caminho. A função da companhia é trazer entretenimento e cultura, não a formação de outros bailarinos e sim de plateia. Mas eu também acho que, no futuro, poderemos, sim, fazer alguma coisa desse tipo, até porque somos uma companhia sênior (com bailarinos de 25 a 50 anos) e eles podem e devem ser aproveitados naquilo que conhecem profundamente. Muito melhor isso: serem usados no que eles sabem e fizeram a vida inteira, do que serem aproveitados num cargo administrativo, engessado”, explicou o diretor.
“A companhia passou por momentos muito difíceis e nós temos o compromisso de apoiá-los, fazer com que se desenvolva cada vez mais, tenha condições de manter o padrão de qualidade que sempre mostrou e que tenham uma ‘casa’ própria para ensaiar. Reiteramos esse compromisso para fazer também com que a população se identifique com essa expressão da cultura da cidade”. Axel Grael
Pedro Pires, juntamente com o grupo, presenteou o novo governo, sendo representado pelo vice-prefeito Axel Grael, com um porta-retrato com uma foto feita durante a última apresentação da Cia de Ballet de Niterói, no fim do ano passado, no MAC. Axel, representando o prefeito, reiterou o apoio do governo ao grupo.
“A companhia passou por momentos muito difíceis e nós temos o compromisso de apoiá-los, fazer com que se desenvolva cada vez mais, tenha condições de manter o padrão de qualidade que sempre mostrou e que tenham uma ‘casa’ própria para ensaiar. Reiteramos esse compromisso para fazer também com que a população se identifique com essa expressão da cultura da cidade”, afirmou o vice-prefeito.
Perguntado sobre a justificativa do antigo prefeito sobre acabar com a companhia, o secretário municipal de Cultura, Arthur Maia, disse que não é a companhia que resolve desenvolver as atividades, são o gestores do município.
“Acho importantíssimo a gente ter um corpo de ballet como esse. Quanto ao fato dela não ter a sua função social, a companhia é do município, depende dos gestores do município convocá-la para isso. Meu avô dizia que o diabo não gosta da água porque não sabe nadar. Então, eu acho que é uma fala equívoca, não talvez para a época, porque é aquilo, se você não gosta da coisa, como você vai tratar com carinho. Ao invés de acabar com os movimentos culturais devemos incentivá-los. Temos que replantar, não somente em cima do palco, mas também na cabeça das pessoas, a arte quanto desenvolvimento social”, revela o secretário.
Nova fase, nova sede, novas estreias
Um dos compromissos firmados, ainda durante a campanha eleitoral, pelo prefeito Rodrigo Neves, foi a conquista de uma sede para a Cia de Ballet de Niterói poder ensaiar, com uma sala de fisioterapia, uma para a administração, entre outras necessidades de trabalho. De acordo com o superintendente cultural Victor De Wolf, a sede definitiva será o Cinema Icaraí, mas, devido às obras no local, a sede provisória poderá ser o antigo Abrigo dos Bondes.
“Nós tivemos (nesta quarta-feira) uma reunião não conclusiva com um empresário da cidade, para convencê-lo de que essa nova casa pode ser do seu entendimento e que, assim, a companhia vai poder ter uma sede descente, de qualidade e bem adequada às necessidades. A sede definitiva vai ser no Cinema Icaraí, como já foi acordado entre o prefeito e o reitor da UFF. Lá vai ser a sede definitiva da companhia, mas como ainda está em processo de obra, licitação e tudo mais, o antigo Abrigo dos Bondes poderá ser uma sede temporária, porém com qualidade definitiva”, salientou o superintendente.
Para montar a coreografia da peça Corda Friccionada, o coreógrafo brasileiro radicado na Alemanha, Clébio Oliveira inspirou-se nas letras das músicas de Luiz Gonzaga, que contam a história do povo nordestino, como ele, mas não do litoral, e sim do interior, lembrando, principalmente, de questões reflexivas e políticas, como a seca, a migração e a miséria. São cerca de 15 bailarinos em cena, que irão se revezar entre os 22 da companhia.
“Achei que poderia ser interessante a gente fazer, não uma homenagem a Luiz Gonzaga, mas nos inspirarmos nas poesias e nas propostas que ele deixou nas letras que compôs durante a vida, de forma reflexiva, considerando também o centenário dele no ano passado”, sintetizou Clébio.
O espetáculo estará em cartaz no Teatro Municipal de Niterói, de 17 a 26 de maio. A diretora geral do teatro, Marilda Ormy, falou sobre a sua alegria de ter a companhia presente na programação 2013 e vivendo uma nova fase.
“Nos meses de abril e maio, eles estão trabalhando no Salão Nobre, algo que é histórico. Era lá que D. Pedro recebia seus convidados. Ter aqui a companhia com o espetáculo Corda Friccionada é maravilhoso. O que a gente tem que fazer é convidar todo mundo para ter o privilégio e a emoção de assisti-los. É uma honra a estreia ser nesse teatro”, argumenta Marilda.
Fonte: O Fluminense
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