O bairro de Jurujuba, inspiração que veio dos franceses. Foto: Arquivo / Alcyr Ramos |
Perfil Niterói: saiba o motivo do nome de bairros da cidade
Juliana Dias Ferreira
Poucos sabem que Niterói vem do tupi e significa “água escondida”. E se alguém dissesse morar na terra das “águas santas” quantos saberiam estar este se referindo a Icaraí?
São Domingos, Camboinhas, Várzea das Moças, Pé Pequeno... Você já se perguntou como surgiram os nomes dos 52 bairros de Niterói? São muitas as histórias ao longo desses 440 anos de existência e, nesta reportagem, O FLU Revista contará algumas delas. Poucos sabem, por exemplo, que o nome Niterói vem da língua tupi e significa “água escondida”. E se alguém dissesse morar na terra das “águas santas” quantos saberiam estar este se referindo a Icaraí? Da mesma forma nasceram outras localidades como Itaipu (pedra que canta ou pedra na qual a água faz barulho), Itacoatiara (pedra pintada ou pedra esculpida) e Piratininga, originada da sesmaria doada a Cristóvão Marinho que tinha na pesca sua atividade mais marcante, daí o nome que quer dizer “secagem de peixe”.
“Os índios eram muito sábios na hora de nomearem as terras. E faziam isso de acordo com a principal característica de cada uma”, conta o historiador Salvador Mata e Silva. Entre várias histórias, ele destaca a do bairro de Jurujuba, que reporta à origem da própria cidade. O nome deriva de yuri-yuba, que quer dizer “pescoço amarelo” e, na época, fazia referência a um papagaio com tal característica.
“Na região havia uma colônia francesa que tinha os índios tupinambás como aliados. Esses franceses eram chamados pelos nativos de ‘jurujubas’ por suas barbas loiras e por serem muito falantes. Em 1560, o português Mem de Sá contou com a ajuda de Araribóia e do francês ‘traidor’ Martim Paris para expulsá-los. Em gratidão, as terras foram dadas ao índio e a área, que hoje é conhecida Jurujuba, ao francês, que nunca tomou posse oficial das terras com medo de represálias. Já Araribóia, o fez em 1573, fundando a cidade e iniciando o seu povoamento”, afirma.
Segundo Salvador, pode-se dizer quase todos os nomes dos bairros de Niterói tem origem em sobrenomes dos antigos fazendeiros da região, como Barreto, Pendotiba e Fonseca, em igrejas e no Tupi.
Uma das denominações que chamam bastante atenção é a do bairro Pé Pequeno. O historiador conta que este era o apelido de Antônio José Pereira de Santa Rosa Jr., que herdou a maior parte da grande Fazenda Santa Rosa, quando esta foi desmembrada. “Ele tinha os pés muito grandes e, de brincadeira, todos começaram a chamá-lo dessa forma e a se referirem ao local como Fazenda do Pé Pequeno. O nome acabou ficando com o passar dos anos”, explica.
Outra nomenclatura que se revela interessante é a de Várzea das Moças. De acordo com Salvador, na região havia uma espécie de armazém que era de um português, pai de três mulheres. “Pela história, as filhas eram moças bonitas e como a área era próximo a uma espécie de várzea, passaram a referir-se a ela justamente como Várzea das Moças”, esclarece. Já o nome do bairro Cubango, que já foi conhecido como a “Suíça de Niterói” por sua temperatura amena, diferencia-se por haver muita especulação sobre a sua origem. “Presume-se que o nome tenha sido adaptado pelos escravos que viviam ali. Eles teriam chamado o local desta forma por ter um rio que se assemelhava com outro, da região da África do qual eram nativos. Outra versão é que o nome seria uma junção de ‘ubang’ que é o mesmo que barreira e ‘o’, que em tupi significa escuro. A letra ‘c’ veio na adaptação ao português, portanto Cubango seria o mesmo que ‘barreira escura’”, diz.
As igrejas e sua importância
Sócio efetivo do Instituto Histórico de Niterói, Júlio César Ricart destaca a importância das igrejas para a origem de muitos bairros de Niterói. O de São Domingos é um exemplo. Foi em 1652 que Domingos de Araújo, casado com umas das descendentes de Araribóia e devoto do santo, construiu a capela que deu nome à localidade. O mesmo ocorreu com Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, que foi levantada na área destinada à passagem de embarcações.
“O bairro de São Francisco também se originou a partir da igrejinha erguida à beira da praia pelos jesuítas, donos da terra, em 1969. Até hoje existe um armário antigo de jacarandá onde registraram o exato ano de sua construção”, garante. Já Charitas recebeu o nome a partir de uma instituição religiosa destinada à caridade, chamada ‘Cáritas’.“Santa Rosa ganhou essa nomenclatura devido à capela erguida pelo capitão Pedro Barreiros de Souza, dono da grande fazenda que constituía a região, em devoção à Santa Rosa do Viterbo”, completa Ricart.
Fonte: O Fluminense
Já Camboinhas recebeu o nome de um navio encalhado no local. Os curiosos queriam ver a cena e diziam que iam na praia do Camboinhas. E pegou...
ResponderExcluirMuito bom!!
ResponderExcluirMinha querida cidade "Sorriso!"
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