sábado, 6 de outubro de 2018

Niterói só fica atrás do Rio na geração de empregos



Soldador trabalha na manutenção de uma peça: indústria naval alavanca geração de empregos na cidade Foto: Márcio Alves / Agência O Globo


Giovanni Mourão

Setor industrial alavanca crescimento, gerando 159 vagas em agosto, o que corresponde a 48% dos contratos firmados

NITERÓI - Com saldo de 331 vagas de emprego em agosto deste ano, Niterói é a cidade que mais abriu postos de trabalho entre todas as 21 da Região Metropolitana, fora a capital: foram 4.231 contratações contra 3.900 desligamentos. Este é o melhor índice da cidade em mais de três anos. Em março de 2015, Niterói fechou o mês com um total de 519 vagas abertas.

A cidade também foi a única a apresentar desempenho positivo entre contratações e demissões em todos os sete setores da economia avaliados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Indústria naval

O setor determinante para essa escalada foi a indústria, responsável por 159 desses novos empregos em agosto, o correspondente a 48% do total. Esse é o maior número mensal de contratações do setor desde abril de 2017, quando a indústria abriu 230 postos.

Para chegar a esse número, a indústria registrou 352 admissões contra 193 demissões. Julia Rangel, analista de estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), destaca que, de todos os ramos industriais, o naval foi o que mais contratou, sendo responsável por 187 das mais de 350 vagas de todo o setor.

A economista detalha ainda que a indústria naval admitiu trabalhadores de manutenção, reparos e instalação de máquinas, equipamentos e embarcações, e também para a fabricação de produtos de metal.

— Pode ser que esse seja o primeiro sinal de recuperação do setor, que é extremamente importante para a região e para todo o Estado do Rio. Sem dúvidas, a retomada do setor de óleo e gás, com a realização de leilões desde o ano passado, é uma notícia positiva. Entretanto, só é possível afirmar que esse resultado reflete um início de recuperação da indústria naval se os dados dos próximos meses continuarem positivos — analisa Rangel. 

Apesar dos bons índices de agosto, a indústria permaneceu no negativo em Niterói nos dois primeiros quadrimestres deste ano, com 72 vagas encerradas. No acumulado de 12 meses (entre setembro de 2017 e agosto de 2018), o total é de 333 postos fechados.

Além da evolução no índice de empregabilidade, a arrecadação de impostos provenientes do setor começa a dar sinais indicativos de recuperação: ela cresceu 47% entre 2016 e 2017, saltando de R$ 3,4 milhões em tributos aos cofres municipais para R$ 5 milhões. Ainda acompanhando esse crescimento, nos primeiros seis meses deste ano, a receita proveniente da indústria naval chegou aos R$ 2,6 milhões, enquanto no mesmo período do ano passado, foi de R$ 2,2 milhões, 15,3% a menos.

Apenas 12 dos 21 municípios da Região Metropolitana tiveram saldo positivo nos índices de empregabilidade. Empatadas em segundo lugar, as vizinhas Itaboraí e Maricá abriram 101 vagas cada uma. Itaboraí registrou, contudo, 27 postos fechados na indústria, enquanto Maricá abriu apenas nove.

Considerando somente o setor industrial, Niterói também lidera o ranking da região com 159 vagas mantidas; em segundo lugar vem o município de Rio Bonito, com saldo de 26 novos empregos gerados em agosto. 










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