Kahena Kunze (E) e Martina Grael, na etapa de Mallorca da Copa do Mundo.
Divulgação/Brasil 2016 |
Proeira e atual campeã mundial da classe 49er relembra a temporada brilhante
Proeira do barco da classe 49er com o qual foi campeã mundial com sua timoneira Martine Grael em 2014, Kahena Kunze diz que a dupla buscou a conquista desse título como o principal objetivo da temporada.
Entretanto, ela se despede de 2014 ciente de que, ao analisar todo o ano, ele foi repleto de motivos para comemorar. Tanto nas regatas como fora delas.
Dentro do barco, Kahena e Martine conquistaram vários títulos, o maior deles o Campeonato Mundial. A competição, chamada de Mundial de Todas as Classes, foi disputada em setembro, em Santander, na Espanha, e ocorre apenas de quatro em quatro anos, servindo como seletiva olímpica e sendo, portanto, bastante prestigiada.
Longe das raias, as brasileiras tiveram seus talentos reconhecidos pela Federação Internacional de Vela (ISAF, na sigla em inglês), que as elegeu as melhores velejadoras do mundo em 2014 (entre todas as classes). No masculino, o prêmio foi para o australiano James Spithill.
Assim, Kahena Kunze, contemplada com a Bolsa Pódio do governo federal, diz que ter sido escolhida ao lado de Martine Grael como a melhor do mundo foi uma honra. Longe de se vangloriar pelos feitos de 2014, ela afirma que ainda tem muito a evoluir. Mas está ciente de que a atual temporada que se encerra foi muito especial. “Sabemos que ainda temos muito para aprender e que ainda temos um belo caminho pela frente. Mas foi um ano muito bom”, reconhece.
Tudo o que a dupla atingiu até aqui foi conquistado com muito esforço e só foi possível por conta de um diferencial, segundo Kahena: o “técnico exemplar” Javier Torres. Para a velejadora, o plano de treino do espanhol é muito bom em todos os aspectos, tanto em relação às competições como no que diz respeito aos períodos de descanso. Entretanto, quando fala sobre o futuro, Kahena afirma que, como a classe 49er é nova, vários pontos ainda podem ser trabalhados, como “manobras, equipamentos e outros detalhes”, enumera.
Aos 23 anos (mesma idade de Martine Grael), Kahena Kunze, 1,72m e 68kg, recorda a última regata do Mundial de Santander como um marco para a modalidade. “Eram tantas pessoas vendo o fim da regata que já ficou marcado. Disseram que nem em Jogos Olímpicos teve tanto público. E a gente estava nervosa. Já tínhamos o segundo lugar garantido, mas estávamos muito perto da Ida Nielsen e da Marie Olsen (da Dinamarca). Quem chegasse na frente, ganhava. E nós ganhamos. Foi bem especial e bem legal!”, resumiu.
Outra lembrança de 2014, essa mais inusitada, ocorreu no aeroporto, na época do Campeonato de Miami. As duas foram barradas no raio X do embarque por causa de uma furadeira (usada para acertos no barco). “Imagina! Duas garotas embarcando em um avião com uma furadeira na mala de mão... Ainda bem que nos deixaram voltar para despachar”, diverte-se.
Para fechar um ano tão produtivo e marcante, Kahena Kunze viveu, em dezembro, outro momento emocionante. Na noite do dia 16, ela e Martine Grael receberam, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a premiação máxima do Prêmio Brasil Olímpico, concedido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Elas foram eleitas as Melhores Atleta do Ano e brilharam ao lado do ginasta e campeão olímpico Arthur Zanetti, que recebeu a honraria entre os homens.
Em 2015, mais competições fora do País
Sobre 2015, Kahena explica que será um ano intenso. Segundo ela, quando estão no Brasil, as duas ficam muito sozinhas, sem sparrings para treinar. “Treinar sozinha é ruim se for para pensar em evoluir. Por isso, vamos ter até um número maior de competições do que neste ano. A ideia é sair para as Copas do Mundo, onde o aprendizado é maior. E quando estivermos aqui (no Brasil) também vamos focar na raia onde serão os Jogos Olímpicos do Rio, talvez com algumas velejadoras estrangeiras, para termos contra quem treinar”, adianta.
Fonte original: Brasil 2016
Fonte: Portal Brasil
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