quinta-feira, 16 de março de 2017

Seminário sobre meio ambiente debate a recuperação de lagoas



Leila Heizer atuou como mediadora do debate sobre lagoas de Niterói, que contou com participação do biológo Paulo Bidegain, da mestre em Gestão Ambiental Dionê Marinho e Paulo Cunha, do Inea. Foto: Evelen Gouvêa



Ulisses Dávila

Tema discutido por especialistas e gestores públicos encerrou o evento realizado no auditório da UCAM

Interessados em alternativas para um uso consciente dos recursos naturais lotaram nesta terça-feira (15) o auditório da Universidade Candido Mendes (UCAM) em Niterói, para acompanhar o segundo e último dia do 2º Seminário Meio Ambiente e Sustentabilidade, evento promovido pelo Grupo Fluminense Multimídia. Iniciado às 9h, o encontro teve como debate principal a Gestão do Sistema Lagunar de Niterói e depois teve painel apresentado por Ana Lúcia Camphora, doutora em Ciências Sociais (CPDA/UFRRJ) e professora universitária, que falou sobre Proteção Legal dos Animais.

Com patrocínio da concessionária Águas de Niterói, apoio da Predialnet e apoio institucional da Universidade Candido Mendes, a segunda manhã de debates contou com a mediação da engenheira representante da Comitê de Bacia das Lagunas de Itaipu e Piratininga (Clip) Leila Heizer.

“Na verdade trata-se de um subcomitê que faz parte do Comitê de Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara, voltado para as bacias de Itaipu e Piratininga. Nossa função é promover articulação entre os órgãos de governo para a integração das ações que buscam à recuperação e conservação desses recursos hídricos”, explicou a mediadora, dando início ao seminário.

O superintende do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Paulo Cunha, deu início às palestras explicando as competências de atuação do órgão. Através de uma apresentação multimídia, Cunha mostrou também as regiões hidrográficas da Baía de Guanabara, os ambientes de grande importância dentro das áreas de abrangência da Superintendência Regional, e falou do projeto “Se liga”, que reduziu em 84% o lançamento de efluentes nos cursos de água da Região Oceânica de Niterói, e regularizou as ligações de esgoto de 760 imóveis dos 900 notificados, entre outras ações do instituto. 

“Em relação ao termo de cooperação técnica para gestão do sistema lagunar de Niterói, assinado entre Prefeitura e Inea em 2013, o documento está sendo adequado para deixar claro qual a função de cada um, e essa divisão já está em fase de conclusão”, explicou Cunha.

Segundo participante do debate, o biólogo, consultor e especialista em sistemas lagunares Paulo Bidegain abordou a degradação das lagoas de Niterói.

“A situação desse ecossistema hoje é muito ruim. Foram anos e anos de muitos tipos de agressão e agora estamos trabalhando para tentar reverter isso. Todos os indicadores apontam uma situação muito crítica, mas a UFF fez um novo estudo que começou a trazer alguma luz para essa questão, mostrando que a lagoa de Piratininga não está completamente perdida e ainda possui pontos de oxigênio na água, o que foi uma grande surpresa. Estão sendo discutidas junto a prefeitura soluções, que já começam a avançar, como o PRÓ Sustentável. Pela primeira vez a gente vê uma luz no fim do túnel e já existem várias iniciativas de vários atores nesse sentido”, destacou Bidegain.


Coluna Informe, de Cláudia Cataldi (O Fluminense) repercute o Seminário.


Projeto - Através da participação da coordenadora do PRÓ Sustentável, Dionê Marinho, o público presente na manhã desta terça no auditório da UCAM Niterói teve a oportunidade de conhecer o Projeto Região Oceânica Sustentável.

“Minha função no programa é a coordenação de unidade de gestão de projetos da Corporação Andina de Fomento (CAF), que é a agência financiadora desse programa. O PRÓ Sustentável é hoje um dos projetos mais importantes da prefeitura, imensamente inovador, concebido a partir de um pensamento sistêmico que considerou a Região Oceânica como um único sistema de bacias hidrográficas contribuintes às lagoas de Itaipu e Piratininga, que é justamente a área de abrangência do programa. Estamos inclusive desenvolvendo alguns subprogramas que representam inovação no Brasil. Atividades extremamente novas, através das quais Niterói vai se tornar vanguarda, um deles é a renaturalização da bacia do Rio Jacaré”, contou Dionê.


A cientista social Ana Lúcia Camphora lembrou a importância dos animais para o meio ambiente e a economia do país. Foto: Evelen Gouvêa



‘Questão animal vai além da sensibilidade’

A proteção legal de animais foi o assunto da segunda parte do encontro e encerrou o 2º Seminário de Meio Ambiente e Sustentabilidade. O assunto foi abordado pela doutora em ciências sociais Ana Lúcia Camphora, que também está lançando um livro sobre o assunto.

“Quando esse assunto é debatido com a sociedade não se pode impor que todos sintam empatia. Por isso é preciso mostrar que a questão animal vai além da emoção e sensibilidade, mas sim, uma questão que está internalizada nos problemas maiores da sociedade, com reflexos econômico e ambientais, ou seja, além dos sentimentos existem muitos outros fatores que precisam ser levados em conta”, alertou a doutora.

A evolução das sociedades e os usos dos animais na história e nos dias de hoje; caça e domesticação; as ações políticas contemporâneas; o aumento exorbitante do consumo de carne no mundo nos último anos, entre outros, estiveram entre os principais tópicos levantados por Camphora durante a apresentação.

A cientista social afirmou ainda que a questão do bem estar animal não é menor que qualquer outra quando se pensa em sustentabilidade, uma vez que os alimentos de origem animal ajudam a sustentar o produto interno bruto, e por isso, a economia do país.

“Quando a gente vai ao mercado e escolhe um bife está vivendo a questão animal. Parar de comer carne é uma questão privada. Mas quem comprar deve se entender como a parte mais estratégica, aquela que a indústria mais escuta. Participar de um seminário desse porte com essa questão já representa um avanço. No momento em que a população de Niterói está sendo chamada a pensar o seu espaço, é uma oportunidade muito valiosa poder mostrar também que a questão dos animais, que compartilham com a gente esse ambiente, está inserida nessas questões e precisa de soluções”, finalizou a palestrante.


Fonte: O Fluminense



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