28/07/2017 – Até outubro, os 594 guardas civis municipais de Niterói participarão do curso de capacitação em comunicação não violenta e comportamento não verbal. As aulas, que terão início no dia 1 de agosto, acontecem na Cidade da Ordem Pública, no Barreto, serão ministradas pela perita carioca Mônica Azzariti, que é instrutora do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar.
A comunicação não violenta, conhecida também como comunicação empática, tem como objetivo encontrar a melhor forma para que se fale o que considera importante sem culpar o outro, envergonhá-lo, coagi-lo ou ameaçá-lo. É muito útil para resolver conflitos e conectar-se aos outros, vivendo de um jeito consciente. No treinamento, Mônica Azzariti aplica os conceitos de neurociência para que as ações impulsivas e os erros dos agentes de segurança sejam evitados.
A instrutora aponta que é necessário que o agente de segurança encontre resoluções e as melhores atitudes verbais que o auxiliem em sua relação com a comunidade, beneficiando, com isso, sua atividade profissional e a imagem da instituição.
De acordo com Mônica, que já ministrou palestras na Cidade da Ordem Pública, o treinamento contribui para valorização dos agentes e apresenta resultados bastante significativos em sua atuação a partir da compreensão do que é linguagem não verbal e comunicação não violenta.
“A primeira coisa que temos que pensar é que falamos além das palavras. O agente, tanto ao analisar o comportamento do outro, antecipando um comportamento violento, quanto ao saber que postura adotar para determinada situação ou contexto, se beneficia evitando agir com truculência ou cometer algum excesso”, afirma Mônica. “A gente consegue ver, na prática, uma valorização da estratégia de comunicação que é muito importante na maneira que a gente vive hoje a violência. Além disso, o agente público se sente mais seguro com mais uma ferramenta. Ele se sente valorizado”, acrescenta.
A instrutora destaca, ainda, que a mudança do comportamento do agente de segurança pública é percebido pela população e, dessa forma, a instituição é melhor vista. “Uma atitude comunicativa positiva contribui para a construção de uma relação de confiança, admiração e respeito entre o agente público de segurança e a comunidade”, enfatiza.
Mônica, além de instrutora do Bope desde 2014, também atua na Coordenadoria de Polícia Pacificadora, tendo ministrado aulas de comunicação não violenta e de negociação de reféns para mais de três mil policiais. A instrutora, que também é fonoaudióloga, é mestre em linguística pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, certificada pelo American College of Forensic Examiners Institute em análise do discurso de conversas gravadas de maneira secreta e em funções da comunicação não verbal pela Universidade de Tilburg (Holanda).
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