Ciclista se encaminha para a bilheteria da estação Arariboia para embarcar para o Rio . Eduardo Naddar / Agência O Globo |
Maior infraestrutura e fim da cobrança de tarifas para bicicletas contribuíram para aumento
por Leonardo Sodré
NITERÓI - Quem usa diariamente as barcas na travessia para o Rio percebe o aumento de passageiros com bicicletas a bordo. E os números comprovam: levantamento da CCR Barcas mostra que o crescimento do trânsito de ciclistas e suas magrelas no trajeto Araribóia-Praça Quinze chegou a 125% nos últimos dois anos. A estimativa foi feita traçando uma média diária a partir da contagem de bicicletas que embarcam pela manhã, entre 7h e meio-dia. Em 2012, a média diária era de 120 bicicletas, e hoje, é de 270.
Para a concessionária, a proliferação de ciclistas não se deve apenas ao fim da cobrança para o embarque de bicicletas, em qualquer dia e horário — a tarifa extra deixou de ser feita em 12 de setembro de 2013. Antes, apenas as bicicletas dobráveis tinham gratuidade. A CCR Barcas afirma que a melhoria na infraestrutura para o tráfego das magrelas, tanto no Rio quanto em Niterói, é um dos principais motivos para o crescimento de ciclistas na travessia. Mas para o analista de crédito Daniel Abreu, de 42 anos, o fim da tarifa fez toda diferença:
— Sempre achei que poderia ser vantajoso ir de bicicleta para o trabalho, e o fim da cobrança tornou isso viável, até porque a tarifa já é cara. Imagina pagar duas! Com o fim da cobrança, desde o ano passado, eu uso diariamente a bicicleta. Saio de Santa Rosa, embarco com a bicicleta, e vou pedalando até o trabalho, no Centro do Rio. Só evito nos dias de chuva. A saúde está muito melhor, me sinto bem mais disposto, sem contar o tempo que eu ganho. Tenho um aplicativo no celular que mapeia meu trajeto e o tempo que eu levo. Moro perto do Caio Martins e levo, de bike, de 12 a 15 minutos para chegar na estação das barcas. Antes, de ônibus, já cheguei a levar 40, 50 minutos.
O auxiliar de escritório Luiz Rodrigues da Silva mora em Ititioca e trabalha no Méier, no Rio. Ele também passou a usar a bicicleta depois do fim da cobrança da tarifa. Aos 63 anos, a possibilidade de aliar a locomoção diária a uma atividade física pesou na decisão.
— Como eu precisava fazer alguma atividade física, por recomendação médica, mas não tinha muito tempo, passei a pedalar. No Rio, deixo a bicicleta na Praça Quinze e pego um ônibus. A economia é boa, mas os benefícios para a saúde são ainda melhores — conta.
Outros motivos de incentivo aos ciclistas, na avaliação da CCR Barcas, foram a ampliação do bicicletário da Praça Araribóia, a inauguração do bicicletário da Praça Quinze e o acesso facilitado às barcas para os usuários com bicicletas, além da entrada em operação da embarcação Pão de Açúcar que tem bicicletário a bordo.
O estudante de arquitetura Pedro Málaga, de 26 anos, mora no Centro de Niterói e vai de bicicleta para o trabalho, em Copacabana, todos os dias. Ele adotou a magrela há cinco anos e diz ter percebido melhorias na orientação da tripulação e dos profissionais que atuam nas estações e nos atracadouros:
— Sinto que passaram a ver os ciclistas com outros olhos, adotaram outra postura. Mas em relação à infraestrutura ainda precisa melhorar. O acesso à barca, em dias de muita fila, incomoda quem não está de bicicleta, e o ciclista sofre para conseguir entrar. Poderia ser segregado. Poderiam também colocar bicicletários nas embarcações antigas. Só a nova tem, e, mesmo assim, só cabem dez bicicletas. É pouco. Teve um dia que contei 30 bicicletas numa só viagem.
O diretor de operações da CCR Barcas, Francisco Pierrini, explica que a entrada em operação das novas embarcações, que têm bicicletários, levará as antigas à aposentadoria.
— As novas barcas, além de bicicletário, têm um espaço na entrada e na saída para a acomodação dos ciclistas. Estamos atentos às necessidades provocadas em função do aumento de ciclistas e vamos melhorar cada vez mais o serviço, porque esse modal veio para ficar — promete Pierrini.
Fonte: O Globo Niterói
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Oi Axel,
ResponderExcluirMoro em Icaraí e há um trecho entre a Roberto Silveira e a Amaral Peixoto que não tem ciclovia. Isso me desanima muito em pegar a Bike para as Barcas. Nesse trecho já fui quase jogada na calçada por um ônibus. Você sabe se há intenção em fazer uma ciclovia nesse trecho? Ouvi falar, mas até hoje nada. Você teria informação mais recentes a respeito? Agradeço, Patricia.
Oi Patricia. Já fizemos um teste para a utilização de um sistema reversível na Marques do Paraná. Vamos implanta-lo definitivamente. O mesmo será feito entre a Amaral Peixoto e a Rua São Lourenço.
ResponderExcluirAxel Grael