segunda-feira, 15 de junho de 2015

Entrevista para o site ITAVAGAS: "Responsável pela pegada ambiental nos projetos da Prefeitura de Niterói, o vice-prefeito Axel Grael, se destaca pela gestão pública empreendedora e social"


Axel Grael, Vice-prefeito de Niterói (RJ).

Engenheiro florestal, ambientalista, palestrante e professor. Essas são algumas das atividades que ajudam a definir Axel Grael, Vice-Prefeito de Niterói (PV) que iniciou sua trajetória política de forma natural, quando na adolescência formou um grupo de militantes em defesa da Baía de Guanabara.

Já dirigiu órgãos públicos e ONG (Organização Não Governamental). E vem mostrando que o sobrenome Grael, popularizado pelos irmãos Lars e Torben, medalhistas de Vela nas Olimpíadas de 1988, em Seul – Coréia do Sul, também pode deixar sua marca no meio ambiente, na responsabilidade social e na gestão dos mais de 500 mil  habitantes da cidade junto ao Prefeito Rodrigo Neves (PT).

Axel Grael conversou com a equipe do ITAVAGAS.COM.BR sobre a “Niterói que queremos (Plano Estratégico 2013 – 2033), a obra da Trasnoceânica, Agenda 21 COMPERJ, construção sustentável, despoluição da Baía de Guanabara, turismo ecológico e o Projeto Grael.
Gestão Pública
Muito antes do tema despoluição da Baía de Guanabara estar em pauta nos principais jornais do país, por conta das Olimpíadas em 2016, o nome Axel Grael estava relacionado a militância ambiental pela defesa dos 4 mil metros quadrados, 23 ilhas e das espécies botânicas e zoológicas que vivem ou se reproduzem no local.
Quando começou a preocupação com a Baía de Guanabara? Na década de 1980 a Baía já estava poluída?
Já apresentava sinais de poluição. A minha família e um grupo de velejadores percebeu que quando voltava do mar a embarcação estava suja de óleo. As fábricas de sardinha despejavam no mar uma grande quantidade de carga orgânica (Óleo vegetal usado para embalar a sardinha –  Aquele óleo que sobrava quando a lata era fechada era jogado no mar). Organizamos um protesto na frente de uma fábrica, depois em outra e resolvemos criar o MORE – Movimento de Resistência Ambiental. Reunimos atletas, jornalistas, estudantes e depois o grupo foi ganhando adeptos ambientalistas, autoridades e comunidades. O movimento ganhou visibilidade porque a imprensa publicava.
Então o Axel Grael era uma figura polêmica pela militância e defesa ambiental. Como chegou a se tornar vice-prefeito? Foi um caminho planejado?
Foi natural. Em 1991 eu estava em uma manifestação quando o Brizola que tinha acabado de ser eleito governador me viu na televisão e resolveu me chamar para assumir a presidência do Instituto Nacional de Florestas, minha primeira experiência governamental. Depois presidi a FEEMA? Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente em duas gestões (1999-2000 e 2007-2008) e fui Subsecretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Isso sem falar que sou funcionário público, Engenheiro Florestal da Prefeitura do Rio, estou de licença. Mas a política faz parte é relacionamento.
Na fase da militância ambiental o MORE (Movimento de Resistência Ambiental) conseguiu apoio de autoridades para criação do Parque Estadual Serra da Tiririca, em Itacoatiara, que agora junto a Transoceânica faz parte do Projeto Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável).
Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável) é o projeto de transformação urbana e ambiental da área de influência da Transoceânica.

