Lars Grael (com Clínio, de branco) fala durante coletiva do Extreme Sailing Series (Foto: Vincent Curutchet/Lloyd Images) |
Velejador, bronze nos Jogos de Seul-1988, conta que a falta de apoio no Brasil quase o fez desistir de disputar o evento esportivo na Coreia do Sul
Dia 27 de setembro de 1988. Ao lado do proeiro Clínio de Freitas, o velejador Lars Grael conquistou sua primeira medalha olímpica, o bronze na classe Tornado nos Jogos de Seul, na Coreia do Sul. Mas a conquista, que completou 25 anos, por muito pouco não aconteceu. O motivo? A falta de apoio da vela brasileira na época.
– Pensamos em não ir para a Olimpíada por conta da precariedade das nossas condições. Nosso barco era alugado, velho e cansado. Ele chegou a quebrar durante a seletiva olímpica – disse Lars, numa pausa na disputa da Extreme Sailing Series, em Florianópolis (SC), há duas semanas, quando foi o coordenador do barco brasileiro.
No ciclo olímpico para Seul, Lars e Clínio disputaram apenas uma competição por ano fora do Brasil. Uma vela durava dois anos. Já os rivais desenvolviam inúmeras velas e tinham treinadores.
A ida para Seul só foi confirmada depois que apareceu um salvador na vida dos dois atletas: o húngaro Nicholas Makay, um ex-velejador radicado no Rio de Janeiro e presidente da indústria química Peróxidos.
– Ele comprou um barco novo e dois jogos de vela. Chegamos na Olimpíada de Seul sem o menor favoritismo, mas com uma força de vontade muito grande. Treinamos num ritmo frenético – afirmou Lars.
Então com 24 anos, os dois brasileiros entraram na Baía de Suyong, em Pusan, sem a atenção dos rivais. A disputa foi marcada por condições extremas de mar e vento. Lars e Clínio foram crescendo durante as regatas e chegaram atrás apenas dos franceses Jean Yves Le Déroff e Nicolas Hénard e dos neozelandeses Rex Sellers e Christopher Timms.
– Dada a precariedade na preparação, para nós o bronze foi reluzente como ouro. Contrariamos a lógica, a falta de apoio e o preconceito.
Lars ficou fora da cerimônia de abertura
Em Seul-1988, Lars e Torben Grael se transformaram no primeiro caso de irmãos medalhistas na história olímpica do Brasil. Torben, que já tinha levado a prata em Los Angeles-1984 ao lado de Daniel Adler e Ronaldo Senfft, na classe Soling, faturou o bronze na Coreia do Sul com Nelson Falcão, na Star.
Baseados em Pusan, cidade portuária importante para a indústria naval sul-coreana e localizada a cerca de 400 quilômetros de Seul, os dois velejadores brasileiros pouco viram dos Jogos. E, por conta da falta de dinheiro do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), ambos não puderam participar da cerimônia de abertura.
– Tudo era tão precário que o COB disse que só poderia mandar cinco velejadores para a festa. E nós éramos mais de dez. Nos reunimos e criamos um critério. Quem já tinha participado da cerimônia de abertura em Los Angeles daria preferência para quem nunca tinha ido. Então, eu e Torben não fomos. Fiquei concentrado e vi pela televisão – contou Lars, frisando que a equipe era muito unida.
QUEM É:
Nome:
Lars Grael.
Nascimento:
49 anos. Nasceu no dia 9/2/1964, em São Paulo (SP).
Em Jogos Olímpicos:
Em Los Angeles-1984, ficou em sétimo ao lado de Glenn Haynes. Em Seul-1988, foi bronze com Clínio de Freitas. Em Barcelona-1992, foi oitavo com Clínio. E, em Atlanta-1996, foi bronze com Kiko Pellicano. Todas na classe Tornado.
QUEM É:
Nome:
Clínio de Freitas.
Nascimento:
49 anos. Nasceu no dia 8/1/1964, em Niterói (RJ).
Altura e peso:
1,82m e 70kg.
Em Jogos Olímpicos:
Bronze em Seul-1988 e oitavo em Barcelona-1992, ambos com Lars.
Fonte: Lance!
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