domingo, 21 de abril de 2013

Trilhas no Parque da Serra da Tiririca serão implantadas


A implantação das trilhas é uma homenagem à luta em defesa de um Parque emblemático para os ambientalistas

A matéria de hoje, do O Globo Niterói, aborda o anúncio da implantação de trilhas no Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) pelo INEA, órgão gestor do parque. O PESET tem importância histórica no ambientalismo de Niterói e do estado do Rio de Janeiro. Foi criado e implantado na década de 1990, a partir de alguns estudos acadêmicos (do geólogo Cláudio Martins e do biólogo Jorge Antônio Lourenço Pontes) e de um projeto desenvolvido pelo Movimento Cidadania Ecológica (MCE), organização na qual eu militava, e da mobilização de um grande número de instituições da sociedade civil de Niterói e Maricá.

O MCE desenvolveu a argumentação técnica e jurídica, além do projeto-de-lei para a criação do Parque e o apresentou, em 1991, ao presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado Carlos Minc.

O Parque foi criado oficialmente e começou  implantado quando eu era presidente do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Hoje, o PESET é uma realidade, possui uma equipe de gestores e, recentemente, expandiu os seus limites, abrangendo o entorno da Lagoa de Itaipu, o Morro das Andorinhas e o que era o Parque Municipal Darcy Ribeiro.

Falta infraestrutura para atrair mais visitantes, com segurança e com baixo impacto ambiental. Dai, a  grande importância da implantação da infraestrutura para as trilhas no PESET.

Quando o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o INEA estabeleceram a parceria de co-gestão do PESET com a atual gestão da Prefeitura de Niterói, apontamos a prioridade da implantação das trilhas. Nos caso desses novos equipamentos, a Prefeitura ofereceu-se para ajudar no planejamento dos programas de ecoturismo e educação ambental.

No planejamento de Niterói para os grandes eventos esportivos - Copa do Mundo e Olimpíada - o Município planeja implantar produtos turísticos para atrair visitantes para a cidade. Dentre as prioridades estão os circuitos do Caminho Niemeyer, dos Fortes e "Ecoturismo e Praias".

Para viabilizar este último, as trilhas a serem implantadas pelo INEA serão de fundamental importância. Portanto, agradecemos e parabenizamos a equipe da SEA/INEA, em particular o secretário Carlos Minc, a presidente do INEA Marilene Ramos e o diretor André Ilha.

Axel Grael

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Trilhas no Parque da Serra da Tiririca serão recuperadas
Luiza Perin, bióloga do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

Com foco no aumento de visitantes a partir do Mundial de 2014, Inea inclui Niterói no projeto de sinalização e revitalização de unidades de conservação estaduais

Seis trilhas do Parque estadual da Serra da Tiririca vão passar, ainda este ano, por uma completa reformulação, de olho na Copa do Mundo de 2014. A unidade de conservação foi incluída no projeto Trilhas da Copa, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O órgão contratou empresas para elaborar projetos executivos que vão determinar percursos, formas de sinalização e usos mais conscientes das áreas verdes. Além de Niterói, o Parque estadual da Pedra Branca, no Rio, e o Parque Estadual dos Três Picos, em Nova Friburgo, fazem parte do projeto.

— É um trabalho sem precedentes no estado, que vai colocar essas unidades de conservação em condições de receber visitantes com foco no mínimo impacto, promovendo um turismo ordenado, de qualidade. O visitante vai sair com uma experiência agradável, que se desdobra na questão do turismo sustentável. O projeto não contribui para as áreas internas do parque, mas pode ter reflexos na sociedade. É possível pensar na geração de renda do entorno, com pousadas, restaurantes, lojas de artesanato e produtos que aproveitem o público que chega com essa visão ecológica — visualiza o gestor da Serra da Tiririca, Fernando Matias.

Cerca de R$ 600 mil estão sendo investidos nos projetos executivos dos três parques. A partir deles, cada unidade buscará recursos com o governo do estado para viabilizá-los. Os projetos vão determinar os pontos prioritários das trilhas que precisam passar por drenagens, melhorias e facilidades no acesso. Também será definido o número máximo de visitantes que o caminho pode suportar.

A partir dessas informações, as unidades promoverão a sinalização para todos os visitantes, incluindo àqueles que têm necessidades especiais, e a colocação de pórticos de entrada, lixeiras, bancos, pontes, escadas, áreas de lazer para lanches e mirantes. Na Serra da Tiririca serão beneficiadas as trilha dos Colibris, Alto Mourão, do Costão, do Bananal, Andorinhas e um percurso conhecido pelo nome Morro dos Crentes.

Atualmente sem qualquer placa de indicação no asfalto, o ponto de subida para o Morro das Andorinhas, numa rua atrás da Igreja de Itaipu, está longe de parecer fazer parte de um parque estadual. A trilha, desconhecida até mesmo por parte da população de Niterói e de sinalização precária, começa em um beco entre duas casas, mas, no final, desvenda algumas das mais belas paisagens: de um lado o Mirante de Itacoatiara, de onde é possível contemplar a praia e o famoso Costão; do outro, o Mirante de Itaipu, que permite a visão da praia e da lagoa de Itaipu, além das praias de Camboinhas, Itacoatiara e do Pão de Açúcar, no Rio.

No caminho, considerado de leve esforço, emaranhados de fios e placas desgastadas serão substituídos.

— Além disso, está prevista a construção de um centro de recepção de visitantes. Essa trilha é linda e muita gente ainda não conhece — destaca a bióloga no Inea, Luiza Perin, que trabalha no parque.


Fonte: O Globo Niterói

Um comentário:

  1. Fico aflita quando vejo que mexerão nas trilhas atuais, a beleza está no selvagem. Se as melhorias forem relativas apenas a sinalização, serão benvindas, pois protegem os caminhantes e o caminho, mas me parece que o objetivo é trazer mais e mais pessoas o que certamente afetará o meio ambiente e demandará mais vigiância. Espero ainda que não haja cobranças, lembrem-se de que grande parte da população da área percorre as trilhas com grande frequencia e de forma sustentável. Quem realmente se interessa pela natureza percorre as trilhas com responsabilidade, mas se o Parque se tornar mais uma atração turística, aí sim começaremos a ter problemas. Outra coisa, onde os visitantes estacionaram os carros? Como eles chegarão e saíram da Região Oceanica, já sufocada pelo transito, principalmente
    nos dias de verão? Não seria mais inteligente cuidar da infra estrutura dos bairros antes de pensar em trazer mais visitantes?

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