Louças de cerâmica estão entre os principais itens encontrados no sítio arqueológico - Fotos de Alexandre Vieira / prefeitura de Niterói |
Renan Rodrigues
Materiais serão levados para laboratório da Uerj após a conclusão da pesquisa
NITERÓI — Nem só de máquinas e muitos operários é feita uma obra de grandes proporções. Próximo ao canteiro onde ocorrem as intervenções do túnel, no Cafubá, um sítio arqueológico garante o trabalho de uma equipe de profissionais que buscam preservar objetos encontrados no espaço, delimitado antes do início da perfuração das galerias. Eles remetem à segunda metade do século XIX. Entre os itens estão louças e cachimbos de cerâmica.
— Encontramos também garrafas de vinho do Porto, desse mesmo período, porque era bastante consumido — conta Lígia Zaroni, responsável pela coordenação da equipe de arqueólogos que trabalha no local.
Apesar de conhecer o século dos objetos, o período histórico exato não pode ser identificado nesta fase do trabalho.
— Não conseguimos datar precisamente. Sabemos que as louças que encontramos pertencem a esse período porque eram comercializadas no Brasil. Alguns materiais achados são mais recentes, do início do século XX — explica Lígia Zaroni.
Lígia Zaroni é a coordenadora da equipe de arqueologistas - Alexandre Vieira / prefeitura de Niterói |
Antes do início dos trabalhos, ocorreu a pesquisa arqueológica: profissionais fizeram um estudo para delimitar a área que precisa ser preservada (o sítio arqueológico) para, enfim, liberar o canteiro de obras.
De acordo com Lígia, estudos sistemáticos dos achados serão feitos apenas após o término das intervenções na região.
— Depois (da conclusão da obra), propomos uma escavação maior. Só encontramos o sítio e delimitamos a área, que agora está protegida. O canteiro foi implantado e autorizado pelo Iphan no entorno do sítio — diz a arqueóloga.
MEMÓRIAS DO SÉCULO XIX
Lígia defende o conhecimento obtido através da arqueologia. Segundo ela, é um complemento à História oficial:
— Esse trabalho ajuda a conhecermos a ocupação dessa região durante o século XIX. A proposta da arqueologia é complementar o conhecimento da História porque, às vezes, não há informação sobre quem morou ali, por exemplo.
O apoio institucional da pesquisa, essencial para que o trabalho dos arqueólogos ocorra, é da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Após o término dos trabalhos no sítio arqueológico, o material será encaminhado para um laboratório da universidade.
FONTE: O Globo Niterói
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