Em Niterói, postos de saúde já estão recebendo um bom volume de pessoas na busca pela imunização. Foto: Luciana Carneiro / Prefeitura de Niterói |
Vanessa Lima
Ação prevista para ter início na segunda quinzena de fevereiro pode começar antes no Rio de Janeiro
A Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Amarela pode ser antecipada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, devido a confirmação de quatro casos em 2018, até o momento: três em Valença, sendo duas mortes, e um óbito em Teresópolis, somado à 40 registros da doença em São Paulo, desde o ano passado, as Secretarias Estaduais de Saúde solicitaram a antecedência da ação. Prevista para acontecer entre 19 de fevereiro a 9 de março no Rio de Janeiro, a possibilidade de antecipação da campanha na região Sudeste está sendo avaliada pelo órgão federal junto ao poder executivo dos dois estados. Na manhã desta segunda-, os postos de saúde das cidades de Niterói e São Gonçalo já contavam com alta procura da vacina, antes mesmo do lançamento da iniciativa nacional.
Na Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca, em Santa Rosa, os cidadãos enfrentaram filas pela manhã e precisaram ter paciência para obter atendimento. Segundo a moradora do bairro de Icaraí, Ângela Marques, 64 anos, a confirmação da primeira vítima da doença no estado é uma alerta para a população se prevenir, através da oferta do medicamento gratuito na rede pública de saúde.
“Logo pela manhã decidi vir à policlínica tomar a vacina, porque tenho medo da incidência de novos surtos da doença no Rio de Janeiro. Como já tive câncer tenho que redobrar os cuidados com a minha saúde e acredito que a vacina é um método eficaz para aumentar a imunidade do organismo. Por isso, já me preveni e pretendo voltar a unidade antes mesmo do início da campanha nacional para vacinar minha neta, de 5 anos”, contou.
Para garantir a dose da vacina, a enfermeira, Ivonete Novaes, 64 anos, conta que esperou cerca de 20 minutos na fila da unidade e teve que aguardar o atendimento de 25 pessoas que estavam à sua frente. “É preciso ter paciência, porque a tendência é que o número de pessoas em busca da vacina aumente à medida que a população vai se conscientizando do problema. Como sou idosa, decidi recorrer logo a prevenção para não correr o risco do estoque do medicamento acabar”, disse a enfermeira.
Em São Gonçalo, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a procura pela vacina dobrou desde a última semana. Segundo o órgão, cerca de 500 pessoas foram imunizadas, na sexta-feira, no Polo Sanitário Washington Luiz. Já nesta segunda, apenas no período da manhã, mil doses foram aplicadas. Ainda de acordo com a prefeitura, ao todo a unidade recebeu quatro mil doses da vacina e somente nas primeiras 12 horas, 25% do total do estoque foi disponibilizado.
A aposentada Mirian de Oliveira, de 68 anos, foi uma das primeiras cidadãs atendidas no polo, na manhã desta segunda.
"Como tenho visto alguns casos suspeitos da doença sendo divulgados pela imprensa, resolvi procurar o posto para me vacinar, antes mesmo da campanha nacional ser lançada. Tenho uma saúde de ferro e não vou dar mole para um mosquito acabar com meu bem-estar”, assegurou a moradora do Boa Vista.
A Prefeitura também informou que, embora nenhuma suspeita da doença tenha sido registrada na cidade, novas estratégias estão sendo definidas junto à Secretaria Estadual de Saúde para o combate à doença no município. A vacina está disponível em 17 unidades de saúde da cidade, que somente no ano passado imunizou 176 mil pessoas.
Procurado, o Ministério da Saúde informou que a ação pode ser antecipada nos estados que solicitarem ao Ministério da Saúde o adiantamento da campanha de vacinação e estiverem com a rede preparada poderão antecipar a vacinação.
Sobre a antecipação da campanha no Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
Niterói vacinou mais de 190 mil em 2017
Mais de 190 mil pessoas foram vacinadas contra a febre amarela, apenas no ano passado, em Niterói. A Fundação Municipal de Saúde já registra aumento na procura pela imunização este ano e informa que todas as 30 salas de vacina da cidade estão abastecidas.
A secretária municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcellos, explica que vacina sempre esteve disponível na rede municipal de Saúde, mas desde março de 2017, quando os primeiros casos da doença surgiram no Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura aumentou a oferta da vacina através da abertura de novas salas de imunização, solicitando novas remessas de vacina ao Governo do Estado e destacando duas equipes volantes para vacinar a população. “Só em 2017, o Município aplicou mais de 190 mil doses da vacina contra febre amarela.
