terça-feira, 14 de março de 2017
Torre Alta da Amazônia coletará dos dados sobre a interação entre floresta e clima
Agência FAPESP – O Observatório da Torre Alta da Amazônia (Atto, na sigla em inglês), começa em abril a coletar dados que vão ajudar os cientistas a decifrar a interação entre a floresta, a atmosfera e o clima, de acordo com a Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Com 325 metros de altura, a torre foi erguida no meio da Floresta Amazônica, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a 150 quilômetros de Manaus, para monitorar o clima na região amazônica por um período de 20 a 30 anos.
A Torre Atto será usada como instrumento de pesquisa para medições do fluxo de carbono e de aerossóis e das propriedades da vegetação. "Estamos nos preparando para o uso científico da torre", afirmou o gerente do Comitê Científico do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Paulo Artaxo.
"A Torre Atto é um laboratório nacional e deve ser aberto para vários pesquisadores, independentemente de suas instituições", diz Artaxo que também coordena o Projeto Temático da FAPESP “GoAmazon: interação da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da Floresta Amazônica”. Green Ocean Amazon (GoAmazon) é uma campanha científica que reúne pesquisadores de diversas universidades e institutos brasileiros e norte-americanos e conta com o financiamento do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), FAPESP e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), entre outros parceiros.
Inaugurada em agosto de 2015, A Torre Atto foi construída no âmbito de um consórcio entre os governos brasileiro e alemão, executado pelo Inpa, unidade de Pesquisa do MCTIC, Instituto Max Planck de Química e Biogeoquímica e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O investimento foi de aproximadamente R$ 26 milhões.
A primeira torre do projeto Atto, com 85 metros – instalada ao lado da torre de 325 metros – está em operação desde 2013.
As dados gerados por esse equipamento já subsidiaram diversos estudos e papers, entre eles, o artigo Amazon boundary layer aerosol concentration sustained by vertical transport during rainfall, de Artaxo e outros pesquisadores, divulgado na revista Nature, que solucionou um mistério que intrigava os cientistas: a origem dos aerossóis atmosféricos que alimentam as nuvens da região amazônica em condições livres de poluição (Leia mais sobre a pesquisa em http://agencia.fapesp.br/24177/).
As medidas coletadas por meio desse equipamento também foram utilizadas, por exemplo, em projeto desenvolvido no âmbito do GoAmazon, coordenado por Jeff Chambers, do Lawrence Berkeley Laboratory, que estuda a funções de compostos orgânicos voláteis na fisiologia das plantas (Leia mais sobre o projeto em http://agencia.fapesp.br/18691/).
Fonte: Agência FAPESP
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