Comunidade Coronel Leôncio, na Engenhoca, será a primeira a ser monitorada em tempo real. |
Alunos e técnicos da universidade estiveram na Comunidade Coronel Leôncio recolhendo dados e fazendo pesquisas
Foto: André Redlich
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Vanessa Lima
Projeto desenvolvido pela UFF passará a monitorar a partir do ano que vem, em tempo real, áreas de risco em comunidades
A comunidade Coronel Leôncio, na Engenhoca, será a primeira região de Niterói a receber uma plataforma que monitora em tempo real as áreas de riscos geológicos do município. O projeto, desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense, por meio do Programa UFF SOS Comunidade, é uma ferramenta inédita em todo o mundo, capaz de monitorar de forma imediata a susceptibilidade de cada local aos deslizamentos e prever o número de residências que podem ser afetadas.
A previsão é que o sistema entre em fase operacional a partir do primeiro semestre do ano que vem e a expectativa é que o projeto seja implantado em toda a cidade até o fim de 2017.
"A ideia é que o mapa seja implantado na sala de monitoramento da Defesa Civil e o sistema realize, automaticamente, o cruzamento dos números obtidos nesses mecanismos com parâmetros de solo, declividade e vertentes das encostas."
O Mapa de Susceptibilidade a Escorregamento foi desenvolvido pelo professor do Departamento de Análise Geoambiental, Elias Arruda, em 2013, com base no desastre de Nova Friburgo, na Região Serrana. A plataforma prevê os riscos por meio da coleta de dados dos modelos matemáticos de previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do radar meteorológico do Rio de Janeiro e dos pluviômetros instalados em toda a cidade.
A ideia é que o mapa seja implantado na sala de monitoramento da Defesa Civil e o sistema realize, automaticamente, o cruzamento dos números obtidos nesses mecanismos com parâmetros de solo, declividade e vertentes das encostas. Após a verificação, o gráfico deve destacar, em tempo real, os polígonos de risco na tela digital.
“O mapa de alerta é gerado através de dados dinâmicos e outros fatores ambientais. Por isso, o modelo se diferencia das demais metodologias de monitoramento, uma vez que registra dados no momento da ação e integra dados de várias fontes. Nosso objetivo é obter um resultado preciso utilizando dados ativos, ao invés de mecanismos estáticos. Deste modo conseguimos fazer a soma do que já choveu com a milimetragem do que está por vir, levando em conta as condições geográficas da região”, explica o professor.
Pesquisas irão compor o Mapa de Susceptibilidade a Escorregamento da região
Foto: André Redlich
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De acordo com a supervisora do programa UFF SOS Comunidade, Catarina Ribeiro, além de identificar os locais de risco, também foram coletados dados socioeconômicos dos moradores.
“Ao chegarmos na comunidade, mapeamos cada residência para saber quais pontos apresentam maior grau de periculosidade. Assim, é possível fazer o mapa de risco, em que calculamos o volume populacional do território com a área de risco. Nosso intuito é averiguar os fatores de escorregamentos e descobrir onde encontram-se os grupos vulneráveis da região, com a proposta de auxiliar no trabalho de resgate”, afirma a supervisora.
O primeiro teste da plataforma será realizado no início do ano que vem e o plano dos gestores é desenvolver novos modelos de monitoramento para outros tipos de desastres.
O projeto de expansão, que será realizado através de uma parceria com a Prefeitura de Niterói, a Defesa Civil, também a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e UFF, está em fase de análise. Segundo os gestores do sistema, após a implantação da plataforma em todo o território, Niterói estará a um passo de conquistar o título de “Cidade Resiliente”.
Nos últimos cinco anos, uma série de ações foram tomadas afim de prevenir e reduzir o impacto das chuvas no município, como contenção de encostas, modernização da Defesa Civil e a criação de novas áreas protegidas.
Fonte: O Fluminense
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