Martine Grael e Kahena Kunze durnate a Copa Brasil de Vela, realizada na praia de São Francisco, Niterói, em janeiro de 2014. |
Uma convivência afinada durante as competições e de muita amizade nos momentos de folga. Talvez, não exista outra explicação para o sucesso da dupla Martine Grael e Kahena Kunze, competidoras da classe 49erFX na vela. Vice-campeãs mundiais no ano passado, elas têm dominado a modalidade nesta temporada e estão no topo do ranking mundial.
Aos 23 anos, as brasileiras começaram a dividir o mesmo barco no fim de 2012. Mas o bom relacionamento entre elas começou antes.
Após nascer em São Paulo e mudar com a família para o Rio de Janeiro, Kahena passou a treinar na classe Optimist. Já na capital paulista, velejava com a família. Enquanto isso, Martine, filha de Lars Grael, praticava o esporte em Niterói.
Quando tinham 13 anos, elas passaram a se encontrar em competições. Eram rivais dentro da água, mas muito amigas fora dela. Em 2009 até velejaram juntas em uma competição. E de cara, saíram vitoriosas.
– Velejávamos em clubes diferentes, mas éramos unidas. Éramos meio rivais, cada um em um barco, mas nos encontrávamos sempre nos campeonatos. Tínhamos 13 anos e a amizade foi crescendo. Em 2009, velejamos juntas em um campeonato para menores de 18 anos. Foi uma química certa e ganhamos. Depois, ela foi para outra classe com a Isabel (Swan). A amizade continuou, sempre nos encontrávamos. No fim de 2012, ela me chamou para treinarmos juntos. Além de amiga, a admiro muito – afirmou Kahena.
– Experimentei o barco (49erFX) e senti que era muito legal. Vi que precisava de uma parceira de total confiança, pois isso exige do relacionamento, você passa muito tempo junto. Ela consegue me aturar nas regatas se estamos indo mal, consegue segurar o tranco – disse Martine.
Em uma classe nova e que vai estar em uma Olimpíada pela primeira vez no Rio de Janeiro em 2016, as amigas parecem estar no caminho certo. Após o vice-campeonato mundial em 2013, neste ano elas participaram de cinco competições: conquistaram o ouro em três, levaram a prata em outra e ainda ficaram com uma quarta colocação.
Agora, sem muitas competições, passam mais tempo juntas durante o treino, já que Martine segue em Niterói e Kahena no Rio de Janeiro. Elas até consideram tal distância importante para evitar o desgaste.
O primeiro lugar no ranking mundial pouco muda a rotina. Elas mesmo garantem que várias atletas vão evoluir até os Jogos Olímpicos.
O que não vai mudar é a amizade delas. E assim, Martine e Kahena seguem em alta na 49erFX. O próximo desafio é o Campeonato Europeu e o evento-teste para a Olimpíada. Depois, um novo Mundial, na Espanha. Que venham mais medalhas.
Situação da Baía de Guanabara preocupa
Líderes do ranking mundial na classe 49erFX, Martine Grael e Kahena Kunze demonstram preocupação com a situação da Baía de Guanabara para a Olimpíada de 2016. O local das provas da vela segue com problemas de poluição.
– Essa questão da poluição, da água suja, é por falta de vontade deles (dos governantes). Solução tem, mas falta vontade política, falta alguém agir – afirmou Kahena.
– Os competidores lá fora perguntam como é, estão com medo de pegar alguma doença. Todos já sabem como se encontra o local e a gente fala a realidade. Doença nunca vai pegar, até porque usamos lá. Mas é mais pelo lixo – completou.
Antes muito crítica à situação da Baía de Guanabara, Martine agora tem tomado mais cuidado para falar sobre a situação. Segundo ela, o foco precisa mudar.
– Vocês (jornalistas) deviam focar mais no que está sendo feito, sendo mudado. A gente expõe isso na mídia, é o que podemos fazer. Temos de cobrar que as coisas sejam feitas – disse a velejadora.
Kahena explica origem do nome
Com os bons resultados desde o ano passado, Kahena Kunze tem enfrentado outra dificuldade durante as provas: fazer os estrangeiros aprenderem a pronunciar seu nome corretamente (Caêna).
– Meu nome significa uma guerreira dos Montes Urais. Ela morava em uma tribo e sempre vencia os inimigos. Tenho problemas em alguns países para entenderem, mas tudo bem. Gosto do nome – disse.
O nome não é a única coisa incomum na vida de Kahena. Como ela e Martine treinam em um clube em Niterói, cidade da companheira, e ela mora no Rio de Janeiro, a locomoção para a atividade é diferente.
– Quando posso, vou de bote. Demoro 10, 15 minutos. De carro, seriam duas horas.
A PARCERIA:
Início
Martine Grael e Kahena Kunze começaram a treinar juntas na classe 49erFX no fim de 2012, quando a primeira deixou a classe 470.
Conquistas
Até o momento, tiveram como resultado mais marcante o vice-campeonato mundial no ano passado. Em 2014, foram ouro em duas etapas da Copa do Mundo (Mallorca e Hyères) e na Semana Olímpica de Garda Trentino.
Meta em 2014
A principal disputa é o Mundial, em setembro, em Santander, na Espanha.
Fonte: O Povo
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