O prefeito Rodrigo Neves reuniu-se, nesta quinta-feira (08), com o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, para discutir a mobilidade em Niterói nos municípios vizinhos. Foram quatro os temas da reunião: a redução da tarifa na estação das barcas de Charitas, a construção de um BRT entre Alcântara e o Centro de Niterói, a reabertura do canal sobre a ponte de entrada da Ilha da Conceição e a possibilidade de adequação no projeto do BRT TransBrasil, na cidade do Rio de Janeiro, para evitar o fechamento da alça de decida da ponte Rio-Niterói próxima ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).
Delmo Pinho estava acompanhado da subsecretária de Mobilidade e Integração Modal, Paula Azem. Já o prefeito Rodrigo Neves foi acompanhado dos secretários municipais de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier; da secretária de Fazenda Giovanna Victer; e do secretário de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão, Axel Grael.
“Semana passada estive com o governador Wilson Witzel, quando esse encontro com o Delmo Pinho foi agendado. Temos demandas na área de transportes e mobilidade urbana e essa parceria com a Secretaria estadual de Transportes será muito importante para buscarmos uma solução”, disse Rodrigo Neves. O encontro foi no Museu de Arte Contemporânea (MAC).
Um dos pontos discutidos foi a possibilidade da adoção de uma tarifa menor nos catamarãs de Charitas em direção do Rio, que hoje está fixada em R$ 17,00, para uma maior integração com o BHLS e com o transporte público municipal.
“Chegamos a um entendimento em relação a necessidade de potencializarmos a estação de catamarã de Charitas, porque é uma estação que atendia 5 mil passageiros dia. Essa demanda aumento com o BHLS para 8 mil passageiros dia. Ou seja, houve um aumento da ordem de 60% no número de passageiros só com a chegada do BHLS, entretanto esse movimento pode chegar a 25 mil passageiros por dia, sem a necessidade de novos investimentos, novas obras. Basta que a tarifa seja um pouco menor”, defendeu o prefeito.
Prefeito e secretário estadual de Transportes chegaram a um acordo para a instalação de um grupo de trabalho formado por representantes da prefeitura, da secretaria e da concessionária CCR Barcas para discutir a potencialização da estação com o aumento da demanda e a redução da tarifa.
“Essa tarifa de R$ 17,00 é proibitiva para os usuários da classe média que utilizam aquele sistema. E o nosso objetivo será integrar o sistema de BHLS e transporte público municipal com a estação de catamarã de Charitas, estimulando as pessoas a acessarem o transporte público. Mas uma tarifa mais acessível é essencial”, disse Rodrigo Neves.
O secretário lembrou que há uma lei, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) instituindo uma tarifa social nos catamarãs de Charitas.
“O importante é a disposição das partes em cooperarem para dar prioridade ao transporte coletivo, integrando o BHLS e os ônibus ao Catamarã e tentarmos a recuperação do nível de demanda que a estação já teve num passado mais ou menos recente e que perdeu. E perdeu porque a passagem tem de fato um valor elevado”, disse o secretário Delmo Pinho.
Outro ponto discutido na reunião foi a dragagem do canal de São Lourenço. O estudo de viabilidade, contratado pela Prefeitura, aponta que uma das principais ações que se somam à dragagem será a retomada do fluxo de água sob a ponte de entrada da Ilha da Conceição. A região do pedágio foi aterrada para a construção da Ponte Rio-Niterói na década de 1970. Esse é um dos principais problemas apontados pelo estudo para o assoreamento daquela área da Baía.
Delmo Pinho se comprometeu a conversar com a Ecoponte e a ANTT para viabilizar a reabertura do canal e a retomada do fluxo de água.
“Esse aterro é um saldo remanescente da construção da Ponte na década de 1970, por isso, é importante que haja um compromisso ambiental do governo federal, que foi quem construiu a ponte. Esse ajuste pode ser muito bom não só para o meio ambiente, com o fim do assoreamento do canal, com a circulação da água, como para as inúmeras empresas que estão instaladas na beira do canal e vão ter uma outra condição de operação e de trabalho”, disse o secretário.
O terceiro ponto de discussão foi a busca de uma solução viária na saída da Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, com a construção de parada do BRT Transbrasil, o que implicará no fechamento da alça de descida da ponte e o fim do ponto de ônibus em frente ao Into.
“A Secretaria de Transportes e a Prefeitura de Niterói vão buscar um diálogo com a prefeitura do Rio para adequação do projeto da Transbrasil. A retirada dos pontos de ônibus em frente ao Into e a interdição do acesso vai causar um prejuízo enorme a mobilidade no leste fluminense, em Niterói e São Gonçalo. Também vai anular os ganhos do projeto da alça da ponte para a Linha Vermelha. É preciso que haja uma adequação desse projeto por parte da prefeitura do Rio”, argumenta Rodrigo Neves.
“Tenho certeza que pelo diálogo e pelo trabalho técnico integrado da prefeitura de Niterói, da prefeitura do Rio , como o acompanhamento e participação da Secretaria estadual de Transportes, nós vamos chegar a um bom termo no ajuste desse projeto para que não haja prejuízo na cidades e sobretudo no acesso ao Rio de Janeiro”, ponderou o prefeito.
“Já estamos trabalhando com várias secretarias municipais sobre esse assunto relacionado ao BRT Transbrasil e é uma preocupação de todos que o sistema funcione bem para melhorar a mobilidade na região. Estamos entendendo que é preciso alguns ajustes, mais alguns estudos e um pouco mais de detalhes técnicos para se chegar a um entendimento”, disse o secretário.
Mobilidade
O prefeito e o secretário estadual de Transportes também discutiram os estudos para a viabilização de um BRT ligando, pela RJ-104, o bairro de Alcântara, em São Gonçalo, ao Centro de Niterói, via Alameda São Boaventura.
“Niterói recebe centenas de ônibus intermunicipais, sobretudo pela Alameda São Boaventura. A Prefeitura lançará nas próximas semanas um projeto de modernização das estações da Alameda para ganhar maior eficiência e qualidade no sistema de transportes daquela região. Agora, é fundamental tiramos do papel a estação de transbordo do Caramujo para que a gente evite essa entrada tão absurda, acima da capacidade da Alameda suportar todo este tráfego na RJ 104”, declarou o prefeito.
Delmo Pinho disse que já existem alguns estudos sobre a construção do BRT feitos há cerca de dois anos e que precisam ser atualizados.
“Já trabalhamos nesse assunto há uns dois anos. Agora, vamos retornar às pranchetas para refazer os estudos, já com essa possibilidade de uma parceria maior com a Prefeitura de Niterói, que pode construir o terminal do Caramujo, por exemplo. Achamos que é melhor que ônibus com uma maior capacidade de transporte de passageiros passando pela Alameda São Boaventura em vez de uma infinidade de ônibus menores engarrafando a via. É bom para a mobilidade e é bom para o meio ambiente”, disse Delmo Pinho.
Fonte: A Tribuna
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