sexta-feira, 7 de junho de 2013

Crimes da ditadura: Niterói instala a primeira Comissão da Verdade municipal do país


A VERDADE NAS TELAS



Texto: Rodrigo Rebechi
Foto: Divulgação

O prefeito Rodrigo Neves recebeu em seu gabinete membros da Comissão da Verdade de Niterói (CVN), criada para esclarecer as diversas violações dos direitos humanos praticadas após o golpe militar de 1964, tendo como foco os cerca de 1,2 mil presos políticos no estádio Caio Martins, em Icaraí. A comissão conta agora com o prazo de um ano e meio para fazer o levantamento das informações relacionadas à ditadura militar. Participaram também da reunião o presidente da comissão, o advogado Fernando Dias; Rodrigo Mondejo, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); o professor Rogério Dutra, da Universidade Federal Fluminense (UFF), juntamente com o aluno Eduardo Periacar; o vereador Leonardo Giordano (PT), autor da lei que criou a comissão; Jourdan Amóra, representando a sociedade civil; além do vice-prefeito Axel Grael, da secretária executiva Maria Célia Vasconcelos e do subsecretário de Direitos Difusos, Roberto Almada.

Comissão da Verdade de Niterói (CVN), criada para esclarecer as diversas violações dos direitos humanos praticadas após o golpe militar de 1964, tendo como foco os cerca de 1,2 mil presos políticos no estádio Caio Martins, em Icaraí.


“Nossa cidade tem em sua história importante dívida com a sociedade civil de, ao menos, apurar o que aconteceu com as pessoas que muito lutaram contra a repressão. A criação da CVN é um marco histórico, ainda que não seja único, para a concretização da democracia, bem como proporcionar a toda a sociedade uma oportunidade real de colocar essa memória em pratos limpos e clarear cantos obscuros do passado”, diz em sua justificativa o vereador Giordano.

“Niterói é a primeira cidade no país a criar uma Comissão da Verdade sobre o período da ditadura militar. A prefeitura dará total apoio ao funcionamento da comissão, pois entendemos que é uma contribuição para o resgate da história desse período sombrio onde muitos perderam a vida”, afirmou Rodrigo Neves.

Segundo o professor Rogério Dutra, todo material servirá de material para pesquisas de mestrado e que a UFF pretende, inclusive, criar um documentário relatando esse período de pesquisa e da história política da cidade. Um centro de memória também poderá ser criado no próprio Caio Martins a partir de 2015.

“A UFF tem intenção em disponibilizar todo material à população e a criação de um centro de memória, no próprio Caio Martins. Foi criada uma disciplina, chamada Sistema Politico Brasileiro e uma das abrangências é a memória e estudos da ditadura a partir da perspectiva do direito constitucional. A UFF entra na comissão para qualificar o material produzido pelos estudos, até inclusive, na criação de um documentário”, disse Dutra.

No próximo dia 20, às 18 horas na faculdade de Direito da UFF, será realizada a posse pública da CVN e os primeiros depoimentos públicos, onde foram convidados Ana Maria Brandão e Benedito Joaquim.  

Fonte: A Tribuna    

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