Já foram imunizadas 257.926 pessoas na cidade nos últimos 10 anos. É importante a população observar todos os pontos de vacina, já que temos presenciado algumas unidades, como a de Santa Rosa/Vital Brazil e a de Itaipu, com uma procura muito grande, enquanto outras estão mais vazias. Pedimos também para aqueles que tem um horário mais flexível, comparecer às unidades na parte da tarde, período com menor demanda”, aconselha a secretária.
A vacina está sendo aplicada em sua dose integral até o início da campanha de intensificação da vacinação contra a febre amarela nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, de 19 de fevereiro a 9 de março, quando a dose será fracionada. Segundo o Ministério da Saúde, a dose fracionada não prejudica a eficácia da vacina; a única alteração é o tempo de proteção: enquanto a dose padrão protege pela vida inteira, a fracionada tem duração de oito anos.
A Secretaria de Estado de Saúde recomenda a vacinação para pessoas a partir dos 9 meses até os 59 anos de idade. Gestantes, mulheres que estejam amamentando, bebês maiores de seis meses e menores de nove meses e idosos com mais de 60 anos devem passar por um profissional de saúde para avaliar a possibilidade de vacinação.
Seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde adotou os padrões internacionais da dose única. Ou seja: quem toma a vacina padrão da febre amarela no Brasil está imunizado pelo resto da vida.
A população de Niterói pode se vacinar de segunda a sexta, das 8h às 16h, em todas as policlínicas regionais do município (Centro, Santa Rosa, Fonseca, Largo da Batalha, Itaipu, Barreto e Engenhoca); na Policlínica Comunitária de Jurujuba; nas Clínicas Comunitárias da Família da Teixeira de Freitas, Ilha da Conceição, Badu e Várzea das Moças; nos módulos do Programa Médico de Família do Engenho do Mato, Cantagalo, Sapê, Cafubá II e III, Maravista, Matapaca, Caramujo, Jonathas Botelho, Leopoldina e Maruí; nas Unidades Básicas de Santa Bárbara, do Baldeador, Piratininga, Centro, Engenhoca e Morro do Estado; e na Policlínica Naval de Niterói.
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Jovem morre com suspeita da doença
O jovem Luiz Fernando Valente Rodrigues, de 17 anos, teve morte cerebral nesta manhã, no Hospital São Francisco na Providência de Deus, no Rio de Janeiro. Ele deu entrada no hospital na noite da última quinta-feira com suspeita de febre amarela, mas desenvolveu um quadro de hepatite fulminante.
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro informou na sexta-feira que foram confirmados dois casos de febre amarela em humanos no interior do estado.
Um morador de Teresópolis, na região serrana, a 96 quilômetros do Rio, morreu e o outro paciente, residente em Valença, está internado. Os casos foram confirmados após exames laboratoriais feitos pela Fiocruz.
A doença – Há duas formas de transmissão de febre amarela: silvestre e urbana. As duas são causadas pelo mesmo vírus, mas se diferem pelo vetor de transmissão. A forma urbana é transmitida pelo Aedes aegypti e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40, o Brasil não registra casos deste tipo da doença. Já a silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, insetos de hábitos estritamente silvestres. Quando o mosquito pica um macaco ou uma pessoa doente, que está com febre amarela, ele torna-se capaz de transmitir o vírus.
Os sinais e sintomas mais comuns da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram, em média, três dias. Nas formas mais graves da doença, podem ocorrer icterícia (olhos e pele amarelados), problemas no fígado e nos rins, hemorragia e cansaço intenso.
Quatro macacos mortos
Os corpos de quatro macacos prego encontrados na manhã de ontem em uma rua próxima à Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, serão encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para que sejam feitos exames para identificar se estavam infectados pelo vírus da febre amarela.
Os animais mortos foram recolhidos por uma equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e um pela equipe da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro, os animais foram levados inicialmente para a Unidade de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, na Mangueira, para necrópsia e uma primeira avaliação, e posteriormente, serão encaminhados para a Fiocruz para a análise final.
Os macacos não transmitem o vírus da febre amarela e também são vítimas da doença. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos silvestres. Desta forma, as pessoas que moram perto de área de mata, ou pretendem visitar tal regiões pelo Estado do Rio, devem redobrar os cuidados para evitar pegar a doenças.
Fonte: O Fluminense
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