Osiris espera que o levantamento norteie políticas públicas e empresas. Fotos: Douglas Macedo |
João Evangelista apontou que a JMJ injetou R$ 1,8 bilhão na economia. |
Leonardo Sodré
Levantamento feito por alunos do curso de Turismo vai traçar perfil do turista que visitar Niterói durante o evento mundial. Será possível traçar o comportamento do turista
O Observatório do Turismo, grupo de pesquisa que integra o CAPTH – UFF (Centro Avançado de Pesquisa em Turismo e Hospitalidade da Universidade Federal Fluminense), prepara uma pesquisa inédita sobre o impacto da Copa do Mundo em Niterói. Dentre os dados que serão levantados, será possível traçar o perfil e conhecer melhor o comportamento do turista que visitar Niterói no período. Na economia do Rio de Janeiro, espera-se que os jogos movimentem algo em torno de R$ 400 milhões. Os coordenadores do Observatório do Turismo, os professores Osiris Marques, João Evangelista e Marcello Tomé, esperam que a pesquisa norteie políticas públicas e contribua para empresas do segmento, influindo no desenvolvimento e crescimento do setor.
“O turismo ainda é muito carente de pesquisas que balizem as políticas do setor. Nós começamos a realizar este levantamento, como o que fizemos na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude, na expectativa de que as informações produzidas interagissem com a sociedade e com as empresas do setor. A coisa foi criando corpo fazendo com que a expectativa crescesse para essa pesquisa da Copa. Isso é muito bom para nós, enquanto um centro de pesquisa, e para o desenvolvimento e aumento da qualidade de todo o setor”, disse um dos coordenadores do Observatório do Turismo, professor Osiris Marques.
Os efeitos da Copa do Mundo não se resumem aos gastos dos turistas durante a sua realização, também há o choque dos investimentos no período preparatório do evento que, segundo dados do Ministério do Esporte, são de aproximadamente R$ 33 bilhões.
O impacto econômico e a projeção proporcionados por um evento desse porte transformam o setor. Cabe ainda destacar o legado associado à capacitação de mão de obra, principalmente relacionada aos serviços.
O professor Osiris explica que apesar de ter uma qualidade de padrão competitivo, os preços dos serviços de hotelaria e transporte assustam o turista.
“Tendo como amostra a pesquisa que fizemos na Copa das Confederações, apesar de ter sido um evento-teste e com um número de turistas na sua maioria de origem nacional, nossos hotéis são bem avaliados do ponto de vista dos serviços, mas o preço é bastante criticado. Outro motivo de muita crítica, por parte dos turistas, é com o serviço oferecido pelos taxistas. Na verdade, o transporte público como um todo e a falta de informação com sinalização turística são alvos de queixas”, conta Osiris Marques.
O perfil do turista que vier para a Copa do Mundo será analisado pelos pesquisadores da UFF por meio de entrevistas no entorno do Maracanã, durante os jogos sediados na cidade. O esperado é que o resultado saia 15 dias após o término da Copa do Mundo, mas Osiris adianta que na segunda-feira após a final já será possível levantar algumas informações. O professor explica que os alunos do curso de Turismo da Universidade farão a apuração em volta do estádio por uma questão estratégica e que o questionário que farão permitirá verificar o perfil do turista que visitar Niterói durante a Copa.
“Como o nosso objetivo é conhecer melhor quem vem para a Copa, concentraremos nosso trabalho, especificamente, no entorno do Maracanã nos dias dos jogos, onde nossos alunos farão com os entrevistados um questionário que elaboramos. Há questões em que será possível saber se o turista visitou Niterói e quanto tempo ficou. O ponto forte da cidade também acaba sendo ruim, porque a proximidade do Rio atrai o turista a Niterói, por isso é a mais visitada depois da capital, mas, ao mesmo tempo, faz com que ele não fique muito tempo. A maioria vem conhecer o MAC e não fica mais que um dia”, lamentou.
Em 2013, o observatório aplicou pesquisa nos três grandes eventos realizados na cidade: Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e Rock in Rio. Segundo o coordenador da pesquisa, João Evangelista, o último Rock in Rio gerou R$ 461 milhões para o município. Já a JMJ ultrapassou a expectativa dos pesquisadores, injetando R$ 1,8 bilhão na economia da cidade.
Realizado na Copa das Confederações, o trabalho serviu de piloto para o projeto sobre a Copa do Mundo deste ano. Durante o evento esportivo promovido em 2013, o Rio recebeu cerca de 37 mil turistas, gerando aproximadamente R$ 105 milhões para a cidade.
“Em relação à Copa do Mundo 2014, a expectativa é que o Rio de Janeiro receba um número três vezes maior de turistas, o que deve injetar R$ 400 milhões em sua economia”, calculou Evangelista.
Fonte: O Fluminense
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