O Projeto Ilhas do Rio completa quatro anos de atividades nas ilhas Cagarras, Rasa, Redonda, Comprida, das Palmas e nos arquipélagos de Maricás e Tijucas, no Rio de Janeiro. Patrocinado por meio do Programa Petrobras Socioambiental, ele já propiciou a descoberta de um sítio arqueológico pré-colonial Tupi-Guarani, o mapeamento de centenas de plantas e animais e a catalogação de uma perereca de bromélia, uma barata de asas curtas que não voa e um tipo de coral até então desconhecidos pela comunidade científica mundial.
O trabalho, idealizado pelo Instituto Mar Adentro, contribui para proteger e conservar tais localidades, registrando as áreas que devem ser preservadas em termos de prioridade e níveis de proteção. Além disso, promove a educação ambiental relacionada às ilhas, por intermédio de cursos, oficinas, workshops, fóruns, palestras, exposições e centros de visitantes, colaborando assim para o manejo, a gestão e o turismo sustentável.
Desde o início do Projeto Ilhas do Rio (2011), a descoberta de novas espécies para a ciência e de outras raras, ameaçadas e invasoras tem sido constante / Crédito: Áthila Bertoncini |
Estreante nessa lista de ocorrências, a surpreendente perereca de bromélia foi registrada primeiro na Ilha Comprida e, recentemente, na Ilha Rasa / Crédito: Fernando Moraes |
Estudos do projeto vêm constatando o papel desta espécie distinta de barata na teia alimentar da Ilha Redonda / Crédito: Fernando Moraes |
No fundo e à esquerda, é possível observar a nova espécie de coral Thesea sp. identificada pelo Dr. Clóvis Castro, do Museu Nacional-UFRJ (parceiro do projeto) / Crédito: Fernando Moraes |
Em 2015, os golfinhos flipper voltaram a aparecer nas proximidades das ilhas depois de quatro anos sem serem vistos por lá / Crédito: Liliane Lodi |
Na primeira fase do projeto, que se estendeu de 2011 a 2012, o resultado mais importante foi a descoberta do sítio arqueológico pré-colonial Tupi-Guarani situado no cume da Ilha Redonda, a 230m de altitude, e datado de período compreendido entre os anos 1435 e 1495. O sítio, agora tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), teve sua evolução paleoecológica e paleoambiental reconstituída, os utensílios encontrados foram analisados (machados de pedra e artefatos de cerâmica de possíveis rituais funerários) e os dados sobre as populações que ocuparam a área foram identificados.
Ainda nessa fase do projeto, com base no que foi pesquisado e estudado, foi publicado o livro “História, Pesquisa e Biodiversidade do Monumento Natural das Ilhas Cagarras”, obra finalista do Prêmio Jabuti 2014 que fala sobre a primeira unidade de conservação (UC) marinha de proteção integral do Rio de Janeiro. “O livro reuniu as riquezas paisagísticas, biológicas e antropológicas das ilhas e embasou a caracterização e o diagnóstico ambiental locais, essenciais à elaboração de um bom plano de manejo”, explica a bióloga, doutora em Ecologia e coordenadora do projeto, Aline Aguiar.
Na segunda fase, o projeto publicou o livro “Ilhas do Rio”, contendo fotos exclusivas aéreas, terrestres e subaquáticas da rica biodiversidade e das paisagens exuberantes das ilhas do litoral carioca, cenários ainda desconhecidos, em grande parte, por moradores daquelas localidades, turistas e cientistas.
Até hoje, o projeto gerou 27 mapas geomorfológicos da biologia e da arqueologia das ilhas, os quais possibilitaram a elaboração de sugestões de áreas de uso público permitido, áreas de acesso restrito ou áreas intangíveis, nesse último caso onde se verifica, por exemplo, a presença de ninhais de aves e onde está localizado o sítio arqueológico. Também foram identificadas e mapeadas mais de 183 espécies de plantas terrestres, 193 espécies de peixes, 51 de aves e 160 de invertebrados marinhos nas ilhas, sendo catalogados como inéditos no mundo uma perereca de bromélia (Scinax gr. perpusillus), uma barata (Hormetica sp.) e um tipo de coral (Thesea sp.).
Tudo isso, segundo Aline Aguiar, ampliou o conhecimento existente sobre a biodiversidade do litoral do Rio de Janeiro, possibilitou a comparação entre as Ilhas Cagarras e as áreas do entorno, demonstrou os efeitos dos limites da unidade de conservação na proteção dos ecossistemas e forneceu subsídios para sensibilizar a sociedade a apoiar medidas de conservação e turismo consciente nas ilhas.
Programa Petrobras Socioambiental
O projeto Ilhas do Rio é nosso parceiro desde 2011, quando ingressou na nossa carteira de projetos socioambientais por meio de seleção pública do Programa Petrobras Socioambiental. O programa, lançado em 2013, contempla sete linhas de atuação: Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte. O objetivo do Programa é contribuir para o desenvolvimento sustentável e a promoção de direitos, com investimentos em práticas voltadas para um ambiente ecologicamente equilibrado e socialmente igualitário, gerando resultados e desenvolvimento para a sociedade e para a Petrobras.
Postado em: [Sociedade e Meio Ambiente]
Fonte: Petrobras
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