segunda-feira, 13 de outubro de 2014

‘Bike negócios’ crescem com maior número de ciclovias em São Paulo


Há um movimento ascendente de pessoas que trocaram seus carros por bicicletas elétricas. Foto: Martin Tod.

Por Redação Ecod

A política de ampliação da rede de ciclovias e ciclofaixas na cidade de São Paulo tem contribuído para o aumento da compra de bicicletas, em especial as elétricas, informou matéria da Folha de S.Paulo publicada no domingo, 12 de outubro. A reportagem traz casos de paulistanos que trocaram o carro pelas bikes para se deslocarem até o trabalho – e mostra que estão satisfeitos com a escolha.

Este é o caso, por exemplo, do assistente jurídico Thiago Ermel, 33, que vai diariamente de casa, em Pinheiros, ao trabalho, na Liberdade (centro), um trajeto que dura 25 minutos, o mesmo tempo que costumava levar de carro. “Mas eu tinha mais dor de cabeça, porque tinha que pagar estacionamento, gasolina, manutenção. Hoje, economizo muito dinheiro”, relatou.

Segundo Thiago, a grande vantagem da bicicleta elétrica é a capacidade que ela tem de suportar obstáculos como ladeiras. “Se você tem um caminho mais difícil, que não é todo plano, e não tem como tomar um banho e se tocar no seu trabalho”, exemplificou o assistente jurídico.

Opção semelhante fez Rafael Botelho, 35, gerente de investimentos de um banco que mora na zona oeste da capital paulista. Todos os dias ele veste seu terno preto, gravata e sapato social, e em seguida monta em sua bicicleta elétrica rumo ao trabalho. “Não posso chegar suado, então optei por uma bicicleta elétrica”, justificou. “Passar a andar de bicicleta mudou minha relação com a cidade”, destacou.

Movimento crescente

Para os donos de lojas especializadas, há um movimento ascendente de pessoas que trocaram seus carros por bicicletas elétricas. O executivo da Sense Bikes, Caio Ribeiro, informou que suas vendas de bicicletas elétricas aumentaram 40% entre agosto e setembro deste ano, no comparativo com os 5% a 10% registrados em 2013.

A Dafra Motos, que também produz bicicletas elétricas, afirmou que começou a fabricar o produto com foco no usuário do transporte coletivo sem dinheiro para comprar uma moto, contudo, os clientes preferenciais são os clientes que possuem carros, mas agora querem uma melhor qualidade de vida.

Os modelos mais baratos de bicicletas elétricas estão na faixa dos R$ 2 mil. “O Brasil tem uma das bicicletas mais caras do mundo, com 72,3% de impostos sobre o custo”, observou o consultor em mobilidade e cicloativista Daniel Guth. “A carga tributária está mais próxima dos produtos nocivos, como cigarro e álcool, do que dos benéficos à saúde”, comparou.

Bike negócios

Revenda de bicletas, produção e distribuição de acessórios e serviços de manutenção e customização são alguns dos negócios que estão surgindo e crescendo com esse interesse da população pelo ciclismo. Segundo os especialistas, o e-commerce e as customizações são duas das principais oportunidades nesse segmento, mas é fundamental que os empresários estejam atentos às necessidades do consumidor.

O coordenador do movimento Salvador Vai de Bike, Isaac Edington, entende que as empresas podem contribuir muito para a melhoria da mobilidade urbana, ao criarem condições para que, cada vez mais pessoas, possam usar a bicicleta para se deslocar até o trabalho. Em setembro, a capital baiana sediou um evento voltado para os bike negócios, no qual estiveram reunidos empresários do setor e autoridades.

* Publicado originalmente no site EcoD.

Fonte: Envolverde




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