quarta-feira, 2 de maio de 2018

PESQUISA: Maioria da população raramente vai a parques



Um dos preferidos dos porto-alegrenses, Marinha não tem parceria para auxiliar na manutenção FREDY VIEIRA/JC 


Isabella Sander

Uma pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Semeia apontou uma realidade inusitada: mais da metade (58%) da população brasileira nunca foi ou raramente frequenta os parques de sua cidade. Entre as 815 pessoas consultadas em seis regiões metropolitanas diferentes, 42% responderam que raramente vão a parques e 16% disseram nunca ter ido.

Entre as barreiras para a visitação dos locais, 43% apontaram desconforto com situações de segurança, instalações e informações; 42% justificaram por problemas como distância, transporte e alimentação; e 29% alegaram cansaço ou preferência por ficar em casa ou fazer outros passeios. "Muitas vezes, a pessoa conhece o parque emblemático da cidade, mas não conhece o que está ao lado da sua casa. O que mais chamou a atenção é que as pessoas não visitam os locais devido a questões voltadas à gestão, como falta de limpeza, banheiros sujos, entre outros", cita o diretor executivo da entidade, Fernando Pieroni.

Perguntados sobre se concordavam que, mesmo quando tem dinheiro, o governo não é eficiente na gestão de seus recursos, 87% dos entrevistados acederam à afirmação. Em relação à concepção de que parcerias do governo com instituições privadas podem melhorar o atendimento à população, 73% concordaram. "Quando falamos de parcerias e concessões, existe a formulação de uma política pública, e isso é feito pelo poder público, é indelegável. A iniciativa privada pode ajudar na gestão", destaca Pieroni.

Porto Alegre possui oito parques urbanos - Marinha do Brasil, Chico Mendes, Harmonia, Redenção, Knijnik, Marechal Mascarenhas de Moraes, Parcão e Germânia, que é o único totalmente cercado. Todos são administrados pela prefeitura, mas o Germânia, localizado em área nobre (bairro Jardim Europa), foi construído pela empresa Goldsztein, como contrapartida da execução de empreendimentos imobiliários na região, e o Parcão, também em área nobre (bairro Moinhos de Vento), foi adotado pelas empresas Zaffari, Panvel, Melnick Even e Hospital Moinhos de Vento, que fazem sua manutenção. Queridinhos dos porto-alegrenses, Marinha e Redenção não têm parcerias que auxiliem na sua manutenção.

A principal preocupação dos respondentes quanto à possibilidade de gestão privada dos parques é o risco de cobrança pelos serviços, citada por 44% dos entrevistados. "Vemos essa discussão em relação ao Ibirapuera, em São Paulo, por exemplo, sobre se será cobrada entrada no local. A prefeitura já disse que não vai, e a população precisa cobrar. A nossa enquete deixa muito claro que isso não pode acontecer", avalia o diretor.

Um relatório final com os resultados da pesquisa divididos por região será divulgado nos próximos dias. Em Porto Alegre, foram entrevistadas 120 pessoas, entre os dias 2 e 7 de novembro do ano passado. 





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Acesse a publicação do Instituto Semeia: Parques do Brasil: percepções da população









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