Depósito na Avenida Benjamin Constant, no Barreto, já está abarrotado de motocicletas e carros apreendidos. Foto: Evelen Gouvêa |
Diariamente veículos apreendidos são levados para depósito municipal. Foto: Evelen Gouvêa |
Patrícia Vivas
Pregão de carros e motos que já estão há mais de 90 dias em depósito da prefeitura será neste mês, para amenizar superlotação
Os veículos apreendidos que foram encaminhados para o depósito público de Niterói, localizado no Barreto, e que foram abandonados por seus donos há mais de 90 dias, serão leiloados neste mês. A informação é do presidente da NitTrans, Coronel Paulo Afonso.
A cidade de Niterói conta, atualmente, com um depósito público, localizado na Avenida Benjamin Constant, próximo ao supermercado Assaí, e a empresa responsável por ele é a Transguard. A empresa tem um contrato com a Prefeitura de Niterói, mas está recebendo os veículos que deveriam estar sendo enviados para o Depósito Público do Estado, por questão de segurança pública.
De acordo com o comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Gilson Chagas, e com o delegado da 76ª DP (Centro), Gláucio Paz, caso o depósito fique lotado, as operações terão que ser reduzidas ou canceladas.
“Temos contado com o apoio da prefeitura em relação a essa apreensão de veículos, principalmente motocicletas. A preocupação que eu tenho é que o depósito da prefeitura já está ficando abarrotado e, se as operações pararem de acontecer, nós teremos um problema sério na questão de segurança, porque eu dependo desse depósito para continuar fazendo as minhas apreensões de motocicletas e veículos irregulares. Se eu parar de ter esse apoio, nós vamos ter um problema sério. Por enquanto, temos esse espaço, mas já me foi informado que em breve não poderá mais receber veículos. Isso vai impactar diretamente no índice de criminalidade de Niterói”, afirmou o tenente-coronel Chagas.
O delegado Gláucio Paz também comentou a situação.
“O depósito público é fundamental para a Polícia Civil, porque quando realizamos operações, pegamos todos os veículos sem placa e com chassis arranhado, e alguns deles não conseguimos identificar. Então, não podemos mandar para o pátio legal, temos que mandar para o depósito público. Então, quando o depósito público deixa de receber, temos que deixar de apreender, ou seja, temos que parar com as operações. Embora seja um problema do município, afeta o trabalho da polícia, que é do Estado”, explicou o delegado.
Um responsável pela empresa Transguard, que pediu para não ser identificado, concorda que a realização do leilão poderá de alguma forma diminuir a gravidade do problema, mas talvez não resolva.
“Talvez o leilão não seja a solução para o problema da falta de espaço do Depósito Público, mas com certeza vai ajudar bastante. A empresa ocupa o local há mais de um ano e nenhum leilão, antes, havia sido aprovado pela prefeitura para ser realizado. Basta entrar no local para perceber que está lotado. As motos devem ter um bom espaço para não correrem o risco de serem arranhadas ou danificadas. No depósito o espaço entre elas não é nem de dez centímetros, está lotado de moto”, afirmou o responsável.
Questionado sobre a situação, o coronel Paulo Afonso, presidente da NitTrans, afirmou que a prefeitura tenta ajudar, mas não é responsável pelo problema.
“A prefeitura não tem obrigação nenhuma de receber os veículos apreendidos pela Polícia, isso é de responsabilidade do Estado, e inclusive, aviso que não será mais permitida a entrada de veículos apreendidos pela polícia no Depósito Público da Transguard, a menos que a apreensão seja feita em flagrante em caso de roubo”, afirmou.
Em relação aos leilões, o presidente afirmou que uma comissão interna será criada para acompanhar os trâmites para a criação do leilão e que em maio, os carros que tenham ultrapassado o prazo estabelecido por lei de permanência dos mesmos no depósito, serão leiloados.
“Não gosto de leiloar carros, sempre fico com o pé atrás, porque gosto de respeitar o direito do cidadão. Vou iniciar imediatamente o processo do leilão, mas irei informar a todos os proprietários antes. A lei afirma que o veículo pode ser vendido após 90 dias, se não for reclamado, ou seja, se o veículo for completamente abandonado pelo dono. O leilão será realizado dentro de todos os requisitos impostos por lei”, garantiu.
Pátio Legal – O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói, Leandro Santiago, ressaltou a importância da criação de um Pátio Legal em Niterói para receber veículos de toda a Região Metropolitana.
“É um absurdo que a população de Niterói tenha que buscar seu carro no fim do mundo, quando foi roubado ou furtado aqui em Niterói. O Conselho Comunitário já está correndo atrás para cobrar a criação desse Pátio Legal, que irá facilitar muito a vida da população”, disse.
Atualmente, o cidadão que tiver o carro rebocado deve resgatar o mesmo em Deodoro, onde fica o único depósito do programa Pátio Legal da Secretaria Estadual de Segurança, que atende a toda Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Fonte: O Fluminense
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