Ciclovia na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói. Divulgação/Alexandre Vieira |
Fluxo revela uso de bikes como meios de transporte para o trabalho
NITERÓI - O programa Niterói de Bicicleta estima que o número de ciclistas cresceu até 67% em ciclovias da cidade. Levantamento realizado nos dias 6 e 7 deste mês revelou ainda que a maior parte das bicicletas é utilizada como meio de transporte para o trabalho.
— Fica óbvio esse perfil. Os dados apontam que, pela manhã, o pico no número de ciclistas é em direção às barcas, e, no final do dia, ocorre o contrário: o fluxo aumenta no sentido oposto. Isso foi observado tanto no Centro como em Icaraí — comenta Isabela Ledo, coordenadora do programa.
O deslocamento tem as mesmas características do observada entre os automóveis nos horários de rush, o que corrobora a conclusão de que as bicicletas assumiram papel de meio de transporte de ida e volta ao trabalho. Para realizar a pesquisa, o Niterói de Bicicleta, com apoio do coletivo Mobilidade Niterói, utilizou um contador automático cedido pela associação carioca Transporte Ativo. Capaz de medir a quantidade e a direção de cada bicicleta, o aparelho foi colocado nas duas principais ciclovias da cidade, na Avenida Amaral Peixoto e na Avenida Roberto Silveira.
O relatório mostra que 1.743 ciclistas circularam pela principal via de Icaraí entre 7h e 19h, do dia 7, numa média de 145,25 bicicletas por hora — um aumento de 67% em relação à medição realizada no mesmo período do ano passado, quando o movimento foi de 86,58 bikes por hora.
Pela Amaral Peixoto passaram 1.556 bicicletas entre 7h e 19h, o que representa uma frequência de 129,6 pessoas por hora, 47% a mais do que o anotado na medição do ano passado, quando a média foi de 87 ciclistas por hora.
A implantação, em março, da ciclofaixa na Rua Miguel Couto, que conecta Santa Rosa a Icaraí, é apontada pelo Niterói de Bicicleta como um dos fatores que incentivaram o uso do transporte em duas rodas por ali. Isabela Ledo acredita que a tendência de aumento deve prevalecer no próximo ano.
—A futura inauguração do bicicletário das Barcas deve contribuir bastante para o aumento do número de bicicletas em circulação. Vai facilitar muito a vida de estudantes da UFF e de trabalhadores que vêm do Rio — diz Isabela.
As medições mensais do grupo de cicloativistas Mobilidade Niterói também registram o aumento do uso de ciclofaixas por toda a cidade. Para Sérgio Franco, consultor do grupo, o problema é que os investimentos na infraestrutura cicloviária não acompanham esse crescimento.
— Temos muito o que andar ainda. O crescimento do número de ciclistas aumentou muito, varia de 30% a 80%, dependendo da via. E a verdade é que a malha cicloviária não está acompanhando nossas necessidades. Falta manutenção, sinalização e fiscalização para coibir abusos e dar mais segurança — alerta Franco.
Segundo a prefeitura, a cidade tem hoje, aproximadamente, 35 quilômetros de infraestrutura cicloviária. A fiscalização é feita diariamente por agentes da NitTrans, que circulam pelas ciclofaixas orientando motoristas, ciclistas e pedestres. A prefeitura também destaca as ações de conscientização realizadas pelo núcleo de educação para o trânsito da NitTrans, que promove atividades educativas e lúdicas em escolas municipais, além das campanhas publicitárias do Niterói de Bicicleta.
Fonte: O Globo Niterói
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