A obra da Transoceânica, promessa de diversos governos há mais de 40 anos, teve problemas com a instalação do canteiro, depois com desapropriações de imóveis na área de domínio da Via. Como está o andamento desta obra, quando iniciam as contratações e como será o processo seletivo?
Já iniciaram as perfurações e ainda restam algumas licenças ambientais. Mas o orçamento já está aprovado e o projeto será concluído no prazo. Começamos a trabalhar na fase de transição do governo e antes da posse já estávamos com essa obra garantida.
As contratações são de responsabilidade das empresas.
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NOTA:
1 - O ITAVAGAS.COM.BR se colocou a disposição das empresas Carioca Engenharia e Constran para divulgação das vagas gratuitamente em nosso site. As contratações devem iniciar em breve!
2 - Liberada última licença para a TransOceânica – 02/06/15 (Fonte: Prefeitura de Niterói/ASCOM)
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E como o Parque Estadual Serra da Tiririca (Darcy Ribeiro) será integrado ao Programa Região Oceânica Sustentável?
No mundo todo as áreas de reserva ambiental são exploradas pelo turismo. Geram renda para serem mantidos e alimentam a cadeia turística local. Mas aqui no Brasil algumas correntes ambientalistas ainda pensam que reserva ambiental deve ser intocável.


A gente vai levar pessoas até lá e fazer com que o Parque se sustente e as pessoas tenham acesso e respeitem a natureza.
Niterói vem ampliando a malha clicloviária, inclusive o circuito da Transoceânica inclui uma faixa exclusiva para bicicletas. Além disso, em parceria com a concessionária de energia Ampla está desenvolvendo o projeto NO.V.A. – Nós Vivemos o Amanhã, para construção de uma casa modelo de sustentabilidade. Existe uma preocupação em aplicar conceitos sustentáveis nas obras públicas do município? Niterói quer deixar uma marca sustentável?
Sim. Existe essa preocupação. As escolas que o governo atual construiu tem produtos sustentáveis. A questão da mobilidade também pode ser sustentável.

E no projeto NO.V.A será construída uma casa com produtos disponíveis no mercado que reduzem o impacto ambiental. Uma família vai viver lá e ter uma vida normal, as crianças irão ao colégio e será estudada a interação dessa família com a Casa do Futuro e o modo de vida sustentável.
E no aspecto da Responsabilidade Social? O projeto de Revitalização da Rua Moreira César prevê a utilização de piso tátil e outros produtos que garantem acessibilidade. Também é um padrão a ser adotado em outras obras?
É uma padrão quem tem no mundo todo. É bom que seja adotado.



Niterói faz parte da Região ConLeste, área de influência do COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e hoje Itaboraí vive um momento de crise, justificada no momento em que a Petrobras vem passando. Mas a Agenda 21 COMPERJ, que inclui Niterói, aponta as vocações naturais de cada município. No caso o de Itaboraí é o turismo pela sua imensa área verde e por também ser banhada pela Baía de Guanabara. Enquanto engenheiro florestal como você avalia o potencial natural de Itaboraí? E como gestor público e presidente da FEEMA na ocasião da aprovação do EIA-RIMA e Agenda 21 COMPERJ, como você avalia a elaboração deste documento?
Eu conheço Itaboraí. E o pedaço da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim que pertence a Itaboraí é uma das mais lindas do Mundo. Falo isso porque já estive em vários Parque que são referência lá fora. Mas aí a questão da Agenda 21. Casa cidade tem a sua. A Agenda 21 COMPERJ eu aprovei tecnicamente. Coloquei uma observação que deveria ser oferecia a contra-partida.

Uma agenda 21 não pode ser elaborada por quem tem interesse no empreendimento. Ela tem que ter o envolvimento natural da população que é quem tem interesse.

Tem que ter envolvimento para o movimento ser legítimo.

