segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Nobel de Economia vai para dois americanos que defendem o desenvolvimento sustentável e combate às mdanças climáticas




Os americanos William D. Nordhaus (à esquerda) e Paul Romer venceram o Prêmio Nobem de Economia 2018 Foto: Reuters


Os modelos criados por William Nordhaus e Paul Romer ajudaram no desenvolvimento da economia, integrada ao combate às mudanças climáticas

O Globo e Agências internacionais

ESTOCOLMO — Os vencedores do Nobel de Economia de 2018 são William Nordhaus e Paul Romer. A dupla de norte-americanos levou o prêmio por seus trabalhos que integram inovação tecnológica e mudança climática com crescimento econômico sustentável, anunciou a Academia Real de Ciências da Suécia nesta segunda-feira.

William Nordhaus e Paul Romer projetaram métodos que abordam questões fundamentais, como criar crescimento econômico sustentado e sustentável em longo prazo, segundo o comitê do Prêmio Nobel. Os modelos que Nordhaus e Romer criaram ajudaram no desenvolvimento do crescimento econômico e no combate às mudanças climáticas.

"Na sua essência, a economia lida com a gestão de recursos escassos. A natureza dita as principais restrições ao crescimento econômico e nosso conhecimento determina quão bem lidamos com essas restrições. Os laureados deste ano, William Nordhaus e Paul Romer, ampliaram significativamente o escopo da análise econômica ao construir modelos que explicam como a economia de mercado interage com a natureza e o conhecimento", diz a nota da Academia.

Nordhaus é professor do Departamento de Economia da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. O economista fez estudos que mostram que o meio mais eficiente para resolver os problemas causados pelas emissões de gases é aplicar um imposto global a todos os países.

Paul M. Romer examinou a forma como os economistas podem alcançar uma taxa saudável de crescimento econômico. Criador da Teoria do Crescimento Endógeno, se destaca por levar em conta inovações tecnológicas em suas análises. A Academia Sueca destaca que sua pesquisa "mostra que é o acúmulo de ideias que sustenta o crescimento econômico de longo prazo".

Romer defende que as mudanças que têm mais impacto para o progresso são as que acontecem nas cidades - e não as decorrentes das grandes decisões nacionais. Seu modelo preferido é o das vizinhas Hong Kong e Shenzhen, metrópoles chinesas onde foram aplicadas políticas que aceleraram seu desenvolvimento e acabaram por transformar o país.

ACADEMIA PREMIOU O PIONEIRISMO, DIZ ESPECIALISTA

O economista José Eli da Veiga, professor da USP e autor de diversos livros sobre desenvolvimento sustentável, estuda o tema há mais de três décadas. Acredita que pesou sobre a decisão de conceder o prêmio a estes dois economistas o fato de serem pioneiros nos temas que estudam. Foi também uma forma de sinalizar que não só é importante buscar o crescimento sustentável, mas perseguir o desenvolvimento econômico, mesmo por aqueles países que praticamente anularam suas taxas de pobreza e não sofrem com o desemprego.

- Só conceder o prêmio ao Nordhaus poderia parecer algo muito ambientalista. Ao premiar o Romer, eles quiseram enfatizar que o crescimento ainda é necessário. Há uma corrente de economias que defende que países nórdicos e outros da Europa, que praticamente não têm pobreza e nem grande problema de desemprego, poderiam ganhar mais se não tivessem esse compromisso de ter um PIB em crescimento. Mas a Academia sinalizou que devem continuar buscando o crescimento sim - avalia José Eli.

Fonte: O Globo 









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