Na obra da TransOceânica, a ducha utilizada para baixar a poeira para colocação da camada asfáltica é com água de reuso. Foto: Divulgação / Luciana Carneiro |
Prefeitura utiliza mais de 14.400 litros de água de reúso por semana
Quem passa na Estrada Francisco da Cruz Nunes, na Região Oceânica, e observa os funcionários que trabalham nas obras da TransOceânica utilizando duchas de água no asfalto nem imagina que aquele jato que ajuda a baixar a poeira para colocação da camada asfáltica é água de reúso. E não é só na maior obra de mobilidade já realizada na cidade que o poder público utiliza água reaproveitada. Responsável pela “faxina” das ruas, a Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) usa, aproximadamente, 14.400 litros dessa água, por semana, somente na lavagem de ruas.
Dayse Monassa, secretária de Conservação e Serviços Públicos explica que antes de poder ser utilizada novamente, a água – que é proveniente de matéria orgânica, passa por um processo de desinfecção para novamente voltar às ruas. São quatro etapas de tratamento, que dura doze horas, para que a remoção dos resíduos e micro-organismos.
“Temos que lembrar que existe uma crise hídrica que afeta várias regiões do País. Niterói faz a sua parte para ser uma cidade mais sustentável. Além disso, o reúso da água gera uma economia para o município”, esclarece Dayse.
A iniciativa é uma das intervenções da Prefeitura de Niterói para tornar a cidade cada vez mais sustentável, com ações e hábitos ecologicamente corretos. Através de uma parceria com a concessionária Águas de Niterói, o município também rega seus canteiros e jardins com a água tratada nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) de Camboinhas e Itaipu. São cerca de três caminhões de água por dia para regar os canteiros e jardins públicos da cidade, durante o verão. As ruas de feiras também são outros exemplos de locais na cidade onde a prefeitura utiliza água de reúso. O mesmo acontece para remoção de lama nas vias, após a ocorrência de chuvas.
De acordo com o presidente da Águas de Niterói, Nelson Gomes, as estações de tratamento eliminam 95% dos poluentes da água, em conformidade com as normas técnicas brasileiras.
“A água de reúso utilizada pela Prefeitura de Niterói para a rega de parques, jardins e lavagem de ruas é proveniente das estações de tratamento de esgoto da Águas de Niterói. O tratamento do esgoto coletado no município é constituído por processos físicos, biológicos e químicos. As unidades que possuem essa finalidade eliminam os poluentes presentes no esgoto em até 95%. As ETEs de Camboinhas e Itaipu, que tratam o esgoto por meio do sistema terciário, permitem que esses efluentes sejam utilizados em atividades de limpeza e manutenção da área verde. Anteriormente, esse procedimento era realizado com água tratada”, informa Nelson Gomes.
Segundo Silvia Pires, bióloga e chefe do setor de reciclagem da Clin, a água de reúso é obtida através do tratamento avançado dos esgotos gerados pelos imóveis conectados à rede coletora de esgotos e pode ser utilizada em processos que não requerem que a água seja potável, mas sanitariamente segura, gerando a redução de custos e garantindo o uso racional da água. A água de reúso não é potável, portanto não deve haver nenhum tipo de uso/consumo humano, apesar de sua aparência ser semelhante à potável.
Silvia lembra ainda que a água cobre aproximadamente três quartos da superfície da Terra e que 97,5% desse total é formado de água salgada (oceanos e mares) e 2,5 %, de água doce. Desses 2,5%, a maior parte (2,1%) está sob a forma sólida (gelo) nas regiões polares, ou em rios e lagos subterrâneos, o que dificulta a ação do homem; e apenas 0,4% estão disponíveis para o consumo direto, ou seja, pode ser utilizado por nós.
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