Niterói tem a sua Agenda 21 e o Plano Estratégico de Gestão, é um compromisso público que foi elaborado nessa gestão mas é válido até 2030, porque tem envolvimento da população.
Alunos do Projeto Grael na praia de Jurujuba – Niterói – RJ
Projeto Grael
Grael, percebemos que o Vice-prefeito, Engenheiro Florestal, Doutor em Geografa, Professor, Palestrante, Diretor de Iate Clube, e muitas outras atribuições, muito antes de atuar na gestão de uma cidade, fala com entusiasmo e brilho nos olhos do Projeto Grael, que além de ampliar as possibilidades sociais de crianças e adolescentes, gera capacitação profissional e renda para famílias e tira o Iatismo e a Vela detrás dos muros dos clubes, popularizando o esporte.
A ideia de criar o Instituto Rumo Náutico – Projeto Grael foi sua? Você tem dois irmãos que se destacaram no esporte. Você é o irmão intelectual?
Foi uma ideia do meu pai. Quando meus irmão retornaram com as medalhas Olímpicas de Seul, em 1988, ele teve a ideia de fazer um desfile pela cidade no carro dos bombeiros e conseguimos realizar com o apoio de amigos. Então ele teve a ideia de organizar uma exposição com diversas embarcações em um shopping no Centro de Niterói com a ideia de tirar a Vela detrás dos muros dos clubes. Isso deu visibilidade ao esporte e as pessoas passaram a saber que a Vela era um esporte olímpico. O meu pai falava em usar o esporte para dar oportunidades.
No dia em que a exposição no shopping acabou ele foi internado e alguns dias depois faleceu. Ficou a missão.
Hoje o Instituto Rumo Náutico muda o rumo de muitos jovens e é um modelo de gestão de ONG (Organização Não governamental). A missão de deselitizar a Vela foi realizada?
Eu não gosto quando dizem que o nosso projeto tira jovens da criminalidade. Quem pode garantir que eles entrariam para criminalidade só porque moram em comunidades? O Projeto cumpre a missão de dar novas possibilidades e o resultado tem sido ótimo. Temos alunos campeões que frequentam os clubes nos finais de semana junto com os donos das embarcações.
O Instituto também se preocupa com a questão da empregabilidade, a capacitação profissional e faz mais do que muitos órgãos públicos. Qual é a fórmula?
Já são 17 anos e a metodologia pedagógica é o que faz dar certo. O projeto não substitui a escola, mas desperta o interesse porque explica física para os “meninos” usando a Vela como exemplo, algo que eles conhecem na prática. Além disso, tem um controle de frequência e a cada aula o professor lança no sistema  uma nota de desempenho. Se o “menino” que tem um bom desempenho passa a ter alterações o sistema emite um alerta a nossa pedagoga chama os pais, conversa, procura entender e a maioria das vezes o problema está em casa. Assim, muitas vezes a gente acaba apoiando a família.
Sobre os cursos os cursos profissionalizantes na área náutica. O mercado tem carência dessa mão-de-obra especializada? Como é a aceitação dos alunos no mercado de trabalho?
Os cursos são de fibra de vidro, capotaria, mecânica de motores, carpintaria, instalações elétricas e refrigeração na área náutica, mas isso não significa que o aluno de refrigeração náutica só possa trabalhar em uma embarcação. Ele vai sair do curso capacitado para trabalhar com refrigeração em qualquer lugar.

O aluno de capotaria vai aprender a costurar uma Vela e quem tem uma fábrica de Vela vai preferir contratar alguém que entende o vento, sabe velejar e vai se preocupar em costurar a melhor vela. O que também não impede que esse aluno seja contratado para costurar mochilas.
Os nossos alunos tem entre 16 e 29 anos e são muito bem aceitos no mercado.
Axel Grael apresentou à equipe do ITAVAGAS.COM.BR o Plano Estratégico até 2030 do município – “Niterói que Queremos”
Percebendo que seríamos capazes de passar uma tarde inteira falando do Instituto Rumo Náutico – Projeto Grael o WWW.ITAVAGAS.COM.BR aceitou o convite de Axel para conhecer a sede do Projeto, em Jurujuba – Niterói e se comprometeu a fazer uma matéria especial.
O ITAVAGAS acredita e apoia iniciativas assim: www.projetograel.org.br
Assim é “O mundo que queremos”.
Fonte: Itavagas
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AGRADECIMENTO:

Parabenizo o trabalho da equipe do ITAVAGAS e agradeço o destaque que me foi conferido. Que o trabalho de vocês tenha muito sucesso e reconhecimento.

Um abraço,
Axel Grael







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