segunda-feira, 1 de junho de 2015
JORNAL NACIONAL: Motoristas de ônibus e caminhões burlam lei e aumentam poluição
Poluição do ar nos centros urbanos seria muito menor se veículos estivessem usando um aditivo que é obrigatório no óleo diesel.
A reportagem que abriu a edição desta segunda-feira (1º) tem a ver com a saúde de milhões de brasileiros. E com o desrespeito a uma lei. Porque a poluição do ar nos nossos maiores centros urbanos seria muito menor se todos os ônibus e os caminhões estivessem usando um aditivo que é obrigatório no óleo diesel. Mas não.
Pelas estradas são eles que transportam parte da economia do país. Mas também carregam a fama de ser os vilões que poluem o nosso ar. É do escapamento dos caminhões e também de ônibus movidos a diesel, que saem os óxidos de nitrogênio que são altamente agressivos ao meio ambiente.
Para tentar reduzir o problema, o Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, exige desde 2012, que seja injetado no sistema de escapamento de caminhões e ônibus um aditivo simples chamado Arla 32, que é a base de ureia. Com esse produto, os índices de poluição caem pela metade.
Quando esse aditivo atinge o catalisador desses veículos ele entra em contato com os óxidos de nitrogênio. Ocorre então uma reação química: os óxidos de nitrogênio são transformados em nitrogênio e água: o N2, um gás inofensivo ao meio ambiente.
“A função principal do Arla 32 é diminuir significativamente a quantidade de poluentes emitidos pela combustão dos motores a diesel”, engenheiro mecânico Silvio Camolesi.
Cada galão com cinco litros de Arla 32 custa entre R$ 40 e R$ 50, o que provoca um aumento de custos.
“A despesa do Arla é muito grande, se você faz uma viagem aí de dois mil quilômetros, você gasta R$ 160 de Arla”, diz o caminhoneiro Anderson Barbosa.
Isso acaba levando muitos motoristas e donos de transportadoras a burlar a lei. Entre outros procedimentos, eles misturam água com Arla. Em fiscalizações na BR-153, no interior de São Paulo e na Regis Bittencourt, a Polícia Rodoviária Federal e o Ibama apreenderam quase 20 veículos em dois dias de operação.
Além das multas de trânsito pela tentativa de enganar a fiscalização, os motoristas são punidos também por crimes ambientais.
“Penalidades de multas variam de R$ 500 a R$ 10 mil por veículo. A perda do veículo. O veículo vai ser apreendido pelo Ibama e responde um processo criminal enquadrado no artigo 54 da lei de crimes ambientais”, afirma a analista ambiental do Ibama Rizza Regina Rocha.
Fonte: G1 - Jornal Nacional
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