Para alguns partiocipantes do debate, o Brasil tem dado prioridade ao alto rendimento, em detrimento do esporte de iniciação |
O poder público deve direcionar os investimentos em esporte em nível de base, interligados com ações transversais de saúde e educação desde o ensino fundamental. Essa foi a principal demanda apresentada por diversas entidades e atletas em mesa redonda que discutiu o Plano Nacional do Desporto, na manhã desta quinta-feira (8) na Câmara dos Deputados.
Eles comemoraram a manutenção da obrigatoriedade da disciplina educação física na medida provisória que reformula o ensino médio (MP 746/16).
O presidente da Comissão Nacional de Atletas do Ministério do Esporte, Lars Grael, ressaltou que educação e esporte são indissociáveis. “A relação do esporte com a educação é obrigatória. Não dá para separar o esporte educacional do esporte de alto rendimento. A relação é forte também entre o esporte e a cultura, o esporte e o turismo, pois cada vez que promovemos um evento esportivo, há um impacto direto [nesses setores]”, disse Grael.
A gerente geral de Planejamento e Relacionamento com as Confederações do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Adriana Behar, também destacou ser essencial investir no esporte de iniciação.
Para os representantes do setor, o País tem investido no esporte de alto rendimento, enquanto deveria aportar recursos para o desenvolvimento de atletas desde o ensino fundamental. Segundo as entidades, a ação aumentaria os índices de atletas de alto rendimento e a captação de verba em empresas. Atualmente, o Brasil investe mais de 80% dos recursos em esporte no setor de alto rendimento, informaram.
Diretrizes
O plano está em debate desde 2015, sendo composto de seis diretrizes com metas e ações. A discussão desta quinta foi proposta pelo deputado Evandro Roman (PSD-PR), relator do plano na subcomissão especial formada para esse fim na Comissão do Esporte da Câmara.
A primeira diretriz do plano institui a garantia de acesso de 100% dos alunos da rede de ensino fundamental à prática da educação física. E, ainda, a criação de mecanismos para tornar a educação física parte integrante da construção do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Para a deputada Flávia Moraes (PDT-GO), o desafio é suscitar o interesse das escolas com o esporte por meio de financiamento. “É importante haver uma ação mais integrada das secretarias de Esportes com as escolas e com a área da saúde. Essa integração não é fácil. Se as ações estiverem bem de afinadas e os recursos bem definidos, acredito que vamos ter uma revolução no nosso País.”
Prioridades
Pela Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto do Tribunal de Contas da União (TCU), Ismar Barbosa Cruz destacou ser importante a abordagem do setor ligado a educação e saúde. “O Brasil é um dos países mais ineficientes no investimento em esporte”, criticou.
“Qual é a prioridade?”, questionou o presidente do Conselho Federal de Educação Física (Sistema Confef/Crefs), Jorge Steinhilber. Ele disse ser ineficaz ter recursos sem planejamento. “Se nós ficarmos querendo abraçar todas as manifestações, não vamos chegar a lugar nenhum”.
Participação
A sociedade pode participar da elaboração do Plano Nacional do Desporto por meio de comentários e sugestões de metas e ações clicando aqui.
Fonte: Agência Câmara Notícias
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