Por um cenário diferente até 2019
Raiana Collier
Pro-Sustentável promete mudar a Região Oceânica de Niterói tanto na questão ambintel, quanto referente a mobilidade
A implantação de um parque na orla da Lagoa de Piratininga é alguma das medidas para as melhorias da Região Oceânica. Foto: Evelen Gouvêa |
Em entrevista para a TV OFLU, o secretário-executivo de Niterói, Axel Grael detalhou o programa Pro-Sustentável, iniciativa que promete mudar o cenário da Região Oceânica da cidade ao longo dos próximos quatro anos. O secretário vai participar do Seminário sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade, promovido pelo Grupo Fluminense Multimídia, no auditório da Universidade Candido Mendes, a partir da próxima terça-feira. Axel irá falar sobre acidentes ambientais, explicando a tragédia do Morro do Bumba. Mas o PRO-Sustentável também será apresentado no seminário.
Para assistir à entrevista, acesse aqui. |
Até 2019, quando chega ao fim o prazo para execução do projeto, ainda existe muito trabalho a ser feito, mas o poder executivo municipal já projeta como a cidade quer estar para ser a “Niterói Que Queremos”. Os planos são de que a região ganhe 60 quilômetros de ciclovia, a cidade se consolide na rota turística e com um sistema de transporte multimodal. Axel adiantou, ainda, que continuam as negociações junto ao Governo do Estado para que seja estabelecida integração tarifária entre a Transoceânica e o Catamarã de Charitas.
Grael explicou que a ideia das negociações com o Governo do Estado é trazer uma “tarifa social”, ou seja, mais próxima das possibilidades das necessidades da população. Desta forma, criar uma real integração da Transoceânica com as barcas que ligam Charitas, na Zona Sul, ao Rio.
“A linha Charitas X Praça XV subsidia outros itinerários, isso encarece a passagem daqui. Queremos um valor mais justo, mais atraente para a população. Não adianta fazer todo um investimento, com uma tarifa como a que temos hoje”, defendeu.
Uma parte das verbas do Pró-Sustentável - financiado pelo CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) - é destinada ao Corredor Transoceânico. A expectativa é de que, por dia, cerca de 78 mil pessoas passem pelo corredor viário. Ônibus com portas dos dois lados fazem parte do sistema BHS, que tem como objetivo ser o mais confortável possível para os usuários do serviço. Por esse sistema, os coletivos irão operar dentro e fora de pistas exclusivas evitando transbordo para outros bairros.
“Para fazer a população deixar o carro em casa, a Transoceânica precisa ser atraente em termos de tarifa, confiabilidade e de conforto. Não ter transbordo é conforto”, disse.
Ainda na batalha para fazer a população deixar o carro na garagem, sempre que possível, as ciclovias ocupam papel fundamental. A estrutura de aproximadamente 60 quilômetros de ciclovias vai acompanhar a Transoceânica.
“Será possível ir de Icaraí a Itacoatiara de bicicleta. Será uma ciclovia funcional, educativa e turística, porque se tornará o caminho mais perto para seguir da Região Oceânica para a Zona Sul”, adiantou.
Faz parte do conjunto de medidas do projeto a construção de um Centro de Referência em Sustentabilidade Urbana.
“O Centro vai funcionar como um showroom de tecnologias, um local que a população pode procurar quando buscar alternativas sustentáveis. Se uma pessoa quiser, por exemplo, instalar energia solar em sua casa, vai poder procurar o Centro. Estamos negociando com a UFF para desenvolvê-lo junto à universidade”, contou.
Em uma semana onde o poder das chuvas intensas foram relembrados, com a cidade alagada após temporal na quarta-feira (8), Grael comentou sobre as adaptações da cidade para as mudanças climáticas.
“Estamos avançando na agenda da Defesa Civil para fazer de Niterói uma cidade resiliente. O clima está mudando e precisamos estar preparados para essas mudanças”, comentou.
O plano é de que as mudanças na Região Oceânica façam de Niterói um município mais economicamente rentável, principalmente pelo ecoturismo. Até o fim da atual gestão, as áreas protegidas devem representar 50% do território municipal.
“Niterói tem vocação para o ecoturismo, até mesmo pelo seu relevo. Precisamos aproveitar isso. Em contexto metropolitano, com os problemas que o crescimento urbano traz, poucas cidades podem ter esse total de áreas protegidas. Uma Niterói sustentável pressupõe ações na cidade como um todo”, defendeu.
O conjunto de medidas inclui obras de infraestrutura, urbanização e de sustentabilidade ambiental, incluindo pavimentação das vias oceânicas, requalificação nas áreas do entorno da TransOceânica, sistema de controle semafórico, iluminação, renaturalização do Rio Jacaré, projeto paisagístico, além da implantação de um parque na orla da Lagoa de Piratininga, a construção de um Centro de Referência em Sustentabilidade Urbana e de um plano de gestão para a Região Oceânica.
Fonte: O Fluminense
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