Ambiente. Equipe do Inea em patrulhamento na Praia de Itaipu na última quarta-feira: proteção à reserva extrativista - Agência O Globo / Hermes de Paula |
Renan Almeida
Unidades de conservação se unem em choque de ordem pela orla
NITERÓI — Um choque de ordem nos mares da Região Oceânica foi a definição dada por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ao trabalho que farão pela Reserva Extrativista Marinha de Itaipu (Resex) e na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset). O patrulhamento começou quarta-feira a bordo de uma embarcação, adquirida em junho, e será realizado quase diariamente com o objetivo de coibir crimes ambientais, mas o principal instrumento é o diálogo para garantir a prática sustentável da pesca na área da reserva e a conservação dos recursos naturais.
O chefe da Resex, Carlos Martins, explica que a área foi criada para preservar a prática da pesca artesanal — feita com vara, rede lançada manualmente e arrasto de praia —, uma tradição em Itaipu. A atividade industrial, com barcos pesqueiros, não é permitida, assim como a pesca submarina (com arpões) junto aos costões.
— Mesmo em relação aos pescadores artesanais, existem leis que proíbem a captura de certas espécies marinhas em determinadas épocas. Buscamos manter um diálogo para que eles mesmos se preocupem com isso — explica Martins.
15 NOTIFICAÇÕES EM SETE MESES
O chefe do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Alexandre Ignácio complementa:
— A reserva é relativamente nova. Foi criada no fim de 2013. Então, o pescador, que a vida inteira catou mexilhões quando quis, por exemplo, não sabe que existe um período de defeso (de setembro a janeiro). Fazemos esse trabalho de educação, em vez de apenas repreendê-los.
Desde que a embarcação começou a operar, há sete meses, foram feitas 15 notificações e uma autuação por práticas irregulares. A última aconteceu terça-feira, quando um barco de pesca industrial foi localizado dentro da Resex.
— Abordamos a embarcação quando a rede já estava preparada para ser lançada e orientamos sobre a proibição — explica Jhonatan Ferrarez, coordenador de fiscalização do Peset.
Os limites entre parque e reserva se esbarram, e, devido a essa característica, as duas unidades praticam uma gestão integrada. Durante o verão, as operações ganham reforço da da Capitania dos Portos e da Guarda e Polícia Ambiental.
— Na alta temporada a frequência no litoral é muito maior. Juntos conseguimos combater não só a pesca irregular, mas o uso inadequado de motos aquáticas e outras práticas que criam conflito entre frequentadores e pescadores artesanais — diz Ferrarez.
Fonte: O Globo Niterói
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